24.8.10

Deste-me tudo o que tinhas

Música de tocar o coração e a alma!
Recebi da amiga, que não vejo há coisa de 30 anos, Bebel, lá de Curitiba.

22.8.10

Serra e Folha: Decadência de um modelo de manipulação midiática


Segue abaixo um dos mais brilhantes textos de análise do papel da Folha de S.Paulo no processo eleitoral que está acontecendo.
Idelber Avelar, pessoa inatacável do ponto de vistas das qualificações acadêmicas alimenta um dos melhores blogs, o renomado O Biscoito Fino e a Massa.

Serra e Folha: Decadência de um modelo de manipulação midiática

Há algumas diferenças entre a campanha presidencial de 2006 e a deste ano, e uma das mais notáveis é a perda de influência dos setores da mídia que apostaram numa compreensão unilateral da informação. Esse (des)entendimento da informação como uma avenida de mão única é parte da explicação do colapso da candidatura de José Serra e do baile sociológico-estatístico sofrido por um de seus suportes, o DataFolha. Eles apostaram no mundo velho.
Desde o princípio, a candidatura de Serra optou por um modelo de relação com a informação: a opção pela compra da boa vontade dos oligopólios de mídia com contratos públicos em São Paulo, a truculência na direção da TV Cultura e a forte tendência autoritária, censora, de ligar para redações pedindo cabeça de jornalista ou de reagir agressivamente a qualquer pergunta indócil, questionadora. Essa tendência se manifestava tão mais claramente justo quando o Sr. Serra e a direita brasileira insistiam que o governo federal “censura” a mídia, como se não soubéssemos o que a imprensa brasileira publica sobre o presidente Lula.
Superestimando o poder dos conglomerados máfio-midiáticos do país, Serra apostou neles as suas fichas e perdeu. Foi mais um de seus muitos erros, numa lista que inclui a sucessão de trapalhadas na escolha de um vice que ele nunca vira, a modorrenta e ególatra espera à qual submeteu a si e seus correligionários antes de se candidatar, a ingênua ideia de que poderia dar xeque-mate em Aécio simplesmente esperando sentado em sua cauda de pavão, o privilégio ao método de bastidores, conchavos e guilhotina em vez do embate de peito aberto na pólis. Não são esses, no entanto, os motivos de sua derrota, como sabe qualquer interessado em política brasileira que não viva em Marte. O motivo básico de sua derrota é só um: o povo quer continuar o governo Lula e quem continua o governo Lula, segundo o próprio, é a Dilma. Assim de simples.
Por isso, é de uma desfaçatez inominável que a Folha faça um editorial de cônjuge traído, chilique de cornudo(a) que se sente abandonado(a) pelo seu candidato, o mesmo que a Folha teimosamente insiste em não endossar em editorial. Lendo a Folha de hoje, não há como não fazer a pergunta: como é possível que ela não soubesse que essa seria a estratégia, que esses “erros” de Serra, afinal de contas, não são simples erros, mas consequências necessárias da própria concepção de política de Serra nos últimos tempos? Descobriram agora que ele é autoritário, não ouve ninguém, adora conchavos e tem tendência ao autismo político? Onde estiveram nos últimos vinte anos em que lhe ofereceram apoio, editorialistas da Folha? Ou vocês não enxergaram antes porque estavam lá nos bastidores dos conchavos também? Que tal agora descobrir que Serra tem uma política de comunicação baseada no unilateralismo, na troca de favores com os oligopólios e com a distorção mentirosamente neutra da informação? Que tal, por exemplo, fazer uma investigação e revelar como é possível que três funcionários ou membros do PSDB sejam "sorteados" para fazer perguntas num debate aí na sua própria cozinha, Folha? Que tal avançar nas descobertas, Folha?
A Folha não pode dizer claramente que os “erros” de Serra não foram “erros”, mas consequência lógica e inevitável de uma concepção de política. Afinal de contas, essa foi a concepção na qual a Folha apostou também, a da fabricação de escândalos, falsificação de documentos, a mentira pura e simples e a blindagem vergonhosa em volta do Sr. Serra (ao ponto de jamais terem publicado, por exemplo, jornalismo real sobre os escabrosos negócios da Educação em São Paulo). Superestimando seu próprio poder, usando um instituto de pesquisa para fazer politicagem e reagindo de forma autista a uma realidade que ainda parecem incapaz de entender, o Grupo Folha é o mais siamês parceiro de derrota de José Serra, o candidato que agora zanza como um zumbi vampiresco pelas madrugadas da internet, desdizendo hoje o que disse ontem.
Que o Grupo Folha tenha a dignidade de fazer a autocrítica dessas escolhas antes do mergulho final na irrelevância.
Idelber Avelar - Revista Fórum

21.8.10

Erundina para deputada federal, Prof. Ronaldo Mathias para estadual!


Já informei que me decidi por Dilma, também deixei claro que o meu voto não tem uma unidade partidária, mesmo por que penso que os partidos deixaram de existir como tal.
Também já escolhi meus candidatos para deputado federal e deputado estadual.
Para a Câmara Federal votarei em Luiza Erundina do PSB (clique aqui para conhecê-la um pouco mais).
Quando Erundina foi eleita tive a honra e o prazer de dedicar parte dos meus dias a sua campanha. Sua gestão me encheu de orgulho. Pena que o PT não deu a ela o apoio devido e os conflitos internos, envolvendo as tendências e a ala majoritária, sufocaram ótimas iniciativas, como os conselhos populares.
Algumas figuras de proa do partido, como Zé Dirceu, foram decisivos para o sufocamento de boas iniciativas dentro da administração municipal.
Do ponto de vista ético ela é inatacável. Podemos enxergar erros políticos, como quando ela passou a integrar o governo Itamar, numa posição secundária e isolou-se dentro do PT.
A sua firmeza na defesa dos princípios de solidariedade e comprometimento com os desfavorecidos e com a democracia me encantam.
Por isso, tem o meu voto.
Para deputado estadual votarei no Professor Ronaldo Mathias do PV, apesar do PV (clique aqui e saiba mais sobre o Prof. Ronaldo).
Ronaldo foi companheiro de labuta no Pueri Domus. Excelente professor, tanto para os alunos quanto para os colegas. É professor da cadeira de Direitos Humanos do Centro Universitário Belas Artes.
Suas propostas giram em torno de questões envolvendo direitos humanos e educação. Bem intencionado, ético e com grande sensibilidade creio que será um excelente representante na Assembléia Legislativa de São Paulo, podendo atuar na educação política da população e fiscalizar o Executivo com eficiência e competência.
Pois bem, depois de algumas ausências eleitorais minha chapa está assim até o momento:
Presidente: Dilma (PT)
Senador (a): ? ?
Deputado Federal: Luiza Erundina (PSB) – nº 4021
Deputado Estadual: Prof. Ronaldo Mathias (PV) – nº 43.369

14.8.10

Meu voto para presidente está decidido: Dilma Roussef!


Mais uma vez a mídia apela! Não entendo! Lula não os incomodou em nada! As concessões continuam sendo renovadas automaticamente, não tocou em nenhum dos seus privilégios e nem sequer  fez cumprir a Constituição, que exige das TVs abertas ações educativas e entretenimento saudável.

Ainda assim lá está a Rede Globo capitaneando as baixarias. Desta vez usou a Revista Época, com uma capa extremamente mesquinha.

Mentirosa? Claro que não, a própria Dilma, toda vez que é perguntada, não cansa de reafirmar o orgulho de ter tido a coragem de pegar em armas para lutar contra a ditadura que, diga-se de passagem, era apoiada e apoiou a Rede Globo.

A matéria não traz novidades. Pelo menos o que está no site da revista, aparenta não apresentar mentiras, mas – e sempre que tratamos do PIG* tem o “mas” – apresenta questões capciosas, como um Box com o título “Dúvidas sobre o passado”.(clique aqui e veja o que está liberado na Internet)

A própria capa da revista é de uma torpeza sem tamanho. A não ser que eu seja uma autêntica besta quadrada, sempre entendi que Dilma não foge deste assunto e nem apresenta arrependimento pelo que fez. Ao contrário, demonstra orgulho de suas ações, das de seus companheiros de luta, inclusive daqueles que tombaram, enquanto os “Marinho”  e suas Organizações Globo lustravam as botas dos generais!

Claro que ela exige que se coloque a questão no contexto. Dilma e todos os demais que participaram da luta armada no Brasil – concordemos ou não com suas ações – merecem nosso mais profundo respeito, pois tiveram a coragem de oferecer a sua vida por uma causa.

A capa da Revista Época ajudou a me decidir nestas eleições. Meu voto para presidente será de Dilma Roussef, a guerrilheira!

4.8.10

Sobre as eleições que se aproximam (IV), ou: Partidos, que partidos?

Sempre me orgulhei de votar num partido. Quando não tinha candidatos aos cargos proporcionais votava na legenda. Isso desde o primeiro voto, em 1982, até 2002.
Nos anos de 2004 e 2008 não votei e em 2006 votei apenas no Lula, conforme mencionei nos textos anteriores sobre o tema.
Pois bem e agora, qual Partido escolher?
Nenhum.
Isso mesmo, eles não existem, como diria o padre caça-fantasmas da TV.
Se entendermos que os partidos políticos representam partes da sociedade e, como tal, apresentam um programa coerente e capaz de mobilizar os setores representados, somos obrigados a constatar que eles não existem mais.
O PT tornou-se um partido com métodos idênticos aos demais partidos tradicionais. Toda a beleza das propostas iniciais foi incluída na categoria de utopias. Existem caciques, às vezes mais até do que índios, clãs familiares etc. e tal.
Embora mais arejado e moderno nas suas propostas, soma-se, em nome da governabilidade, a “coisos” que mais se parecem ETs políticos do que companheiros de caminhada.
O PV atua nitidamente como linha auxiliar da direita moderninha. Tem uma candidata a presidente que nega todo o histórico e razão de ser do partido, com exceção do discurso ambientalista.
PSOL? Pequeno amontoado disforme de esquerda radical. Tenho grande admiração pelo Plínio e pelo Ivan Valente em São Paulo, assim como pelo Chico Alencar no RJ, mas e aquela “freira” das Alagoas, que vivia abraçadinha com Heráclito Fortes?
Do PSTU tenho saudade do grande companheiro de militância no Sindicato dos Bancários de São Paulo, conhecido como Didi Pedalada, ou Dirceu Travesso. Mas o discurso do quanto pior melhor me irrita!
Houve um momento, no início do governo Lula, que cogitei a hipótese de pedir filiação ao PC do B, mas o que dizer de um partido que lança Ademir da Guia para vereador e Netinho de Paula para Senador?
Claro que meu voto tenderá à esquerda, mas como será composto?
Mistério!