20.2.14

O que acontece na Venezuela?


A Venezuela passa neste momento por enorme conflito. De um lado uma oposição golpista, que não consegue ganhar no voto e tenta dar o golpe. Do outro o presidente Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez. 
A mobilização política na Venezuela sempre foi muito intensa e, frequentemente, as tensões descambam para o conflito e a pancadaria.
Hugo Chávez foi eleito e reeleito, além de ser aprovado num processo revogatório, que consiste num plebiscito no qual os eleitores dizem se o ocupante do cargo em questão termina o mandato ou não.
As eleições venezuelanas são sempre acompanhadas por órgãos internacionais, tais como a ONU e a OEA, além de ONGs, como o Centro Jimmy Carter.
A mídia é controlada por algumas famílias, assim como no Brasil, mas isso levou a uma forte reação no 2º mandato de Chávez, que construiu uma mídia estatal, que tem na TeleSur sua maior representação. Ainda assim 80% da TV estão nas mãos da oposição.
Gostaria de sugerir alguns vídeos que são esclarecedores.

No primeiro a Globonews resolveu debater a situação da Venezuela hoje e chamou para tal o professor José Augusto Guilhon – professor de RI da FEA-USP – e Igor Fuser, também professor de RI, mas da UFABC. Igor Fuser dá uma aula sobre Venezuela e ainda dá um pito na mídia e na Globo.
É só clicar aqui.
 
No segundo vídeo George Galloway, parlamentar britânico, detona um almofadinha, formado pela CNN e a mídia reacionária.

No terceiro um documentário forte e emblemático, que desnuda o papel de mídia e as técnicas de manipulação utilizadas no golpe contra Chávez em 2002.

10.2.14

E aparece o primeiro cadáver

Lamentável a morte do cinegrafista da Rede Bandeirantes de TV, Santiago Andrade, vítima de um "rojão" durante manifestações no RJ
Protestar e discordar todos podem. Esquerda, direita e centro. Isso é regra da convivência democrática.
Concordar ou não vai de cada um.
Usar de violência nos protestos é cabível, principalmente para se fazer ouvir, ou, como foi o caso do nosso país durante muito tempo, quando impera a ditadura e não existem canais de expressão política.
Criminalizar manifestações a priori é um risco grande. Bem como imputá-las a este ou aquele partido.
Da mesma maneira que não foi possível engolir a história de sabotagem do Metro de SP durante a campanha eleitoral de 2010, quando o governador Alckmin e o candidato Serra, tentaram jogar nas costas do PT a incompetência da gestão tucana, também não podemos acusar o PSOL pelo assassinato do cinegrafista da Band - Santiago Andrade - nas manifestações do RJ, com base apenas no depoimento de alguém, que ainda por cima ouviu falar.
Discordo das posições do PSOL no tocante ao "Fora Dilma!". Também não acho razoável a campanha "não vai ter copa", mas daí a responsabilizar Marcelo Freixo ou qualquer outra liderança expressiva do partido pela morte do rapaz vai um exagero muito grande.
Apostar no "quanto pior melhor", estratégia da extrema esquerda e dos tais black blocs é uma temeridade muito grande. A chance de se produzir cadáveres em abundância com essa tática de luta é enorme. Também a chance de avivar o fascismo é quase certa.
Da mesma forma que criticamos a extrema esquerda por dar os braços a direita raivosa, não podemos dar os braços a essa mídia manipuladora.
Imagino que seja prudente aguardarmos as investigações e exigir apuração rigorosa desse crime.