26.12.23

Vamos falar sobre censura?

O que os "libertários do Brasil" fizeram com o jornalista Breno Altman é censura da pior qualidade, pois tem o aval da justiça estadual.
Uma representação da Conib conseguir apagar algumas postagens do jornalista no "X", alegando discriminação.
Houvesse regulamentação das mídias sociais isso seria resolvido de forma mais fácil.
Impressionante a máquina do sionismo, conseguem censurar um judeu por discordar dos crimes de guerra cometidos por eles.

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25.12.23

Sobre o Forte Apache que ganhei de Natal

Amigos e amigas, não estou fazendo "publi" do Forte Apache, nem da Gulliver, mas esse presente de Natal dado pelo meu filho, Jaime Mello, está repleto de significados para mim.

Vamos a história.

Quando ele era criança sempre deixei claro que ele, um dia, faria as suas próprias escolhas e quando esse dia chegasse, ele jamais poderia negar de onde vinha: filho de trabalhadores, neto de trabalhadores com origem no campo e por aí vai.

Então, muito cedo, cuidei de desmistificar uma série de coisas. Um pouco antes de completar três anos ele soube por mim que o papai noel era uma fraude capitalista e que quem dava os presentes eram os pais, avós, tios e tias etc.

Fui duramente criticado por parte da família, mas não desisti de deixar claro que o dinheiro que nos permitia existir não era uma dádiva do patrão, mas sim fruto do empenho e da dedicação, o que nos impedia de ficar mais tempo com ele.

E continuei contando histórias para que ele entendesse sempre.

Numa dessas, não lembro exatamente quando, contei que quando criança meu pai enfrentou muitas dificuldades financeiras, sempre procurando não deixar faltar o básico para mim e minha irmã, mas sem poder atender nossos desejos.

Entendi isso muito cedo, sem que houvesse a necessidade de ser comunicado.

Nunca pedi presentes de Natal ou aniversário, mas claro que desejava o que a TV nos mostrava na época, principalmente o Autorama e o Ferrorama da Estrela, mas meus olhos brilhavam mesmo com o Forte Apache.

Aliás não compreendia a razão de sempre torcer para os índios, isso só ficou claro bem mais tarde, quando percebi a importância de ficar do lado dos mais fracos e oprimidos.

Foram muitas histórias ao longo desses 24 anos. Minhas e dos meus amigos, algumas aconteceram, outras, tenho certeza, que nasceram da minha imaginação.

Eu só não imaginava o Forte Apache ficaria tão gravado na memória dele e que, com parte do seu primeiro salário como Desenhista da Prefeitura de Assis, emprego que ele conquistou por meio de um concurso público ele me compraria o dito cujo.

Imaginem um senhorzinho, bem capenga, recebendo um presente de Natal, que ele desejava desde a infância, aos 62 anos!

Não canso de ficar emocionado toda hora que olho pra aquela caixa da Gulliver.

Claro que nossa situação financeira melhorou um pouco.

Hoje conseguimos atender também alguns desejos, com dificuldades aqui e ali, mas conseguimos.

Mas sempre faço questão de lembrar, para que não reste ilusões: somos trabalhadores, filhos de trabalhadores com origem no campo. Estamos de um lado na luta de classes e os donos do capital do outro, por mais bonzinhos que sejam.

 

 



 

 

22.12.23

Sobre a corrupção

Gostaria de retomar um tema que tratei na Revista Galileu Vestibular de 2007? A corrupção.

Embora publicado na primeira década do século XXI o texto pode ser atualizado para os dias atuais com muita facilidade, basta somar os episódios do Cunha, do Petrolão e do governo Bolsonaro.

Imagino que hoje poderíamos colocar, sem medo de errar, que o presidencialismo de coalizão, coisa só existente no Brasil, é um dos motores das ações atuais.

O que há de pior no Congresso chantageia o presidente da República por meio do orçamento secreto. Foi assim na segunda metade do governo Bolsonaro e continuou no início do governo Lula.

Culpa do eleitor que votou pessimamente nos seus representantes? Talvez. Prefiro culpar o campo progressista pela incapacidade de angariar votos para os bons representantes do povo.

Isso não pode fazer com que criminalizemos a política. Existem políticos ruins, assim como profissionais de todas as áreas, a grande diferença é que esses políticos definem a vida de todas as outras pessoas.

O falecido Plínio de Arruda Sampaio defendia que o PT centrasse suas energias no legislativo, compondo quando possível, chapas para o Executivo. Hoje penso que ele tinha razão.

Mas a questão da qualidade do voto fica para outro texto.

 

                                                                                                                                                                                              Lula Marques/Agência Brasil

 

Texto publicado na revista Galileu Vestibular 2007

PROBLEMA HISTÓRICO E GENERALIZADO

Prática da corrupção foi disseminada em praticamente todos os governos do país

A corrupção no País é sistêmica, atingindo todos os setores da sociedade, pautando-se quase sempre pela oportunidade. 

Temos o jovem rico pagando ao segurança para furar a fila da balada, o moço pobre furando a fila na bilheteria do estádio, o bancário subornando o guarda para que ele ignore o desrespeito à lei, o deputado ou qualquer outra autoridade do poder público visando engordar seus lucros. 

Não podemos ignorar que a corrupção não é uma via de mão única: se tem um corrupto tem também um corruptor, ambos criminosos. 

Entra governo e sai governo, os escândalos se multiplicam e se renovam. 

Às vezes disfarçados de "megaobra", às vezes camuflados de caixa 2 — ou dinheiro não contabilizado. Definitivamente, a corrupção não foi inventada pelo governo Lula e muito menos é este o governo mais corrupto da história. 

Num rápido passeio por um desses sites de busca, como o Google, encontraremos referências à corrupção nos governos de Getúlio, JK, Jango, nos presidentes da ditadura militar, Sarney, Collor, FHC e Lula. Em todas as crises, a imprensa trombeteia tratar-se da maior da História. 

A sucessão de escândalos neste governo, no entanto, foi impressionante. Já a incapacidade do seu principal partido, o PT, em responder a eles de forma convincente, optando pela estratégia do silêncio e apostando no esquecimento do eleitor, parece ter sido bem-sucedida.

A Polícia Federal está muito mais atuante do que em governos anteriores, é claro. 

Independentemente dessa atuação, podemos lembrar o mensalão, a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro de Brasília e agora a compra do dossiê contra o candidato ao governo de São Paulo José Serra. 

Divulgar documentos comprobatórios ou indicativos de atos de corrupção não é crime. O crime está no método usado e principalmente na origem do dinheiro para comprá-lo, quase R$ 2 milhões.

Quando pensamos que o governo e o PT encontraram fácil o caminho da reeleição do presidente Lula, eles mesmos atiram contra si.

Aqui a publicação original





19.12.23

Eu não gosto de você papai noel

Faz tempo que o clima de Natal não me agrada, não fosse pela possibilidade de me juntar aos familiares eu preferiria continuar na minha toca, sem ver ninguém.

Lembro-me de quando contei para o meu filho que papai Noel não existia, e esse que a gente via no Natal era uma invenção da Coca-Cola, fruto do mais puro capitalismo. Fui muito criticado, só porque ele tinha acabado de fazer três anos.

Nos últimos o governo do genocida me fez ficar mais triste ainda com essa data.

O aumento da população de rua, da pobreza e da fome, somados as inúmeras intrigadas familiares, por conta do fascismo, me entristeceram bastante.

Neste ano o país parece caminhar melhor, embora com dificuldades. A esperança parece melhorar, mas ainda estou ressabiado.

Por isso volto com essa poesia que é emocionante e que faz com que lembremos das pessoas que não tem acesso aos bens mais essenciais, quanto mais ao papai Noel.




18.12.23

Parabéns Jaime Ernesto!

 
Em 1999, num dia como hoje de muito calor e sol escaldante, fomos para a maternidade,  Ana Lúcia  e eu , numa ansiedade, misturada com medo, pela expectativa da chegada de nosso filho.

Depois de alguns alarmes falsos ele veio a este mundão trazer muitas alegrias e algumas preocupações também.

Naquele momento, quando aquele “pequeno repolho”, com uma cabeça enorme, saiu da sala de parto e foi exibido a nós, estavam na antessala, o tio Anselmo, a vovó Dalva e  eu, que nem sabia o que dizer.

Só pensava em como fazê-lo feliz, mesmo sabendo que isso não seria possível o tempo todo. Ou ainda em como ser um excelente pai, mas lembrei que não tinha um curso para isso, embora o hospital escolhido tenha oferecido um curso nesse sentido, mas o lanche era bem melhor do que o curso.

O médico veio até mim dizer que o parto tinha corrido bem, embora tivesse sido “2 em 1”, foi feita toda a preparação para o parto normal, mas na “hora h” o rapaz em questão resolveu olhar na direção errada e o médico teve que tomar a decisão pela cesariana.

Veio o primeiro susto, ele deveria ir para a isolete neonatal, acho que é esse o nome e talvez não voltasse pra casa conosco. Mas foi só um susto e dois dias depois fomos para casa, levados pelo camarada Edílson, que o presenteou com o primeiro uniforme do Timão (o segundo veio do Maurício).

E pensar que isso tudo já faz 24 anos!

Vieram então as etapas escolares, com uma pré-escola maravilhosa, que demoramos a acertar, com o Fundamental I feito na escola na qual eu lecionava, depois o Fundamental II, quando mudamos de escola e o Ensino Médio.

Para alegria da família ele foi aprovado no Instituto Federal, na ETEC e no Liceu de Artes e Ofícios. Era o tempo que ele dizia querer fazer arquitetura, então escolheu o Liceu.

Momentos tensos, quando por desencontros, entre as expectativas e o ensino oferecido, fizeram com que ele desistisse da Arquitetura.

Depois de várias agruras veio a decisão difícil: o que fazer no ensino superior?

Escolheu engenharia biotecnológica, unindo as exatas com a biologia.

Falta um ano para terminar o curso.

Neste ano iniciou sua trajetória profissional ao ser aprovado no concurso para desenhista na prefeitura da cidade na qual mora e estuda.

Nós o amamos.

Não sabemos o quanto acertamos e o quanto erramos na sua educação, mas hoje ele pode caminhar sozinho.

É uma pessoa despida de preconceitos, solidário, companheiro, e, para mim o essencial: um cidadão consciente,  que pensa sempre naqueles não cuidados pela sociedade.

Ainda por cima corintiano!

Penso que, para finalizar, só nos cabe deixar aqui uma declaração bastante simples:

NÓS TE AMAMOS MUITO!

Que faça as escolhas certas e, se errar, estaremos aqui.

 



14.12.23

Dilma: de presidenta injustiçada à presidência do banco dos BRICS

Parabéns, Dilma

Dilma foi muito injustiçada, inclusive por setores da esquerda.
Mulher brilhante, com uma história de lutas irretocável.

Hoje preside o banco dos BRICS e foi escolhida como a melhor economista do ano!
Que tenha forças pra lutar por muito tempo ainda!

Viva Dilma!

Vejam o vídeo no link, no qual ela dá uma resposta bem bacana pra uma "lacradora" de redes sociais


5.12.23

A herança precisa ser taxada com urgência

Durante um tempo dei aulas num preparatório para vestibular muito chique aqui em Sampa.

A grande maioria dos alunos e alunas eram preparados para assumir os negócios da família. Tinham uma infinidade de cursos extracurriculares e muitas milhas acumuladas.

Quando eu dizia que a herança era uma fábrica de vagabundos e que banco não produz nada, então deveria ser taxado de uma forma diferente, frequentemente eu sofria alguns aborrecimentos.

Não dou mais aulas lá faz tempo, mas gostaria de ver reação do pessoal com essa notícia do UBS, um banco gestor de fortunas, portanto não cabe a alcunha de "comunista".

Em tempo: tive excelentes alunos humanistas, solidários e também do ponto de vista cognitivo.

Pela primeira vez, bilionários acumularam mais riqueza pela herança que com trabalho, diz UBS

4.12.23

Arte e Cultura Guarani


 

Censura ou reparação?

O STF entendeu que os órgãos de imprensa são responsáveis pelo que o entrevistado fala no caso de falsa imputação de crime.

Alguns jornalistas se rebelaram contra a medida, no meu entender por justa razão.
Imagine como seriam as entrevistas ao vivo nessa situação? Impossíveis de serem feitas.

Mas, por outro lado, é necessário tomar algumas medidas para que não aconteça novamente o que aconteceu com o ex-deputado, já falecido, Ricardo Zarattini, que foi acusado, de forma caluniosa, pelo Jornal Diário de Pernambuco de ter realizado um atentado no Aeroporto de Guararapes, que resultou em uma morte.

O ponto de partida da acusação foi uma entrevista, com informações falsas, do ex delegado de polícia, alinhado à ditadura militar, Wandenkolk Wanderley.
Não houve o chamado “o outro lado” nem a checagem da notícia, ainda não estava em moda. 

A reparação só veio agora, decorridos 30 anos do fato.
Podemos perceber uma enorme lacuna no judiciário pela demora descabida. Justiça tardia é injustiça, sabemos todos.

Mais recentemente o jornalista Leandro Demori foi caluniado pelo deputado federal Gustavo Gayer. De forma mais ágil a justiça decidiu pela reparação, obrigando o deputado mentiroso a ler uma nota nas suas redes sociais, escrita pelo próprio Demori, restabelecendo a verdade. 

A medida do STF é censura?
Nos casos das entrevistas "ao vivo", sim, mas se usado o bom senso, as notícias mentirosas, ou fake News, não podem servir de base para acusações infundadas ou ainda para escaladas dos noticiosos, como nos casos da cassação da presidenta Dilma Roussef e da prisão do presidente Lula. 

A medida correta seria criar um instrumento ágil da justiça para reparação da verdade, de imediato, sem prejuízo das indenizações cíveis.



Privatiza que dá certo!

O mito neoliberal da privatização dos serviços públicos não resiste a um olhar pra realidade, quer seja aqui ou em terras estrangeiras.


 

20.5.23

Governo Lula 3

Desde 1 de janeiro de 2023 vivemos momentos de esperança e desejos de mudanças na sociedade brasileira.


O caminho será longo, uma vez que foi interrompido pelo golpismo de 2016, e teve um grande estrago nos quatro anos de governo do inominável.

Esse governo Lula é fruto de um grande acordo, envolvendo um leque enorme de forças políticas e sociais. Vai do MST, o maior movimento social de luta pela terra nesse país, até acenos ao agronegócio, na figura de Simone Tebet ocupando um ministério.

É preciso entender esse contexto para elaborar uma crítica assertiva, que contribua para o entendimento desse momento histórico.

São inúmeras frentes de atuação. Podemos destacar, no âmbito social, o combate às fake News, que tanto mal tem nos causado, ao preconceito – racial, homofobia, transfobia etc. –, à violência contra a mulher, enfim, inúmeros desafios de reconstrução de padrões civilizatórios para o Brasil.

Precisamos ainda de especial atenção às questões ambientais, sejam elas referentes à preservação e conservação de recursos e buscar o “desmatamento zero” a todo custo, além de especial atenção às energias renováveis.

No campo econômico temos que enfrentar as desigualdades sociais, construídas ao longo de pouco mais de 500 anos de história. A recuperação do salário-mínimo é urgente, além de mudanças no sistema tributário, cobrando impostos sobre a propriedade e os rendimentos elevados e aliviando a carga tributária para os mais pobres, principalmente nos impostos indiretos.

Mas como fazer isso com um Congresso da qualidade que foi eleito? Com tantos políticos desonestos e de péssima índole, conseguiremos chegar numa sociedade justa, tolerante e menos desigual?

Alguns amigos da esquerda precisam compreender que não se trata de um processo revolucionário, nos moldes da URSS ou Cuba. Não temos o controle das armas e nem a hegemonia da sociedade para fazer valer a “justiça revolucionária”.

Para alcançarmos um país melhor precisamos do Congresso, Judiciário e do Executivo, mas, antes de qualquer outra coisa, precisamos de consciência de classe, de entender o que é melhor para a maioria das pessoas.

Nesse contexto se conseguirmos melhorar substancialmente a saúde e educação pública, construir uma política de melhoria habitacional e do ambiente e recuperar a renda dos mais pobres, diminuindo a desigualdade salarial, já poderemos nos considerar razoavelmente felizes.

No entanto o governo Lula poderia ser mais austero com relação às despesas nas viagens internacionais. Embora em nada pareçam com as viagens do governo anterior, uma vez que tem se traduzido em investimentos e importantes acordos de cooperação com os países visitados, ainda assim os gastos parecem um tanto extravagantes. Uma boa dose de parcimônia nesses gastos teria um efeito positivo.

9.5.23

Aílton Nunes Júnior

 O amigo Ailton, companheiro dos tempos de USP, de quando me apaixonei por estudar a educação, se foi.

Deixou saudades e, de certa forma, uma grande interrogação: como assim?

Vao fazer uma falta danada

Segue texto do Tarcisio, que escreve lá do sul da Bahia, sobre esse companheiro que se foi. 


O crítico…

Parece fácil um apelido pegar, mas difícil é ele pegar e ao mesmo tempo sincronizar com o perfil da pessoa. Aqui no sul da Bahia os que pegam, são justamente aqueles que a pessoa não gosta!! Mas neste caso nosso amigo Osvaldo Camilo acertou em cheio: “O Ailton é muito crítico!”…

A criticidade é, antes de mais nada, um elemento essencial a produtividade, qualidade e outros, então não vamos confundir, de antemão, o sujeito crítico com o sujeito problemático. Mas ele não perdoava, em seus ácidos comentários, a ninguém: da executiva nacional de estudantes aos próprios professores doutores da faculdade. E caso você que ache que não cabe críticas aos professores universitários eu sei bem as dificuldades hercúleas para trocar copos descartáveis por xícaras definitivas, junto aos titulares e livre-docentes da faculdade de educação.

E sobrou até pra mim, julgado como o “redundante” por ele. Bom, fazem bem uns vinte anos que ele disse isso e, se até hoje não me esqueci, é porque serviu para me policiar a todo tempo sobre a arte de escutar melhor antes de sair falando, ou a “escutatória” como diria Rubem Alves.

Mas ele sempre complementava os seus comentários com aquele bordão que buscava suavizar a crítica: “é uma figura complicada”… Que figura era ele também. Nunca foi assíduo em nossos rolês de happy hour ou escapadas no bar porque costumava dizer: “não é minha turma”. E qual era a turma dele? Quem sabe… Tinha amigos em todos os cantos, mas espalhados, pois frequentava a faculdade há tempos… Fora o famoso Jorge, não se sabe muito sobre sua galera, mas o fato é que ele não se encaixava em turmas, tribos e movimentos. O lobo solitário só foi agregado a turma com a vivência no NEA que envolveu muita gente, inclusive nós do 505D.

Aliás, foi no 505 que os papos rolavam noite a dentro… Sem ter como voltar a casa na zona leste, restava a ele o “sofá” da sala para dormir, em meio aos perrengues da moradia estudantil. Questionávamos todas as mazelas da universidade e o embate teórico, versava sobre tudo. Até me vendeu um carro que era dele com o irmão e passei então a me esconder, porque ter carro e vaga na moradia, à época, eram coisas incompatíveis na cabeça de muitos, até de alguns que coordenavam o processo… A falta de consciência de classe já fazia vítimas desde aqueles tempos!

E por falar em consciência de classe, éramos todos vindos da periferia da cidade eu, ele e Ney e desta clareza que tínhamos, as nossas conversas sempre foram construtivas e auxiliaram o entendimento das desigualdades e da importância da universidade pública. Que figura!!

Mais um fato ainda lembro: foi ele que me acordou de madrugada, certa vez, para dizer que nosso colega de quarto, Flávio, estava em crise de epilepsia. Debati-me alguns instantes até ele retomar a consciência e eu terminar com o rosto cheio de sangue. Depois do ocorrido ele passou a me considerar mais.

Aquele apê tem muitas histórias, Ailton foi uma delas, com sua fixação por cabelos e seu famoso rabo de cavalo… Chegou a virar resenha nas palavras das cursistas de Alagoas, no programa alfabetização solidária.

Bem, agora que ele se foi. e precocemente, deixo cá essas lembranças das milhares de desventuras que a universidade nos impõe e a forma de cativar de Ailton, o crítico!!!

 

Aperto na mente!

28.1.23

Foi golpe

Michel Temer discorda do Lula sobre o golpe sofrido por Dilma Rosseuf em 2016, mas vejam, na própria voz do golpista, o que disse no programa Roda Viva há um ano.

O que mais me surpreende é o que os jornalistas e comentaristas da própria TV Cultura, são incapazes de recuperar essas imagens durante os noticiários da emissora.



23.1.23

Genocídio

Em face dos crimes cometidos pelo governo anterior muitos se apegam as questões semânticas para justificar o injustificável, assim não querem que chamemos de terroristas os vândalos que destruíram os prédios públicos da praça dos 3 Poderes em Brasília no último dia 8 e nem de genocídio o que aconteceu ao povo Ianomami nos últimos quatro anos.

Não vou perder nosso tempo com essas sutilezas do idioma, mas gostaria de recorrer à definição de uma das expressões citadas: genocídio.

“Genocídio é a eliminação sistemática e intencional de um grupo por meios ativos (aplicação de forças que resultem na morte) ou passivos (negligência e negativa de prestação de assistência). Em geral, os grupos vítimas de genocídios apresentam indivíduos com ligações étnico-raciais, de nacionalidade e religiosas.

O extermínio desses grupos acontece por conta de fatores discriminatórios que consideram a existência dos indivíduos daquele grupo algo tão insignificante a ponto de ter sua extinção “permitida” na visão dos genocidas”

Fonte: Mundo Educação. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/genocidio.htm>. Acesso em 23/01/23.

Ante tal definição não resta dúvida sobre como chamar o que aconteceu nas terras do Povo Ianomami.

Foram inúmeros pedidos de socorro por parte dos nativos, endereçados a ministros e outras autoridades, ignorados, seguidos por medidas que agravaram a situação daquele povo.

Essa política foi anunciada pelo ex-presidente durante sua campanha, ou seja, quem votou nele concordou com a ação criminosa.

Há toda uma cadeia de responsáveis diretos pelo ocorrido: presidente da república, vice-presidente – que acompanhava de perto a agonia da floresta e seus povos – a ministra Damares, os ministros Ricardo Salles, Moro, a Funai e os agentes econômicos interessados em eliminar os povos originários (garimpeiros ilegais, pecuaristas, madeireiros etc.).

A morte de 570 crianças e o sofrimento causado pela malária, além de outras doenças, foi resultado da omissão deliberada do governo, da negação da FUNAI (militarizada e evangélica) em atendê-los, da supressão de verbas destinadas à saúde indígena, ou seja, um autêntico GENOCÍDIO.

 

16.1.23

Ladrões, mentirosos, burros e malvados


Ontem fez uma semana que uma horda de gente tosca tentou um golpe no Brasil.

Imagino que, por debaixo dos panos, havia uma quantidade enorme de fascistas, alguns com fardas outros não, elaborando o roteiro que, felizmente, não obteve sucesso.

São ladrões em razão dos roubos praticados, muitos deles usando dinheiro público. Além disso tentaram destruir a incipiente democracia na qual vivemos.

Criaram narrativas embasadas apenas em mentiras, atualmente chamadas de fake News, e nelas acreditam com uma devoção cega.

Burros por terem produzido provas contra si mesmos, em rede nacional.

Atacaram patrimônio público valioso pelo prazer da destruição, apenas por maldade, ignorando o valor histórico e material dos bens destruídos ou surrupiados.

Vemos agora um grande grupo de pessoas presas e esperamos que caia sobre eles o rigor da Lei e que paguem por todas as barbaridades cometidas.

6.1.23

Um país destruído

 

Os últimos 4 anos foram marcados pela destruição do país e, consequentemente, da sociedade brasileira.

Laços de amizade e familiares foram rompidos pela pregação de ódio, a ignorância e o delírio coletivo destacaram-se de forma inacreditável.

A violência, física e verbal, atingiu níveis insuportáveis no chamado período democrático, parecia não haver saída.

Mas parte da sociedade brasileira, a maioria, resolveu mudar e, com muita luta, conseguimos uma importante vitória sobre o fascismo que se destacava.

No entanto o estrago foi imenso.

Reconstruir a nação dará um imenso trabalho e não poderá ser obra de um período de governo.

A jornalista Natuza Nery fez excelente matéria mostrando a destruição de um patrimônio público, símbolo do poder central, detonado por um bando de imbecis.

 



1.1.23

Feliz 2023, 2024, 2025, 2026...

 


Só agora, com Lula e o ministério empossado, me animei a desejar um bom ano novo para todos vocês.

Foram quatro anos de apreensão, muito choro e desânimo. A cada dia a sensação de que estávamos no fundo do poço e, no dia seguinte, a gente descobria que era mais fundo, parecia um buraco sem fundo.

Um período duro, mesmo para pessoas que, como eu, viveram o período da ditadura.

Em 2023 a esperança vai nos acompanhar, tenho certeza. Esperança de humanidade, de inclusão, de combate sem tréguas à desigualdade social.

Claro que todos os problemas, produzidos ao longo dos mais de 500 anos de invasão, não serão resolvidos por um homem ou um período de governo.

Precisamos de mudanças profundas, de vigilância constante, creio que teremos que nos dedicar à militância, nos limites das possibilidades de cada um de nós, para que a desigualdade seja reduzida.

Penso que as tarefas serão maiores do que aquelas realizadas nos dois primeiros mandatos. O estrago desses quatro anos do governo do coisa ruim foi muito grande, os retrocessos foram enormes.

Para 2023 tenho um foco pessoal: acertar, no limite do possível, minha saúde física e mental. Já no campo político quero me juntar aos coletivos de militância virtual.

Por isso, nesse momento, gostaria de desejar a todas as amigas e todos os amigos, inclusive aqueles do campo virtual, um feliz 2023 e agradecer a companhia de cada um de vocês, só com essa solidariedade foi possível ultrapassar esses quatro anos.

Muito obrigado, mas é importante lembrar que ainda não podemos soltar a mão de ninguém!