27.12.06

Pequenas férias

Amigos e amigas,
vou descansar um pouco fora de São Paulo.
Cuidarei da minha recuperação, volto dia 3/1/07.
Entrem com o pé direito, pulem as 7 ondas, batam três vezes na madeira, não passem por baixo da escada...
Façam aquilo que lhes faz feliz!
Até já!

26.12.06

Rodrigo Vianna: ainda existem JORNALISTAS no Brasil

Foi essa a idéia que me passou a carta do jornalista Rodrigo Vianna, recentemente demitido da Rede Globo. JORNALISTA com letra grande!
Vejam trechos:
“Quando cheguei à TV Globo, em 1995, eu tinha mais cabelo, mais esperança, e também mais ilusões. Perdi boa parte do primeiro e das últimas. A esperança diminuiu, mas sobrevive. Esperança de fazer jornalismo que sirva pra transformar - ainda que de forma modesta e pontual. Infelizmente, está difícil continuar cumprindo esse compromisso aqui na Globo. Por isso, estou indo embora.
(...)
Também não vi (antes do primeiro turno) reportagens mostrando quem era Abel Pereira, quem era Barjas Negri, e quais eram as conexões deles com PSDB. Mas vi várias matérias ressaltando os personagens petistas do escândalo. E, vejam: ninguém na Redação queria poupar os petistas (eu cobri durante meses o caso Santo André; eram matérias desfavoráveis a Lula e ao PT, nunca achei que não devêssemos fazer; seria o fim da picada...).
(...)
O que pedíamos era isonomia. Durante duas semanas, às vésperas do primeiro turno, a Globo de São Paulo designou dois repórteres para acompanhar o caso dossiê: um em São Paulo, outro em Cuiabá. Mas, nada de Piracicaba, nada de Barjas!
Quando, no JN, chamavam Gedimar e Valdebran de "petistas" e, ao mesmo tempo, falavam de Abel Pereira como empresário ligado a um ex-ministro do "governo anterior", acharam que ninguém ia achar estranho?”
Para lê-la na íntegra clique aqui.
Quantos terão a coragem que esse moço teve, de cair atirando?

Nobres deputados

Parece que o termo “nobre” envolve, para os nossos deputados federais, certo sentimento de classe anterior à Revolução Francesa.
Eles resolveram presentear-se com um ligeiro aumento de vencimentos: 91%!
Temos alguns instrumentos estranhos para nossos políticos, um deles, vergonhoso, é o da aposentaria.
A Folha de S.Paulo publica que o ex-deputado Roberto Jefferson, cassado ano passado, aposentou-se com a bagatela de R$ 8.883, após 14 anos de contribuição. Engraçado, a Constituição não diz que todo cidadão é igual perante a lei? Conheço um monte de aposentados com rendimentos de R$ 400, isso depois de 35, ou mais, de contribuição.
Leiam mais sobre esse assunto clicando aqui.
E a tal verba indenizatória? Exagero da vergonha parlamentar!
Para acompanhar o que seu deputado faz com essa verba clique aqui. Resumo da ópera: uma verba de R$ 12.500,00 reais mensais que os nobres deputados fazem uso, bastando apresentar os recibos para serem reembolsados.
Infelizmente as despesas são agrupadas, como por exemplo, combustíveis, aluguéis, divulgação de atividade parlamentar, etc.
Pesquisei alguns deputados: Vicentinho (PT-SP), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Rodrigo Maia (PFL-RJ), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Miro Teixeira (PDT-RJ).
Rodrigo Maia aparece nos últimos meses usando a verba com alguma parcimônia, enquanto Miro Teixeira não faz uso da mesma, mas os outros, torram sem dó nem ideologia.
Claro está que os deputados entraram em evidência em razão da sua desfaçatez e da reação da opinião pública, mas não podemos esquecer do judiciário, com medidas arbitrárias, violando o teto dos salários do funcionalismo.

18.12.06

Licença Saúde

Amigos e amigas, estou saindo de licença saúde. Apareceu um abscesso (sei lá se é assim que se escreve) peri-retal, ou seja, estou com um caroço de manga bem do lado do fiofó.
Volto assim que puder sentar novamente!

13.12.06

O Natal é um saco

O natal é um saco!
Povo, esse papo de natal enche o saco!Festa brega, repleta de hipocrisia e "xaropadas".A começar pelo famoso amigo secreto na empresa. Melhor seria se chamado de "inimigo declarado".

Clique em Reação Cultural para ler o restante do texto!

11.12.06

Que vá para o inferno

As notícias da morte de Pinochet não conseguem me deixar feliz, faltou justiça para com este assassino.
A ditadura de Pinochet, uma dentre tantas outras fomentada pelos EUA nos anos 60/70 do século passado, foi uma das mais cruéis da América Latina, disputando palmo a palmo com a Argentina em termos de violência e demência.
Estes bandidos, EUA incluso como comandante-mor, não se contentaram em matar seus compatriotas, mas criaram uma verdadeira “Internacional do Terror”, conhecida como Operação Condor (clique aqui para ler sobre tal operação).
Pinochet destruiu o Chile democrático e com uma das melhores distribuições da renda da AL até o período de Salvador Allende.
O país caminha para uma concentração de renda que se parece com a do Brasil, os estudantes estão nas ruas reivindicando melhorias no sistema de ensino, que já foi motivo de orgulho para os chilenos e a previdência social pública foi destruída. Implementou toda a receita neoliberal, abrindo as portas do Consenso de Washington (clique aqui para ler sobre o tema) para a América Latina.
Passados 17 anos da retirada do verme Pinochet do poder as políticas macroeconômicas ainda se parecem, embora com um foco mais direcionado para as questões sociais.
Que vá para o inferno este traidor miserável e ladrão descarado!

9.12.06

Os limites da criatividade de Veja

A Veja desta semana destaca Hugo Chávez, secundado por Fidel.
Com um texto que parece ter saído das gavetas do Pentágono, ainda do período da Guerra Fria, execra um e outro.
Chamou-me atenção a falta de criatividade da revista. Sua chamada principal: “Um Fidel com petróleo”.
A revista alemã Der Spiegel trouxe a seguinte manchete: “Um Che Guevara com petróleo”, numa matéria de 20/07/06, traduzida na página “Uol – Mídia Global”.
Isso é só semelhança ou falta de criatividade mesmo?
Quem ainda suporta esse tipo de leitura, clique aqui.

Sobre a morte de um ditador-presidente

A revista Istoé apresenta uma matéria que questiona a morte do presidente-ditador Castello Branco.
Abaixo apresento trecho desta matéria.
Estou aqui imaginando a Veja, Folha de S.Paulo, Jornal Nacional e os demais co-irmãos do jornalismo pátrio:

- Senador Arthur Virgílio pede CPI para apurar morte de ex-presidente e responsabiliza o presidente Lula pelo fato
- PT envolvido na morte de Castello Branco
- ACM faz pronunciamento na tribuna do Senado: Lula sabia de tudo
- PF apura suposta ligação telefônica entre dirigentes do PT e da esquadrilha da fumaça
- Tasso Jereissati vai ao STF contra o PT e pede esclarecimentos sobre a morte de ex-presidente
- Exclusivo: Veja obtém fita de vídeo que mostra como o PT pagou mensalão para a Esquadrilha da Fumaça nos últimos anos



A segunda morte de Castello Branco
Documento secreto obtido por ISTOÉ coloca sob suspeita investigações sobre desastre
aéreo que matou o presidente. Promotor defende reabertura do caso. Foi atentado?

Por Alan Rodrigues

A colisão aérea que matou um presidente da República e mudou o rumo da história política do País vai sair das sombras dos arquivos para ser reaberta à luz do dia, quase 40 anos depois. ISTOÉ teve acesso com exclusividade ao relatório secreto feito pelos oficiais do regime militar (1964-1984) sobre a queda do avião em que viajava o marechal Humberto de Alencar Castello Branco. Produzido pelo Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, datado de 21 de novembro de 1967, o documento de dez páginas jamais viera a público. Suas apurações repletas de falhas e conclusões superficiais fizeram com que o procurador da República Alessander Wilson Cabral Sales, do Ceará, entrasse com uma ação civil contra a União para obter informações mais detalhadas sobre o caso. “O Ministério Público não acredita que um acidente que vitimou um presidente da República tenha sido analisado de forma tão superficial”, diz ele. As falhas na apuração do acidente permitem a interpretação de que o que houve foi, de fato, a tentativa de acobertar um atentado – e não o de elucidar um acidente.

Para ler a reportagem completa clique aqui.

5.12.06

Justificando a ausência

Amigos e amigas,
Estou em recesso até o final da semana.
Compromissos inadiáveis como fechamento de notas, aplicação de recuperações e exames fazem-me deixar de lado, por uns dias apenas, as atividades do blog.
Segunda-feira retorno com todo o gás... que sobrar!

1.12.06

Aprovada a reforma agrária na Bolívia

Aprovada a reforma agrária na Bolívia

No último dia 29/11 o presidente Evo Morales sancionou a Lei de Recondução Comunitária da Reforma Agrária, aprovada após intensos debates no Senado – a oposição tem maioria nesta casa – embora já aprovada pela Câmara.
A pressão dos povos indígenas sobre o Senado foi fundamental para reverter o voto de três senadores oposicionistas.
A lei é ousada e pode, num curto período de tempo, modificar a estrutura agrária boliviana, privilegiando as comunidades tradicionais. A promessa é entregar 20% das terras cultiváveis da Bolívia aos indígenas e camponeses pobres até o ano de 2010.Para ler mais sobre esse tema clique aqui.

30.11.06

Notícias da Folha de São Paulo

Impressionante a capacidade do jornal Folha de S.Paulo! Ontem (29/11) estampou a seguinte manchete:
Bancos lideram doações a Lula
Isso na capa, já nas páginas internas:
Setor bancário deu maior doação à campanha de Lula
As pessoas que passaram de carro ou de ônibus nas proximidades de uma banca de jornal souberam então que os bancos deram uma grana preta à campanha de Lula.
Quem comprou o jornal e leu além das manchetes soube também:
Após lucro recorde, bancos doam R$ 10,5 mi a petista, mesmo valor que para Alckmin
A manchete de capa mais lógica seria:
Bancos lideram doações a Lula e Alckmin: R$ 10,5 mi para cada
Que tal?
Depois ainda vem o Alberto Dines, do Observatório de Imprensa, falar que tem gente enxergando uma conspiração da mídia onde só há informação...

Diversidade e Tolerância Raciais

(texto publicado no Reação Cultural)

A revista Caros Amigos deste mês entrevista a ministra da Promoção de Políticas da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. Brilhante!
Entrevista densa, temas tratados com profundidade, uma verdadeira aula sobre a questão racial no Brasil.
Ela relata avanços e percalços neste primeiro mandato do presidente Lula, abordando de forma clara as ações afirmativas, dentre elas a questão das cotas nas universidades.

para ler o restante do texto clique: Reação Cultural.

Choveu (muito!) em São Paulo


Choveu em São Paulo como fazia tempo não chovia!
Mês de novembro com chuvas exageradas.
Nesta madrugada a chuva castigou novamente, com uma intensidade anormal.
Na saída para o trabalho mais de 19 pontos de alagamento pela cidade, intransitáveis.
Rádio ligado, procurei por alternativas, uma vez que a principal via do meu bairro estava totalmente parada em razão de um grande alagamento no CEAGESP, distante alguns quilômetros, mas essencial para chegar à Marginal do Tietê e à Paulista.
Depois de 40 minutos de espera para rodar 100 metros (isso mesmo!), consegui um retorno.
Na busca de outro caminho comecei a observar a insanidade dos “com carro”! Travessia de canteiros, fechamento de cruzamentos, uso das calçadas como ruas, buzinadas e impropérios dos mais variados calibres.
Na ansiedade de resolver o seu problema pessoal, no meio de um mar de carros e seres humanos, a insanidade da metrópole faz tudo piorar.
A dinâmica da cidade também é maluca.
As pessoas se comunicam pelos celulares indicando aos amigos os melhores trajetos. De repente o que era o melhor trajeto vira o pior possível e aquele que estava bloqueado pelos agentes do trânsito são liberados.
Por falar neles, os agentes de trânsito, com todo o caos reinante lá estavam os ditos cujos com os blocos (ou palms) em punho, multando os desavisados que ultrapassavam o horário de rodízio. Neste caso o rodízio nada tem a ver com aqueles restaurantes onde nos locupletamos de carnes, mas sim uma limitação à circulação de automóveis, de acordo com o final da placa, nos chamados horários de pico (das 7 às 10 e das 17 às 20 horas).
O trajeto que cumpro em 20 minutos, meia hora no máximo, consumiu uma hora e quarenta minutos!
Isso de carro, imaginem para a maioria da população que depende do precário sistema de ônibus da cidade!

Computador para todos


Foto: New York Times - 30/11/06.

Tem causado furor o aparecimento do laptop de U$ 100, destinado aos estudantes dos países pobres.
Como sempre, no aparecimento de novidades deste tipo, surgem os que defendem radicalmente a idéia e aqueles que também radicalmente a contestam.
Nem tanto ao mar nem tanto a terra, como diriam os velhos sábios.
É claro que como projeto de inclusão digital o projeto é válido para os países pobres, principalmente se estimular o uso de softwares livres e estimular o manuseio dessas novas tecnologias, como a Internet.
Para aqueles que conhecem a informática educacional sabem que é um ótimo instrumento na melhoria do aprendizado.
Por outro lado o laptop não pode ser encarado como a panacéia da inclusão digital. Por si só nenhum equipamento ou tecnologia resolverá os imensos problemas da nossa educação sem antes debruçar-se sobre problemas bem menos espetaculares: estruturas curriculares, condições de trabalho do professor, salários, laboratórios, limite de alunos por turma etc.
Quando discussões como estas tomam os jornais lembro-me de uma palestra que dei em 1998, em São Miguel Paulista, bairro da periferia de São Paulo, para professores que trabalhavam com educação de jovens e adultos.
Apresentei a eles, com muito entusiasmo, o trabalho que fazíamos no NEA-USP (Núcleo de Educação de Adultos da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo). Transparências, fichas coloridas, revistas para apoio e pesquisa etc.
Lá pelas tantas um mocinha levanta a mão no fundo da sala e pergunta:
- Professor, seria possível adaptar esse projeto para a minha escola? Lá nós não temos ainda retroprojetor, nem máquina copiadora, na verdade não temos nem mesmo giz...

25.11.06

Vestibular

Amanhã é dia de Fuvest, um dos vestibulares mais concorridos do país!
Deixo aqui registrado o desejo de sucesso para os meus alunos e os demais jovens empenhados nessa missão de chegar à Universidade.
Infelizmente, dentre outras inúmeras distorções existentes no nosso país, o vestibular é um momento onde se expressam as desigualdades que afligem nossa juventude.
A maior parte das vagas das universidades públicas será atribuída aos estudantes que freqüentaram as escolas particulares, as mais caras, óbvio!
Os jovens egressos das escolas públicas têm poucas chances, melhoradas nestes tempos pela inserção das propostas de cotas (raciais ou sociais), mas longe da meritocracia propalada por parte da elite.
Tal seleção baseada no mérito só seria possível se a escolarização básica fosse democrática, no acesso e na qualidade, coisa que está longe de acontecer.

Existe racismo no Brasil?

Recebi algumas contribuições de leitores e leitoras atentas sobre a pergunta acima.
Verdade que recebi também uma postagem anônima, enorme, com muitos questionamentos, típicos da pequena-burguesia brasileira, com a consciência formada nas páginas da Revista Veja. Gostaria de responder, pena que não sei para quem responder, uma vez que a postagem abriga-se nas sombras do anonimato.
Claro que ainda existem sopros de esperança na nossa mídia e a Carta Capital não me decepcionou, trouxe na edição da semana passada interessante matéria: A cor faz a indiferença. Felizmente on-line, então é só clicar no título e refletir um pouco.
Não deixe de observar com atenção o mapa e as tabelas que compõem a reportagem (clique aqui).
Eu continuo afirmando, como faço em sala de aula, que existe sim racismo no Brasil. O pior tipo de racismo, pois está escamoteado, protegido por um manto de hipocrisia e faz-de-conta.
Em parte alimentado pelo mito da “democracia racial” e a partir de então por todos os mecanismos sociais de opressão e segregação postos a funcionar em nossa sociedade.
Por não bater na nossa cara cotidianamente fica mais difícil vê-lo aqui no Brasil do que na África do Sul, EUA ou Europa, mas ele está em toda parte.

22.11.06

Vote no seu parlamentar preferido

Reproduzido do blog da Brisa do Sul:

O site Congresso em Foco está com as eleições abertas para a escolha dos parlamentares do ano. Serão escolhidos 25 deputados e 15 senadores para receber o "Prêmio Congresso em Foco".

O que eu não gostei é que já houve uma pré-seleção, ao menos é o que se deduz, pois não estão relacionados todos os parlamentares do Congresso.

Mesmo assim, para não dar o gostinho para os que eu não gosto, achei melhor votar. Não vou revelar para quem votei a fim de não infuir na escolha de vocês.

Para votar nos seus preferidos clique aqui.

Divulgando o que é bom

Como as vezes faço, segue abaixo algumas dicas de boa leitura na blogosfera.

Franklin Martins
Coluna do iG
A oposição deixou claro ontem no Congresso que está inteiramente perdida. Na Câmara, foi derrotada ao propor a elevação do índice de reajuste das aposentadorias de 5,01% para 16,67%, medida que, se levada à prática, produziria um rombo nas contas públicas de R$ 8 bilhões. No Senado, comemorou em meio a gargalhadas a aprovação do projeto de Efraim Morais (PFL-PB), determinando o pagamento de benefício natalino no “Bolsa Família”. A novidade representa um custo adicional de R$ 700 milhões para o programa.

Para ler mais, clique no link...


Luis Nassif
INSS, gestão e planilha
Coluna Econômica – 22/11/2006 +
As metas do “choque de gestão” do INSS, apresentado na semana passada ao presidente Lula, não foram calculadas de acordo com o padrão Gimabiagi de mensuração do prazer solitário – aquele que é forjado entre ele e sua planilha.
No ano passado – conforme já informei aqui – o Ministério da Previdência iniciou um programa de qualidade no INSS. O programa, comandado pelo Ministro da Previdência Social Nelson Machado, trabalhou inicialmente com recursos próprios do órgão. Secretário Executivo do Ministério. Carlos Eduardo Gabas me escreve explicando que foram utilizadas ferramentas que sempre estiveram disponíveis na casa, mas nunca antes haviam sido utilizadas. “Não existe mágica, nem milagre, é apenas ‘arroz com feijão’ bem preparado”, explica ele. Servidor concursado desde 1985, Gabas diz nunca ter participado antes de um trabalho desse porte, apesar de ser um trabalho óbvio.

Para ler mais, clique no link... não deixe de abrir a aba “Minhas Músicas”.


Luiz Carlos Azenha
Rupert Murdoch ajudou George W. Bush a tomar de assalto a mídia americana, depois da eleição do republicano em 2000.
O barão da mídia australiano, maior publisher em língua inglesa do mundo, fez isso usando suas emissoras de tevê americanas, principalmente a Fox News Network, concorrente da CNN.
Fez isso abrindo espaço para uma campanha de intimidação contra jornalistas que não concordavam com a política externa de Bush, especialmente depois dos ataques de 11 de setembro de 2001.

Para ler mais, clique no link...

A eleição acabou! E agora?

Parece mesmo disputa de futebol: acabou o campeonato, os vitoriosos se embriagam de prazer, os derrotados ficam amuados pelos cantos, curtindo a frustração, mas tudo isso por poucos dias.
Mas a pauta da vida política continua por aí, cadê a bendita imprensa para colocá-la nas manchetes?
Afinal temos a questão do orçamento, nos planos federal, estadual e municipal, coisa essencial para todos os cidadãos e ninguém esmiúça, não aparece um Infográfico, daqueles que a Folha e a Veja adoram, detalhando de maneira didática o que os governos pretendem fazer com nosso rico dinheirinho e como, ou se, podemos fiscalizar isso.
Aqui em São Paulo, como deve ser de resto nos outros estados, o candidato vencedor debruça-se sobre a montagem da sua equipe de governo e a imprensa divulga apenas o nome dos secretários, como se fosse lista de resultado de concurso público, nem uma linha sobre sua conduta política, ética etc.
O governo Lula esforça-se para montar o governo de coalizão.
Enquanto isso a grande mídia preocupa-se com as intrigas partidárias e palacianas, nada de cobrar um programa mínimo, pois havendo a tal coalizão deverão nos explicar o porquê dela, quais os pontos de aproximação entre o programa do candidato Lula e o programa do PMDB (duvido alguém encontrar isso), ou pelo menos construir um.
Como sempre o colunista Jânio de Freitas está no rol das exceções, publicou na Folha de São Paulo de hoje (só para assinantes) interessante análise sobre o processo de escolha do novo ministério, conduzido pessoalmente pelo presidente Lula.
E a patacoada do 13º salário para o “Bolsa Família”? Sim prezados e prezadas, o PFL e o PSDB conseguiram tal proeza no Senado! Onde está a coerência desta oposição, que classificou o programa do governo de “bolsa esmola”, “assistencialismo barato”, dentre outros adjetivos e agora resolve conceder abono natalino?
Vamos esperar o final de semana para vermos a indignação da revista Veja com tal descalabro com as contas pública.

18.11.06

III Marcha da Consciência Negra

Bolivia. Diario de lucha.



Ótimo site, indicação de Brisa do Sul:
http://www.diariochebolivia.cubasi.cu/

Belo registro do período de luta na Bolívia.
Diários, fotos, mapas etc.
Material muito rico, organizado pelo Centro de Estudos Che Guevara.

20 de Novembro - Dia da Consciência Negra

Segunda-feira, dia 20 de novembro é feriado municipal em São Paulo. Dia da Consciência Negra.
Um dia reservado para a reflexão da nossa sociedade sobre o prejuízo que causamos aos negros com a escravidão e com o racismo, acobertado pelo mito da “democracia racial”.
Na revista Caros Amigos deste mês a ministra chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, concede brilhante entrevista tratando da questão racial no Brasil.

(Clique aqui para ler um trecho disponível no site).
Ainda na Caros Amigos, mas no menu “Só no site” temos um excelente artigo, Zumbi e o feriado (clique no título para ler a matéria), uma verdadeira aula de história, principalmente para aqueles que pensam a nossa nação formada por europeus apenas ou predominantemente.

14.11.06

Diogo Mainardi, o pitbull da Veja

O texto abaixo foi publicado neste mês na revista eletrônica Nova-e.

Diogo Mainardi, o pitbull da Veja

Altamiro Borges

O presidente interino do PT e ex-coordenador da campanha presidencial de Lula, Marco Aurélio Garcia, deu a resposta que estava entalada na garganta de muitos brasileiros. Na semana passada, o “colunista” Diogo Mainardi, o pitbull da revista Veja, solicitou por e-mail uma entrevista exclusiva com o dirigente petista. “Eu gostaria de entrevistá-lo por cerca de quatro minutos para um podcast da Veja. O assunto é a imprensa. Eu me comprometo a não cortar a entrevista. Ela será apresentada integralmente”, apelou.

A resposta de Marco Aurélio foi direta: “Sr. Diogo Mainardi, há alguns anos – da data não me lembro – o senhor dedicou-me uma coluna com fortes críticas. Minha resposta não foi publicada pela Veja, mas sim, a sua resposta à minha resposta, que, aliás, foi republicada em um de seus livros. Desde então decidi não falar com a sua revista. Seu sintomático compromisso em não cortar minhas declarações não é confiável. Meu infinito apreço pela liberdade de imprensa não vai ao ponto de conceder-lhe uma entrevista”.

Reacionário e preconceituoso convicto

Há tempos que as estripulias deste badalado jornalista da mídia hegemônica mereciam este tipo de reação. Expressão do que há de mais reacionário e preconceituoso na imprensa brasileira, este direitista convicto colecionou inúmeros adversários desde que deixou de escrever banalidades sobre cultura e passou a tratar de temas políticos na sua coluna semanal da revista Veja, na qual escreve desde 1999. Seus cinco livros – um deles sugestivamente batizado de “Contra o Brasil” – e dois filmes nunca tiveram maior repercussão, mas os seus comentários rancorosos na mídia excitaram a direita nativa. Mais recentemente, ele também substituiu outro renomado elitista, Arnaldo Jabor, no programa Manhattan Connection, da Rede Globo.

Para ler o texto na íntegra, clique aqui.

Emoções que não têm preço II

O Jaime Ernesto estuda no Grupo Oficina, uma escola com uma proposta muito interessante, próxima da minha casa, em Osasco.
O espaço é encantador e os trabalhos que eles fazem com as crianças são maravilhosos.
Eles estudam um grande artista por semestre e finalizam o trabalho com releituras das suas principais obras, feitas pelos alunos.
Abaixo Jaiminho como “Moisés”, de Michelangelo.

Ensino religioso na rede pública

Li na Folha on-line hoje que o MEC está discutindo o ensino religioso na escola pública. (Clique aqui para ler a matéria).
Declara Ricardo Henriques, secretário da Secad (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade): "Queremos aproveitar o ambiente rico da educação para tentar fazer com que as várias visões de mundo conversem. O ensino religioso, a partir de uma visão ecumênica, tem a potencialidade de discutir a tolerância e o pluralismo".
Ora, para discutir tolerância e pluralismo o Estado não precisa meter-se na vida religiosa do indivíduo, isso é papel da família e do seu grupo social, bastaria estimular tal debate nas disciplinas de história, geografia, filosofia, língua portuguesa, ou ainda retomar a idéia de transversalidade do tema, abordando-o ao longo dos anos de escolarização em projetos com tais finalidades.
O ensino religioso na escola pública subverte o princípio laico do Estado. O que fazer com os ateus? Como garantir representatividade para todos os credos? Esse papel é da escola?
Claro está que a escola vem assumindo vários papéis que, em outros momentos, pertenciam à família, por exemplo, mas tais funções não estabelecem conflitos nem com a família e muito menos com o aparato constitucional do Estado.
A meu ver tal não acontece com o ensino religioso na escola pública. Ele contraria a Constituição Federal (artigo VI, Dos Direitos e Garantias Fundamentais – CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS)
.

12.11.06

"Desculpem a nossa falha"

Não, não é uma frase do Jornal Nacional, é uma frase do primeiro-ministro de Israel ao justificar o assassinato de crianças palestinas na última ofensiva do seu exército.
Leia, clicando aqui, as declarações de Ehud Olmert.
Os disparos de foguetes israelenses sobre as residências em Beit Hanoun, ao norte da Faixa de Gaza mataram 26 palestinos, a maioria mulheres e crianças enquanto dormiam.
O Qatar propôs uma resolução de condenação a este ato terrorista no Conselho de Segurança da ONU, mas os EUA vetaram a resolução.
Embora a aprovação tenha obtido dez votos – Argentina, China, Congo França, Gana, Grécia, Peru, Rússia, Qatar e Tanzânia – o veto dos EUA bastou para invalidar a resolução.
Registrem-se ainda as quatro abstenções de Reino Unido, Dinamarca, Japão e Eslováquia.
Claro que os países árabes deverão reagir a tal situação.

8.11.06

Esquerda e direita

Artigo de ARIANO SUASSUNA, escritor paraibano, autor de "O Auto da Compadecida"

Publicado na Folha de São Paulo de 14 de setembro de 1999

Não concordo com a afirmação, hoje muito comum, de que não mais existem esquerda e direita. Acho até que quem diz isso normalmente é de direita.
Talvez eu pense assim porque mantenho, ainda hoje, uma visão religiosa do mundo e do homem, visão que, muito moço, alguns mestres me ajudaram a encontrar. Entre eles, talvez os mais importantes tenham sido Dostoiévski e aquela grande mulher que foi santa Teresa de Ávila.
Como conseqüência, também minha visão política tem substrato religioso. Olhando para o futuro, acredito que enquanto houver um desvalido, enquanto perdurar a injustiça com os infortunados de qualquer natureza, teremos que pensar e repensar a história em termos de esquerda e direita.
Temos também que olhar para trás e constatar que Herodes e Pilatos eram de direita, enquanto o Cristo e são João Batista eram de esquerda. Judas inicialmente era da esquerda. Traiu e passou para o outro lado: o de Barrabás, aquele criminoso que, com apoio da direita e do povo por ela enganado, na primeira grande "assembléia geral" da história moderna, ganhou contra o Cristo uma eleição decisiva.
De esquerda eram também os apóstolos que estabeleceram a primeira comunidade cristã, em bases muito parecidas com as do pré-socialismo organizado em Canudos por Antônio Conselheiro. Para demonstrar isso, basta comparar o texto de são Lucas, nos "Atos dos Apóstolos", com o de Euclydes da Cunha em "Os Sertões". Escreve o primeiro: "Ninguém considerava exclusivamente seu o que possuía, mas tudo entre eles era comum. Não havia entre eles necessitado algum. Os que possuíam terras e casas, vendiam-nas, traziam os valores das vendas e os depunham aos pés dos apóstolos. Distribuía-se, então, a cada um, segundo a sua necessidade". Afirma o segundo, sobre o pré-socialismo dos seguidores de Antônio Conselheiro: "A propriedade tornou-se-lhes uma forma exagerada do coletivismo tribal dos beduínos: apropriação pessoal apenas de objetos móveis e das casas, comunidade absoluta da terra, das pastagens, dos rebanhos e dos escassos produtos das culturas, cujos donos recebiam exígua quota parte, revertendo o resto para a companhia" (isto é, para a comunidade).
Concluo recordando que, no Brasil atual, outra maneira fácil de manter clara a distinção é a seguinte: quem é de esquerda, luta para manter a soberania nacional e é socialista; quem é de direita, é entreguista e capitalista. Quem, na sua visão do social, coloca a ênfase na justiça, é de esquerda. Quem a coloca na eficácia e no lucro, é de direita.

Imprensa: o que ela aprendeu com a Escola Base?

Lembram-se do caso?
Corria o ano de 1994, o mês era março e de repente, aparece um prato excepcional para a mídia paulistana: seis pessoas envolvidas no abuso sexual de crianças, alunas da Escola Base, localizada no Bairro da Aclimação, na capital.
Tudo com respaldo da polícia, principalmente de um delegado louco pelos 15 minutos de fama, além de depoimentos de pais de alunos.
Posteriormente descobriu-se que tudo não passou de um engano da parte da mãe de um aluno e das autoridades policiais. Mas aí as vidas dessas pessoas estavam destruídas: escola depredada, professora sem emprego etc.
Recorreram à Justiça.
Vejam as informações retiradas do site Consultor Jurídico:

“Não se sustenta a tese da defesa de que, durante o episódio da Escola Base, a imprensa se limitou a divulgar uma simples e mera notícia. Na verdade, no caso em julgamento, os jornais se excederam, extrapolando o noticiário e, por isso mesmo, devem responder pelos atos praticados.
Esse foi o entendimento da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, que, na manhã desta quinta-feira (4/8), condenou a empresa S/A O Estado de São Paulo – que edita os jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde – a pagar indenização, por danos morais, no valor de R$ 250 mil a cada uma das três pessoas envolvidas no caso da Escola Base. Cabe recurso.”

“Esta é a segunda derrota da mídia no caso da Escola Base. No último dia 19, a 10ª Câmara de Direito Privado do TJ condenou a Editora Três – proprietária da revista Isto É – a pagar indenização, por danos morais, no valor de R$ 200 mil a cada um dos donos da Escola Base. A decisão foi tomada, por maioria de votos. Votaram os desembargadores Octávio Helene, Testa Marchi e Paulo Dimas Mascaretti.
Em seu voto, o relator do recurso, Octávio Helene, entendeu que nas reportagens publicadas pela revista não havia culpa grave, que os autores, posteriormente, reconheceram o erro, mas que isso não poderia excluir os danos causados às pessoas injustamente acusadas.”
4/8/05.

“O jornal Folha de S. Paulo foi condenado pela 6ª Câmara de Direito Privado do TJ paulista a pagar indenização por danos morais de R$ 750 mil aos ex-donos e ao motorista da escola. Na ocasião, os desembargadores Sebastião Carlos Garcia (relator), Isabela Gama de Magalhães (revisora) e Magno Araújo (3º juiz) reformaram sentença de primeira instância e reduziram o valor a ser pago a cada uma das vítimas de R$ 450 mil para R$ 250 mil.”
14/09/05.

Caso queiram mais detalhes sobre esse episódio leiam aqui.
Não sei se temos notícias mais atualizadas sobre os processos, fica um exemplo de como age a mídia e de como se faz necessária uma legislação eficaz contra os desmandos e os linchamentos morais efetuados por uma imprensa acostumada a adulação e bajulação por parte daqueles que buscam os holofotes.
Nestas eleições para presidente vimos casos semelhantes. Acusações sem provas, repercussão de depoimentos fabricados, bem a calhar para os interesses deste ou daquele partido e depois tudo se esquece, como se nada tivesse acontecido.
Temos que dar um paradeiro nisso.
Primeiro, quebrando os monopólios de comunicação, enfraquecendo o seu poder e depois alterando a legislação de forma eficaz.

7.11.06

Emoções que não têm preço

No dia dos pais, em agosto último, recebi um bilhete do meu filho que completará 7 anos em dezembro.
Não contive as lágrimas, foi um presente lindo.
A promessa que ele me faz no bilhete, vejam vocês mesmos, lança nossa imaginação num sonho sem fim. Temos até que pará-la para não correr o risco querer nossos sonhos como sonho dele.

Curso rápido de jornalismo


Agência Carta Maior

Horário de verão: é mesmo necessário?

Estou de péssimo humor, motivo: horário de verão!
Como isso é chato, desorganiza toda a minha vida. Estou me sentindo como se não dormisse durante dias. O cansaço é permanente, assim como a irritação e o humor semelhante ao de um tucano no dia 30/10.
Não consegui entender direito ainda a vantagem disso tudo. Os números sobre a economia com energia são sempre divergentes. Não dá pra entender se a economia é real ou acontece apenas no horário de pico, desafogando o sistema.
Penso que seria necessário quantificar também o aumento dos gastos com saúde e a queda de produtividade, comparando-os com a economia de energia elétrica para descobrir se realmente ele é vantajoso.
Talvez essa coisa com o horário de verão seja apenas ranhetice ou por razões profissionais, afinal nesta época do ano os professores do ensino básico estão chamando “urubu de meu loro”.
Para quem conhecer o histórico dessa maldição é só clicar aqui.

5.11.06

Emir Sader: uma condenação injusta e sem sentido

Numa mostra da qualidade do nosso judiciário, o professor Emir Sader foi condenado, como explica a matéria abaixo, somente por ter reagido às ofensas daquele oligarca do sul, o senador-sinhozinho Bornhausen.
O professor Emir Sader merece nossa solidariedade. Tive a honra de colocar a minha assinatura no Manifesto, ela recebeu o número 1587, espero que todos os poucos leitores deste blog também o façam.


Manifesto em solidariedade a Emir Sader
Da Redação – Carta Maior
A sentença do juiz Rodrigo César Muller Valente, da 22ª Vara Criminal de São Paulo, que condena o professor Emir Sader por injúria no processo movido pelo senador Jorge Bornhausen (PFL-SC), é um despropósito: transforma o agressor em vítima e o defensor dos agredidos em réu.
O senador moveu processo judicial por injúria, calúnia e difamação em virtude de
artigo publicado (clique no link para ler o texto na íntegra) no site Carta Maior , no qual Emir Sader reagiu às declarações em que Bornhausen se referiu ao PT como uma "raça que deve ficar extinta por 30 anos". Na sua sentença, o juiz condena o sociólogo "à pena de um ano de detenção, em regime inicial aberto, substituída (...) por pena restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à comunidade ou entidade pública, pelo mesmo prazo de um ano, em jornadas semanais não inferiores a oito horas, a ser individualizada em posterior fase de execução". O juiz ainda determina: “(...) considerando que o querelante valeu-se da condição de professor de universidade pública deste Estado para praticar o crime, como expressamente faz constar no texto publicado, inequivocamente violou dever para com a Administração Pública, motivo pelo qual aplico como efeito secundário da sentença a perda do cargo ou função pública e determino a comunicação ao respectivo órgão público em que estiver lotado e condenado, ao trânsito em julgado”.
Numa total inversão de valores, o que se quer com uma condenação como essa é impedir o direito de livre-expressão, numa ação que visa intimidar e criminalizar o pensamento crítico. É também uma ameaça à autonomia universitária que assegura que essa instituição é um espaço público de livre pensamento. Ao impor a pena de prisão e a perda do emprego conquistado por concurso público, é um recado a todos os que não se silenciam diante das injustiças.

Nós, abaixo-assinados, manifestamos nosso mais veemente repúdio.

(Os que desejarem assinar o manifesto podem fazê-lo através do endereço www.petitiononline.com/emir/petition.html)

O papel do professor na educação

Gente, o texto abaixo é muito interessante e fiz a cópia na íntegra, se o site reclamar eu retiro.
Ele está no Aprendiz e trata de falta de preparo do professor para lidar com dois temas muito importantes: sexualidade e cidadania.
A pedagoga Tânia Zagury autora do trabalho que deu origem à matéria, não culpa o professor pelo despreparo, mas toca em pontos fundamentais da estrutura escolar para detectar o problema.
Não é possível a quantidade de “novidades”, “modismos”, invenções burocráticas e novas funções atribuídas aos professores no seu cotidiano.
Somos profissionais da educação e como tal devemos ser respeitados, não podem, escola, estado e sociedade, exigir que nós sejamos também doadores de nosso tempo e nossas vidas para o processo educacional.
Nunca é demais lembrar que a escola é um local e um tempo específico do processo educacional e que a sociedade e a família também participam do processo, com maior presença temporal e física.


Professores não estão preparados para tratar de cidadania
Alan Meguerditchian

Mais da metade dos professores - 59% - não se sente apta a trabalhar com educação sexual em suas turmas. E 53% avaliam que também não têm condições de falar sobre drogas com seus alunos. Os dados, apresentados pela pedagoga Tânia Zagury no 1º Encontro Internacional Pátio-ISME de Educação para a Cidadania, realizado na cidade de São Paulo, foram obtidos junto a dois mil professores dos ensinos fundamental e médio de todo o Brasil.
Diante desta realidade, Zagury avalia que é complicado cobrar de um professor resultados, se a maioria nem domina assuntos que surgiram em uma discussão em sala de aula. "Como exigir competências se não damos condições aos professores?", questiona.
Para a pedagoga, o despreparo dos educadores é resultado de um processo histórico que envolve diversos aspectos da sociedade. "Família e direção cobrando resultados, são dois dos elementos. Mas o principal é o professor ficar refém de um sistema educacional que muda sucessivamente, que delega mais tarefas do que ele tem tempo de fazer", explica.
Para Zagury, um dos exemplos da interferência maléfica das políticas educacionais é a progressão continuada. Na mesma pesquisa, a estudiosa identificou que 66% dos professores concordam que o método só poderia ser aplicado se o aluno tivesse alguma garantia de um ensino de qualidade. "Implantaram o sistema sem pedir a opinião daqueles que estão na frente de batalha. Assim, o professor enxerga-se apenas como executor de decisões de políticas partidárias", disse.
Mesmo assim, a pedagoga é otimista e acredita na ação dos professores como peça fundamental para a mudança. "Perguntados sobre a motivação para tratar de sexo e drogas, 67% e 76%, respectivamente, disseram que estavam com vontade de abordar os temas".
Sem discordar da difícil situação encontrada pelos professores, a diretora da Escola Brasileira de Professores (Ebrap), Guiomar de Mello, colocou que cidadania não se ensina diretamente e que basta os educadores exercerem sua função para que os estudantes formem-se como cidadãos. "Se o conhecimento do currículo for aproveitado pelos alunos como algo significativo para as suas ações no mundo, o professor já estará fazendo a sua parte", diz.
A partir dessa idéia, Mello coloca que a biologia pode influenciar os jovens nas decisões sobre os seus corpos, a história pode influenciar nos ideais políticos, assim por diante. "Com os conhecimentos contextualizados, os nossos alunos poderão agir mais ativamente e conscientemente na sociedade. O que é o esperado de um cidadão", acredita.

Fonte: http://aprendiz.uol.com.br/content.view.action?uuid=a4e09cea0af4701000f102d3f9e67716

2.11.06

Feriado

Amigos e amigas, estarei fora de São Paulo até domingo, para alegria de vocês que não receberão nenhum novo recadinho. Em compensação, quando eu voltar...

31.10.06

Um dia infernal

Hoje é um dia que me irrita bastante, meu humor despenca de forma impressionante, pior do que aquelas crises mensais, de efeito psicológico claro, que afeta as mulheres ao longo de um bom pedaço da vida.
O nome da irritação é raloim, ou halloween para os devidamente colonizados. Essa comemoração tem o efeito de uma crise de gastrite, combinada com trânsito de véspera de feriado e depois de uma derrota do Corinthians para o Palmeiras.
A cada ano o inferno aumenta.
Aqui no Condomínio é um tocar de campainha a cada 5 minutos, minha mulher corre para atender porque se os incautos caírem em minhas mãos, além de não receberem as malditas balas, receberão um sermão sobre a cultura nacional de aproximadamente meia hora.
O que mais me impressiona é a adesão das escolas, justo elas que deveriam ser o centro de resistência a esse processo de aculturação!
Eu quero o saci de volta, junto com o curupira, o boitatá e toda a turma!
Vejam o que achei num site católico:

Cultura e negócio do terror
Uma cultura de consumo que propicia e aproveita as oportunidades para fazer negócios, sem importar como. Hollywood contribuiu à difusão do Halloween com uma série de filmes nos quais a violência gráfica e os assassinatos criam no espectador um estado mórbido de angústia e ansiedade. Estes filmes são vistos por adultos e crianças, criando nestes últimos, medo e uma idéia errônea da realidade. O Halloween hoje é, sobre tudo, um grande negócio. Máscaras, disfarces, doces, maquiagem e demais artigos necessários são um motor mais que suficiente para que alguns empresários fomentem o "consumo do terror". Busca-se, além disso, favorecer a imitação dos costumes norte-americanos por considerar-se que isto está bem porque este país é “superior”.
Fonte: http://www.acidigital.com/controversia/halloween.htm

29.10.06

No RS: Yeda ganhou, mas nem Olívio nem o PT perderam

Yeda está eleita governadora do RS, com vitória numérica irreversível sobre Olívio Dutra.
Convém fazer uma breve análise para perceber que Olívio e o PT não saem derrotados desta eleição.
A primeira pesquisa do Ibope no primeiro turno colocou uma diferença pró Yeda de 34%. E agora, apurados os votos esta vantagem não ultrapassa 9% dos votos válidos, houve então um crescimento e um fortalecimento extraordinário de Olívio Dutra.

Leia o texto completo no blog da Brisa do Sul...

Lula: rumo ao segundo mandato

Nenhuma novidade, embora uns tresloucados tenham lançado uma corrente de e-mails dizendo que havia uma conspiração envolvendo todos os institutos de pesquisas, Rede Globo, SBT, Record, Band, Folha de São Paulo, Estadão etc. em favor do Lula!
Realmente esses romanos, digo tucanos, não têm limites para a sua imaginação.
Esperava ver nos jornais do final de semana algo como os “aloprados do PSDB”, ou “trapalhões tucanos”, com referência aquele moço lá da minha querida Varginha, que de forma kafkaniana ludibriou a PF – por parcas horas é verdade – e assumiu o lugar que o ET ocupa como estrela maior da cidade.
Nada! Só notinhas toscas.
Pensei também que o jornal Nacional fosse dar destaque na sexta-feira a “barriga” que ele levou, mas qual, nem mesmo um “desculpem a nossa falha, também fomos enganados”!
Já a jornalista-dirigente do PSDB de Pouso Alegre diz candidamente que também foi iludida. Oh!
Interessante que a moça mateve a notícia no ar até sexta-feira à noite, mas hoje tem uma nota de esclarecimento sobre o tema (clique aqui, querendo ler a tal nota).
Nestas eleições os blogs se firmaram com fontes confiáveis, dentre os vários posso citar:
Conversa Afiadablog do Paulo Henrique Amorim
Luis Nassif onlinenem precisa apresentar
Vi o mundo – o que você nunca pôde ver na TVjornalista Luis Carlos Azenha
Franklin Martins – conexão políticatambém não carece dizer quem ele é
Estes são os destaques, mas existem muitos outros, alguns linkados aqui mesmo no blog.
O papel da mídia nestas eleições poderá levar a um debate muito sério sobre monopólios e manipulações, assim espero.
Resta-nos o suspense do 2º mandato de Lula. Será melhor? Teremos um pouco do “velho” e bom Lula de volta? Estará um pouco mais para a esquerda?
Creio que logo após o feriadão começaremos a ter algumas respostas.

28.10.06

Grande desafio

Gente, eu gostaria de lançar um desafio a todos vocês: qual a razão de tanto ódio alimentado diariamente por Clóvis Rossi contra Lula?
Algumas críticas são pertinentes e não digo nem pela dureza da mesma, mas sim pela grosseria, descompromisso com a verdade factual e manipulações rasteiras.
Ainda dentro da Folha de S.Paulo existe a crítica mordaz e dura de Jânio de Freitas. Ele não escreve com a bílis tolhendo-lhe o cérebro como o faz Clóvis Rossi.
Sempre saboreei os textos do Clóvis Rossi, colocando-o entre os melhores da imprensa brasileira, mas foi só o Lula tomar posse que ele começou a desancar o petista, o petismo e todos os atos do presidente.
Lembro-me de uma coluna na qual ele afirmou que foi o dedo de Lula que apertou o gatilho da arma para matar aquele moço – Jean Charles de Menezes – lá em Londres, assassinado pela polícia inglesa num contexto obscuro. Ao lê-la percebi um que de insanidade, mas será só isso?
Está lançado o desafio, anseio por respostas.

Impressões finais

O debate, como os outros, não mudou votos, pode ter ajudado aos indecisos e olhe lá!
Continuo achando que Lula faz mais o jeitão do “gente como a gente”, isso impressiona positivamente uma parte do eleitorado, por outro lado distancia aqueles que preferem um discurso mais arrumado, mais duro, professoral, como é o do Alckmin.
Não posso negligenciar nesse texto o meu voto, ele será dado ao Lula, não por achá-lo o melhor, mas por achar o outro muito pior! Aliás, ouvi isso hoje durante o dia...
Conversava há pouco com meu sobrinho, 14 anos. Ele sentiu que o Alckmin não foi muito objetivo ao responder, na sua maneira adolescente (inteligente) de ver “ele enrolava muito”. Isso causa péssima impressão aos mais atentos, mas agrada aqueles que preferem o desfiar de palavras bonitas que nada dizem, impressiona mesmo!
Fico com a avaliação do Luis Nassif: Lula ganhou por pontos!
O formato foi péssimo! Aquele negócio dos candidatos ficarem rodando de um lado para o outro, valha-me! Só seria interessante se houvesse um bloco destinado a pancadaria, como a idéia não é essa ficou tudo muito estranho.
A idéia de sortear perguntas do povo é boa, com as ressalvas que fiz no primeiro texto, pena que alguns temas tornaram-se redundantes.

Último bloco: será que agora o debate acontece?

Alckmin não conseguiu fazer a primeira pergunta. Levantou a bola pra Lula cortar!
Na réplica Alckmin repisa alguns temas. Como ele permitiu ao Lula falar livremente ele volta a insistir nos programas do governo federal.
Neste momento Alckmin reforça a imagem de PAULISTA, creio que isso não seja bom pra quem tá precisando de voto no país todo.
Lula perguntou sobre o PCC e a FEBEM. Alckmin voltou com a história do dossiê, de forma espirituosa, aproveitando-se de uma frase do Lula. Na fala disse que o PCC não é ligado ao seu partido.
Lula aproveita-se do fracasso da segurança pública em São Paulo e leva a FEBEM junto.
Considerações finais, ufa!
Começa o Alckmin. Ele agradeceu todo mundo, todos os “brasis”!
Centra o discurso na ética e no desperdício. E lá vem Martin Luther King: “eu tenho um sonho...”. Realça o preparo, o passo-a-passo da vida pública.
Lula aproveita-se da ótima avaliação que tem junto à população. Reforça a imagem dos programas de governo: Pro-Uni, cotas, educação, ensino fundamental (espeta o governo do FHC nesse tópico), trata da economia da solidária e da luta contra o preconceito.
Acabou tempo candidato!

27.10.06

3º Bloco! Continua na mesma...

Tema inicial: corrupção!
Alckmin já começou exagerando: “nenhum país do mundo foi pra frente sem erradicar a corrupção...”!
Então ta! Que tal lembrarmos alguns casos da “Meca” – EUA – tucana? Enron, WordCom, ou ainda que tal uma olhadinha na França, Itália etc.?
Será que lá não tem corrupção? O nosso problema não é a corrupção, é a impunidade!
O problema não é político, é da sociedade!
E lá vem o tal dossiê! Só falta chamar o laranja lá da turma do ET de Varginha!
Essa conversa me irrita! Não por imaginar que não exista corrupção no governo Lula, mas sim pelos “professores de ética”, Alckmin e sua base impediram 69 CPIs na Assembléia Legislativa de São Paulo.
O debate sobre impostos é interessante. Lula jogou com muita habilidade a história da guerra fiscal, colocando São Paulo x Minas Gerais.
O outro tema é habitação. O Alckmin começa citando o que fez em São Paulo, como governador, agora quando se mostra as melecas que fez por aqui ele é o primeiro a reclamar e pedir para discutir o Brasil...
Parece que estamos diante de dois santos.
Um vai resolver tudo com mais quatro anos de governo, o outro vai tirar dinheiro do orçamento para fazer os metrôs nas capitais, construir moradia para baixa renda, dar remédio de graça, construir e remodelar hospitais, enfim, vai resolver tudo isso, diminuindo impostos e ainda cortando R$ 90 bilhões do Orçamento!
Último momento da tortura do 3º bloco: legislação trabalhista!
Diagnóstico correto do Alckmin: metade dos trabalhadores está na informalidade! Ora, formalizá-los é a resposta para a “crise” da Previdência!
Alckmin está repetitivo no tocante ao crescimento da economia, será tática?
Lula fez a primeira gracinha, ao lembrar que tem uma moçada no poder desde Cabral.
A frase mais ouvida no debate: "tempo esgotado candidato".

2º Bloco - tá muito chato!

As intervenções dos candidatos continuam inconclusas.
O que mais me chamou a atenção foi a questão sobre a Amazônia. Serviu de “escada” para o Alckmin trazer a história da privatização da Amazônia para o cenário.
Lula passou a bola para o Congresso, o que é verdadeiro e mais, é uma lei amadurecida pelo Ministério do Meio Ambiente durante 3 anos. Poucas são as vozes discordantes dessa lei, embora algumas muito importantes, como o geógrafo Aziz AB’Saber.
Apareceu a questão da segurança!
Agora a “escada” serve para o discurso do Lula, sabemos que este é o calcanhar de Aquiles do Alckmin.
Não há clareza, por parte dos eleitores - na verdade penso que de poucas pessoas - de qual seja o papel do executivo em seus diferentes níveis. Algumas perguntas direcionadas aos candidatos à presidência deveriam ser levadas aos governadores, por exemplo.
O melhor do debate é quando o Lula vai para o “olho no olho” com o Alckmin.
Como isso será visto pelo eleitor indeciso? Coragem? Arrogância?

Começou o debate na "poderosa"!

Formato: ringue de luta!
Conteúdo: neste primeiro bloco, nada de novo!
Os candidatos parecem perus de natal!
A idéia das perguntas partirem do público é boa, mas dá pra confiar na lisura da Globo e do Ibope para escolhê-los?
E o tempo? Sinceramente nem o campeão mundial de resumo consegue responder em 1 minuto e vinte segundos!
O Lula parece que está um pouco tenso, tropeçando na pronúncia ou, as vezes, subindo no palanque.
Alckmin mantém a pose OPUS DEI, dono da verdade absoluta, sem possibilidade de contestação ou pensamento diferente.
Vamos aguardar o próximo bloco.

Vejam a "honestidade" de Veja e da grande mídia, Folha de S.Paulo nesse balaio

Amigos e amigas, meu relógio marca 13H05min. Neste instante acabo de copiar uma notícia da Veja On-line:
Sexta-feira, 27 de Outubro de 2006
Dossiê
Testemunha diz ter dado 250 mil reais a petista Lacerda
27 de Outubro de 2006
Uma nova testemunha no escândalo do dossiê complicou a situação de um dos principais petistas envolvidos no caso. Conforme a fonte, ouvida na quinta-feira em Varginha, Minas Gerais, Hamilton Lacerda, que na época do escândalo coordenava a campanha de Aloizio Mercadante em São Paulo, recebeu 250.000 reais. O valor foi entregue a ele pela testemunha a mando de um empresário.
O empresário é Luiz Silvério, patrão da testemunha - que não teve seu nome identificado para não prejudicar as investigações. Silvério também já falou à PF. A testemunha diz ter recebido 80.000 reais por transferência bancária feita pelo empresário e o resto do dinheiro em espécie. O montante total foi levado até São Paulo - onde teria sido entregue pessoalmente a Lacerda.
A PF agora apura as movimentações bancárias da testemunha na tentativa de confirmar as declarações. O advogado do petista diz que não houve recebimento de dinheiro. A PF acredita que Lacerda entregou o dinheiro aos petistas presos durante operação de compra do dossiê. Ele nega, apesar de ter sido flagrado no circuito de segurança do hotel com malas, onde estaria o dinheiro.

Olhem o que encontrei sobre o mesmo tema, nesta mesma hora:
Folha on-line - Brasil
27/10/2006 - 09h07
PF investiga em Minas padeiro que diz ter levado R$ 250 mil a petista
RUBENS VALENTE
enviado especial da Folha de S.Paulo a Pouso Alegre (MG)
A Polícia Federal investiga o teor de uma entrevista gravada em vídeo pelo padeiro Aguinaldo Henrique Delino, 31, na qual ele afirmou ter ajudado a transportar R$ 250 mil de Pouso Alegre (MG) para São Paulo (SP) para entregar a uma pessoa que ele identificou como o petista Hamilton Lacerda, perto do hotel Ibis, em São Paulo, pouco antes da apreensão de R$ 1,7 milhão pela PF....(clique
aqui para ler o resto, se achar que vale a pena).

Já o Estadão e o Correio Braziliense foram mais honestos:
Estadão on-line
27 de outubro de 2006 - 12:35
PF diz que depoimento de Agnaldo é uma farsa
A Polícia Federal investiga se há interesse eleitoral por trás do depoimento
Vannildo Mendes
BRASÍLIA - Agnaldo Henrique Lima mentiu quando disse que levou R$ 250 mil para o então coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda, para a compra do dossiê Vedoin. A informação é da Polícia Federal.
"A história é inconsistente e não se mostrou verdadeira", disse o superintendente da Polícia Federal, em Cuiabá, Daniel Lorenz. (clique
aqui para ler a matéria toda, se achar necessário).

CorreioWeb
Dossiê: Depoimento sobre R$ 250 mil é uma falso, diz PF
Da Agência Estado
27/10/2006
12h11 - O ex-produtor de eventos Agnaldo Henrique Lima mentiu quando disse que levou R$ 250 mil para o então coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Hamilton Lacerda, para a compra do dossiê Vedoin contra candidatos tucanos, informou a Polícia Federal.
“A história é inconsistente e não se mostrou verdadeira”, disse o superintendente da PF em Cuiabá, Daniel Lorenz. Segundo ele, a farsa foi descoberta depois que a PF foi ao banco e constatou que não havia os saques alegados por Agnaldo. Ele será indiciado por falso testemunho. A PF investiga se há interesse eleitoral por trás do depoimento.

Eu soube da história pela rádio CBN, que informou isso pela manhã, ouvi por volta das 11H30min.
Quem apresentou a testemunha “laranja”? Uma funcionária do PSDB de Pouso Alegre, que agora alega ter sido enganada pela falsa-testemunha.
Pois bem, vejamos então: eu, professor, trabalhei pela manhã, ao sair da escola ouvi a notícia no rádio do carro. Fui até a oficina para agendar um conserto do carro, depois fui ao caixa eletrônico, cheguei em casa e fiz um lanchinho (quem me conhece sabe da importância desse item).
Liguei então o computador e já estou com essa notinha pronta para o blog, mas empresas jornalísticas que mantêm edições on-line, com estruturas gigantescas, ainda não conseguiram atualizar suas páginas: Revista Veja, Época e Folha de São Paulo, ou mesmo o "blog do Noblat", aquele mesmo que costuma postar notas contra Lula em cima da hora.
Então tá!

26.10.06

ENTREVISTA – MANUELA D’ÁVILA (publicada em 10/10 na Agência Carta Maior)


"Não acredito que a juventude não goste de política"

Recordista de votos no Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, de 25 anos, foi eleita deputada federal pelo Partido Comunista do Brasil. Em entrevista, ela fala sobre sua trajetória política e defende que a esquerda precisa reciclar sua linguagem.

Marco Aurélio Weissheimer – Carta Maior

PORTO ALEGRE - Manuela D’Ávila, jornalista de 25 anos, vem sendo apontada como um dos fenômenos da campanha eleitoral deste ano. Mas a palavra “fenômeno” talvez não seja a mais adequada para descrever seu desempenho nas urnas. Ao contrário de alguns candidatos que caem de pára-quedas na política em função de sua visibilidade profissional, Manuela, filha de servidores públicos e comunista, tem muita militância nas costas. Após cerca de cinco anos de militância do movimento estudantil, em 2004, foi eleita vereadora em Porto Alegre, pelo Partido Comunista do Brasil, com 9.498 votos, a mulher mais votada no Estado e a vereadora mais jovem da história da capital gaúcha. Agora, em 2006, foi eleita deputada federal pelo PC do B, com 271.939 votos, a deputada mais votada do Rio Grande do Sul.

Em entrevista à Carta Maior, Manuela conta um pouco de sua história, de sua militância no PC do B e de sua preocupação em renovar a linguagem na política. A esquerda precisa aprender a falar de modo mais simples e claro, defende. Integrante da geração da internet, ela incorporou o instrumento em seu trabalho político. Em seu mandato como vereadora em Porto Alegre, Manuela responde pessoalmente os e-mail’s que recebe. Sua comunidade no Orkut saltou de cem integrantes para mais de quatro mil durante a campanha. O próximo terreno que pretende explorar agora é o uso do Youtube.

A nova deputada federal não acredita que a juventude não goste de política. “Ela não gosta desta política que está aí, baseada na lógica de chefes e caciques”. A esquerda, defende, precisa reciclar sua linguagem, aprender a falar de modo mais claro e não reproduzir dentro dela a lógica dos partidos conservadores. “Os partidos brasileiros são espaços de chefes e caciques. Grande parte da política nacional é dirigida por disputa entre esses caciques. É evidente que a posição dos jovens fica fragilizada neste contexto, a não ser que você seja neto do dono, como é o caso do ACM Neto na Bahia, ou filho do dono, como é caso do Rodrigo Maia, no Rio de Janeiro. Um é neto do dono do PFL na Bahia e o outro é filho do dono do PFL no Rio”.

Veja a entrevista na Agência Carta Maior clicando aqui.

Educação na pauta

Interessante como vários jornalistas valorizaram a pregação do Cristovam Buarque com relação à educação.
Mais interessante ainda é perceber que, passados alguns dias do primeiro turno, ninguém toca mais no assunto, exceto por farpas trocadas entre os dois sobreviventes na disputa eleitoral.
Temos que pensar a educação como um movimento de toda a sociedade. Sem o acesso a uma educação pública de qualidade jamais iremos a lugar algum como nação. Estaremos sempre numa posição subalterna, encolhidos, subservientes, esperando pelas migalhas que nos mandam os países que “pensam”. Seremos eternos executores, mão-de-obra braçal.
Ainda penso a educação como atividade libertadora, talvez por isso o desespero quando olho os programas de governo, dos dois candidatos, e vejo ali somente um alinhavado de boas intenções, que desaparecerão no ar passado o dia 29/10.
Uma luz, tênue, diz respeito a proposta do Lula de fazer da educação à distância uma ferramenta para melhor qualificação e aperfeiçoamento docente.
Claro que isso só não basta, mas um professor melhor preparado saberá exigir os seus direitos como profissional e zelará por uma escola de qualidade, pois será parte integrante dela e do processo educacional.
Os governos de plantão culpam sempre os professores “mal preparados” pela péssima qualidade de ensino. Esquecem de mencionar os péssimos salários e as péssimas condições de trabalho reinantes em grande parte da rede pública, com honrosas exceções.

Expectativas

Hoje (amanhã, dia 27) é a derradeira chance do picolé de chuchu! Ou ele tira coelho da cartola ou já era, inclusive não conseguirá sobreviver com o PSDB, não com o mesmo PSDB de José Serra e Aécio Neves, será a volta do cipó de aroeira, voará pena para todos os lados.
A Globo sempre cuida do suspense. Haverá edição? A manipulação será na cara dura ou “suave”?
E a qualidade das questões? Elas oferecerão aos eleitores oportunidade de refletir mais sobriamente sobre as propostas dos candidatos ou servirão apenas como extensão mais rebuscada do horário eleitoral?
Por falar em horário eleitoral, já passa da hora de reformular esse troço. Coisa mais besta, não serve para nada a não ser vitrine de marqueteiro.
Falando em repensar, outra coisa esquisita é esse “trabalho escravo” para o qual os cidadãos são “convocados” durante as eleições. Deveríamos denunciar o Brasil à OIT por isso.
Aguardemos mais à noite – de amanhã é claro, conforme alertou o atento Riccardo – , vamos ver se teremos algo de qualidade ou a mesma pasmaceira de boa parte da campanha.

24.10.06

Matéria excelente no Blog do Nassif

Matéria excelente no Blog do Nassif

Acaba de ler uma matéria no Blog do Nassif, fresquinha, postada hoje:

“... As eleições de 2006 no Brasil terão o mesmo significado no futuro. O episódio em questão foram as fotos do dinheiro que seria utilizado para a compra do “dossiê Vendoin”. A rigor, as fotos não trariam nenhuma informação adicional para elucidar o caso. São tão informativas quanto qualquer foto de dinheiro amontoado. Esperava-se apenas que a exposição das notas de dinheiro tivesse um efeito eleitoral, como teve a foto do dinheiro encontrado no comitê eleitoral de Roseana Sarney em 2002.”
Para ler o artigo completo, clique aqui.
Excelente a analogia com os acontecimentos da eleição espanhola de 2002. Espero que o diagnóstico sobre a mídia, e as conseqüências dos seus atos, sejam corretos.

22.10.06

Lula aumenta a vantagem, segundo pesquisa do DATAFOLHA

Lula aumenta a vantagem, segundo pesquisa do DATAFOLHA

Eu não consigo entender esses romanos, digo, tucanos! O picolé de chuchu transfigurou-se num lutador de rua no debate de domingo. Logo depois a pesquisa mais “queridinha” dos tucanos anuncia o aumento da diferença entre este e o presidente Lula. ...

Leia mais no Reação Cultural

Votar em Lula ou permitir o retrocesso

Alguns alunos e amigos têm me cobrado com insistência a minha opção e declaração de voto em Lula, já no primeiro turno inclusive.
Embora não dê muita importância a mim mesmo, imagino necessário firmar aqui alguns esclarecimentos.
Começando pelo princípio. Continuo firme na defesa do voto livre, essa obrigatoriedade de comparecer às urnas é uma excrescência, um absurdo! Em 2004 não votei nas eleições municipais e gostaria de ter repetido a ação nestas eleições, só não o fiz por causa das armações da mídia e do conservadorismo representado pela candidatura de Geraldo Alckmin.
Sempre fui crítico com relação a esta visão de que exista um “salvador da pátria”, um “pai dos pobres” ou qualquer coisa parecida. Quando militante dentro do Partido dos Trabalhadores – até 1995 – sempre me bati contra essa opção messiânica.
Partilho daquela visão, fartamente ilustrada nas obras do socialismo, de Marx à Hobsbawm, de que somente a participação popular, por meio das suas associações e com muita criatividade, poderá de fato mudar alguma coisa.
Pois bem, quais são as opções colocadas neste segundo turno?
A candidatura do PSDB/PFL representando o que há de mais arcaico em termos de capitalismo, pendurada no coronelismo caboclo, somada a determinada elite econômica, responsáveis pela situação de atraso e miséria do nosso país, uma vez que sempre estiveram no poder, pelo menos uma banda da coligação.
Governaram o país por 8 anos consecutivos, contado apenas o período “puro-sangue”, sem contar as formações partidárias anteriores, aí já vai pra coisa perto de 21 anos!
Em São Paulo estão no poder há 12, também contado o período puro-sangue, se somado o período peemedebista, partido do qual nasceram os tucanos em 1988, são 24 anos!
Durante esse tempo sempre contaram com o benefício de uma mídia simpática às suas ações, fossem políticas, econômicas ou mesmo nos desmandos.
A outra opção é a candidatura de Lula para um segundo mandato. O primeiro recheado de erros no tocante aquilo que imaginei ser a boa política, voltada para o povo. Continuamos a pagar a dívida externa, religiosamente, a educação continua mais ou menos na mesma, embora tenhamos que considerar alguns projetos como o Pro-Uni, a saúde pública melhorou de forma irrisória e a reforma agrária não saiu da timidez conservadora, como ocorre desde a “Nova República”.
Então minha opção por Lula tem duas pontas, uma é impedir o retrocesso ao reinado do tucanato/pefelê, agravado por uma figura muito pior do que a média tucana que é o picolé de chuchu. Outra é o reconhecimento mesmo que tímido, da ocorrência de alguns avanços no setor social durante o governo Lula.
Saliente-se ainda, que ele não transformou os movimentos sociais em caso de polícia, como foi o caso da maioria dos governos deste país nos últimos 40 anos!
Isso implica desconhecer os desmandos petistas e da tal base aliada? Claro que não! Ou negar o deslumbramento ridículo de fatias do governo com o poder? Claro que não! Ou ainda fingir que não há corrupção neste governo? Claro que não!
Agora não posso aceitar que Heráclito Fortes, ACM, FHC, Geraldo Alckmin, Arthur Virgílio, Garotinho etc. venham dar lições de ética na política ou insinuar, junto com 99% da grande mídia, que a corrupção começou ou é a maior de todos os tempos neste governo.
Por isso minha opção por Lula é, na verdade uma opção contra a outra candidatura, conservadora, impregnada de reacionarismo, pregadora de um falso moralismo idiota.
Também é uma opção contra a mídia conservadora e contra aqueles que dizem que quem vota em Lula é analfabeto ou a parte atrasada do país e quem vota em Alckmin é culto ou a parte moderna do país.
Sinto muito, mas não quero pertencer a esta modernidade!

Imprensa, mas imprensa mesmo que a coisa aparece

Ontem me entreguei a estafante tarefa de ler parte da edição semanal da Revista Veja. Na capa estava uma matéria que me interessou, tratando dos negócios do filho mais velho do presidente Lula.
A matéria é rancorosa, com pouca investigação, poucas provas, mas definitiva: “Lulinha” é lobista, representa interesses da iniciativa privada junto ao governo do pai, além da suspeita de ter passado de um simples monitor do Jardim Zoológico, com salário de R$ 600 mensais, para a posição de próspero empresário com salários estratosféricos.
Tripudiam ainda sobre as respostas que o presidente dá quando questionado sobre a vida empresarial do filho.
Leiam a matéria aqui, caso queiram.
Agora pela manhã estava lendo os jornais, mais precisamente o “Estadão”. Na chamada da edição on-line está estampado: Os negócios do primeiro-filho.
Pensei: aí está a derradeira esperança tucana! Isso mesmo, lançar as suspeitas sobre o filho do presidente, aliás, notícia que freqüentou a mídia em diversas ocasiões nos últimos dois anos. Deu-me a impressão de última cartada, uma vez que na questão política o conservadorismo do Alckmin já está derrotado.
Leiam a matéria, se interessar, clicando aqui.
Mas, para minha surpresa a matéria do “Estadão” está equilibrada, levantando suspeitas onde realmente elas existem, apresentando os lados envolvidos e mostrando as possibilidades de que nada de errado tenha acontecido, com as ressalvas necessárias.
Faz uma análise técnica do negócio da Gamecorp. Não manda ninguém para a fogueira santa, nem o presidente, nem o seu filho e menos ainda as empresas envolvidas.
Um jornalismo dessa qualidade informa e ajuda formar, não aquele que julga a priori e depois apresenta os fatos que referendam o julgamento apresentado.
Mais honesto ainda seria cada órgão de imprensa declinar sua preferência eleitoral em editorial, assim deixariam claras as opções, permitindo um melhor julgamento de suas reportagens e análises por parte dos leitores.

19.10.06

Debate no SBT

Passei por uma experiência nova e interessante, assisti o debate entre Lula e Alckmin na redação do jornal O Estado de S. Paulo, acompanhado por dois eleitores do Alckmin, uma eleitora indecisa e uma outra eleitora do Lula, assim como eu.
Durante o debate éramos perguntados pela jornalista Angélica Santa Cruz, sobre os pontos chaves do debate: postura, programas, signos, “marquetagem” etc.
Este debate foi melhor do que o anterior, mais debate de idéias e postura mais política, no bom sentido, de ambos os candidatos.
A meu juízo Lula levou vantagem, considerados aspectos como desenvoltura, respeito às regras, comunicação direta com o eleitor e perguntas pertinentes em razão da espontaneidade, qualidade que lhe parece natural.
Alckmin não fez a bobagem do primeiro debate. Voltou ao estilo frio, calculista, professoral no sentido autoritário e artificial, embora fugindo de algumas questões mais espinhosas respondendo sem responder, a questões como as do corte orçamentário e da política de segurança pública.
Claro que aqueles que já têm o voto definido farão de tudo para mostrar que o seu escolhido foi o vencedor. Duvido que alguém mude de candidato em razão deste debate, mas aqueles que estão no campo da indecisão, creio, penderam para Lula.
A impressão que tenho é que o PSBD/PFL deixará a corrupção num segundo plano e passará a bater pesado na questão da saúde.
Embora Lula tenha razão em dizer que ela melhorou, a situação é tão ruim que uma pequena melhora, como esta registrada no atual governo, é quase imperceptível para a população, com raras exceções.
Assim o candidato tucano tem como materializar parte de suas “teorias”, afinal é muito fácil mostrar a situação calamitosa da saúde pública no Brasil.
O problema é que ao fazer isso, abre o flanco para comparações diretas com o seu governo em São Paulo: saúde não fica nada melhor do que o plano federal e no quesito educação a situação do estado de São Paulo é lastimosa.
Isso para não falar na questão da segurança pública, ponto abordado por Lula, na medida certa. Se insistir muito nisso o Alckmin posará de vítima, dizendo que Lula explora a tragédia da segurança pública, ao mesmo tempo não pode deixar passar em branco a idéia de “federalizar” o PCC.
Senti muita saudade da estrela vermelha na lapela do candidato Lula, assim como sinto saudades dos comícios com o Zé Geraldo, Grupo União e Olho Vivo, Galo de Briga e de inúmeros artistas do povo que iam de graça encantar as reuniões políticas daquele PT dos anos 80.
Sinto falta da militância pulsando nas ruas, das bandeiras sendo agitadas com crença e não por dinheiro.
Ainda assim vou votar no Lula.

15.10.06

Aula de jornalismo

Uma verdadeira aula de jornalismo do "velho" Raimundo Rodrigues Pereira a matéria de capa da Revista Carta Capital desta semana:

Os fatos ocultos - A mídia, em especial a Globo, omitiu informações cruciais na divulgação do dossiê e contribuiu para levar a disputa ao 2º turno

Se por acaso você não é assinante da CartaCapital, nem teve tempo de comprá-la, clique no título acima para ter acesso a matéria na íntegra!

Boa leitura!

Profissão: professor

Em vários momentos da nossa existência profissional encontramos questionamentos e reclamações sobre a deterioração da nossa profissão.
O professor da rede pública não é suficientemente valorizado pelo seu empregador: o Estado!
Na rede privada a cada dia somamos novidades burocráticas ao estressante trabalho do dia-a-dia, quando não novidades pedagógicas, nem mesmo temos tempo de estudarmos uma e já vem outra, voando!
Será isso reflexo da sociedade atual?
Estive em Cuba no ano de 1997 e quando dizia que era professor era reverenciado, aqui, quase sempre, somos motivo de chacotas.
Na relação com nossos alunos somos o centro da ação, mas na verdade tornamos cada um dos nossos “trocentos” alunos o centro de tudo, lidando em sala de aula com todos aqueles problemas que a família moderna se nega a fazê-lo.
Cabe-nos impor os limites, prepará-los para a vida, embora tenhamos com eles, sempre em grupos, o menor tempo de suas existências cotidianas.
Os pobres coitados pensam que só estamos ensinando geografia, matemática, física, português, inglês, história, biologia, química, artes etc.
Mal sabem que nossas intenções são as mais amplas possíveis, utópicas mesmo: queremos vê-los adultos, sábios, cidadãos, as vezes queremos até que eles façam aquilo que nós não fomos capazes de fazer: um mundo melhor!
E quando somos obrigados a julgá-los, como aperta o coração! Notas que podem significar muitas coisas: alegria, dor, frustração...
Eles não fazem idéia como é difícil!
Nossa profissão parece doença! Não conseguimos parar de pensar em como melhorar o aprendizado, como despertar em nossos alunos a curiosidade pelo saber, o prazer de descobrir coisas novas, quase que encantadas!
Aos colegas de labuta o desejo de que persistam, pelos bons caminhos!

14.10.06

O delegado da PF e a divulgação das fotos do dinheiro

De onde veio o dinheiro?
Pergunta repetida várias vezes pelo tucano-opus dei Alckmin no debate da Bandeirantes, incomoda muita gente atualmente, do governo, da oposição, da imprensa e da polícia.
O blog do jornalista Luiz Carlos Azenha (Rede Globo) ajuda a desvendar, se não a origem do dinheiro, pelo menos as verdadeiras intenções da divulgação das fotos do mesmo.
Dois textos do blog são elucidativos (clique nos títulos para ler a matéria completa):
Delegado combinou com jornalistas versão sobre o vazamento de fotos
A conversa mole de Edmilson Bruno para enrolar repórteres sem-foto
A CartaCapital desta semana está prometendo uma matéria sobre esse episódio:
OS FATOS OCULTOS - A mídia, em especial a Globo, omitiu informações cruciais na divulgação do dossiê e contribuiu para levar a disputa ao 2º turno
É só clicar no título acima para ler uma pequena amostra do texto que está na edição imprensa.

Reforma política

Crise! Esse é o termo mais utilizado na imprensa, nas mesas de bares, nas esquinas, enfim todos nós sabemos das crises, principalmente esta que já faz dois anos, tira o sono daqueles que depositaram no governo Lula esperanças de um país melhor.
Sobre crises podemos enumerá-las aos montes. Grandes crises políticas nos atormentaram e atormentam desde o Império.
A da vez é a da corrupção, deflagrada pela reportagem da revista Veja mostrando um moço do terceiro escalão dos Correios, dizendo que agia em nome do deputado Roberto Jefferson – PTB-RJ. A repercussão da denúncia remeteu a bomba para o colo do presidente Lula.
Teve prosseguimento com a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo e culminou com a tal compra do dossiê contra o Serra – a meu ver grossa armação ou armadilha, como queiram, que petistas afoitos usando de métodos truculentos, tentaram ser mais realistas do que o rei.
Vamos aos fatos: a direita conservadora, no controle de importantes órgãos da mídia, está louca para fabricar a "mãe de todas as crises", que levaria ao impedimento do presidente Lula. Mesmo que ele vença este 2º turno, esse objetivo continuará em cena.
Na verdade podemos procurar o endereço do nascedouro desta, assim como de outras crises no nosso sistema político.
Mas o problema maior não é a corrupção. Há uma crise de representatividade, inerente ao próprio sistema. Não podemos contemporizar com deputados eleitos apenas como chacota ou manifestação da irresponsabilidade de eleitoras e eleitores brincalhões.
Os partidos políticos têm demonstrado que ao chegarem ao governo e na prática dos jogos legislativos, se distanciam dos movimentos vivos e de suas bases sociais.
Não bastasse isso, a representação federativa também se encontra distorcida.
Numa conta simples e rápida descobrimos que aproximadamente 246.000 eleitores têm direito a um deputado, basta dividir o total de eleitores, 125.912.656, pelo total de cadeiras da Câmara dos Deputados, 513.
Assim, São Paulo com 28.037.256 eleitores elegeria 114 deputados, hoje elege 70, enquanto o Acre, com 412.840 eleitores elegeria 2 deputados (vamos arredondar aqui), mas hoje elege 8.
Por isso a reforma política é tão urgente e necessária. Temos que dar um basta aos coronéis, antigos e novos e também construir uma federação de fato.
A reforma política, para mudar nossa cultura, tem que enfrentar alguns problemas centrais:

- voto livre: exerce o direito quem quer, assim os partidos teriam que se preocupar com seus eleitores 24 horas por dia, 365 dias por ano! Essa medida poria a educação política à frente dos marqueteiros;
- financiamento de campanhas: não podemos mais ter financiadores privados, esse financiamento tem que ser público;
- listas partidárias: os votos deverão ser carreados para os partidos, ou seja, para um conjunto de idéias e propostas e não para o fulano ou sicrano;
- fidelidade partidária: se o eleito não comunga mais das idéias do partido que o elegeu tem todo o direito de ir embora, mas o mandato tem que ficar com o partido.
- distribuição do número de deputados de acordo com os eleitores de cada unidade federativa, sem máximos e mínimos.
Tais mecanismos poderiam transformar a cultura política do nosso país positivamente.
Resta saber se os políticos atuais toparão cometer haraquiri!

13.10.06

Problema histórico e generalizado

A corrupção no país é sistêmica, atingindo todos os setores da sociedade, dos mais pobres aos mais abastados, pautando-se quase sempre pela oportunidade. Então temos o jovem rico pagando ao segurança para furar a fila da “balada”, o moço pobre furando a fila na bilheteria do estádio, o bancário subornando o guarda para que ele ignore o desrespeito à lei, o empresário pagando propinas ao funcionário público, deputado, juiz ou qualquer outra autoridade do poder público visando engordar seus lucros.
Não podemos ignorar que a corrupção não é uma via de mão única: se tem um corrupto tem também um corruptor, ambos criminosos.
Além disso, ela é sistemática, ou seja, deve ter começado aí por volta de 1500 e não parou mais. Entra governo e saí governo os escândalos se multiplicam e se renovam. As vezes disfarçados de mega-obra, as vezes disfarçados de caixa 2 – ou dinheiro não contabilizado ou ainda de privatização.
Definitivamente a corrupção não foi inventada pelo governo Lula e muito menos é este o governo mais corrupto da história, a grande decepção fica por conta do seu partido, o PT, ter nascido e crescido empunhando a bandeira da ética e da honestidade na política.
Num rápido passeio por um desses sites de busca na internet, do tipo google, encontraremos referências à corrupção nos governos de Getúlio, JK, Jango, nos presidentes da ditadura militar – claro que, neste caso, bem menos, pois o denunciante poderia pagar com a própria vida – Sarney, Collor, FHC e Lula. Em todas as crises a imprensa trombeteia tratar-se da maior da história.
A sucessão de escândalos neste governo, no entanto foi impressionante e a incapacidade do governo e seu principal partido, o PT, responder a eles de forma convincente, optando pela estratégia do silêncio apostando no esquecimento do eleitor, no que parece ter sido bem sucedido.
Temos que considerar o papel da Polícia Federal, muito mais atuante do que no governo anterior é claro.
Independente dessa atuação podemos lembrar o mensalão (ou caixa 2), a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro lá de Brasília e agora a tal compra do dossiê contra o candidato ao governo do estado de São Paulo, José Serra.
Claro que divulgar documentos comprobatórios ou indicativos de atos de corrupção não é crime, o crime está no método usado para tal e principalmente na origem do dinheiro, uma pequena fortuna de quase R$ 2 milhões em dinheiro vivo.
Assim, quando pensamos que o governo e o PT encontraram fácil o caminho da reeleição do presidente Lula ele mesmo cuida de atirar contra si.
Impressionante!

Artigo publicado na Galileu - Vestibular 2007 - p.42

10.10.06

1º Debate

Não tive condições de assistir o debate de domingo último.
Desde ontem procuro leituras que me tragam um pouco de luz sobre o evento, noves fora a origem, tucana ou petista, dos textos.
Acabo de ler a coluna do Jânio de Freitas (Folha de S.Paulo – Caderno Brasil – 10/10/06). Parece-me que ele obteve sucesso ao descrever o debate, destaco duas passagens do texto:
“O novo modelito apresentado por Geraldo Alckmin determinou o rumo do confronto, não incluindo nele nem uma só idéia ou proposta sua para o eventual exercício da Presidência, nem permitindo que o adversário o fizesse, caso o desejasse mesmo.”
“Geraldo Alckmin, à revelia do que até então aparentara, apresentou-se como um misto de Carlos Lacerda e Fernando Collor. O pior de ambos: a agressividade compulsiva de Lacerda e a arrogância de Collor. A agressividade inquisitiva de Alckmin, até para fazer perguntas insossas e que mal conseguia concluir, não parecia de Geraldo Alckmin, o imperturbável. A ostentação de uma superioridade humilhante lembrou muito pouco, se chegou a lembrar, o Geraldo Alckmin até então apresentado aos eleitores, e muito o Collor do debate com Lula.”

Quem desejar conferir o texto na íntegra é só ler a Folha de hoje, está também na internet, clique aqui para ler, mas só para assinantes da Folha ou do UOL.

Diversão

Mesmo para quem, como eu, está irritado com o resultado das eleições, particularmente aqui em São Paulo, a diversão é necessária. Recebi uma indicação e tenho o prazer de repassar a todos vocês:
http://gerentechuchu.blogspot.com/


Imperdível!

7.10.06

O que as semanais nos trazem nesta semana?

Infelizmente nehuma das revistas semanais apresenta uma análise sobre as pesquisas eleitorais, estava ansioso por ver algo sobre os erros e acertos dos badalados institutos de pesquisas.
Vamos ver então um pouco de cada uma delas.



Vou começar pela famigerada. Advinha quem aparece sorridente na capa? Ele mesmo, o picolé de chuchu, Geraldo Alckmin. Vejam que beleza de chamada:
O fenômeno Alckmin
O tucano dispara na reta final, conquista 40 milhões de votos e chega ao segundo turno com chances de vitória
Clique aqui e leia a matéria completa.
Mostrando que está equilibrada reservou para o Lula a seguinte chamada:
Agora é com a máquina
Atordoado com o segundo turno, o candidato Lula engoliu o presidente Lula – e a campanha engoliu o governo
Para ler a matéria você precisa ser assinante, para sua sorte!
Na seção Brasil a Revista Oficial da Tucanagem apresenta o seguinte sumário:
Eleições: Alckmin tem chance de vencer
O segundo turno provoca pânico na campanha petista
Qual é o verdadeiro Lula?
O plano econômico de Alckmin para o Brasil
O PT saiu enfraquecido das urnas
Como ficam as bancadas na Câmara e no Senado
A volta dos mensaleiros e sanguessugas
Aécio Neves fala a VEJA sobre a eleição
Compensações: Pensões milionárias para "perseguidos" da ditadura

E ainda tem gente que diz que eu que sou parcial! Aliás o enfraquecimento do PT é bastante estranho: tinha 81 deputados, elegeu 83! Eu mesmo fiquei surpreso com esses números, esperava menos.


A revista Época também apresenta o picolé na capa, também sorridente é lógico!
A matéria principal (clique aqui para lê-la) tem o seguinte título:
Como seria o Brasil de Alckmin
Ele chegou com força para disputar o segundo turno contra Lula. Se conseguir ganhar, o que muda?

Uma boa matéria é Almanaque eleitoral, com informações resumidas, infográficos, enfim aquelas pequenas notas, mas interessantes. Clique aqui se tiver vontade de ler a matéria.


A revista Istoé resolveu dar capa para a tragédia do vôo 1907. Aposta na falha humana, hipótese mais citada em todas as entrevistas que li sobre o acidente.
Quanto às eleições a cobertura parece ser a mais equilibrada. Clique no título das matérias caso deseje conhecer a íntegra de cada uma delas:
Brasil escolhe caminho
Em busca dos últimos votos
Uma surpresa esperada
Também temos mais matérias sobre as eleições na edição. Parecem-me que bem razoáveis.


A CartaCapital apresenta uma matéria que deveria servir de exemplo para as demais. O título é EM FOGO BRANDO (clique aqui para ler). Equilibrada, ouvindo todos os envolvidos, com dados objetivos, permeada por algumas linhas de análise.
No EDITORIAL,Mino Carta de forma serena e com equilíbrio, reafirma a opção por Lula no segundo turno sem abrir mão das críticas ao governo.
Na seção A SEMANA o destaque é para o aniversário da Unicamp: 40 anos!
Não deixem de ler Linha de Frente, de Walter Fanganiello Maierovitch, além das colunas de Nirlando Beirão, Sócrates e Gianni Carta.
Imperdível as matérias (disponíveis no site): GREVE DE SEXO NA PERIFERIA e NA LANTERNA DOS VOTOS.