19.12.08

Protógenes Queiroz no Roda Viva da TV Cultura

DIA 22/12/08
22 HORAS 10 MINUTOS

Ao vivo

PROTÓGENES QUEIROZ - Delegado da Polícia Federal
Envie sua pergunta

A Operação Satiagraha teve início há 3 anos, como desdobramento do caso do mensalão. O trabalho da CPI dos Correios levou a Polícia Federal a iniciar uma investigação, que acabou apresentando indícios dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, alem de uso indevido de informação privilegiada. A Operação Satigraha foi realizada dia 8 de julho nas cidades de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador e contou com a participação de 300 policiais federais, que executaram 24 mandados de prisão e 56 mandados de busca e apreensão.O juiz do caso, Fausto de Sanctis, autorizou a prisão do banqueiro Daniel Dantas, duas vezes e, em ambas, o dono do Banco Opportunity recebeu um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal poucas horas depois. Atualmente, as investigações estão sob a responsabilidade do delegado Ricardo Saadi. Ele assumiu o posto depois que Protógenes Queiroz, responsável pela investigação e pela Operação, deixou o caso 8 dias após as prisões. Ele é alvo de um processo administrativo que apura desvio de conduta e quebra de sigilo funcional.Além da Satiagraha, Protógenes Queiroz foi responsável por outras grandes operações da PF, como as que resultaram nas prisões do ex-prefeito Paulo Maluf e do contrabandista chinês Law Kin Chong e investigou também crimes financeiros realizados com o uso de contas CC5 e a organização criminosa comandada pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal.
Entrevistadores: Ricardo Noblat, colunista do jornal O Globo e titular do Blog do Noblat; Renato Lombardi, comentarista do Jornal da Cultura; Fernando Rodrigues, colunista e repórter do jornal Folha de S. Paulo em Brasília e Fausto Macedo, repórter de política do jornal O Estado de S. Paulo.
Apresentação: Lillian Witte Fibe

17.12.08

Tem gente que aprende enquanto ensina

Peço-lhes licença para publicar uma mensagem muito pessoal, de tão pessoal que tem que ser pública, assim dessa maneira. Trata-se da despedida do Coordenador Pedagógico com quem trabalhei nos últimos 3 anos e meio e que muito me ensinou. Como não tive condições de fazê-lo pessoalmente, registro aqui esta pequena homenagem ao José Ricardo Marcondes Paim:


Mestre,

Gostaria de registrar minha gratidão pelos anos de convivência profissional. De agora em diante ela se dará apenas na qualidade de amigo, não mais na de profissional, mas a amizade e o respeito que cultivamos neste tempo não terminam aqui, só se fortalecem.
Hoje, Jaiminho ficou sabendo de sua saída e ameaçou chorar. Tranquilizou-se quando disse que você saiu do Pueri, mas não deixou de ser nosso amigo.
É assim que sinto, por isso uso meu espaço, que é público, para a despedida formal. Não tive coragem de fazê-lo pessoalmente.
Considero-me privilegiado por ter contado com grandes mestres na minha vida: meu pai, o maior deles, pois dele trago aquilo que escola nenhuma poderia ter me ensinado como ele o fez; alguns saudosos professores da escola básica, poucos é verdade; na Universidade marcaram-me Milton Santos, Manoel Seabra, Regina Sader, André Martin, Aziz Ab’Saber, Amália Ignez, Nídia Nacib, José Sérgio, dentre tantos outros; na política a formidável figura de Florestan Fernandes, além dos companheiros que entregaram os melhores anos de suas vidas para a construção da CUT e do PT, não esta CUT e este PT de hoje, nossos sonhos eram outros; finalmente na minha profissão pude conviver com educadores maravilhosos e dedicados ao ofício, uns famosos, outros nem tanto, mas todos verdadeiros mestres.
Você está neste restrito e seleto grupo de mestres, dos quais guardarei o muito que me ensinaram e o pouco que consegui aprender, sendo-lhes grato para sempre.
Sua generosidade em compartilhar os seus saberes, sua maneira doce de liderar e de conquistar o respeito daqueles que coordena, o humor refinado e sutil, são invejáveis e inesquecíveis.
Desejo-lhe sucesso nos seus novos caminhos!

Grande abraço amigo Paim!

14.12.08

AI - 5: quando a ditadura transformou em lei o que já praticava

Ontem o Ato Institucional nº 5 fez 40 anos.
Em 13 de dezembro de 1968 os bandidos que derrubaram o governo legítimo de João Goulart, puseram no papel aquilo que já praticavam desde o fatídico 1º de abril de 1964: terror de estado, tortura, censura e tudo o mais que os fardados e os civis boquirrotos ousaram fazer, com apoio de uma parcela da classe média insossa e ignorante e de uma mídia alinhada com os EUA.
Nossa elite de merda temia perder uns poucos anéis com as Reformas de Base propostas pelo governo de João Goulart.
A mídia nativa, tão cretina quanto hoje, com Carlos Lacerda e os Mesquita à frente, compunham editoriais alertando para o perigo “vermelho”, brandindo contra o presidente “comunista” – como se um latifundiário, da estirpe de Jango, pudesse ser comunista!
O Estado de S. Paulo produziu caderno especial sobre o AI-5. Clique aqui para ouvir, ver e ler. O material é excelente do ponto vista técnico, pena omitir o papel do próprio jornal no golpe de 64 e, ainda por cima, nos dá a impressão, em muitos momentos, que tudo eram flores entre 64 e 68. Faz parecer que somente depois do AI-5 a liberdade foi cerceada. Não foi assim. Veja, por exemplo, o texto do AI nº 1 clicando aqui, ele data de 9/4/64.
Clique aqui e leia especial na Agência Brasil. Preste atenção aos links indicados, particularmente neste, que comenta sobre o papel da OAB neste episódio de tão amarga lembrança para os brasileiros.
O melhor texto, que nos dá a exata dimensão desse crime hediondo cometido pelos bandidos, de farda e também pelos sem farda, é o editorial de CartaCapital desta semana assinado por Mino Carta.
Lá pelas tantas Mino diz o seguinte:
“Diz o Estadão no seu suplemento que a sociedade brasileira apoiou o golpe. Que sociedade, caras-pálidas? Agrada-me, entre parênteses, usar o lugar-comum, tão apropriado, no entanto, para acentuar a palidez dos rostos privilegiados. Sim, a sociedade dos clubes faustosos, dos bairros elegantes, das redações abastadas, e do seu time aspirante, sequioso de ascensão. Enfim, dos democratas da democracia sem povo.”
Clique aqui para ler na íntegra, texto imperdível.
O Rodrigo Vianna fez ótima matéria na TV Record sobre o tema, clique aqui para vê-la.
O que mais me deixa triste é notar que tais episódios, essenciais para compreendermos nosso país, estão banidos dos programas de História da escola básica. Parece que não existiram. Costumo brincar com os amigos professores que a História do Brasil termina em Getúlio Vargas. Espero que a ousadia de algumas instituições universitárias, que têm cobrado o período mais recente da nossa história nos seus exames de ingresso, contribua para uma melhor reflexão sobre esses temas.


Para entender um pouco mais sobre o tema ou personalidade, basta clicar no título:
Atos Institucionais
Reformas de Base
Ditadura Militar no Brasil
Carlos Lacerda
João Goulart

No Youtube
Comício da Central do Brasil
Ditadura Militar no Brasil
Discurso de Márcio Moreira Alves

9.12.08

Quem é o corrupto mesmo?

Em minhas aulas insisto com os alunos que a corrupção é uma via de mão dupla: não existiriam os corruptos se não existissem corruptores!
Parece óbvio, mas diante da mania de nossa mídia de culpar somente os agentes públicos pela corrupção, penso que seja necessário traçar tal obviedade.
Hoje a BBC Brasil apresenta uma matéria na qual afirma que as empresas brasileiras corrompem escancaradamente no exterior! Uns alegarão que estamos ladeados de países de boa estirpe, como a Itália, mas isso não nos engrandece e só vem confirmar aquilo que afirmei no início deste pequeno texto.
Para maior clareza reproduzo abaixo a matéria da BBC:


Brasil é um dos primeiros em ranking de suborno

O Brasil ocupa uma das primeiras posições em um ranking de percepção de suborno transnacional elaborado pela ONG Transparência Internacional (TI).
O estudo, intitulado Bribe Payers Index (“Índice de Pagadores de Suborno”, em tradução livre), foi elaborado a partir de entrevistas com 2.742 empresários de 26 países e analisou a propensão ao pagamento de suborno de empresas dos 22 maiores países exportadores.
Durante as entrevistas, questionou-se sobre a freqüência com que as empresas desses 22 países participam de operações que envolvem subornos nos países de origem dos entrevistados.
A partir daí, foi criado um ranking que lista, nas primeiras posições, os países cujas empresas têm menores índices de corrupção e, em último, os países cujas companhias mais praticam subornos. O Brasil aparece em 17° lugar, empatado com a Itália - na listagem inversa, com os países que mais pagam propina no topo, o Brasil ocupa a 5ª posição.

Brics
Os outros três países que formam com o Brasil o chamado grupo dos Bric (Rússia, Índia e China) tiveram classificações piores no ranking, sendo que a Rússia aparece como o país cujas empresas mais se envolvem em casos de pagamentos de propina no exterior.
Já a Bélgica e o Canadá ficaram empatados em primeiro lugar, o que indica que suas empresas se envolvem menos em casos de corrupção, segundo os entrevistados.
“O índice traz evidências de que companhias dos maiores países exportadores ainda se utilizam de suborno para fazer negócios em países estrangeiros”, diz a presidente da Transparência Internacional, Huguette Labelle.
“A desigualdade e a injustiça que a corrupção causa, tornam vital que os governos redobrem seus esforços para reforçar as leis contra o suborno por parte de companhias estrangeiras. Do mesmo modo, todos os grandes países exportadores devem se comprometer com as medidas da Convenção Anti-Corrupção da OCDE”, completa.

Tipos de corrupção
O relatório também mostra quais os diferentes tipos de subornos utilizados por empresas dos 22 maiores exportadores do mundo.
Segundo pouco mais de 20% dos entrevistados, o tipo de corrupção mais praticado por empresas brasileiras no exterior é o suborno a autoridades públicas menos graduadas, que é definido pela ONG como aquele utilizado para “apressar as coisas”.
Já cerca de 50% dos entrevistados afirmaram que as empresas russas, além do suborno a autoridades menos graduadas, costumam também corromper partidos políticos e altas autoridades.
As empresas mexicanas, por outro lado, foram apontadas por 38% dos empresários ouvidos como aquelas que mais utilizam relações pessoais e familiares para conseguir contratos públicos.
O estudo ainda traz a opinião de empresários sobre quais empresas estrangeiras se envolvem em mais casos de corrupção em seus países.
Os empresários da Europa e Estados Unidos que responderam à pesquisa, por exemplo, consideram que a China e a Itália são países cujas empresas costumam se envolver mais em corrupção na região. Já as companhias suíças e belgas são vistas como as mais honestas.
As empresas chinesas também são vistas nos países da América Latina que participaram da pesquisa (Argentina, Brasil, Chile e México), como as que mais pagam suborno nesta região. As empresas alemãs foram consideradas as mais idôneas.

Setores
O índice também traz os setores da economia cujas empresas mais se envolvem em casos de corrupção.
Um dos rankings aponta quais os tipos de companhia que mais se envolvem, de acordo com os entrevistados, em casos de suborno a autoridades públicas.
Entre os que mais oferecem estes subornos estão empresas que prestam serviços públicos, de construção, imobiliárias e petrolíferas. As mais honestas neste ranking são as que trabalham com computação, pesca e bancos.
Outro ranking aponta aqueles setores cujas empresas mais se envolvem em casos de suborno com o objetivo de influenciar decisões políticas e leis.
Neste caso, as apontadas como mais corruptas também são aquelas dos setores de serviços públicos, construção, imobiliárias e petrolíferas.
Já o setor bancário, que aparece como um dos mais honestos no ranking anterior, não tem um classificação tão boa neste.
O índice ainda aponta que para 49% dos empresários latino-americanos, os esforços de seus governos para erradicar a corrupção têm sido “muito ineficientes”.
O relatório não permite uma comparação com o ranking anterior, realizado em 2006, por analisar menos e diferentes países.


Fonte: BBC Brasil

8.12.08

Vestibular FGV

Ontem foi a prova da GV-Adm. Vestibular muito concorrido e, às vezes, polêmico. Desta feita a prova surpreendeu pelo que trouxe de bom.
Sem abrir mão dos conteúdos ditos tradicionais, a prova foi de excelente qualidade, oferecendo ao aluno adequadamente preparado uma ótima oportunidade de pensar.
Pena que seja o dia inteiro de prova, o que torna a tarefa muito estressante.
Caso queiram ver a prova é clicar aqui, além da prova terão também a resolução dos amigos do CPV, competentes como sempre, noves fora o semblante carrancudo do mestre Vanderlei, mas é só aparência, ele é praticamente um papai noel de bondade!

4.12.08

Algumas leituras recomendadas

Agora estou de volta mesmo! Vamos atualizar as leituras essenciais:

Agência Carta Maior
A tragédia geológica que, a propósito de chuvas intensíssimas, abateu-se sobre a população de várias cidades de Santa Catarina atinge a sociedade brasileira pela dor das mortes e tanto sofrimento humano, mas também como pungente peça acusatória pela histórica e acomodada omissão dos agentes sociais públicos e privados que a poderiam ter evitado.
Impossível não nos ficar a impressão que autoridades e mídia, e talvez uma boa parte da sociedade, já assimilaram como fatos naturais do destino brasileiro as horríveis mortes por soterramento e enchentes que anualmente fazem dezenas de vítimas nessas épocas de chuvas mais intensas. Diluem-se assim comodamente nesse cenário de pretenso destino compulsório as responsabilidades públicas e privadas na verdade responsáveis por tantas vidas violentamente ceifadas.
Leia a íntegra da matéria clicando aqui.

CartaCapital
O banqueiro Daniel Dantas foi condenado a 10 anos de prisão por corrupção ativa, em razão do suborno que Humberto Braz e Hugo Chicaroni fizeram em seu nome ao delegado da polícia federal Victor Hugo Rodrigues Alves Ferreira quando da deflagração da Operação Satiagraha.
O autor da sentença foi o juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que considerou Dantas, Braz e Chicaroni culpados da acusação de praticarem corrupção ativa. A informação foi divulgada pela TV Globo.
Clique aqui e leia o artigo inteiro.

Escrinhador (Rodrigo Vianna)
Chavez tem que mudar o discurso, pra lidar com um novo tipo de oposição nos próximos anos. Já não bastará colar nos adversários o rótulo de “golpistas”. Além disso, o presidente venezuelano precisa se adaptar a uma nova conjuntura mundial, em que Bush deixa de ser o inimigo e o Petróleo perde valor.
Essa é a leitura que Gilberto Maringoni faz do futuro da Venezuela, depois da eleição do último domingo.
Jornalista, professor da Faculdade Cásper Líbero e pesquisador do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Gilberto Maringoni é o autor de um livro fundamental para se entender o que se passa no país vizinho: “A Venezuela que se inventa” (editora Fundação Perseu Abramo).
Ontem, ele foi um dos entrevistados do “Entrevista Record - Mundo”, programa que eu apresento todas as segundas-feiras, às 22horas, na Record News.
A tese de Maringoni é de que Chavez agora não pode mais ficar repetindo (como fez nos últimos anos): “comigo está o povo, na oposição estão os golpistas”. Para ganhar, não basta mais colar esse rótulo nos adversários.
Para ler a matéria completa é só clicar aqui.

2.12.08

Saindo da reclusão

As línguas afiadas andam espalhando que estou fazendo bico como papai noel, é mentira! Além de odiar aquele velho babaca sou muito calorento para a missão.
Na verdade estava ocupado com o fechamento de notas dos meus alunos do Ensino Médio. Este período é o pior que pode haver para o professor, pois temos que transformar o trabalho anual dos nossos alunos em números e julgá-los. Não é fácil!
Apesar do esforço do final de semana, sobrevivi e estou voltando! Azar de vocês que têm que me aturar.

30.11.08

Hoje é dia de PUC e FGV

Dois vestibulares interessantes ocorrem hoje aqui em Sampa: PUC e FGV!
A prova da PUC tem como diferencial três questões dissertativas interdisciplinares, muito boas.
A FGV é sempre um grande desafio. Aconselho aqueles que prestarem GV a prestar atenção na correção do CPV Vestibulares, é só clicar aqui. O time de professores entende tudo de vestibulares, mas muito mais de GV!
Boa sorte a todos!

29.11.08

Desempenho na Fuvest

O portal do ETAPA oferece ótimos serviços para quem prestou o exame da FUVEST e está ansioso por informações:

Clique aqui e calcule a nota da 1ª fase, incluindo os pontos do ENEM.

Vejam a tabela com as projeções (clique sobre ela para ampliar):

27.11.08

Relativizando uma notícia (boa ou má?)

Vejam a notícia da Agência Brasil:

Governo federal vai financiar construção de sete presídios para jovens no país

Marco Antonio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Justiça entregou hoje (27) o projeto executivo de sete presídios para jovens adultos (com idade entre 18 a 24 anos) a serem construídos nos próximos meses em diferentes estados brasileiros.
Cada penitenciária vai gerar 421 vagas e a previsão do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) é de que as unidades estejam prontas no segundo semestre de 2009. Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, os futuros presídios marcam uma mudança conceitual na política penitenciária do país, ao priorizarem as condições de ressocialização.
“É a interrupção de uma cadeia de formação de criminosos que abala toda a sociedade. É um investimento altamente positivo, necessário e que não deve ser interrompido”, disse o ministro.
“Teremos condições reais e efetivas de realizar tratamentos para a reintegração dos presos e assim evitar a reincidência”, acrescentou o diretor-geral do Depen, Airton Michels.
As unidades prisionais, de âmbito estadual, terão salas de aula onde os detentos receberão cursos educacionais e profissionalizantes. Haverá, ainda, ala de saúde com médicos, psicólogos e assistentes sociais. Cada detento dividirá a cela com outros cinco presos.
O único critério a ser respeitado para encaminhamento de condenados aos presídios destinados a jovens será a faixa etária, não havendo nenhum tipo de restrição relativo ao tipo de crime praticado.
Para construção dos presídios, o Ministério da Justiça vai repassar em torno de R$ 14,8 milhões a cada um dos sete estados contemplados com os projetos: Bahia, Alagoas, Piauí, Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A iniciativa de criar as unidades prisionais, de âmbito estadual, faz parte do Programa Nacional de Segurança com Cidadania (Pronasci).
De acordo com o Depen, a população carcerária do Brasil é de aproximadamente 443 mil presos dos quais, 112 mil, 26% do total, são homens com idade entre 18 e 24 anos.

O lado bom da notícia: a idéia de ressocialização.
O lado ruim: só agora tivemos essa idéia? E só para aqueles que tenham entre 18 e 24 anos de idade?
Podemos entender como uma pequena semente de mudança no sistema prisional, por outro lado ela pode ser infrutífera se a miséria e a desigualdade continuar campeando no país, ou com reduções a passos de tartaruga como vemos hoje.
Na minha modesta opinião de nada adianta reformas no sistema prisional se não tivermos amplas reformas na sociedade (de base?).
A começar pela educacional. Educação pública, de boa qualidade, em período integral e pública para todos! Entendo esse como ponto de partida. Só assim evitaremos novas boas notícias como esta.

25.11.08

Tempo de mudar de tempo

Aproxima-se o final de mais um ano.
Logo começarão os “resumos dos fatos mais importantes do ano de 2008”. Coisa bem chata de se ver e se ler. Normalmente a TV dedica boa parte do tempo para as celebridades e para as tragédias. Deprimente!
Naqueles poucos momentos dedicados à política não faltarão menções à eleição de Barack Obama.
Óbvio que um presidente negro num país racista como os EUA é algo de muita significância, mas não é a redenção dos pecados do mundo. Parece-me que os EUA perseguem os modelos fascistas, na busca insana do salvador da pátria. Era o Bush, agora é o Obama.
A crise mundial, provocada pelo deus mercado, também deverá ocupar minutos preciosos, entre a propaganda de um banco e a de outro.
Duvido que a mídia ouse dizer que a culpa é de quem tem a grana e o poder. Ou diga, com todas as letras: o neoliberalismo conduziu o mundo ao fracasso!
Ainda penso que o excesso de lucro é o pai das crises do sistema capitalista, mas prometo voltar ao assunto quando tiver mais tempo.
Aqui, ao sul do Equador, continuaremos neuróticos com nossa mídia grande, ou como gosta Paulo Henrique Amorim, o PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Durante muito tempo li nos cadernos de economia que o dólar abaixo de R$ 2,00 seria a plena falência da nossa economia, agora leio que o dólar acima de R$ 2,00 é a própria encarnação do capeta! Vai entender.
Os grandes e graves problemas continuarão esquecidos, providencialmente, nas mesas e gavetas dos editores e dos supremos juízes: crimes do colarinho branco, fusão da BrOi, reforma política, escândalo da Alstom...
A indignação continuará seletiva, só atingirá aqueles que não pertencem ao seleto clube que sempre esteve no poder ou aos seus apaniguados.
A educação continuará sendo discutida nas páginas de Veja, no seu monumental esforço tucano-privatista.
Os nossos não partidos políticos continuarão a não ter projetos para o nosso país. Aliás, terão: contratar o melhor marqueteiro para as eleições de 2010.
Depressão pré-natalina? Pode ser. Na verdade odeio o natal. Aquele velho barbudo com aquele enorme saco nas costas me causa asco. E o casacão? E ainda aquela simulação de neve? Um horror!

22.11.08

Domingo é dia de FUVEST!

E mais um montão de vestibulares Brasil a dentro!
É um exame exigente demais e reflete bastante as injustiças do nossos país, uma vez que a maioria dos estudantes oriundos das escola pública ficarão de fora da USP e demais universidades públicas.
Para quem vai prestar o exame amanhã, alguns conselhos:
- muita calma, relaxe sem exageros;
- nada de exageros do tipo festas, etílicos ou gastronômicos;
- visite o local de exame ainda hoje, principalmente se você não o conhece (em caso de dúvida, clique aqui e verifique onde fará a prova).
No mais, muito sucesso para todos!

20.11.08

Dia da Consciência Negra

Muito oportunamente a revista Caros Amigos lança uma bela coleção:



O professor Joel Rufino dos Santos é historiados, professor universitário e autor de vários livros, sendo reconhecido legitimamente como referência em história africana e do povo negro brasileiro.
Abaixo as capas dos 2 primeiros fascículos:




17.11.08

Vestibulares 2009

A maratona dos vestibulares está a todo vapor!
A moçada está suando os neurônios, se é que é possível.
Ontem teve Unicamp, um exame sempre cercado de expectativas, pois além de ser uma das melhores instituições de ensino e pesquisa do país, sua prova é sempre muito criativa e dissertativa, não há espaço para os testes.
Não gostei da prova de Geografia da Unicamp ontem. Pareceu um pouco de forçada de barra.
O tema geral da prova era “O homem e os animais”. Clique aqui e aqui para ver a resolução feita pelo UOL Vestibulares. Pouco criativas e, de certa forma, com conteúdos tradicionais demais da conta. Clique aqui e veja o contraponto com essa de História, criativa e inteligente, abordando um conteúdo importante e tradicional das provas de História.
Ontem também foi dia de ESPM (clique aqui para conhecer a instituição).
Na prova de Geografia alguns temas conhecidos e questões bem elaboradas e uma bastante ousada, a primeira, que combinava Geografia e Literatura. Clique aqui e veja os comentários dos amigos do CPV.
Uma prova capaz de deixar os professores de Geografia felizes e saltitantes foi a da FGV/Direito. Clique aqui e veja que beleza de prova. Conteúdos tradicionais, mas atualizados, com necessidade de reflexão e domínio do texto, além dos conceitos geográficos. Cabe-nos ressaltar e lamentar a ausência de Geografia Física, por opção da banca examinadora, na minha modesta opinião, um grande equívoco.
Bom, logo chega o bicho papão: FUVEST!

15.11.08

Domingo é dia de UNICAMP!

Aos meus alunos e alunas que farão a prova da UNICAMP fica aqui o meu desejo de muito sucesso!
Tranquilidade e calma são itens fundamentais para a prova! Ler a prova com atenção e cuidar da redação das repostas é grande parte do caminho para a 2ª fase.
Mais uma vez sucesso a todos!

13.11.08

Mais um jovem assassinado bestamente

Copiei do Blog do Ferréz. Clique na imagem para ampliá-la.

Mais uma crise, a nossa crise!

Hoje os jornais apresentam com grande destaque mais uma crise no governo Lula, desta feita envolvendo o aparato repressivo, principalmente a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência.
Há uma escalada contra algumas figuras importantes dos últimos meses, particularmente o delegado Protógenes Queiroz e o juiz Fausto De Sanctis, ambos responsáveis pelas prisões de importantes figuras da rapinagem de colarinho branco e contas recheadas.
Os mocinhos viraram bandidos rapidamente! Obra e graça da mídia nativa e da grana os ex-presidiários possuem, inclusive com direito a recordes de tempo para emissão de Habeas Corpus pelo ministro-empresário do STF, Gilmar Mendes.
Vejam, clicando aqui, que matéria interessante, da pena de um dos melhores JORNALISTAS (assim mesmo, com letras grandes) deste país, Bob Fernandes.
A mesma questão abordada pela Folha de São Paulo e pelo Estadão você encontra clicando aqui e aqui respectivamente.
Se tal crise prospera, como promete, só me resta somar àqueles que consideram o presidente Lula um frouxo!
Compensa ler com atenção o texto que segue abaixo, de autoria de Luciano Martins Costa e veiculado no programa de rádio do Observatório da Imprensa (disponível no Observatório da Imprensa):

Duas polícias
O noticiário de quinta-feira (13/11) dos jornais pode induzir o leitor a entender que há duas polícias atuando no caso do Banco Opportunity: uma investigando crimes atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas e seus sócios e outra investigando os investigadores.
Enquanto uma das partes alimenta a imprensa com supostos abusos cometidos pelo delegado Protógenes Queiroz e seus assistentes, outra segue tentando esclarecer até onde foram as ações ilegais do banqueiro.
Entre os dois principais jornais de São Paulo, observa-se claramente que a Folha de S. Paulo dá mais destaque à apuração de possíveis abusos da polícia, enquanto o Estado de S. Paulo oferece mais espaço para novidades nas denúncias contra Dantas.
Em destaque na edição de quinta-feira (13) no Estadão, a notícia de que nova investigação da Polícia Federal encontra mais indícios para incriminar o controlador do Banco Opportunity. Em destaque na Folha, a estratégia dos advogados de Daniel Dantas, que pretendem pedir a anulação de todos os processos penais e de inquéritos produzidos pela Operação Satiagraha e levar o processo para o Supremo Tribunal Federal.
O noticiário pode levar o leitor a entender duas coisas: primeiro, que o barulho em torno da apuração dos métodos da Polícia Federal ajuda o acusado. Segundo, que os advogados de Dantas confiam plenamente em um julgamento favorável no Supremo Tribunal Federal.

Fraturas do sistema
Paralelamente ao caso específico da chamada Operação Satiagraha, o Estado de S. Paulo oferece uma entrevista com o diretor dos Serviços Judiciários do Principado de Mônaco, responsável pela extradição do banqueiro Salvatore Cacciola para o Brasil. Ali estão expostas as fragilidades do controle do Estado sobre grandes somas de dinheiro que circulam pelo sistema financeiro internacional, o que facilita fraudes e estimula o crime do colarinho branco.
A imprensa poderia fazer mais desses trabalhos: em vez de se perder nos detalhes confusos de uma investigação, explicar para o leitor como funcionam os grandes esquemas, e por que nenhum governo até hoje produziu um sistema eficiente para controlar o fluxo do dinheiro sujo pelo mundo.
Pelas fraturas do sistema financeiro internacional se movimentam o dinheiro do narcotráfico, os lucros da corrupção e os ganhos de especuladores.

A propósito e para encerrar com chave de outro, reproduzo texto do Mino Carta, editorial publicado na Revista CartaCapital de número 521:

Um pesadelo, creio eu
Ocorre-me um enredo estranho, peculiar, não sei se li algum dia e vem da memória, ou de um sonho. É um conto, eu diria, não simplesmente policial. Nele a complexidade é notável, atinge profundidade igual à alma de um país.
O entrecho começa pela descrição do seu protagonista, que o autor batiza Ezequiel. Por trás de olhos azuis carregados de estupor à beira da insegurança, ele é obcecado pelo impulso irredutível da acumulação. Dinheiro e poder. Determinado, audacioso, singra a vida ao sabor de casos de corrupção e falcatruas de alto bordo, com o adendo de capilares operações de escuta telefônica. Uma investigação policial apura-lhe o conjunto da obra e indicia Ezequiel. Nos seus escritórios, apreende, inclusive, discos rígidos que, tudo indica, resumem suas aventuras e apontam parceiros. Nada acontece, com a inestimável contribuição de certa juíza da Suprema Corte, cenho de governanta de castelo escocês e carente de lábios. Ela impede com argumentos “pueris” (o adjetivo é do autor) a abertura dos tais discos.
Desde o momento das privatizações das telefônicas e que tais por parte do governo do Pássaro Misterioso, episódio que passou a ser conhecido como “A Bandalheira Supimpa”, a história de Ezequiel não somente divide a polícia, mas também, e sobretudo, atinge os mais altos escalões da política, para tornar-se epicentro da luta intestina pelo poder. E chega até a embrenhar-se, com tocha e cordas, pelas cavernas dos humores nacionais. Quanto a esta incursão nas entranhas de emoções e pendores da nação, o autor será mais explícito mais adiante.
Depois de indiciado, passam-se quatro anos, e no ínterim Ezequiel prossegue nas suas investidas. Entre outras façanhas, entrega à revista de maior tiragem do País um dossiê falso de contas no exterior de figurões variados, a começar pelo presidente da República. Segundo o autor, trata-se de uma manobra urdida por Ezequiel para medir o grau da sua influência. Regozija-se ao cabo: tudo passa na mais alva das nuvens. Move-se, porém, outra operação policial, comandada pelo delegado Aristófanes. O projeto prevê a conclusão das investigações para data posterior a certas eleições programadas para começo de outubro. O furo de uma repórter de conceituado jornal revela a operação em andamento em abril. Aristófanes decide então apressar o desfecho, na tentativa de evitar que o Manobrista Excelente tenha tempo para excogitar largas precauções.
Como e por que a repórter entrou em cena, e como e por que o jornal publicou-lhe o texto o autor não esclarece. Limita-se a aventar a hipótese de algum redondo contato entre o investigado e a cultivadora de furos. De todo modo, os resultados da operação policial acabam na mesa de um jovem juiz de primeira instância, o qual determina a prisão da indigitada figura e de alguns dos seus apaniguados. Um deles, aliás, tentou corromper um delegado a mando daquele, na certeza de que todos têm seu preço.
Assume grandiosamente a ribalta o presidente da Suprema Corte, pomposo luminar da ciência jurídica, versão às avessas da história do sapo transformado em príncipe. Ele mimeografa habeas corpus a favor dos presos como o aprendiz de mágico multiplica vassouras. Memorável a passagem em que o autor colhe Ezequiel a dizer que na Suprema Corte conta com “facilidades”, bem como aquela em que avisa: obrigado a falar, botará a boca no trombone. E tudo fica basicamente como estava meses a fio. O único evento digno de registro é a autorização dada pela Corregedoria da Polícia para uma operação de busca e apreensão nas casas dos delegados que se permitiram investigar Ezequiel. Só falta prendê-los. O autor, que gosta de suspense, deixa entrever a possibilidade deste happy ending.
Não escapa, de todo modo, à moral da fábula: não há corruptor sem corrupção, e é tolo quem não se aproveita da situação, excepcionalmente favorável para um mestre no assunto como Ezequiel. Inocente, é óbvio, pois cumpre as regras do jogo, e estas valem mais que a lei. Nas linhas derradeiras, a chave para o melhor entendimento: a minoria privilegiada, e os aspirantes ao privilégio, vislumbra em Ezequiel o seu herói, aquele que mostra o caminho da felicidade do alto da montanha da sabedoria.
Enredo de um conto do absurdo? Talvez sonhei, como já disse, e teria sido pesadelo. Observo, porém, certas semelhanças com eventos dos últimos anos ocorridos neste nosso país do futuro.

Embora com a “palavra inteira”, este texto destina-se apenas aos bons entendedores da política brasileira.

Revista Fórum

A edição de outubro da Revista Fórum está supimpa!
A entrevista de Luiz Gonzaga Belluzzo é simplesmente sensacional.
Elucidativa quanto à crise que ameaça o planeta, além de apresentar uma leitura do estágio atual da sociedade estadunidense extremamente perspicaz.
A leitura é obrigatória para quem deseja entender que existe além do Jornal Nacional e da Veja.

11.11.08

A reordenação pós-crise - texto da Agência Carta Maior

Com a chamada "A REORDENAÇÃO PÓS-CRISE" a Agência Carta Maior brinda-nos com excelente texto sobre a crise financeira mundial e o papel do Brasil nela.
Abaixo segue a introdução do texto.

US$ 553,5 bilhões atam o Brasil à ciranda mundial

Redação - Carta Maior

Moeda é poder. O consenso aparente em torno da regulação dos mercados nesse momento esconde a dimensão política da crise. Existe hegemonia embutida em uma nota de dólar; explorados e exploradores na definição da taxa de juro. Está em jogo a reordenação da hierarquia entre moedas abalada pelo colapso da ordem neoliberal. A prática não ecoa o consenso reformista dos discursos oficiais. Foi assim também em 1929.
Uma Guerra mundial levou para os campos de batalha a arbitragem de impasses que paralisavam as nações, corroíam regimes monetários e minavam a produção e circulação da riqueza. A nova correlação de forças sancionada pelo argumento bélico foi legitimada em Bretton Woods, em 1944, quando a velha liderança britânica cedeu lugar à supremacia dos EUA, dos seus bancos, da sua indústria e da sua moeda em todo o planeta.
A disputa em marcha no mundo encontra urgências e impasses equivalentes na vida interna das nações. O Brasil não é exceção: US$ 553,5 bilhões de dólares atam o país à ciranda mundial.
Decisões tomadas desde os anos 90, destinadas a atrair, incentivar e garantir a mobilidade do capital estrangeiro na economia nacional restringiram a autonomia da política econômica e podem enfraquecer o Brasil nas respostas para enfrentar a crise. A prerrogativa da intervenção pública - sobretudo no mercado financeiro - ficou subordinada a regras que fortalecem e protegem grupos de interesses locais e internacionais; os mesmos que agora ameaçam por em movimento uma montanha desordenada de capitais voláteis, cuja força é suficiente para reverter a retomada do desenvolvimento.
Hoje esses recursos equivalem a US$ 553,5 bilhões. Um poder de pressão quase três vezes (2,7 vezes) superior à margem de autonomia proporcionada pelas reservas cambiais acumuladas desde 2003 (US$ 200 bilhões). Assimetrias dessa ordem ajudam a entender um paradoxo da crise: a exemplo do Brasil, inúmeras nações da periferia do capitalismo clamam por reformas na arquitetura financeira mundial, mas hesitam em aplicá-las internamente.
Para entender como essa dependência se cristalizou e a dificuldade para reverter algo que aprisiona a economia numa espécie de “caos calmo”, Carta Maior ouviu vários economistas entre os quais a professora Daniela Magalhães Prates, da Unicamp. Especialista em economia internacional, Daniela publicou recentemente um artigo oportuno em parceria com Marcos Antonio Macedo Cintra, também da Unicamp: “Keynes e a hierarquia de moedas: possíveis lições para o Brasil”, texto incluído na coletânea “Economia do Desenvolvimento, teoria e políticas keynesianas”, organizada por João Sicsú e Carlos Vidoto.
Clique aqui para a íntegra da matéria.

9.11.08

Futuro Líder

O blog dos alunos e alunas da Escola Pueri Domus - Unidade Crescer Sempre já está no ar!
O nome do é "Futuro Líder".
Clique na imagem abaixo para ter acesso ao blog.


Machado de Assis

Vejam que página excelente preparada pelo MEC:

Clique na imagem para acessar o portal.

6.11.08

Novo blog

Estarei ausente nos próximos 3 dias. Estou trabalhando na preparação do blog dos alunos da Escola Pueri Domus - Unidade Crescer Sempre.
Visitem-nos: www.liderdofuturocs.blogspot.com

5.11.08

Obama presidente!

Como não poderia deixar de fazer segue o texto do blog A ESCOLHA DO PRÓXIMO PORTEIRO:

Senhoras e Senhores, o 44º Presidente dos Estados Unidos: Barack Hussein Obama

A sensação

Foi uma noite linda.
Acompanhando, perplexo, desde as 5 PM, testemunhei uma corrida presidencial que começou às margens estaduais de George W. Bush v. John Kerry, e transcendeu a façanha descomunal quando Barack Obama passou a vencer estado trás estado vermelho, até terminar com uma esmagadora maioria de Votos Eleitorais, e mais de sete milhões de votos a mais do que seu rival, John McCain.
Quando Obama venceu Ohio, a multidão que se assentava em Grant Park, Illinois, respirou aliviada. Mais de 125 mil pessoas ansiosas, à espera de um resultado diferenciado, finalmente puderam constatar que o democrata venceria em grande escala, conforme o esperado. O público republicano, insistindo na negação das pesquisas às vésperas das eleições, compreendia que a luta de McCain tornara-se mais complicada do que o desejado.

Clique aqui para ler o restante do texto.

4.11.08

Entrevista com Moniz Bandeira na Agência Carta Maior

O declínio da hegemonia dos EUA e os desafios para um projeto de esquerda

A hegemonia dos EUA na América Latina se desvanece como decorrência do fracasso das ditaduras militares e das políticas neoliberais aplicadas por governos democráticos. O neoliberalismo desmoralizou-se, o Estado voltou assumir função de organização do sistema produtivo. Mas a esquerda segue sem uma plataforma. "Grande parte da esquerda, sem conhecer o pensamento de Marx, continua a pensar conforme os parâmetros gerados ao tempo de Stalin", avalia o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira.

Redação - Carta Maior

Ganhe quem ganhar as eleições desta terça-feira, o novo presidente dos EUA tomará posse em 20 de janeiro de 2009, em meio a uma crise mundial que alguns avaliam como igual, ou pior que a de 1929. Daquela emergiu a liderança transformadora de Franklin Roosevelt nos EUA; mas também houve Hitler, na Alemanha e ambos se viabilizaram através de uma Guerra Mundial.
A única certeza, desta vez, é que não será uma simples troca de guarda no trono do império. Os EUA constituem o epicentro de um colapso que marca o fim da supremacia dos mercados financeiros desregulados em todo o planeta. A implosão dessa engrenagem liberou massas de instabilidade descomunais. Dia a dia sua propagação avança em movimentos assimétricos, sem que se possa antever ainda, com toda clareza, qual será a real extensão dos abalos econômicos, bem como os desdobramentos políticos que ela trará.
Um marcador inaugural do ciclo que agora se fecha poderia ser 11 de setembro de 1973.
O local, o Chile, de Salvador Allende. A parteira da história: as baionetas, metralhadoras e caças aéreos mobilizados para atacar La Moneda, o palácio presidencial onde o médico socialista Salvador Allende morreria. Pelas mãos da Junta militar liderada pelo General Augusto Pinochet, o neoliberalismo radical de Hayek e Friedman deixaria os laboratórios de economia de Chicago para voltar à história. O ensaio chileno antecederia em quase uma década as políticas consagradas pelo Consenso de Washington que agora desabam ruidosamente.
Depois de um ciclo que começou em sangue, e termina agora em desastre econômico planetário, qual será o passo seguinte da história? Que lições o passado oferece ao futuro para evitar a repetição de erros, ilusões e tragédias? Em que medida a crise amplia ou restringe o espaço de autonomia política dos povos latino-americanos? Até que ponto ela enfraquece a capacidade de intervenção norte-americana, inviabilizando novos golpes e ações violentas como a que derrubou Allende? Quais os trunfos, e limites, para um avanço das agendas progressistas na região?
Para responder a essas e outras urgências, Carta Maior entrevistou o cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira. Professor titular de História da Política Exterior do Brasil na Universidade de Brasília (UnB), hoje aposentado, Moniz Bandeira é autor de mais de 20 livros que o credenciam como uma voz obrigatória nesse momento. O título de sua obra mais recente, lançada simultaneamente no Brasil e no Chile, sintetiza essa pertinência: “Fórmula para o caos – A derrubada de Salvador Allende (1970-1973)”.


Leia a entrevista clicando aqui.

Entrevista publicada pela Agência Carta Maior em 03/11/08.

Congresso de Pedagogia em Cuba

Clique sobre a imagem para ampliá-la.



3.11.08

Zé Dirceu na CartaCapital

CartaCapital - 5/11/08.

A CartaCapital desta semana apresenta excelente entrevista com Zé Dirceu, o todo poderoso da República. Leia aqui parte da entrevista.
Na mesma revista apresenta também a versão do delegado Protógenes Queiroz, clique aqui para ler parte dela.
Leituras imperdíveis e esclarecedoras.
As negativas e desvios lembram-me da estratégia de Maluf. Este costuma posar de vítima, Dirceu não perde o jeitão arrogante.
É com este Maquiavel tupiniquim que o PT tem que se haver.
Tudo nele soa-me ensaiado demais, apela ao legalismo e ao fato de “ninguém provou nada contra mim”, ou seja: malufismo puro!
Quem diria! O famoso “Daniel” – codinome cubano – endireitou. Nada pior do que um ex-comunista na direita.
Ele sempre foi da turma que dizia que os fins justificavam os meios. Mesmo nos combates internos do Partido.
Inteligente, ágil, um verdadeiro “animal” político. Infelizmente as ações que ele capitaneou, não apenas no governo Lula, mas bem antes disso, enterraram a ética e as novidades do PT.
Hoje ele é um partido idêntico aos outros. Deve muito disso ao Zé Dirceu e a sua turma.

31.10.08

Eu odeio esse tal de halloween

Não suporto os sinais de submissão cultural que externamos vez ou outra. Dentre minhas irritações uma se destaque: essa imbecilidade que chamam de “dias das bruxas”.
No meu tempo a gente comemorava o “dia das bruxas” no aniversário da sogra e só.
Agora as escolas se enfeitam e as crianças saem às ruas e condomínios com essa babaquice de “gostosura ou travessura”.
No meu endereço anterior submeti um grupo de crianças, entre 5 e 12 anos, a uma hora de aula sobre a importância do Saci Pererê.
E os adultos então? Parecem seres extraterrestres vestidos de imbecis, ou seriam imbecis vestidos de extraterrestres?
O pior é a pressão que as crianças recebem. Hoje meu filho de apenas 9 anos – incompletos – veio com a história de que sairia com os amigos para visitar os vizinhos. Não tive dúvidas: escondi todas as chaves! Não vai mesmo!
Prefiro um filho palmeirense a um que saia no dia das bruxas com essas fantasias de abóboras ridículas pedindo balas e doces.
Ano que vem vou preparar balas de pimenta malagueta!
Para quem não conhece a história dessa violação cultural veja aqui a origem da festa. Aqui uma versão diferente.
A cidade de São Luiz do Paraitinga, em São Paulo, reagiu de maneira bem humorada a esta palhaçada. Veja aqui o que eles fizeram.

30.10.08

Ferréz

Esse moço é fera! Vem lá do Capão Redondo e faz um trabalho que dá gosto de se ver!
Já comprou briga com Luciano Huck – clique aqui para lembrar da treta – e por isso está sendo processado: “apologia ao crime”.
Está na TV (Programa Manos e Minas – TV Cultura), escreve na Caros Amigos, de vez em quando na Folha de S. Paulo, publica uma coletânea – Literatura Marginal – de vez em quando que dá voz aos poetas da periferia, tem uma grife, a 1 Da Sul, lojas, selo de Rap, canta e compõe... Como dá tempo para tudo isso?
O cabra em questão é Ferréz, lá do Capão Redondo, periferia de São Paulo.
Querem conhecê-lo? Visitem sua casa virtual clicando aqui.
Leiam o texto que o mano colou no blog (tem um trecho abaixo).

Voltei e estou armado

Estou armado, talvez seja preso por porte ilegal de inteligência, e passe a vida inteira em prisão aberta, pagando uma grande pena e vendo um país ir pro buraco.
Minha pena seria notar a empresária que gasta vários salários mínimos com seu lindo cachorro, mas quando a diarista quer subir 10 reais na faxina, reclama, fala da situação do país, que se ela não quiser ficar, vai ter fila pra substituir.
Talvez eu tenha que fazer comparação, como pensar que no Egito acharam indícios que pra construir as pirâmides, os construtores ganhavam cerveja como pagamento, o que mudou vendo os trabalhadores lotando os bares depois que chegam do serviço?
Bispa esconde dinheiro dentro da bíblia mas pro fiel cego e louco por alguma salvação tudo passa batido e é explicado, ela é inocente, quem acusa é o diabo.
Carnaval tem como tema a cultura portuguesa, os descendentes de índios se vestem para homenagear o seu algoz.


Para ler a íntegra é só clicar aqui.

27.10.08

Luiz Gonzaga Belluzzo no Roda Viva - TV Cultura

Hoje - 22H10min

Segue a incerteza na economia mundial, com bolsas em queda e governos buscando alternativas para contornar a instabilidade financeira.No Brasil, a oferta de emprego e a inflação ainda não deram sinais de abalo, mas os reflexos da crise financeira já são percebidos pelo mercado, principalmente com queda nos investimentos, o setor produtivo em compasso de espera, o crédito reduzido e com o câmbio volátil. A Bolsa de Valores de São Paulo registra o pior resultado dos últimos três anos. No caminho inverso, o dólar se valoriza e obriga o governo a negociar as suas reservas cambiais.O Banco Central toma medidas para reduzir o impacto na economia brasileira e o Governo acena com a possibilidade de adquirir bancos e ajudar empresas exportadoras e construtoras para manter o crescimento da economia do país.Formado em Direito, Luiz Gonzaga Belluzzo destacou-se com seus conhecimentos e atuação na área econômica. Ele foi secretário de assuntos econômicos do Ministério da Fazenda na década de 80 e tornou-se um dos pais do Plano Cruzado, em 1986. Atualmente, além de diretor de planejamento do Palmeiras e professor da Universidade de Campinas e Faculdade de Campinas, Belluzzo é também presidente do Conselho Curador da TV Brasil, canal público recém lançado pelo Governo Federal.

Entrevistadores: Luís Nassif, diretor da Agência Dinheiro Vivo, blogueiro e comentarista do Jornal da Cultura; Sergio Malbergier, editor do caderno Dinheiro do jornal Folha de S. Paulo; Leandro Modé, editor-assistente do caderno de economia do jornal O Estado de S. Paulo, Raquel Balarin, editora especial do jornal Valor Econômico.

Perguntas dos telespectadores: Carmen Amorim.Twitter no estúdio: Tiago Dória, blogueiro (http://twitter.com/tdoria), Leandro Gabriel, consultor em finanças (http://twitter.com/trecker), Thiane Loureiro, gerente de comunicação digital e corporativa (http://twitter.com/thiane).

Fotógrafo convidado: Adriano Lima, designer (www.flickr.com/photos/adrianolima)

24.10.08

Capitalismo em crise

Esse é o título de uma página especial criada pela Agência Carta Maior. Nela grandes nomes da economia e da política analisam a crise atual do capitalismo e suas perspectivas.
Leitura alentadora no meio de tantos tiros a esmo e tantos interesses subliminares.
Clique no banner abaixo para acessá-la:

23.10.08

O sujeito do conhecimento

O amigo Guilherme Santinho Jacobik manda para o blog uma reflexão sobre tema amplamente discutido na atualidade: educação.
Mestre em educação pela Universidade de São Paulo e professor da UNIBAN, com grande atuação na escola básica, Guilherme não fala apenas de questões teóricas.
Suas reflexões resultam da sua convivência cotidiana, como pesquisador e profissional, com a educação e com a formação de professores.
Abaixo segue a parte introdutória do artigo:


Que grande dilema vive a escola contemporânea, campo de nossa atuação como educadores, imersa na chamada “sociedade da informação” e perdida nas inúmeras rotulações que lhe são impostas: tradicionalista, atrasada, arcaica, chata etc.
Um grande número de “especialistas” e articulistas de jornais, revistas, rádios e canais de televisão, enfim, da mídia, apontam seus dedos críticos à instituição Escola e, por conseguinte, ao seu maior representante, o professor. Acusam tanto os que atuam quanto os em formação inicial pelo estado precário em que se encontra o ensino no país. De tempos em tempos listas e dados estatísticos, ora do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) ora da UNESCO (Órgão da Organização das Nações Unidas ligado às questões educacionais), entre outros, alimentam as críticas e, sem analisar a macro-conjuntura política, econômica e social, encontram facilmente o “bode expiatório” ideal: o professor. E surgem expressões que, de tão repetidas, já ecoam entre nossos próprios pares, entre os próprios educadores: “Os professores pararam no tempo”; “Os professores não querem inovar”; “Sua formação é péssima”; “O professor perdeu sua vocação”, entre tantas outras.
Este é um registro sintomático, não da condição da Escola e de seus Educadores, mas de uma histórica falta de reflexão conjuntural daqueles que analisam o ensino formalizado.
É fato que em termos quantitativos de informação e tecnologia, muito se mudou socialmente. A quantidade de meios de exposição à informação é imensa: internet, T.V., rádio, periódicos, livros etc. Mas será que todo esse contato permitiu a formação de sujeitos com opiniões críticas sustentadas? Terão estes estímulos tornado-se conhecimento a serviço da melhoria social, seja ela individual ou coletiva? Obviamente que não, é o que a realidade nos mostra e a culpa não é somente da Escola
Hoje é lugar comum apontar a defasagem tecnológica de nossas escolas como ponto forte do fracasso da formação do aluno. Pergunto: abastecer a escola (essa mesma criticada) de computadores resolverá essa defasagem? A mudança necessária às escolas, para que estas formem alunos capacitados à vida social, passa apenas pela substituição material?
Não pretendo neste artigo defender ou refutar as inovações materiais na escola, mas sim, levantar mais questões do que as pretensiosas certezas daqueles que criticam o professor, entre elas, duas iniciais: A formação do aluno, tão duramente questionada, deve servir a quê e a quem? Em que outro espaço social há a possibilidade de reflexão sobre o papel dos sujeitos na sociedade, do que a escola?
(...)
Gostaria de finalizar registrando, talvez até de forma defensiva, pois sou também educador, que a Escola tem sido responsabilizada por uma série de absurdos, no entanto, estou convicto ainda, apesar dos tantos anos de luta, que é dela que partem as idéias mais avançadas de mudança social. A rede de relações possíveis numa escola não deve refletir a selvagem relação do mercado, a instituição escola é ainda o campo fértil da reflexão e da ação para a mudança, para o melhor que há na natureza humana. Num momento em que a sociedade não crê mais na Educação como possibilidade de ascensão social, o que se tratava de mais um dos mitos em torno da escola, é ainda nela que se proporciona o convívio da diferença em níveis saudáveis, as trocas de pontos de vistas e a instrumentalização necessária para enfrentar a realidade.

Para ler a íntegra do texto O sujeito do conhecimento, clique aqui.

22.10.08

Dicas para a UNICAMP

Esta postagem é especial para os meus alunos da 3ª Série do Ensino Médio.
O UOL publicou excelentes dicas para o vestibular da UNICAMP, uma das melhores instituições de ensino e pesquisa do Brasil.

Clique na figura abaixo:

21.10.08

Sobre professores e professoras

Dia 15 último comemoramos o dia do professor. Nosso dia! Os professores e professoras do Ensino Fundamental ainda ganham presentes dos guris e gurias. Os do ensino médio são lembrados pelos dirigentes das escolas, por políticos – principalmente em época de eleições – e por alguns alunos.
Com exceção deste dia vivemos sob ataque constante.
Parte da mídia grande resolveu que todos os problemas do sistema educacional brasileiro recaem sob os ombros dos trabalhadores da educação.
Ora por serem mal formados, ora por serem descompromissados.
A grande mídia, principalmente em São Paulo, fez um esforço danado para quantificar as faltas dos professores da rede pública, além de desqualificar, sem nenhum senso crítico apurado, o material didático escolhido pelos mesmos.
Alguns outros nos olham como se fossemos sacerdotes. Não somos. Somos profissionais e como tal, precisamos ser respeitados e nos fazer respeitar.
A forma míope de ver da mídia esquece que o professor não é onipotente e onipresente no processo educacional. Embora seja fundamental, ele se submete a uma relação política muito mais profunda, que envolve inclusive o pensamento estratégico e geopolítico daqueles que ocupam o poder de Estado.
Também operam a partir do contexto social e cultural de cada época e lugar.
A educação pública tem caminhado para a construção de uma sociedade subserviente, tecnológica e economicamente falando, produto do pensamento neoliberal que tomou conta dos últimos governos, deixando de lado a pesquisa e as inovações tecnológicas.
Por outro lado o professor, ao contrário do que preconiza a revista Veja, não constitui um ser político atuante. Prova disso é a fragilidade do movimento sindical, fato amplamente demonstrado na sequência de derrotas dos movimentos grevistas, não só em São Paulo, mas também em outros estados da Federação. Também encontra sérias dificuldades para conseguir expressar suas necessidades nos diversos partidos políticos com representação no Congresso Nacional.
A educação pública do nosso país precisa de uma linha mestra que indique a construção de um país produtor de tecnologia, inovador – com verbas e estímulos à pesquisa – e com capacidade para absorver cidadãos qualificados.
Para isso a valorização do professor, com melhores salários, condições de trabalho dignas e incentivo ao seu constante aprimoramento é urgente.
Isso só será possível quando a sociedade conseguir construir uma política educacional de Estado e não sujeita aos humores de poderes transitórios, mesmo que garantidos por 16 anos, como parece ser o caso da experiência tucana no estado de São Paulo.
Meus parabéns àqueles e àquelas que continuam na labuta cotidiana da educação, comprometidos e comprometidas com um país mais justo, que garanta, pelo menos em dado momento da vida, condições de igualdade a todos os seus filhos e filhas.

18.10.08

A semana não foi fácil

Primeiro para minha pessoa: a recuperação da cirurgia da catarata que estava indo muito bem, danou-se! Pintou uma pequena inflamação e fiquei um tanto quanto assustado, pois parecia que o olho vertia sangue. Minha esposa disse que eu estava exagerando, em todo caso tive que retomar o repouso e voltar com os colírios do pós-operatório e ainda somar um antiinflamatório.
Isso, de certa forma, prejudicou minhas leituras nesta semana de recesso pedagógico, ou do saco cheio como gostam os alunos.
Mas é impossível não comentar alguns acontecimentos:

Campanha eleitoral em São Paulo
O marquetingue da Marta escorregou feio. Ao fazer insinuações, mesmo que sutilmente, sobre a orientação sexual do Kassab, atentou contra a história do Partido dos Trabalhadores e a da própria candidata, que tanto sofre com as picuinhas da imprensa e com o preconceito por defender a união civil entre homossexuais, por exemplo.
Lembro-me como se fosse hoje dos acontecimentos da campanha de 1989. Lula impediu que a campanha fosse levada para o mesmo fosso que Collor e o Grupo Globo a remeteu. E olha que material não faltava!

Polícia x Polícia
Mais uma demonstração da “capacidade de gerenciamento” do PSDB. Governam o estado de São Paulo desde 1995, sem interrupções, conseguiram afundar a educação, saúde e a segurança pública. Por estes temos lido que São Paulo, quando comparado aos outros estados da federação, paga muito mal aos seus professores e aos seus policiais.
O conflito, armado, entre policiais civis e militares trouxe ao público o autoritarismo do Serra e a incapacidade de lidar com extremos e de negociar.

Seqüestro em Santo André
Uma situação limite vivida pelos policiais, reféns e familiares.
Causam-me estranheza: a) o caso de uma refém libertada ter voltado para o cativeiro, penso que seja um caso único no mundo, que sirva de lição para que nunca mais aconteça; b) o acesso que a mídia teve ao seqüestrador. Não tem cabimento entrevistas ao vivo e a condição de estrelato que ele assumiu, mesmo sem ter pedido; c) o desfecho trágico, até agora sem uma explicação plausível por parte das autoridades estaduais, inclusive o governador.

A crise econômica dos EUA
O Brasil resiste à hecatombe, embora contra a vontade da mídia.
Se dependesse dos jornais e TVs nós já estaríamos de pires na mão batendo nas portas do FMI e seus asseclas.
Ela é séria e deve afetar o Brasil sim! Parece-me que muito mais na questão do crédito, que já escasseou para o cidadão comum e também para os investimentos privados.
Também devem sofrer aquelas empresas que se desviaram de sua atividade principal para ganhar dinheiro com operações especulativas.

O papel da nossa mídia nisso tudo
Lamentável!
Esforçaram-se para super-dimensionar a peça publicitária imbecil da campanha de Marta, sem fazer uma auto-crítica de episódios passados, inclusive de ataques à própria candidata no tocante às suas relações conjugais.
A Folha de S. Paulo protege o Serra de maneira descarada. Se tomarmos por base o noticiário da crise área, de responsabilidade federal, já deveríamos ter notícias do “Caos na segurança pública” na esfera estadual. Mas nada, apenas notícias assépticas, sem análises consistentes, amenizando as responsabilidades dos tucanos.
Já pensaram se tal crise acontece num estado governado pelo PT, PSB ou PC do B?
Aliás, Eduardo Guimarães, Luiz Carlos Azenha e Luis Nassif têm nos mostrado como a indignação da mídia nativa é altamente seletiva. Compensa lê-los com freqüência. Sem esquecer das leituras da CartaCapital e do Blog do Mino, é claro!
Quanto ao caso de Santo André, mais uma vez a tragédia é colocada no ar de olho no Ibope. O sensacionalismo barato toma a TV, principalmente a aberta, mas ecoa também no noticiário da TV paga. É óbvio que é um acontecimento extraordinário e como tal deve receber atenção da mídia, mas não seria o caso de submeter o noticiário a um interesse maior: a vida dos reféns?
Essa mania de transformar tudo em Big Brother é revoltante. Agora temos uma novidade copiada – argh! – dos estadunidenses: cada canal de TV leva para os seus estúdios uma infinidade de psicólogos, psiquiatras, especialistas dos mais diversos calibres. De maneira insana, traçam perfis, diagnósticos e apontam soluções a partir do conforto do estúdio e da distância dos fatos, como se fossem os donos de toda a verdade do mundo!
Finalmente a tal crise. Criticam a “aparente calma” do presidente Lula. Queriam o quê? Por acaso deveria ele alardear o pânico? Esconder-se embaixo da cama na Granja do Torto?
Ele cumpre o papel de estadista, que deve transmitir calma numa situação como essa, ao mesmo tempo em que toma medidas para diminuir os impactos negativos do episódio.
Caso a mídia fosse correta poderia tecer críticas quanto às medidas tomadas ou a velocidade das decisões, nunca a aparente calma do presidente.

Polícia x Polícia

A blogosfera continua nos brindando com ótimas surpresas! Rodrigo Vianna agora está blogando também.
Outro dia falei da volta do Blog do Mino, na sequência li o Balaio do Kotscho.
Hoje destaco um texto que retirei do Blog do Rodrigo Vianna, leiam:


"CAOS NA POLÍCIA"! "ESTADO SEM LEI"!IMAGINE AS MANCHETES SE O GOVERNADOR FOSSEBRIZOLA OU ALGUÉM DO PT?

Tenho 20 anos de Jornalismo. Quase todos na rua, como repórter. E nunca vi algo parecido com o que se passou ontem, a poucos metros do Palácio dos Bandeirantes.
Estava na redação da TV Record quando as primeiras imagens apareceram na TV. Chefes de Reportagem (alguns com ainda mais experiência que eu no Jornalismo) pareciam catatônicos: o que é isso? No Estado mais rico (?) do país, a barbárie fardada!
Que nome você, leitor, daria para um confronto armado entre Polícia Civil e Polícia Militar?
"Caos na segurança" seria o mínimo, não?
Ou, ao menos, "crise na polícia".
Os jornalistas dão o nome de "chapéu" àqueles títulos colocados no alto da página, e que em coberturas especiais se repetem, pra marcar o noticiário. Você já deve ter visto nos jornais... Dois anos atrás, durante meses, fomos bombardeados com páginas e mais páginas na imprensa sobre o "caos aéreo". O "chapéu" estava ali, a marcar e editorializar a cobertura sobre as falhas no sistema aéreo brasileiro
Pergunto: o que é mais grave: atraso em vôos ou polícia em greve?
Mas, abro a "Folha" hoje e não encontro o "chapéu" para o noticiário sobre o "caos na segurança".
As informações estão ali - com mapas, fotos, declarações.
Mas, é evidente o tratamento vip dado ao governo tucano por nossa imprensa.
Imagine se algo parecido tivesse acontecido num governo do PT, PCdoB, ou nos bons tempos de Brizola/PDT no Rio?
Qual seria a manchete? Quais seriam os "chapéus" estampados no alto das páginas?
"Estado sem lei", "Barbárie armada"...
(eu poderia inventar vários, porque durante um ano esse foi meu serviço, como redator do caderno "Cotidiano" da "Folha", o início dos anos 90)!
Essa falta de "combatividade" (!) da imprensa escrita com o governo tucano talvez explique porque o tom político na cobertura tenha partido de onde menos se esperava: ontem, era Datena, na "Band", quem cobrava uma palavra do governador!
Cobrava daquele jeito dele, mas cobrava. É o que se espera dos jornalistas numa hora dessas.
Por que Datena pode cobrar e a "Folha" não pode?
O maior jornal do país trata José Serra como se ele anda fosse o editorialista levado para trabalhar na Barão de Limeira pelo seu Frias, nos anos 80.
Serra é da casa, né?
Serra não pode ser cobrado.
Ninguém bota "chapéu" no Serra!

16.10.08

Eleição nos EUA

O bicho está pegando num pedaço importante do Norte da América. Não bastasse a crise econômica, patrocinada pelo DEUS MERCADO, temos eleições na matriz.
Já recomendei para vocês a leitura do “A Escolha do Próximo Porteiro”, relacionado aí ao lado. O texto de hoje está esclarecedor, pois além da cultura política dos estadunidenses, aborda também o último debate entre Obama e MacCain.
Leiam a introdução:

Nosso Maior Problema
“Mr. McCain said, ‘The whole premise behind Senator Obama’s plans are class warfare — let’s spread the wealth around’.” (The New York Times)

O terceiro e último debate presidencial foi o melhor, segundo analistas. Eu não o vi, confesso. Ao invés disso, assistia a Canarinho caminhando de um lado para outro em um campo grande e esverdeado, aparentemente acompanhando o jogo dos colombianos uns contra os outros, especialmente quando jogadores do mesmo time se cabeceiam ao alto.

Porém, assisti alguns argumentos, logo a reprise de grande parte da discussão entre os candidatos republicano e democrata, e as análises da MSNBC e CNN, além do artigo recente no The New York Times.


Para ler o texto na íntegra é só clicar aqui.

13.10.08

Homenagem a Che Guevara

As idéias defendidas por Che parecem vivas e necessárias ainda hoje. Ele tratou muito da ética revolucionária, abordando em vários dos seus escritos a necessidade de construção do “homem novo”. Não transigia com os desvios éticos, não era adepto da tese de que “os fins justificam os meios”.
Recebo sempre comentários de um idiota profissional, que não assina o que escreve e se esforça por parecer um Diogo Mainardi. Além de ataques pessoais, Che é um dos seus alvos. Penso que além de não escrever bem o pobre coitado também não sabe ler.
Abaixo publico um texto que está no Fazendo Média.
Comandante Che Guevara (clique no título para ouvi-la com Silvio Rodriguez)
A VIGOROSA ATUALIDADE DAS IDÉIAS DE CHE GUEVARA, 41 ANOS DEPOIS

Por Beto Almeida (*)

Há 41 anos, num 8 de outubro como hoje (*), a humanidade recebia a notícia da covarde execução de Ernesto Guevara por um agente da CIA na Bolívia, horas após ter sido aprisionado por uma patrulha do exército boliviano controlado pelo exército dos EUA. A troca rápida de telefonemas entre os comandos militares de La Paz e Washington deixou antever a pressa em eliminar a presa, antes que todo um mundo de manifestações gigantescas se levantassem mundo afora para exigir a libertação de Che. Já era prova do temor às suas idéias, ao seu exemplo, à sua função na história.
Hoje, toneladas de papel continuam sendo escritas sobre ele, o debate segue com vigor. O aparato ideológico capitalista é obrigado a dar continuidade ao trabalho de demolição da imagem histórica de Che, comprovando, contra a sua vontade, que seu exemplo e suas idéias seguem amedrontando os donos do capital e do poder. Os publicitários capitalistas apenas superam-se na capacidade de insultos e ofensas à personalidade do Che, revelando, involuntariamente, sua incapacidade de apagar da história este personagem, que, ao contrário, se agiganta.
Especialmente agora quando os fantasmas de uma nova crise do capitalismo especulativo, baseado em moeda falsa desequilibra a mais potente economia capitalista do mundo, ramificando a crise por todos os lados, dada a extraordinária dependência que a economia mundial construiu em torno de alguns destes pólos capitalistas, hoje em crise.
O fantasma de Che tira o sono dos capitalistas, ele mesmo que deu continuidade à abordagem teórica de Marx e Lênin sobre a inevitabilidade da crise do sistema do capital, e, ao mesmo tempo, também desenvolveu importantes aspectos da crítica que Trotsky fazia à burocratização da União Soviética, que, tal como fanáticos religiosos, muitos partidos comunistas, entre eles um que traiu criminosamente ao Che, o boliviano, classificavam incorretamente como socialismo.
A previsão de Trotsky, feita lá em 1936, de que a URSS se desmoronaria não pela invasão militar externa, mas pela não realização da revolução política interna que retomasse a democracia soviética vivida em plenitude nos sete primeiros anos revolucionários, - a única forma de democracia livre da tirania do capital - só veio a ser cumprida, dramaticamente, em 1990, com a sua dissolução. Quarenta anos depois, as críticas de Che àquela estrutura burocratizada, distante dos ideais socialistas, degenerada na sua forma de funcionamento interno, também adquirem vigor e atualidade, como a crítica de Trotsky; para desespero dos catálogos publicitários a soldo do capital, como a Revista Veja aqui no Brasil.
Estes, diante da monumental comprovação de toda uma análise histórica e um desenvolvimento teórico magistral rigorosamente confirmado pelos acontecimentos, contra-atacam apenas com falsificações históricas e insultos, chegando a ponto de usar como “argumento” contra Che “que ele cheirava mal”, numa confissão de sua desqualificada estatura intelectual. Esta crítica de Che à economia soviética burocratizada ganhou ampla divulgação recentemente - 40 anos depois de elaborada - por meio da publicação do indispensável livro “Apontamentos críticos à economia política”, infelizmente, ainda não publicado no Brasil até hoje, desafiando o mundo editorial e em particular aos partidos de esquerda, inclusive alguns que elogiam religiosamente a Che, mas não o publicam. Por quê?
De sua personalidade enriquecida pela inteligência, pelo estudo persistente, pela bravura desprendida e infinita e pela ética revolucionária haveria muito sobre o que escrever, estudar, aprender, desenvolver, e, sobretudo, aplicar dialeticamente para as contradições da luta de classes atual. Mas, num artigo limitado no espaço e no tempo, mencionemos apenas algumas destas características que confirmam aquela vigorosa atualidade reivindicada ao início: o Che comunicador revolucionário, o Che médico-revolucionário e o Che ministro-revolucionário.

O comunicador Che Guevara
Uma das facetas desta extraordinária personalidade é o jornalista Che Guevara. Não é o caso de detalhar aqui sobre suas atividades como fotojornalista e seus escritos denunciando as injustiças das veias hemorragicamente abertas da América Latina antes mesmo de vincular-se ao movimento revolucionário cubano no México, após escapar da invasão ianque à Guatemala rebelde do coronel Jacob Arbenz; Mas, o organizador revolucionário também na área da comunicação logo se expressou quando, ainda durante os combates em Sierra Maestra, Che organizou a fundação de um periódico, cuja impressão foi possível em gráfica montada com equipamentos levados a lombo de burro e em várias viagens clandestinas para o quartel-general da guerrilha comandada por Fidel.
Logo depois, um passo ainda mais audaz: a fundação da Rádio Rebelde, também em território liberado de Sierra Maestra. Os transmissores foram igualmente para lá conduzidos em lombo de burro e as emissões puderam ser captadas por rádios venezuelanas que, por sua vez, retransmitiam muitas dessas alocuções de Fidel e de Che, possíveis de serem captadas por rádios da Argentina. A Revolução Cubana começava a construir seu sistema de comunicação social revolucionário.
A Rádio Rebelde desceu da Sierra Maestra na ponta do fuzil e existe atualmente, continua coerentemente fazendo jornalismo revolucionário. Após a tomada do poder, Che continuou tomando iniciativas como comunicador, era extraordinariamente consciente da imperiosa necessidade de travar a batalha das idéias contra o dilúvio de manipulação e mentiras que até hoje se lançam contra Cuba Socialista. Baseado numa iniciativa de um seu conterrâneo, o general Juan Domingos Perón, outro dirigente igualmente atento para a necessidade de enfrentar o sistema imperialista de desinformação, razão pela qual criou na Argentina uma Agência Latina de Notícias, Che Guevara foi um dos principais responsáveis pela criação da Agência Prensa Latina, ainda hoje desempenhando imprescindível papel nesta luta de classes ideológica e informativa, especialmente revelando as maquinações do terrorismo midiático incessante contra Cuba e contra todos os governos e povos que adotam posições de transformação social, soberania e independência ante o império.
Che, sempre organizador, foi ainda o criador da Verde Olivo, revista das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba, no que se revela a importância da questão militar e da nova função revolucionária atribuída aos militares. Um detalhe: na sua primeira edição, a Verde Olivo trazia na capa o próprio Che. Informado, enfureceu-se, foi até a gráfica e determinou a inutilização de todas aquelas capas e a reimpressão de outra capa, sem qualquer possibilidade de que se alguém insinuasse culto à personalidade.
Hoje, seguindo o rastro de iniciativas organizativas revolucionárias de Che no campo da comunicação libertadora e confirmando a atualidade de seu pensamento em torno de uma informação anti-hegemônica temos a Telesur. A emissora televisiva multiestatal demonstra a possibilidade de integração e cooperação em várias áreas, inclusive na informação e na cultura, e vai consolidando-se a passos largos permitindo que se tenha nas telas o protagonismo dos povos do sul, divulgando amplamente o processo de transformação da Bolívia, no Equador, Nicarágua, Venezuela, nacionalizando suas riquezas, derrotando o analfabetismo, realizando a integração social e energética, comunicando aos quatro ventos que a ALBA é uma realidade.
Nas telas de Telesur pela primeira vez se mostrou o bombardeio da direita contra a Casa Rosada em 1955, se contou a verdadeira história do que foi o processo de transformação social na era peronista, assim como se contam histórias dos processos revolucionários dirigidos por Pancho Villa e Zapata, retira do ostracismo com toda força a personalidade de Eliecer Gaitan, se divulgam os filmes latino-americanos, inacessíveis nas telas gringas e colonizadas. Trata-se de vigorosa atualidade do pensamento de Che. Que deveria servir de reflexão e estímulo, por exemplo, ao PT que, até hoje, com vários anos de governo, ainda não tem imprensa própria de circulação nacional, embora prometida na última eleição de sua direção nacional.

Medicina e revolução
O Che médico já atendia aos camponeses nas zonas liberadas de Sierra Maestra. A consulta gratuita era acompanhada de fervorosa e apaixonada argumentação em defesa da revolução cubana, na qual, também se explicava o peso das condições sócio-econômicas na causa e determinação das enfermidades. A tal ponto que um menino camponês que observava atentamente as consultas de Che disse a sua mãe: não leve a sério este médico, ele diz para todos que a culpa dos problemas é do capitalismo...
Seguindo aquele exemplo do médico revolucionário, milhares de médicos cubanos estão espalhados hoje por 77 países dos vários continentes prestando serviço médico solidário, levando o exemplo revolucionário humanista do povo cubano, alcançando as zonas mais inóspitas, nas quais a medicina capitalista não chega, demonstrando assim todo o seu desprezo pelas camadas mais pobres da população.
Para ilustrar a presença do exemplo do médico Che no profissionalismo solidário dos médicos de Cuba, conto que em visita recente ao Timor Leste, rigorosamente do outro lado do mundo, deparei-me com a presença de 350 médicos cubanos. Inclusive, foram os médicos cubanos os que ofereceram os primeiros socorros ao presidente timorense Ramos-Horta, vítima de atentado terrorista em fevereiro deste ano, episódio ainda envolto em dramáticas interrogações, sobretudo a partir das inevitáveis ramificações que pode ter com a imensa e cobiçada riqueza petroleira que aquela jovem nação oceânica é possuidora.
O presidente Ramos-Horta me contou que quando se anunciou a chegada dos 350 médicos cubanos àquela ilha, o embaixador dos EUA ali não teve vergonha em manifestar sua insatisfação, pressionando para que os cubanos não fossem aceitos. Em resposta, Ramos-Horta perguntou ao embaixador quando médicos dos EUA atuavam no Timor. Diante da resposta “nenhum” - reveladora do mais alto grau de desprezo social - Ramos-Horta lhe disse: Cuba nos oferece uma ajuda desinteressada, além de oferecer bolsas para 600 timorenses estudarem medicina na Escola Latino-Americana de Medicina. Gratuitamente, tal como estudam lá aproximadamente 500 jovens pobres norte-americanos, em sua maioria negros, oriundos dos bairros proletários do Harlem e do Brooklin. Um deles me contou que se tivesse ficado nos EUA jamais teria a possibilidade de tornar-se um médico, e que, muito provavelmente, estaria com vínculos ao tráfico de drogas, como muitos de seus amigos que lá ficaram...
Esta vigorosa atualidade do pensamento de Che, encarnado em política do Estado Socialista de Cuba, é uma consciência que se espalha pelo mundo, fruto da generosidade de uma revolução que, apesar dos limitados recursos de que dispõe, faz da partilha de seus recursos humanos com outros povos uma razão de estado, uma ética de nação, transformando em realidade concreta um pensamento infinitas vezes repetido pelo próprio Guevara: tremeremos de indignação por qualquer ser humano oprimido, onde quer que ele esteja.
Materializando este pensamento revolucionário, Cuba desenvolveu um método de alfabetização para indígenas da Nova Zelândia, e outro, para ser operado por meio do rádio, para alfabetizar em dialeto creolo, que nem escrita possui, ponderáveis parcelas da população da Haiti. Isto desenvolvido por pedagogos de uma Ilha que já vendeu o analfabetismo há décadas! Estão vivas ou não as idéias de Che?

O Ministro revolucionário e visionário
Os 350 mil homens e mulheres cubanos que foram a Angola para lutar em defesa do bravo povo de Agostinho Neto, agredido pelo exército nazista do apartheid sul-africano, era um prolongamento lógico e inevitável do pensamento internacionalista de Che Guevara, alma da consciência internacionalista proletário do povo cubano e uma decisão de estado, comandada diretamente por Fidel Castro. Como disse Mandela, foi na Batalha de Cuito Cuanavale, no sul de Angola, em 1988, “o começo do fim do apartheid”, abrindo uma nova era para o sul do continente africano, cujo mapa político registra governos progressistas e antiimperialistas que desenvolvem a cooperação para enfrentar a herança nefasta do colonialismo.
O internacionalismo proletário, a solidariedade internacionalista, são políticas do estado socialista cubano, em cuja fase inicial tinha um Che como ministro, infatigável na luta contra a falta de especialistas, agravada pela fuga de cérebros, o terrorismo lançado contra Cuba, as limitações tecnológicas, a herança colonial e, a seguir, o bloqueio. Ali estava um exemplo vivo de administrador socialista, sempre incorporando a participação coletiva, considerando respeitosamente a diferença de opiniões, mas, intransigente na defesa da estatização, do monopólio do comércio exterior, da planificação estatal. Não é que Che fosse um romântico que desprezasse o poder, ao contrário, desprezava sim o poder pessoal, era atento as perigos profissionais do poder, mas era, sobretudo, um intransigente construtor do poder proletário, lutou incansavelmente pela tomada do poder das mãos dos capitalistas, pela destruição de todo poder do capital.
Todos estes exemplos estão cada vez mais vivos na história revolucionária mundial e encontram ressonância em muitos lados, como por exemplo, nas diretrizes adotadas pela Revolução Bolivariana, comandada por Chávez, uma delas na preocupação pela diversificação produtiva, pela industrialização, pela crescente intervenção do estado, pelo desenvolvimento de laços de cooperação estratégica com países que afirmem a integração latino-americana, com o sentido de reduzir a dependência da economia capitalista mundial, hoje afetada por uma crise ainda sem controle.
Estes foram temas tratados à exaustão pelo Ministro da Indústria Che Guevara. E agora, diante desta crise financeira capitalista, da falência sucessiva de bancos, da nacionalização de bancos que se procedeu, por exemplo, na Inglaterra, não vemos mais do que outra vez confirmar a vigência das idéias de Che Guevara, intransigente defensor da estatização, da economia real produtiva, crítico severo e mordaz dos arranjos criados pelos países imperialistas para seguir com sua rapina e sua acumulação usurpadora, em nome de uma financeirização virtual e artificial, às custas da economia produtiva e dos que produzem, os trabalhadores, sempre atirados nos abismos mais profundos da miséria e da opressão.
O Che ministro era também exemplo de criatividade: fundou o Instituto de Investigações dos Derivados da Cana-de-açúcar, e, no discurso no dia inauguração, fez uma previsão visionária que além de indicar sua insaciável curiosidade científica e tecnológica, encontra hoje ampla confirmação. Disse o Che: chegará o dia em que o açúcar será apenas um dos derivados da cana e não o mais importante. Atualmente, da cana já é possível produzir medicamentos, o etanol, a álcool-química, com seus plásticos biodegradáveis e fertilizantes orgânicos que tornarão possível a libertação da agricultura de petro-dependência atual, cara, insustentável ambientalmente e também para a saúde dos povos.
Relativizando a importância do açúcar ao longo do tempo, inclusive em razão de seus complexos vínculos com um sistema de comércio internacional no qual Cuba não tinha e ainda não tem controle dos preços, Che nada mais fez que antecipar-se a uma situação que de fato tornou-se realidade. Hoje Cuba desmantelou praticamente metade de sua produção açucareira e, segundo informa o Granma, dá início à implantação de 11 centros de produção de etanol em território venezuelano, num projeto binacional que confirma, uma vez mais, a importância das iniciativas em curso para a integração latino-americana.
Combinada com a cooperação agrícola em curso entre Brasil, Venezuela, e Cuba, iniciativas como esta, impulsionadora do desenvolvimento de energia renovável num mundo com restrição de energia fóssil, viabilizam novas opções produtivas, colaborando com esforço já em curso para a transformação da agricultura dos dois países, e, fundamentalmente, revelando, novamente, a vigorosa atualidade das idéias de Che Guevara.

(*) Beto Almeida é presidente da TV Cidade Livre de Brasília, âncora da TV Paraná Educativa, membro da junta diretiva da Televisión del Sur (Telesur) e membro do conselho editorial da agência Brasil de Fato. Artigo escrito no dia 08 de outubro de 2008.
Fonte: Fazendo Média – 10/10/08.

10.10.08

IBGE mostra a nova dinâmica da rede urbana brasileira

O IBGE publicou hoje excelente texto sobre a rede urbana brasileira.
Abaixo um pequeno trecho:

Existem no país doze grandes redes de influência, que interligam até mesmo municípios situados em diferentes estados. A rede centralizada por São Paulo, por exemplo, também abrange parte de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. O Rio de Janeiro tem projeção no próprio estado, no Espírito Santo, no sul da Bahia, e na Zona da Mata mineira.

A rede de Brasília influi no oeste da Bahia, em alguns municípios de Goiás e no noroeste de Minas Gerais. As outras nove redes de influência são centralizadas por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Goiânia, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.

Foram analisadas informações fornecidas pela rede de agências do IBGE sobre 4.625 municípios, e registros administrativos do próprio instituto, de órgãos estatais e empresas. A atual configuração da rede urbana brasileira é comparada com estudos feitos pelo IBGE em 1972, 1987 e 2000.

Entre os diversos dados comparativos coletados a respeito das 12 redes de influência, nota-se que, para fazer compras, a população brasileira se desloca cerca de 49 km, em média. Na rede de influência de Manaus, no entanto, essa distância é de 218 Km. Para freqüentar uma universidade, o deslocamento médio, em Mato Grosso é de 112 Km, contra 41 Km na rede de influência do Rio de Janeiro. Pacientes percorrem, em média no país, 108 km em busca de atendimento médico.

Leia aqui a íntegra da publicação do IBGE.

9.10.08

Petróleo no Brasil

Ótima matéria do Clarín, de Buenos Aires, sobre petróleo.
Mostram o desempenho do Brasil na prospecção, falam da distribuição da renda e, por fim, comparam a situação do país com a Argentina no tocante à questõa energética.

http://www.clarin.com/diario/2008/07/10/conexiones/home.html

8.10.08

Graças a Deus o Brasil não é São Paulo!

A "Onda” Kassab e a classe média paulistana.
Uma Nova Velha História.

"(...) O indivíduo completo é aquele que tem capacidade de entender o mundo, sua situação no mundo e que, se ainda não é cidadão, sabe o que poderiam ser os seus direitos.
É neste sentido que me pergunto se a classe média é formada de cidadãos. Eu digo que não. Em todo caso, no Brasil não o é, porque não é preocupada com direitos, mas com privilégios. O processo de desnaturação da democracia amplia a prerrogativa da classe média, ao preço de impedir a difusão de direitos fundamentais para a totalidade da população. E o fato da classe média gozar de privilégios, não de direitos, que impede aos outros brasileiros ter direitos. É por isso que no Brasil não há cidadãos. Há os que não querem ser cidadãos, que são as classes médias, e há os que não podem ser cidadãos, que são todos os demais, a começar pelos negros que não são cidadãos. Digo-o por ciência própria. (...) "
Milton Santos

De novo a cidade de São Paulo nos presenteia com sua tradição política conservadora.
No momento em que qualquer pessoa minimamente informada e bem intencionada comemora o 'funeral' nacional do PFL, agora disfarçado ou travestido de DEM (Democratas, belo nome pra justamente eles que foram a base de sustentação da Ditadura Fascista de 64) derrotado até na Bahia terra de seu ícone ACM – justamente em São Paulo a maior cidade do Hemisfério Sul vergonhosamente representa a grande esperança de sobrevivência do partido que é a cara do Coronelismo do Sertão, do atraso, dos Generais, da antiga UDN, etc.
Especialmente na cidade de São Paulo esse 'ideal' se é que podemos chamá-lo assim, importado de Portugal Medieval, aqui 'adaptado' pelos Bandeirantes (Bandoleiros e Assassinos fundadores da sociedade mais violenta do planeta) e "aperfeiçoado" pelos Barões do café – (Jecas Aristocráticos metidos a Europeus que enriqueceram esfolando escravos e imigrantes e condenando o país a um atraso secular)
Este mesmo 'ideal' ressurge e sobrevive sistematicamente na cidade de São Paulo, por vezes de forma inacreditável em jovens e em pobres – que se pensam classe média e reproduzem sem saber ou mesmo com convicção – argumentos reeditados de seus avós ou bisavós que outrora votaram em Carlos Lacerda, Jânio, Ademar de Barros e saíram às ruas com "Deus, a Família e etc.". Renasce novamente e de novo se afirma "orgulhosamente’: avesso à política. Mas são os mesmos de sempre que não perdem uma oportunidade de elegerem Maluf, Collor, Pitta e agora Kassab.
Esta História (ou farsa?) é monótona em sua estranha fixação de sempre andar para trás.
Como também é monótona a 'ladainha' de seus argumentos propagados por pólos de excelência: tipo Revista Veja, Caras, e por aí vai.
Argumentos que sempre objetivam uma única e sagrada garantia: que no final das contas nada mude nem um milímetro!
E talvez aí resida a alma desta herança maldita: o medo!
No fundo parece que esta 'tacanhice' crônica nasce mesmo do medo daquilo que não conhecemos ou por profunda ignorância não queremos conhecer. E se há uma coisa que praticamente nunca existiu no Brasil – o país onde a escravidão foi (ou é?) a instituição mais importante de toda a sua história – essa “coisa” assustadora se chama solidariedade. Daí esse modelo de “civilidade” anti-social onde nossa classe média é especialista e o maior objetivo de votar em Kassab assim como votou em Serra: manter a periferia como sempre esteve (EXCLUÍDA).
Num mundo que cada vez mais se torna analfabeto, o analfabetismo “espiritual” desta cidade chega a impressionar.
A história também mostra o que uma classe média tacanha é capaz.
É claro que exemplo maior é o Nazismo Alemão, onde uma classe média egoísta, ambiciosa, assustada, medrosa e ignorante foi a principal responsável pela ascensão de Hitler e seu "ideal" também conservador.
Nossa classe média, penso, é de fato muito parecida. Vemos o preconceito como seu traço principal. Mas, muito mais forte que isso é o seu desejo de receber ordens. (Atualmente Universidades, que já foram centros de excelência, recorrem a reuniões de pais e pedagogia infantil para educar jovens de classe média “geração Malhação ou pós Xuxa”) Este grupo parece desejar ardentemente ordens: seja de um deus, de um patrão, de um governo, ou especialmente daquele que ela mais respeita e teme: a mídia.
Como uma criança que não quer crescer, tudo que ela sonha é com um "pai” autoritário que lhe diga o que é certo e retire o insuportável peso de ter de assumir responsabilidades assim como fazem as marcas, as “tendências" da moda, as “grifes” que tanto são obedecidas.
Essa mesma classe média que cotidianamente nos brinda com exemplos de sua “civilidade” em reuniões de condomínio, clubes, escolas, universidades e no espaço público em geral, é a mesma que se exprime politicamente agora.
Adestrada em sua profunda despolitização pelos novos sábios do mundo corporativo com os maravilhosos 'ideais' arrivistas, egoístas e narcisistas, sacralizados pela sua nova religião individualista: a propaganda.
É ela que agora reafirma seu jeito de ser.
Como uma nova tecnologia de celular ou computador, ela agora "embarca" de cabeça na "onda" Kassab.
Assim como, por medo que alguma coisa mudasse, em segundos escolheu e entregou o país nas mãos do Collor em 89 e depois não assumiu sua irresponsabilidade e leviandade. Assim como não satisfeita com Maluf elegeu Pitta e nós todos pagamos esta conta. Assim como daqui alguns dias fará com seu celular. É esta mesmo que, outra vez rapidamente irá negar ter votado em Kassab, inflar o peito e repetir orgulhosa: "Eu odeio política!”
Hoje, nossa classe média, eternamente ávida por salvadores da pátria (um novo D Sebastião!) engole, assim como faz com seus fast-foods, sem mastigar o novo lançamento do mercado: Kassab!
É impressionante a forma semelhante com isso se dá.
Kassab em menos de um mês ultrapassou Maluf, Alckmin e Marta e desponta como favorito.
Não lembra o Collor? Que saiu do esgoto, como um rato, aparentemente sem apoio e de uma hora pra outra virou um fenômeno eleitoral especialmente em SP? Estranho né?
Não lembra o Pitta? Um candidato fabricado na Eucatex. Que era um ninguém e num instante virou também prefeito de São Paulo.
Coincidência?
Aliás, Pitta a quem Kassab serviu!
Seria engraçado se não fosse trágico.
Os argumentos parecem ser sempre os mesmos. Quer ver:
1º "Ele" é uma pessoa nova! Representa mudança!
(seu currículo já era!)
2º "Ele" não atacou ninguém!
(apesar de não ser a verdade, já está santificado)
3º “Ele” está fazendo coisas que outros não fizeram!
(Dá-lhe mentiras e marketing!)
Aliás, deve ser fácil ser marqueteiro em SP. É só reproduzir o mesmo discurso e pronto. Assim com nas novelas, no Faustão, na Malhação, no programa da Hebe, no cinema norte-americano que a classe média tanto gosta. Tudo sempre igual! Haja monotonia!
Ah, mas tem de disfarçar um pouco, como fez o PFL: mudar o nome, o número e a cor do partido e pronto Então, você, assim como prometem os maravilhosos e qualificados programas femininos da TV - se transformará em uma nova pessoa! Não é fantástico?
A psicanálise há muito conhece bem estes “mecanismos de defesa”, mas para que qualquer neurose seja superada é necessário que o paciente reconheça sua condição. Exatamente o mais difícil pra essa gente, pois exige aquilo que mais lhe falta: personalidade.
Ah, por falar em personalidade. Cadê os eleitores do PSDB? Hein?
O que aconteceu com o Alckmin? Até agora pouco ele não era o frisson de nossa classe média? O candidato mais maravilhoso. O anti-Lula! O próximo presidente?
Se com seus “aliados”, já na campanha eles fazem assim, imagine com a cidade.

Boa Sorte São Paulo!

Milton Fernandes
Professor de História