Passamos
recentemente por uma onda do politicamente correto. As palavras deveriam ser
medidas e cuidadas com máxima atenção.
Houve
uma reação a essa onda, compreensível, pois tudo estava ficando muito chato,
muita patrulha. O politicamente incorreto
começou a dar audiência, ficou engraçado. Publicaram até livros com esse adjetivo
no título. Claro que podemos questionar a qualidade e seriedade desses livros,
mas eles venderam um bocado.
Algumas
celebridades e outras subcelebridades aderiram à onda. Alguns idiotas, que se dizem
humoristas, mas, dependendo da conveniência travestem-se de jornalistas,
exageraram na prática do politicamente incorreto e deram a esse exagero o
nome de liberdade de expressão.
Vivemos
um momento em que algumas pessoas acham que podem dizer qualquer coisa, sobre
qualquer pessoa em nome da liberdade de expressão. Ignoram os limites da lei,
da decência, da privacidade e da honra do outro.
A
grande mídia ataca indivíduos impunemente, acusa sem provas, lança suspeitas e
depois fica tudo por isso mesmo.
Os
jovens vociferam pelas redes sociais seus preconceitos, plantando mais ódio
nessa nossa terra fertilizada por tanta desigualdade.
Bradam contra os nordestinos, depois contra os pobres e, o ápice da canalhice,
contra os negros.
Parece
que vivemos uma onda conservadora que não tem limites! É adolescente anunciando
venda de negros pelo Mercado Livre por R$ 1,00 (clique aqui
para saber sobre isso), mais um jovem gay assassinado brutalmente (aqui
você saberá do que estou falando), terras de índios invadidas como no velho
oeste (leia aqui
sobre esta barbaridade). Poderíamos gastar muitos parágrafos descrevendo atos
estúpidos e desumanos. Estes bastam.
Será
isso fruto da vitória do individualismo? Não temos mais práticas solidárias e
colaborativas na vida? Tudo parece resumido à competição desenfreada, sem ética,
com a regra única do “se dar bem”.
Qual
a saída? Eu como professor batalho nas aulas para mostrar valores humanistas,
solidários, cooperativos. Combato o preconceito em todos os momentos e cuido
para que as coisas ocorram dentro de limites éticos. Mas em casa, qual é o
balizamento que esses garotos e garotas recebem? Do Big Brother? Do Datena,
Marcelo Rezende?
Estamos
vendo crescer uma juventude reacionária e, talvez, fascista. Às vezes sinto
neles o desencanto dos cínicos.
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