19.12.08

Protógenes Queiroz no Roda Viva da TV Cultura

DIA 22/12/08
22 HORAS 10 MINUTOS

Ao vivo

PROTÓGENES QUEIROZ - Delegado da Polícia Federal
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A Operação Satiagraha teve início há 3 anos, como desdobramento do caso do mensalão. O trabalho da CPI dos Correios levou a Polícia Federal a iniciar uma investigação, que acabou apresentando indícios dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, alem de uso indevido de informação privilegiada. A Operação Satigraha foi realizada dia 8 de julho nas cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador e contou com a participação de 300 policiais federais, que executaram 24 mandados de prisão e 56 mandados de busca e apreensão.O juiz do caso, Fausto de Sanctis, autorizou a prisão do banqueiro Daniel Dantas, duas vezes e, em ambas, o dono do Banco Opportunity recebeu um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal poucas horas depois. Atualmente, as investigações estão sob a responsabilidade do delegado Ricardo Saadi. Ele assumiu o posto depois que Protógenes Queiroz, responsável pela investigação e pela Operação, deixou o caso 8 dias após as prisões. Ele é alvo de um processo administrativo que apura desvio de conduta e quebra de sigilo funcional.Além da Satiagraha, Protógenes Queiroz foi responsável por outras grandes operações da PF, como as que resultaram nas prisões do ex-prefeito Paulo Maluf e do contrabandista chinês Law Kin Chong e investigou também crimes financeiros realizados com o uso de contas CC5 e a organização criminosa comandada pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal.
Entrevistadores: Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo e titular do Blog do Noblat; Renato Lombardi, comentarista do Jornal da Cultura; Fernando Rodrigues, colunista e repórter do jornal Folha de S. Paulo em Brasília e Fausto Macedo, repórter de política do jornal O Estado de S. Paulo.
Apresentação: Lillian Witte Fibe

17.12.08

Tem gente que aprende enquanto ensina

Peço-lhes licença para publicar uma mensagem muito pessoal, de tão pessoal que tem que ser pública, assim dessa maneira. Trata-se da despedida do Coordenador Pedagógico com quem trabalhei nos últimos 3 anos e meio e que muito me ensinou. Como não tive condições de fazê-lo pessoalmente, registro aqui esta pequena homenagem ao José Ricardo Marcondes Paim:


Mestre,

Gostaria de registrar minha gratidão pelos anos de convivência profissional. De agora em diante ela se dará apenas na qualidade de amigo, não mais na de profissional, mas a amizade e o respeito que cultivamos neste tempo não terminam aqui, só se fortalecem.
Hoje, Jaiminho ficou sabendo de sua saída e ameaçou chorar. Tranquilizou-se quando disse que você saiu do Pueri, mas não deixou de ser nosso amigo.
É assim que sinto, por isso uso meu espaço, que é público, para a despedida formal. Não tive coragem de fazê-lo pessoalmente.
Considero-me privilegiado por ter contado com grandes mestres na minha vida: meu pai, o maior deles, pois dele trago aquilo que escola nenhuma poderia ter me ensinado como ele o fez; alguns saudosos professores da escola básica, poucos é verdade; na Universidade marcaram-me Milton Santos, Manoel Seabra, Regina Sader, André Martin, Aziz Ab’Saber, Amália Ignez, Nídia Nacib, José Sérgio, dentre tantos outros; na política a formidável figura de Florestan Fernandes, além dos companheiros que entregaram os melhores anos de suas vidas para a construção da CUT e do PT, não esta CUT e este PT de hoje, nossos sonhos eram outros; finalmente na minha profissão pude conviver com educadores maravilhosos e dedicados ao ofício, uns famosos, outros nem tanto, mas todos verdadeiros mestres.
Você está neste restrito e seleto grupo de mestres, dos quais guardarei o muito que me ensinaram e o pouco que consegui aprender, sendo-lhes grato para sempre.
Sua generosidade em compartilhar os seus saberes, sua maneira doce de liderar e de conquistar o respeito daqueles que coordena, o humor refinado e sutil, são invejáveis e inesquecíveis.
Desejo-lhe sucesso nos seus novos caminhos!

Grande abraço amigo Paim!

14.12.08

AI - 5: quando a ditadura transformou em lei o que já praticava

Ontem o Ato Institucional nº 5 fez 40 anos.
Em 13 de dezembro de 1968 os bandidos que derrubaram o governo legítimo de João Goulart, puseram no papel aquilo que já praticavam desde o fatídico 1º de abril de 1964: terror de estado, tortura, censura e tudo o mais que os fardados e os civis boquirrotos ousaram fazer, com apoio de uma parcela da classe média insossa e ignorante e de uma mídia alinhada com os EUA.
Nossa elite de merda temia perder uns poucos anéis com as Reformas de Base propostas pelo governo de João Goulart.
A mídia nativa, tão cretina quanto hoje, com Carlos Lacerda e os Mesquita à frente, compunham editoriais alertando para o perigo “vermelho”, brandindo contra o presidente “comunista” – como se um latifundiário, da estirpe de Jango, pudesse ser comunista!
O Estado de S. Paulo produziu caderno especial sobre o AI-5. Clique aqui para ouvir, ver e ler. O material é excelente do ponto vista técnico, pena omitir o papel do próprio jornal no golpe de 64 e, ainda por cima, nos dá a impressão, em muitos momentos, que tudo eram flores entre 64 e 68. Faz parecer que somente depois do AI-5 a liberdade foi cerceada. Não foi assim. Veja, por exemplo, o texto do AI nº 1 clicando aqui, ele data de 9/4/64.
Clique aqui e leia especial na Agência Brasil. Preste atenção aos links indicados, particularmente neste, que comenta sobre o papel da OAB neste episódio de tão amarga lembrança para os brasileiros.
O melhor texto, que nos dá a exata dimensão desse crime hediondo cometido pelos bandidos, de farda e também pelos sem farda, é o editorial de CartaCapital desta semana assinado por Mino Carta.
Lá pelas tantas Mino diz o seguinte:
“Diz o Estadão no seu suplemento que a sociedade brasileira apoiou o golpe. Que sociedade, caras-pálidas? Agrada-me, entre parênteses, usar o lugar-comum, tão apropriado, no entanto, para acentuar a palidez dos rostos privilegiados. Sim, a sociedade dos clubes faustosos, dos bairros elegantes, das redações abastadas, e do seu time aspirante, sequioso de ascensão. Enfim, dos democratas da democracia sem povo.”
Clique aqui para ler na íntegra, texto imperdível.
O Rodrigo Vianna fez ótima matéria na TV Record sobre o tema, clique aqui para vê-la.
O que mais me deixa triste é notar que tais episódios, essenciais para compreendermos nosso país, estão banidos dos programas de História da escola básica. Parece que não existiram. Costumo brincar com os amigos professores que a História do Brasil termina em Getúlio Vargas. Espero que a ousadia de algumas instituições universitárias, que têm cobrado o período mais recente da nossa história nos seus exames de ingresso, contribua para uma melhor reflexão sobre esses temas.


Para entender um pouco mais sobre o tema ou personalidade, basta clicar no título:
Atos Institucionais
Reformas de Base
Ditadura Militar no Brasil
Carlos Lacerda
João Goulart

No Youtube
Comício da Central do Brasil
Ditadura Militar no Brasil
Discurso de Márcio Moreira Alves

9.12.08

Quem é o corrupto mesmo?

Em minhas aulas insisto com os alunos que a corrupção é uma via de mão dupla: não existiriam os corruptos se não existissem corruptores!
Parece óbvio, mas diante da mania de nossa mídia de culpar somente os agentes públicos pela corrupção, penso que seja necessário traçar tal obviedade.
Hoje a BBC Brasil apresenta uma matéria na qual afirma que as empresas brasileiras corrompem escancaradamente no exterior! Uns alegarão que estamos ladeados de países de boa estirpe, como a Itália, mas isso não nos engrandece e só vem confirmar aquilo que afirmei no início deste pequeno texto.
Para maior clareza reproduzo abaixo a matéria da BBC:


Brasil é um dos primeiros em ranking de suborno

O Brasil ocupa uma das primeiras posições em um ranking de percepção de suborno transnacional elaborado pela ONG Transparência Internacional (TI).
O estudo, intitulado Bribe Payers Index (“Índice de Pagadores de Suborno”, em tradução livre), foi elaborado a partir de entrevistas com 2.742 empresários de 26 países e analisou a propensão ao pagamento de suborno de empresas dos 22 maiores países exportadores.
Durante as entrevistas, questionou-se sobre a freqüência com que as empresas desses 22 países participam de operações que envolvem subornos nos países de origem dos entrevistados.
A partir daí, foi criado um ranking que lista, nas primeiras posições, os países cujas empresas têm menores índices de corrupção e, em último, os países cujas companhias mais praticam subornos. O Brasil aparece em 17° lugar, empatado com a Itália - na listagem inversa, com os países que mais pagam propina no topo, o Brasil ocupa a 5ª posição.

Brics
Os outros três países que formam com o Brasil o chamado grupo dos Bric (Rússia, Índia e China) tiveram classificações piores no ranking, sendo que a Rússia aparece como o país cujas empresas mais se envolvem em casos de pagamentos de propina no exterior.
Já a Bélgica e o Canadá ficaram empatados em primeiro lugar, o que indica que suas empresas se envolvem menos em casos de corrupção, segundo os entrevistados.
“O índice traz evidências de que companhias dos maiores países exportadores ainda se utilizam de suborno para fazer negócios em países estrangeiros”, diz a presidente da Transparência Internacional, Huguette Labelle.
“A desigualdade e a injustiça que a corrupção causa, tornam vital que os governos redobrem seus esforços para reforçar as leis contra o suborno por parte de companhias estrangeiras. Do mesmo modo, todos os grandes países exportadores devem se comprometer com as medidas da Convenção Anti-Corrupção da OCDE”, completa.

Tipos de corrupção
O relatório também mostra quais os diferentes tipos de subornos utilizados por empresas dos 22 maiores exportadores do mundo.
Segundo pouco mais de 20% dos entrevistados, o tipo de corrupção mais praticado por empresas brasileiras no exterior é o suborno a autoridades públicas menos graduadas, que é definido pela ONG como aquele utilizado para “apressar as coisas”.
Já cerca de 50% dos entrevistados afirmaram que as empresas russas, além do suborno a autoridades menos graduadas, costumam também corromper partidos políticos e altas autoridades.
As empresas mexicanas, por outro lado, foram apontadas por 38% dos empresários ouvidos como aquelas que mais utilizam relações pessoais e familiares para conseguir contratos públicos.
O estudo ainda traz a opinião de empresários sobre quais empresas estrangeiras se envolvem em mais casos de corrupção em seus países.
Os empresários da Europa e Estados Unidos que responderam à pesquisa, por exemplo, consideram que a China e a Itália são países cujas empresas costumam se envolver mais em corrupção na região. Já as companhias suíças e belgas são vistas como as mais honestas.
As empresas chinesas também são vistas nos países da América Latina que participaram da pesquisa (Argentina, Brasil, Chile e México), como as que mais pagam suborno nesta região. As empresas alemãs foram consideradas as mais idôneas.

Setores
O índice também traz os setores da economia cujas empresas mais se envolvem em casos de corrupção.
Um dos rankings aponta quais os tipos de companhia que mais se envolvem, de acordo com os entrevistados, em casos de suborno a autoridades públicas.
Entre os que mais oferecem estes subornos estão empresas que prestam serviços públicos, de construção, imobiliárias e petrolíferas. As mais honestas neste ranking são as que trabalham com computação, pesca e bancos.
Outro ranking aponta aqueles setores cujas empresas mais se envolvem em casos de suborno com o objetivo de influenciar decisões políticas e leis.
Neste caso, as apontadas como mais corruptas também são aquelas dos setores de serviços públicos, construção, imobiliárias e petrolíferas.
Já o setor bancário, que aparece como um dos mais honestos no ranking anterior, não tem um classificação tão boa neste.
O índice ainda aponta que para 49% dos empresários latino-americanos, os esforços de seus governos para erradicar a corrupção têm sido “muito ineficientes”.
O relatório não permite uma comparação com o ranking anterior, realizado em 2006, por analisar menos e diferentes países.


Fonte: BBC Brasil

8.12.08

Vestibular FGV

Ontem foi a prova da GV-Adm. Vestibular muito concorrido e, às vezes, polêmico. Desta feita a prova surpreendeu pelo que trouxe de bom.
Sem abrir mão dos conteúdos ditos tradicionais, a prova foi de excelente qualidade, oferecendo ao aluno adequadamente preparado uma ótima oportunidade de pensar.
Pena que seja o dia inteiro de prova, o que torna a tarefa muito estressante.
Caso queiram ver a prova é clicar aqui, além da prova terão também a resolução dos amigos do CPV, competentes como sempre, noves fora o semblante carrancudo do mestre Vanderlei, mas é só aparência, ele é praticamente um papai noel de bondade!

4.12.08

Algumas leituras recomendadas

Agora estou de volta mesmo! Vamos atualizar as leituras essenciais:

Agência Carta Maior
A tragédia geológica que, a propósito de chuvas intensíssimas, abateu-se sobre a população de várias cidades de Santa Catarina atinge a sociedade brasileira pela dor das mortes e tanto sofrimento humano, mas também como pungente peça acusatória pela histórica e acomodada omissão dos agentes sociais públicos e privados que a poderiam ter evitado.
Impossível não nos ficar a impressão que autoridades e mídia, e talvez uma boa parte da sociedade, já assimilaram como fatos naturais do destino brasileiro as horríveis mortes por soterramento e enchentes que anualmente fazem dezenas de vítimas nessas épocas de chuvas mais intensas. Diluem-se assim comodamente nesse cenário de pretenso destino compulsório as responsabilidades públicas e privadas na verdade responsáveis por tantas vidas violentamente ceifadas.
Leia a íntegra da matéria clicando aqui.

CartaCapital
O banqueiro Daniel Dantas foi condenado a 10 anos de prisão por corrupção ativa, em razão do suborno que Humberto Braz e Hugo Chicaroni fizeram em seu nome ao delegado da polícia federal Victor Hugo Rodrigues Alves Ferreira quando da deflagração da Operação Satiagraha.
O autor da sentença foi o juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que considerou Dantas, Braz e Chicaroni culpados da acusação de praticarem corrupção ativa. A informação foi divulgada pela TV Globo.
Clique aqui e leia o artigo inteiro.

Escrinhador (Rodrigo Vianna)
Chavez tem que mudar o discurso, pra lidar com um novo tipo de oposição nos próximos anos. Já não bastará colar nos adversários o rótulo de “golpistas”. Além disso, o presidente venezuelano precisa se adaptar a uma nova conjuntura mundial, em que Bush deixa de ser o inimigo e o Petróleo perde valor.
Essa é a leitura que Gilberto Maringoni faz do futuro da Venezuela, depois da eleição do último domingo.
Jornalista, professor da Faculdade Cásper Líbero e pesquisador do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Gilberto Maringoni é o autor de um livro fundamental para se entender o que se passa no país vizinho: “A Venezuela que se inventa” (editora Fundação Perseu Abramo).
Ontem, ele foi um dos entrevistados do “Entrevista Record - Mundo”, programa que eu apresento todas as segundas-feiras, às 22horas, na Record News.
A tese de Maringoni é de que Chavez agora não pode mais ficar repetindo (como fez nos últimos anos): “comigo está o povo, na oposição estão os golpistas”. Para ganhar, não basta mais colar esse rótulo nos adversários.
Para ler a matéria completa é só clicar aqui.

2.12.08

Saindo da reclusão

As línguas afiadas andam espalhando que estou fazendo bico como papai noel, é mentira! Além de odiar aquele velho babaca sou muito calorento para a missão.
Na verdade estava ocupado com o fechamento de notas dos meus alunos do Ensino Médio. Este período é o pior que pode haver para o professor, pois temos que transformar o trabalho anual dos nossos alunos em números e julgá-los. Não é fácil!
Apesar do esforço do final de semana, sobrevivi e estou voltando! Azar de vocês que têm que me aturar.