31.5.07

Os cabeças-de-planilha

Depois de ler O Brasil Privatizado passe, sem perder tempo, a leitura deste OS CABEÇAS-DE-PLANILHA. Didaticamente Luis Nassif nos mostra como alguns pouco bolsos foram privilegiados com os mirabolantes planos da República. Imperdível!


O Brasil Privatizado

Para entender um pouco do nosso país é essencial ler esse livro:

Classificação Indicativa

Parece que o tema do dia é a tal classificação indicativa dos programas de TV aberta.
Uma excelente matéria está no blog Vi o Mundo, do Luiz Carlos Azenha, clique aqui para acessá-la.
No Luis Nassif Online também aparece um texto, criticando a postura que o Demétrio Magnoli expressa em seu artigo sobre o tema no Estadão. Clique aqui para ler o Luis Nassif e aqui para ler o artigo do Demétrio Magnoli no Estadão (só para assinantes).
Caso queira uma leitura profunda sobre o tema recomendo o texto CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: ELEMENTOS PARA UM DEBATE PLURAL (clique no título para ter acesso), publicado pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância - ANDI.
No site da ANDI você encontra também o texto da CARTA ABERTA AO MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA (reproduzida no texto do Luiz Carlos Azenha), defendendo a classificação e assassinada por inúmeras entidades da sociedade civil, além de importantes personalidades (clique aqui para ler a carta e os signatários).
O articulista do Estado escreve de maneira contraditória, conforme demonstra o artigo do Luis Nassif, assina o texto como sociólogo, mas deveria completar sua assinatura com um “neoliberal radical”, afinal faz coro ao tucanato quanto à diminuição, senão extinção pura e simples, do Estado e sua subseqüente substituição pelo deus Mercado.
No texto da ANDI o reflexo de um debate maior, sobre o papel da TV aberta vista como concessão pública, tendo obrigações com a sociedade e não apenas com o mercado, sendo este deus ou o diabo.

Eu vi a Portuguesa ser campeã!

Domingo de sol, dia 06/5 fomos para o Canindé. Eu, Jaiminho e os amigos Claudinei e Carlos Eduardo, vulgo Kiko, Moreno, Carlão etc., um dos torcedores mais apaixonados pela Lusinha.
Lá encontramos o amigo Rogério, outro apaixonado, daqueles que não esquece o Castrile, aquele juiz argentino que cometeu alguns equívocos num jogo entre o Corinthians e a Portuguesa.
No estádio uma festa! Filas enormes, ingressos esgotados, senhoras portuguesas esbravejando contra a diretoria, a federação, os torcedores oportunistas (como eu, diga-se de passagem) que só aparecem nos bons momentos do time.
Uma destas senhoras, que beirava os 80 anos, desfiava um rosário de palavrões, alguns inéditos para meus ouvidos.
Entramos com o jogo por começar, pois o congestionamento ao redor do Canindé era surpreendente.
Também pudera, a maioria dos torcedores que ali estavam nunca tinham ido a uma decisão tão importante na vida da gloriosa Lusa!
No dizer dos jornais do dia seguinte fazia 38 anos que a Portuguesa não ganhava um título!
Além da solidariedade para com os amigos torcedores da Lusa, outro motivo me levou ao estádio: a tentativa desesperada de evitar que meu filho, Jaiminho de apenas 7 anos, torne-se um torcedor do São Paulo! Pelo menos a Lusa é inofensiva...
Mal o jogo começa, antes de completar um minuto de jogo e a Lusa já manda uma bola no travessão! Delírio da torcida!
O árbitro começa a inverter algumas faltas. Ouço ao meu lado um grito: “ô juiz paneleiro”! Era a dona Maria, mãe do amigo Carlão, respeitável senhora dos seus 60 e tantos anos.
Na arquibancada de baixo, duas outras senhoras acompanhadas das filhas, começam a entoar cânticos mencionando a mãe do glorioso árbitro.
O jogo foi muito bonito, gostoso de se ver. Com uns 20 minutos de jogo eu e o Claudinei, outro corintiano solidário, já torcíamos as escâncaras pela Portuguesa. Os jogadores disputavam cada jogada com uma garra surpreendente, além de dribles e jogadas belíssimas, como nos velhos tempos do bom futebol brasileiro.
Resultado: Portuguesa 4 x 0 Rio Preto!
A quantidade de portugueses, portuguesas e descendentes chorando era impressionante! Temi por uma inundação no Tietê!
Saímos do estádio com a bandinha, composta por jovens sexagenários (os mais jovens), tocando “o vira”!
Foi muito bonito!

28.5.07

Prova da FGV

Ontem, domingo, foi dia de tortura para um monte de jovens: vestibular de administração da FGV!
A prova começou às 8h30min e durou até as 12h, a moçada almoçou em uma hora e meia e depois voltou para a maratona que terminou às 18 horas.
Sou professor de Atualidades do CPV,um cursinho preparatório para a FGV.
Infelizmente a FGV de uns anos para cá diminuiu a importância das ciências humanas, reduziu o número de questões de História e Geografia.
Infelizmente fez o mesmo com as questões de Atualidades, embora recente, começou com 15 questões e hoje só apresenta 5, mesmo número para História e Geografia.
Estou na torcida pelos meus alunos, tomara que tenham sucesso!
Clique aqui caso queira ver os comentários da prova.

27.5.07

Lição de política



A entrevista de Luiza Erundina na edição deste mês de Caros Amigos está sublime.
Comovente é o que diz a revista, mas vai muito além! Uma lição de política e de vida, para dizer pouco.
Compensa correr até a banca e comprar a revista.
Clique aqui e tenha noção do que você lerá.

Outra versão para a ocupação

A revista oficial da UDN (clique na sigla para saber do que se trata) ou do tucanatopefelê, como queiram, não deixou por menos e qualificou os estudantes da USP – aqueles que fazem a ocupação da reitoria – como baderneiros e minoria oportunista.
Na VejaSP você pode ler preciosidades como a que segue abaixo:

Mais prestigiosa instituição de ensino superior do país e uma das mais concorridas – no último vestibular, houve 142 656 candidatos para 11 682 vagas –, a Universidade de São Paulo (USP) é orgulho e patrimônio dos paulistas. Com 61 cursos cinco-estrelas segundo a última avaliação do Guia do Estudante, publicado pela Editora Abril, ela está bem à frente da segunda colocada no ranking de excelência, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que teve 26 cursos colocados no mesmo patamar. Desde o dia 3, no entanto, a principal universidade do Brasil vive um drama que pode transformá-la em terra de ninguém. Naquela tarde, ela foi atacada em seu coração, a reitoria, quando um pequeno bando formado por cerca de 300 de seus quase 80 600 alunos (ou seja, menos de 0,5% do total) invadiu o prédio e ali acampou, ameaçando permanecer aquartelado até que uma lista com dezessete exigências, boa parte delas oportunista, fosse atendida.

Para ler o restante da matéria clique aqui.
Antes de entrar no mérito da matéria cabe ressaltar a preciosa avaliação universitária, realizada por esse órgão "sério e competente" chamado Editora Abril. Só eles, mais uma fatia do mercado, se levam a sério. Classificam cursos universitários da mesma forma que o Guia Quatro Rodas classifica os hotéis.
Várias contradições são expostas na matéria, mostrando um péssimo jornalismo e ao mesmo tempo uma interpretação duvidosa dos fatos.
Criticam a desorganização dos estudantes, para em seguida falar das comissões nas quais os “desorganizados” se organizam, com disciplina e comprometimento com o coletivo.
Depois desancam a ausência de liderança – no velho modelo estalisnista-paternalista, tão ao gosto da burocracia petista-pecedobista – para dizer que todos mandam, mas ninguém manda. Isso não é bom? A responsabilidade é realmente coletiva.
Além de outros fatos, também discrepantes quando comparados a matéria de sua concorrente, a Revista Época.
Ao ler as duas matérias podemos concluir, sem pestanejar, que alguém mente. Quem será?

26.5.07

Ocupação da reitoria da USP

Um repórter da Revista Época, Marcelo Zorzanelli conseguiu infiltrar-se entre os ocupantes da Reitoria da Universidade de São Paulo.
Informa-nos o dito cujo que tudo está tranqüilo lá dentro e que a depredação e o caos anunciado só existem nas matérias da mídia, principalmente a televisiva.
Abaixo um trecho da matéria:

Dá até vontade de ficar por lá. O clima no andar térreo do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo, ocupada por estudantes e funcionários desde o dia 3 de maio, é bem diferente da impressão deixada em quem está do lado de fora.
As equipes de TV que permanecem em vigília são a principal fonte de boatos, talvez por despeito, já que no decorrer vários dias, não puderam sequer espiar através do portão de entrada. Entre si, comentam que lá dentro está um caos, que houve quebradeira... Nada disso. A ocupação é pacífica e ordeira. Um acampamento hippie com disciplina militar.

Clique aqui para ler a matéria na íntegra e aqui para ter acesso ao Blog da Ocupação.

22.5.07

Mais uma operação da PF

A Polícia Federal tem trabalhado como nunca!
É uma operação atrás da outra, logo faltará nome para batizá-las, tal a profusão de descobertas, inquéritos, investigações...
Só falta a justiça cumprir a sua parte.
Estava lendo um texto agora do Bob Fernandes no Terra Magazine, na minha humilde opinião o melhor texto da imprensa nativa, e destaquei um trecho:

Anos 90. Polícia Federal? Sem oxigênio para atuar, a fazer de conta que era um grande avanço o esquemão sindicalês de resultados e o chellotismo da direção, que vigoraria na Era FHC em parceria com esmolas doadas por DEA, CIA e FBI.
No rastro daqueles anos a Polícia Federal – o embrião dessa de hoje – , com um grupo de delegados e delegadas chefiado por esse mesmo Paulo Lacerda, produziu um documento impressionante. Mais de 100 mil páginas. O inquérito-mãe.
A autopsia das relações carnais entre o Estado e o topo da sociedade indicou, e indiciou, mais de 400 empresas e mais de 100 dirigentes do grand monde empresarial. Prato interminável para quem desejasse investigar, provar, punir.
O inquérito dormita até hoje nas gavetas e escaninhos da Justiça. Sob silêncio, profundo silêncio. Todos os crimes, ou quase todos, prescreveram.


Clique aqui para ler esta excelente matéria!
Parece ser esta a regra. A Polícia Federal prende e a justiça solta!
Quando não são inocentados por falta de provas, o processo se perde no seio da burocracia. Providencialmente!

17.5.07

Texto do blog do Nassif

Amigos e amigas, vocês sabem que não gosto de reproduzir textos na íntegra, penso que não seja essa a contribuição dos blogs, mas sim de apresentar breve um texto ou assunto, com links vários para aprofundar ou embasar a discussão.
Raras vezes opto pela reprodução, por isso permito-me reproduzir integralmente um dos textos do Blog do Luis Nassif (clique aqui se quiser conferir o texto original).
Por falar nele estou lendo o seu último livro, “Cabeças de Planilha”, assim que terminar comento-o aqui.

A retórica planilheira

Coluna Econômica – 17/05/2007

A discussão sobre o câmbio entrou no campo dos dogmas sagrados. Acho que é efeito da visita do Papa. Confira as verdades intocáveis.
1. A apreciação cambial era algo inevitável, e os líderes industriais que não prepararam seus associados para esse quadro ainda irão ser cobrados por sua omissão, como coloca meu amigo Celso Ming em sua coluna de ontem no “Estadão”.
Ora, inevitável para quem? Apreciação ou desvalorização cambial não é um dado absoluto, que afeta todas as moedas. Se uma moeda está se apreciando, é em relação a outra moeda que se desvalorizou. É evidente que desvalorizar ou valorizar moedas depende basicamente da maneira como a política econômica atua sobre os fatores de influência no câmbio.
2. Essa história de que medidas de controle de capitais “seria como explodir a panela de pressão, com o feijão indo parar no teto”, como diz o economista Paulo Leme em entrevista ao “Estadão”, faz parte dos clichês que comovem, e não tem base factual.
Há diversas maneiras de conter o fluxo de dólares: fixar tempo de permanência para o capital especulativo, reduzir o diferencial de juros, criar fundos de exportação para produtos primários. Se há excesso de dólares, como que a redução de parte desse fluxo iria explodir a panela de pressão? Pode explodir o negócio do Paulo Leme, que consiste em trazer dólares pelo mercado financeiro para obter ganhos fáceis no país. Mas explodir o país? Trata-se de uma caricatura para enganar trouxa. E tem trouxa para tudo.
3. O dólar vai obrigar a economia a ser competitiva, em uma forma benfazeja de “darwinismo” econômico, como foi dito ontem em evento do ABN-Real.
O que caracteriza a competitividade? Ter produtos de igual ou melhor qualidade que o estrangeiro, a um preço menor ou igual. Se uma empresa nacional tem 30% de ganho de produtividade, isto é, ficou 30% mais eficiente, e o real se valorizou em 30%, todo o aumento de eficiência foi anulado pelo câmbio. E a empresa voltou ao nível de competitividade anterior, comparado ao seu rival estrangeiro. Como dizer, então, que a apreciação do real vai tornar a economia mais competitiva?
4. Com o real apreciado só perdem os setores ineficientes, como diz a primeira página do “Globo” de ontem.
É falso! Perdem todos os fabricantes nacionais em comparação com seus concorrentes importados. Os menos eficientes morrem. Os mais eficientes perdem eficiência. Uma ou outra empresa pode melhorar individualmente, recorrendo à importação. Mas será à custa de seus fornecedores internos, destruindo sua cadeia produtiva e os empregos que gera.
Essa idéia do “darwinismo” econômico é uma das facetas mais cruéis desse financismo que tomou conta do país. Como é de extrema miopia a idéia de que o país passa por uma “reestruturação competitiva”. Setores nascem, crescem a duras penas, se consolidam, treinam seus trabalhadores, aprendem a inovar, a exportar. Quando ganham escala, conseguem investimentos.
No Brasil de hoje, assim como no das três primeiras décadas do século, esse processo natural está proibido. Quando os moveleiros, o setor têxtil, o de calçados conseguiu crescer, veio o câmbio de 1994 e quase os destruiu. Depois, anos para serem reconstruídos. Quando começam a respirar, outro golpe cambial. É a eterna sina do subdesenvolvimento e dos interesses específicos se sobrepondo a um projeto nacional.
Publicado em
Luis Nassif Online.

PF em ação

A boa notícia de hoje quem nos dá é a Polícia Federal.
A Operação Navalha colocou atrás das grades, pelo menos temporariamente, 46 pessoas, dentre eles ex-governadores, empresários, assessores de ministros e de secretários, prefeito petista, etc. (para ler a lista completa dos presos clique aqui.).
Na rádio CBN a Lúcia Hipóllito (comentarista de política) aproveitou para desancar o governo Lula, criticando o descontrole do governo federal.
Não entendi a crítica, afinal quem é responsável pela polícia federal? Não é o Ministério da Justiça e, em última instância, o próprio presidente Lula?
A PF prendeu assessores de ministros de estado, ex-governadores e só não prendeu um governador – Jackson Lago/PDT-MA – por que não obteve autorização do judiciário.
Será que a corrupção é novidade? Óbvio que não, a novidade é a PF prender envolvidos, principalmente aqueles que pagam aos políticos e funcionários públicos salafrários.
Por isso que a população não dá mais crédito para a grande imprensa, ao invés de criticar o que deve ser realmente criticado – desemprego, fisiologismo, ausência de reforma agrária, políticas públicas “meia-boca” – ficam arrumando pelo em ovo.

16.5.07

Doroty Stang: a justiça será feita?

Ontem (15/5) saiu a condenação do fazendeiro Bida, mandante do assassinato da irmã Doroty Stang: 30 anos!
Depois de 2 dias de júri ele recebeu a pena máxima para os crimes que cometeu, sem nenhuma atenuante.
Claro que o caso foi a julgamento mais rapidamente do que muitos outros semelhantes, basta lembrarmos os massacres de Corumbiara e Eldorado dos Carajás.
Que bom! Vamos torcer para que todos os assassinos sejam julgados com essa celeridade.
A Agência Carta Maior nos informa ainda que o réu tenha direito a outro julgamento, automaticamente, em razão da condenação ter ultrapassado os 20 anos. Algum leitor “jurista” poderia me explicar o princípio dessa lei?
Caso queiram ler a matéria completa sobre o julgamento do meliante é só clicar aqui.

11.5.07

O Papa não conhece o Jardim Ângela

As vezes a esperança teima em soprar. Navegando no portal da Agência Carta Maior, acabo de ler uma matéria com alguns padres abnegados, que ignoram as bobagens do “santo papa”. Dentre eles meu camarada, Padre Jaime, o mesmo que batizou meu filho e que sempre teve minha admiração por acompanhar suas lutas incansáveis ao lado dos pobres e o seu brilhante trabalho no Jardim Ângela.
Vejam o que ele diz:
“O Papa é sinal de unidade [da Igreja Católica], mas não temos que baixar a cabeça e dizer amém para tudo que ele fala. O Papa não conhece o Jardim Ângela...”.
Leiam a matéria toda clicando aqui.

10.5.07

Estado e Igreja

Em pleno século XXI ainda tem gente que não entendeu: igreja é uma coisa, Estado é outra coisa!
O papa amiguinho de Hitler faz pressões sobre o governo para obter privilégios (mais!) para a Igreja! (Clique aqui e leia sobre essa bobagem)
O governador Serra faz pressões sobre a igreja para alcançar a beatificação da Irmã Dulce! (Clique aqui para saber sobre essa asneira)

7.5.07

Sobre esperança

Durante muito tempo tive esperanças de ver um mundo melhor.
Comecei a sonhá-lo acreditando em Deus e na religião católica, passei duas semanas num seminário e abandonei a Igreja.
Persegui durante um bom tempo uma fé, que pudesse se expressar numa Igreja. Não consegui encontrar, embora tivesse encontrado pessoas ótimas entre vários credos: Presbiterianos, Batistas, Espíritas Kardecistas, Umbandistas, Metodistas etc.
Dentro da Igreja Católica encontrei pessoas como Paulo Evaristo Arns, Pedro Casaldáliga, Frei Betto, dentre inúmeros outros que sempre mereceram meu respeito e admiração.
Já com relação aos papas, bem como os chefes de outras religiões, sempre nutri por eles profundo desprezo, como aquele que dedico aos hipócritas de maneira geral.
Sobre este homem da Santa Inquisição que comanda a Igreja atualmente vejam que texto elucidativo publicado da revista
Nova-e:

A Teologia da Libertação vive. Por isso, Ratzinger vem ao Brasil

Principal objetivo é tentar frear o êxodo de fiéis na América Latina, região que abriga metade dos católicos do mundo; canonização de frei Galvão seria apenas um detalhe, na visão de teólogos da libertação, que acreditam que sua “opção preferencial pelos pobres” seja o verdadeiro alvo

Marcelo Netto Rodrigues, do jornal Brasil de Fato

Pergunte a um católico comum por que o papa vem ao Brasil, e a ladainha será a mesma: “Bento XVI vem canonizar frei Galvão, o primeiro santo genuinamente brasileiro”. Tente perguntar a um leigo, e a sua resposta virá acrescida de uma sigla enigmática para os que não acompanham a história da Igreja: “Ele vem para a abertura da 5ª Conferência do Celam”. Agora, pergunte aos representantes da Teologia da Libertação, e a jovial visita de Ratzinger transmuta-se em recado claro no qual frei Galvão é apenas o coadjuvante popular de um plano para conter o êxodo católico; e a Conferência, o palco principal para atacar os que vivem sob o prisma da “opção preferencial pelos pobres” – opção, aliás, germinada dentro de um Celam, o de Medellín (Colômbia), em 1968, e regada na reunião seguinte em Puebla (México), em 1979.


Para ler o texto na íntegra clique aqui.

Matéria do blog do Luis Nassif

Reproduzo abaixo matéria publicada no Luis Nassif Online:

A guerra particular da Merck

Depois de embarcar de cabeça no lobby da Merck Sharp & Dome e na Amcham, parte da imprensa começa a se informar melhor e a reavaliar a cobertura pavloviana da quebra de patente do Efivarenz. Aliás, embarcou no lobby por duas razões: reflexo pavloviano na hora de cobrir temas como quebra de patente (como se toda quebra de patente fosse igual); e releases com chavões inconsistentes, mas que não foram checados. Agora, pelo menos a "Folha" começa a rever a cobertura parcial do primeiro dia.
Houvesse um pouco mais de informação sobre o tema, antes de sair reproduzindo a cobertura, teriam anotado que:
1. Existem normas específicas na OMC (Organização Mundial do Comércio) para quebra de patentes. E o Brasil seguiu as normas. É diferença entre água e vinho.
2. O fato de a decisão ter sido embasada em reuniões do Ministério da Saúde com Relações Exteriores, Casa Civil e MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), e de ter seguido as normas da OMC, era mais do que um indício de que não tinha sido tomada de afogadilho e que tinha embasamento.
3. Nem a Merck nem a Amcham fala pelo governo americano. Muito menos pela opinião pública americana. No final de semana, todas as ameaças de ambas foram reproduzidas acriticamente, como se, pelo fato de serem americanas, fossem porta-vozes dos EUA. Nem se considerou que na época da ameaça de quebra de patentes, no governo FHC, a opinião pública americana ficou a favor do Brasil.
4. É ridícula a ameaça de redução de investimentos externos no Brasil. No setor farmacêutico, não há o que reduzir: o investimento é próximo de zero. Nos demais setores, não houve insegurança jurídica nenhuma, já que se apelou para normas da OMC específicas para medicamentos.
5. A indústria farmacêutica estrangeira no Brasil tem um problema sério de representação. Na época da ameaça de quebra de patente, quando o então Ministro da Saúde José Serra disse que “não trataria com lobistas” (referindo-se a então Abifarma), houve uma troca geral de dirigentes de laboratórios estrangeiros no Brasil. Na época conversei com um deles, que me disse que tinha terminado o tempo em que laboratório só tratava com lobista que encontrava espaço para vendas no Ministério da Saúde. Não foi o que aconteceu, conforme o episódio demonstrou. A Interfarma é um pouco melhor, a Febrafarma (que substituiu a Abifarma) é inexpressiva, e os dirigentes de laboratórios, em geral, não têm estratégia, jogo de cintura nem autonomia para tratar com governo e opinião pública. Representantes de multinacionais em um país têm que ter um mínimo de conhecimento político e diplomático. Mas continuam atuando apenas no circuito dos operadores de Ministério.
6. A arrogância com que a Merck tratou as negociações com a Saúde (sete reuniões fincando o pé em desconto de 2% nos preços) é de uma incompetência a toda prova. O curioso é que os mesmos que cobravam atitudes duras contra um índio desgovernado, como Evo Morales, não levam em conta o absurdo da falta de jogo de cintura da empresa em tratar com a autoridade máxima de saúde do Brasil. Foi necessária a intervenção do embaixador americano - quando o incêndio já lavrava— para o presidente mundial da Merck entrar no circuito. Se a Merck for uma empresa eficiente, não tenha dúvida de que ou rolarão pescoços na Merck Brasil ou em áreas nos EUA onde ela estava subordinada. Por US$ 35 milhões de arrogância, o laboratório abriu uma brecha monumental para o início de uma política efetiva industrial brasileira para a área.
7. O programa brasileiro de AIDs é reputado no mundo todo. Tem muito melhor reputação do que a Merck.

2.5.07

1º de Maio - quando o sonho desaparece

Sinto-me traído pelo movimento sindical que hoje adormece nos braços do governo. Não reconheço a Central Única dos Trabalhadores que faz um 1º de Maio com Bruno e Marrone, embora também subam ao palco neste ano Leci Brandão e Chico César, bem melhor que o KLB e outros dos anos anteriores. Que a Globo faça dessas figuras suas atrações principais. A CUT é que não pode reproduzi-las, faça-me o favor!

Para ler a íntegra deste texto visite o Reação Cultural.

Cangaço do século 21

Leiam no Reação Cultural texto meu comentando um editorial do jornal O Estado de S.Paulo (abaixo um trecho, para ler na íntegra clique aqui):

Cangaço no século 21

Como toda infecção que se alastra sem encontrar anticorpos que lhe dêem combate, o Movimento dos Sem-Terra (MST) e assemelhados a cada novo dia de operações vão se superando. O grau de brutalidade de suas ações aumenta na razão direta da falta de vontade dos Poderes Públicos de fazer respeitar a lei e a ordem, de enfrentar esses fora-da-lei que cada vez mais escarnecem dos direitos alheios, das autoridades constituídas, da produção e do trabalho.
E os 35 trabalhadoares e líderes rurais mortos em 2006? Foram “suicidados”, tal qual o foi Wladimir Herzog pela ditadura? E os matadores da irmã Doroty Stang? E os assassinos de Chico Mendes? Quer dizer então que o MST é o bruto?