O que os "libertários do Brasil" fizeram com o jornalista Breno Altman é censura da pior qualidade, pois tem o aval da justiça estadual.
Uma representação da Conib conseguir apagar algumas postagens do jornalista no "X", alegando discriminação.
Houvesse regulamentação das mídias sociais isso seria resolvido de forma mais fácil.
Impressionante a máquina do sionismo, conseguem censurar um judeu por discordar dos crimes de guerra cometidos por eles.
26.12.23
Vamos falar sobre censura?
25.12.23
Sobre o Forte Apache que ganhei de Natal
Amigos e amigas, não estou fazendo "publi" do Forte Apache, nem da Gulliver, mas esse presente de Natal dado pelo meu filho, Jaime Mello, está repleto de significados para mim.
Vamos a história.
Quando ele era
criança sempre deixei claro que ele, um dia, faria as suas próprias escolhas e
quando esse dia chegasse, ele jamais poderia negar de onde vinha: filho de
trabalhadores, neto de trabalhadores com origem no campo e por aí vai.
Então, muito cedo,
cuidei de desmistificar uma série de coisas. Um pouco antes de completar três
anos ele soube por mim que o papai noel era uma fraude capitalista e que quem
dava os presentes eram os pais, avós, tios e tias etc.
Fui duramente
criticado por parte da família, mas não desisti de deixar claro que o dinheiro
que nos permitia existir não era uma dádiva do patrão, mas sim fruto do empenho
e da dedicação, o que nos
impedia de ficar mais tempo com ele.
E continuei
contando histórias para que ele entendesse sempre.
Numa dessas, não
lembro exatamente quando, contei que quando criança meu pai enfrentou muitas
dificuldades financeiras, sempre procurando não deixar faltar o básico para mim
e minha irmã, mas sem poder atender nossos desejos.
Entendi isso muito
cedo, sem que houvesse a necessidade de ser comunicado.
Nunca pedi
presentes de Natal ou
aniversário, mas claro que desejava o que a TV nos mostrava na época,
principalmente o Autorama e o Ferrorama da Estrela, mas meus olhos brilhavam
mesmo com o Forte Apache.
Aliás não
compreendia a razão de sempre torcer para os índios, isso só ficou claro bem
mais tarde, quando percebi a importância de ficar do lado dos mais fracos e
oprimidos.
Foram muitas
histórias ao longo desses 24 anos. Minhas e dos meus amigos, algumas
aconteceram, outras, tenho certeza, que nasceram da minha imaginação.
Eu só não imaginava
o Forte Apache ficaria tão gravado na memória dele e que, com parte do seu
primeiro salário como Desenhista da Prefeitura de Assis, emprego que ele
conquistou por meio de um concurso público ele me compraria o dito cujo.
Imaginem um
senhorzinho, bem capenga, recebendo um presente de Natal, que ele desejava desde a infância, aos 62
anos!
Não canso de ficar
emocionado toda hora que olho pra aquela caixa da Gulliver.
Claro que nossa
situação financeira melhorou um pouco.
Hoje conseguimos
atender também alguns desejos, com dificuldades aqui e ali, mas conseguimos.
Mas sempre faço
questão de lembrar, para que não reste ilusões: somos trabalhadores, filhos de
trabalhadores com origem no campo. Estamos de um lado na luta de classes e os
donos do capital do outro, por mais bonzinhos que sejam.
22.12.23
Sobre a corrupção
Gostaria de retomar um tema que tratei na Revista Galileu
Vestibular de 2007? A corrupção.
Embora publicado na primeira década do século XXI o texto
pode ser atualizado para os dias atuais com muita facilidade, basta somar os
episódios do Cunha, do Petrolão e do governo Bolsonaro.
Imagino que hoje poderíamos colocar, sem medo de errar, que
o presidencialismo de coalizão, coisa só existente no Brasil, é um dos motores
das ações atuais.
O que há de pior no Congresso chantageia o presidente da
República por meio do orçamento secreto. Foi assim na segunda metade do governo
Bolsonaro e continuou no início do governo Lula.
Culpa do eleitor que votou pessimamente nos seus
representantes? Talvez. Prefiro culpar o campo progressista pela incapacidade
de angariar votos para os bons representantes do povo.
Isso não pode fazer com que criminalizemos a política.
Existem políticos ruins, assim como profissionais de todas as áreas, a grande
diferença é que esses políticos definem a vida de todas as outras pessoas.
O falecido Plínio de Arruda Sampaio defendia que o PT
centrasse suas energias no legislativo, compondo quando possível, chapas para o
Executivo. Hoje penso que ele tinha razão.
Mas a questão da qualidade do voto fica para outro texto.
Texto publicado na revista Galileu Vestibular 2007
PROBLEMA HISTÓRICO
E GENERALIZADO
Prática da corrupção foi disseminada em praticamente todos os governos do país
A corrupção no País é sistêmica, atingindo todos os setores da sociedade, pautando-se quase sempre pela oportunidade.
Temos o jovem rico
pagando ao segurança para furar a fila da balada, o moço pobre furando a fila
na bilheteria do estádio, o bancário subornando o guarda para que ele ignore o
desrespeito à lei, o deputado ou qualquer outra autoridade do poder público visando
engordar seus lucros.
Não podemos ignorar
que a corrupção não é uma via de mão única: se tem um corrupto tem também um
corruptor, ambos criminosos.
Entra governo e sai
governo, os escândalos se multiplicam e se renovam.
Às vezes
disfarçados de "megaobra", às vezes camuflados de caixa 2 — ou
dinheiro não contabilizado. Definitivamente, a corrupção não foi inventada pelo
governo Lula e muito menos é este o governo mais corrupto da história.
Num rápido passeio
por um desses sites de busca, como o Google, encontraremos referências à
corrupção nos governos de Getúlio, JK, Jango, nos presidentes da ditadura
militar, Sarney, Collor, FHC e Lula. Em todas as crises, a imprensa trombeteia
tratar-se da maior da História.
A sucessão de
escândalos neste governo, no entanto, foi impressionante. Já a incapacidade do
seu principal partido, o PT, em responder a eles de forma convincente, optando
pela estratégia do silêncio e apostando no esquecimento do eleitor, parece ter
sido bem-sucedida.
A Polícia Federal
está muito mais atuante do que em governos anteriores, é claro.
Independentemente
dessa atuação, podemos lembrar o mensalão, a quebra ilegal do sigilo bancário
do caseiro de Brasília e agora a compra do dossiê contra o candidato ao governo
de São Paulo José Serra.
Divulgar documentos
comprobatórios ou indicativos de atos de corrupção não é crime. O crime está no
método usado e principalmente na origem do dinheiro para comprá-lo, quase R$ 2
milhões.
Quando pensamos que
o governo e o PT encontraram fácil o caminho da reeleição do presidente Lula,
eles mesmos atiram contra si.
Aqui a publicação original
19.12.23
Eu não gosto de você papai noel
Faz tempo que o clima de Natal não me agrada, não fosse pela possibilidade de me juntar aos familiares eu preferiria continuar na minha toca, sem ver ninguém.
Lembro-me de quando contei para o meu filho que papai Noel não
existia, e esse que a gente via no Natal era uma invenção da Coca-Cola, fruto
do mais puro capitalismo. Fui muito criticado, só porque ele tinha acabado de
fazer três anos.
Nos últimos o governo do genocida me fez ficar mais triste
ainda com essa data.
O aumento da população de rua, da pobreza e da fome, somados
as inúmeras intrigadas familiares, por conta do fascismo, me entristeceram bastante.
Neste ano o país parece caminhar melhor, embora com
dificuldades. A esperança parece melhorar, mas ainda estou ressabiado.
Por isso volto com essa poesia que é emocionante e que faz com que lembremos das pessoas que não tem acesso aos bens mais essenciais, quanto mais ao papai Noel.
18.12.23
Parabéns Jaime Ernesto!
Em 1999, num dia como hoje de muito calor e sol escaldante,
fomos para a maternidade, Ana Lúcia e eu , numa ansiedade, misturada com medo,
pela expectativa da chegada de nosso filho.
Depois de alguns alarmes falsos ele veio a este mundão
trazer muitas alegrias e algumas preocupações também.
Naquele
momento, quando aquele “pequeno repolho”, com uma cabeça enorme, saiu da sala
de parto e foi exibido a nós, estavam na antessala, o tio Anselmo, a vovó Dalva
e eu, que nem sabia o que dizer.
Só pensava em como fazê-lo feliz, mesmo sabendo que isso
não seria possível o tempo todo. Ou ainda em como ser um excelente pai, mas
lembrei que não tinha um curso para isso, embora o hospital escolhido tenha
oferecido um curso nesse sentido, mas o lanche era bem melhor do que o curso.
O médico veio até mim dizer que o parto tinha corrido bem,
embora tivesse sido “2 em 1”, foi feita toda a preparação para o parto normal,
mas na “hora h” o rapaz em questão resolveu olhar na direção errada e o médico
teve que tomar a decisão pela cesariana.
Veio o primeiro susto, ele deveria ir para a isolete
neonatal, acho que é esse o nome e talvez não voltasse pra casa conosco. Mas
foi só um susto e dois dias depois fomos para casa, levados pelo camarada
Edílson, que o presenteou com o primeiro uniforme do Timão (o segundo veio do
Maurício).
E pensar que isso tudo já faz 24 anos!
Vieram então as etapas escolares, com uma pré-escola
maravilhosa, que demoramos a acertar, com o Fundamental I feito na escola na qual
eu lecionava, depois o Fundamental II, quando mudamos de escola e o Ensino
Médio.
Para alegria da família ele foi aprovado no Instituto Federal,
na ETEC e no Liceu de Artes e Ofícios. Era o tempo que ele dizia querer fazer
arquitetura, então escolheu o Liceu.
Momentos tensos, quando por desencontros, entre as expectativas
e o ensino oferecido, fizeram com que ele desistisse da Arquitetura.
Depois de várias agruras veio a decisão difícil: o que
fazer no ensino superior?
Escolheu engenharia biotecnológica, unindo as exatas com a
biologia.
Falta um ano para terminar o curso.
Neste ano iniciou sua trajetória profissional ao ser
aprovado no concurso para desenhista na prefeitura da cidade na qual mora e
estuda.
Nós o amamos.
Não sabemos o quanto acertamos e o quanto erramos na sua
educação, mas hoje ele pode caminhar sozinho.
É uma pessoa despida de preconceitos, solidário, companheiro,
e, para mim o essencial: um cidadão consciente, que pensa sempre naqueles não cuidados pela sociedade.
Ainda por cima corintiano!
Penso que, para finalizar, só nos cabe deixar aqui uma
declaração bastante simples:
NÓS TE AMAMOS MUITO!
Que faça as escolhas certas e, se errar, estaremos aqui.
14.12.23
Dilma: de presidenta injustiçada à presidência do banco dos BRICS
Parabéns,
Dilma
Dilma
foi muito injustiçada, inclusive por setores da esquerda.
Mulher brilhante, com uma história de lutas irretocável.
Hoje
preside o banco dos BRICS e foi escolhida como a melhor economista do ano!
Que tenha forças pra lutar por muito tempo ainda!
Vejam o vídeo no link, no qual ela dá uma resposta bem bacana pra uma "lacradora" de redes sociais
5.12.23
A herança precisa ser taxada com urgência
Durante um tempo dei aulas num
preparatório para vestibular muito chique aqui em Sampa.
A grande maioria dos alunos e
alunas eram preparados para assumir os negócios da família. Tinham uma
infinidade de cursos extracurriculares e muitas milhas acumuladas.
Quando eu dizia que a herança
era uma fábrica de vagabundos e que banco não produz nada, então deveria ser
taxado de uma forma diferente, frequentemente eu sofria alguns aborrecimentos.
Não dou mais aulas lá faz tempo,
mas gostaria de ver reação do pessoal com essa notícia do UBS, um banco gestor
de fortunas, portanto não cabe a alcunha de "comunista".
Em tempo: tive excelentes alunos
humanistas, solidários e também do ponto de vista cognitivo.
Pela primeira vez, bilionários acumularam mais riqueza pela herança que com trabalho, diz UBS
4.12.23
Censura ou reparação?
O STF entendeu que os órgãos de imprensa são responsáveis pelo que o entrevistado fala no caso de falsa imputação de crime.
Alguns jornalistas se rebelaram contra a medida, no meu entender por justa
razão.
Imagine como seriam as entrevistas ao vivo nessa situação? Impossíveis de serem
feitas.
Mas, por outro lado, é necessário tomar algumas medidas para que não aconteça novamente o que aconteceu com o ex-deputado, já falecido, Ricardo Zarattini, que foi acusado, de forma caluniosa, pelo Jornal Diário de Pernambuco de ter realizado um atentado no Aeroporto de Guararapes, que resultou em uma morte.
O ponto de partida da acusação foi uma entrevista, com informações falsas, do
ex delegado de polícia, alinhado à ditadura militar, Wandenkolk Wanderley.
Não houve o chamado “o outro lado” nem a checagem da notícia, ainda não estava
em moda.
A reparação só veio agora, decorridos 30 anos do fato.
Podemos perceber uma enorme lacuna no judiciário pela demora descabida. Justiça
tardia é injustiça, sabemos todos.
Mais recentemente o jornalista Leandro Demori foi caluniado pelo deputado federal Gustavo Gayer. De forma mais ágil a justiça decidiu pela reparação, obrigando o deputado mentiroso a ler uma nota nas suas redes sociais, escrita pelo próprio Demori, restabelecendo a verdade.
A medida do STF é censura?
Nos casos das entrevistas "ao vivo", sim, mas se usado o bom senso,
as notícias mentirosas, ou fake News, não podem servir de base para acusações
infundadas ou ainda para escaladas dos noticiosos, como nos casos da cassação
da presidenta Dilma Roussef e da prisão do presidente Lula.
A medida correta seria criar um instrumento ágil da justiça para reparação da
verdade, de imediato, sem prejuízo das indenizações cíveis.
Privatiza que dá certo!
O mito neoliberal da privatização dos serviços públicos não resiste a um olhar pra realidade, quer seja aqui ou em terras estrangeiras.
20.5.23
Governo Lula 3
Desde 1 de janeiro de 2023 vivemos momentos de esperança e desejos de mudanças na sociedade brasileira.
O caminho será longo, uma vez que foi interrompido pelo golpismo de 2016, e teve um grande estrago nos quatro anos de governo do inominável.
Esse governo Lula é fruto de um grande
acordo, envolvendo um leque enorme de forças políticas e sociais. Vai do MST, o
maior movimento social de luta pela terra nesse país, até acenos ao
agronegócio, na figura de Simone Tebet ocupando um ministério.
É preciso entender esse contexto para
elaborar uma crítica assertiva, que contribua para o entendimento desse momento
histórico.
São inúmeras frentes de atuação. Podemos
destacar, no âmbito social, o combate às fake News, que tanto mal tem nos
causado, ao preconceito – racial, homofobia, transfobia etc. –, à violência contra
a mulher, enfim, inúmeros desafios de reconstrução de padrões civilizatórios
para o Brasil.
Precisamos ainda de especial atenção às
questões ambientais, sejam elas referentes à preservação e conservação de
recursos e buscar o “desmatamento zero” a todo custo, além de especial atenção às
energias renováveis.
No campo econômico temos que enfrentar
as desigualdades sociais, construídas ao longo de pouco mais de 500 anos de
história. A recuperação do salário-mínimo é urgente, além de mudanças no
sistema tributário, cobrando impostos sobre a propriedade e os rendimentos elevados
e aliviando a carga tributária para os mais pobres, principalmente nos impostos
indiretos.
Mas como fazer isso com um Congresso da
qualidade que foi eleito? Com tantos políticos desonestos e de péssima índole,
conseguiremos chegar numa sociedade justa, tolerante e menos desigual?
Alguns amigos da esquerda precisam
compreender que não se trata de um processo revolucionário, nos moldes da URSS
ou Cuba. Não temos o controle das armas e nem a hegemonia da sociedade para fazer
valer a “justiça revolucionária”.
Para alcançarmos um país melhor precisamos
do Congresso, Judiciário e do Executivo, mas, antes de qualquer outra coisa,
precisamos de consciência de classe, de entender o que é melhor para a maioria
das pessoas.
Nesse contexto se conseguirmos melhorar
substancialmente a saúde e educação pública, construir uma política de melhoria
habitacional e do ambiente e recuperar a renda dos mais pobres, diminuindo a desigualdade
salarial, já poderemos nos considerar razoavelmente felizes.
No entanto o governo Lula poderia ser mais
austero com relação às despesas nas viagens internacionais. Embora em nada pareçam
com as viagens do governo anterior, uma vez que tem se traduzido em investimentos
e importantes acordos de cooperação com os países visitados, ainda assim os
gastos parecem um tanto extravagantes. Uma boa dose de parcimônia nesses gastos
teria um efeito positivo.
9.5.23
Aílton Nunes Júnior
O amigo Ailton, companheiro dos tempos de USP, de quando me apaixonei por estudar a educação, se foi.
Deixou saudades e, de certa forma, uma grande interrogação: como assim?
Vao fazer uma falta danada
Segue texto do Tarcisio, que escreve lá do sul da Bahia, sobre esse companheiro que se foi.
O crítico…
Parece fácil um apelido pegar, mas difícil é ele pegar e ao mesmo tempo sincronizar com o perfil da pessoa. Aqui no sul da Bahia os que pegam, são justamente aqueles que a pessoa não gosta!! Mas neste caso nosso amigo Osvaldo Camilo acertou em cheio: “O Ailton é muito crítico!”…
A criticidade é, antes de mais nada, um elemento essencial a
produtividade, qualidade e outros, então não vamos confundir, de antemão, o
sujeito crítico com o sujeito problemático. Mas ele não perdoava, em seus
ácidos comentários, a ninguém: da executiva nacional de estudantes aos próprios
professores doutores da faculdade. E caso você que ache que não cabe críticas
aos professores universitários eu sei bem as dificuldades hercúleas para trocar
copos descartáveis por xícaras definitivas, junto aos titulares e
livre-docentes da faculdade de educação.
E sobrou até pra mim, julgado como o “redundante” por ele. Bom, fazem bem
uns vinte anos que ele disse isso e, se até hoje não me esqueci, é porque
serviu para me policiar a todo tempo sobre a arte de escutar melhor antes de
sair falando, ou a “escutatória” como diria Rubem Alves.
Mas ele sempre complementava os seus comentários com aquele bordão que
buscava suavizar a crítica: “é uma figura complicada”… Que figura era ele
também. Nunca foi assíduo em nossos rolês de happy hour ou escapadas no bar
porque costumava dizer: “não é minha turma”. E qual era a turma dele? Quem
sabe… Tinha amigos em todos os cantos, mas espalhados, pois frequentava a
faculdade há tempos… Fora o famoso Jorge, não se sabe muito sobre sua galera,
mas o fato é que ele não se encaixava em turmas, tribos e movimentos. O lobo
solitário só foi agregado a turma com a vivência no NEA que envolveu muita
gente, inclusive nós do 505D.
Aliás, foi no 505 que os papos rolavam noite a dentro… Sem ter como
voltar a casa na zona leste, restava a ele o “sofá” da sala para dormir, em
meio aos perrengues da moradia estudantil. Questionávamos todas as mazelas da
universidade e o embate teórico, versava sobre tudo. Até me vendeu um carro que
era dele com o irmão e passei então a me esconder, porque ter carro e vaga na
moradia, à época, eram coisas incompatíveis na cabeça de muitos, até de alguns
que coordenavam o processo… A falta de consciência de classe já fazia vítimas
desde aqueles tempos!
E por falar em consciência de classe, éramos todos vindos da periferia da
cidade eu, ele e Ney e desta clareza que tínhamos, as nossas conversas sempre
foram construtivas e auxiliaram o entendimento das desigualdades e da importância
da universidade pública. Que figura!!
Mais um fato ainda lembro: foi ele que me acordou de madrugada, certa
vez, para dizer que nosso colega de quarto, Flávio, estava em crise de
epilepsia. Debati-me alguns instantes até ele retomar a consciência e eu
terminar com o rosto cheio de sangue. Depois do ocorrido ele passou a me
considerar mais.
Aquele apê tem muitas histórias, Ailton foi uma delas, com sua fixação
por cabelos e seu famoso rabo de cavalo… Chegou a virar resenha nas palavras
das cursistas de Alagoas, no programa alfabetização solidária.
Bem, agora que ele se foi. e precocemente, deixo cá essas lembranças das
milhares de desventuras que a universidade nos impõe e a forma de cativar de
Ailton, o crítico!!!
Aperto na mente!
28.1.23
Foi golpe
Michel Temer discorda do Lula sobre o golpe sofrido por Dilma Rosseuf em 2016, mas vejam, na própria voz do golpista, o que disse no programa Roda Viva há um ano.
O que mais me surpreende é o que os jornalistas e comentaristas da própria TV Cultura, são incapazes de recuperar essas imagens durante os noticiários da emissora.
23.1.23
Genocídio
Em face dos crimes cometidos
pelo governo anterior muitos se apegam as questões semânticas para justificar o
injustificável, assim não querem que chamemos de terroristas os vândalos que destruíram
os prédios públicos da praça dos 3 Poderes em Brasília no último dia 8 e nem de
genocídio o que aconteceu ao povo Ianomami nos últimos quatro anos.
Não vou perder nosso tempo com
essas sutilezas do idioma, mas gostaria de recorrer à definição de uma das expressões
citadas: genocídio.
“Genocídio é a eliminação
sistemática e intencional de um grupo por meios ativos (aplicação de
forças que resultem na morte) ou passivos (negligência e negativa de prestação
de assistência). Em geral, os grupos vítimas de genocídios apresentam
indivíduos com ligações étnico-raciais, de nacionalidade e religiosas.
O extermínio desses grupos
acontece por conta de fatores discriminatórios que consideram a
existência dos indivíduos daquele grupo algo tão insignificante a ponto de ter
sua extinção “permitida” na visão dos genocidas”
Fonte: Mundo Educação. Disponível
em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/genocidio.htm>. Acesso
em 23/01/23.
Ante tal definição não resta
dúvida sobre como chamar o que aconteceu nas terras do Povo Ianomami.
Foram inúmeros pedidos de
socorro por parte dos nativos, endereçados a ministros e outras autoridades,
ignorados, seguidos por medidas que agravaram a situação daquele povo.
Essa política foi anunciada
pelo ex-presidente durante sua campanha, ou seja, quem votou nele concordou com
a ação criminosa.
Há toda uma cadeia de responsáveis
diretos pelo ocorrido: presidente da república, vice-presidente – que
acompanhava de perto a agonia da floresta e seus povos – a ministra Damares, os
ministros Ricardo Salles, Moro, a Funai e os agentes econômicos interessados em
eliminar os povos originários (garimpeiros ilegais, pecuaristas, madeireiros etc.).
A morte de 570 crianças e o sofrimento
causado pela malária, além de outras doenças, foi resultado da omissão
deliberada do governo, da negação da FUNAI (militarizada e evangélica) em atendê-los,
da supressão de verbas destinadas à saúde indígena, ou seja, um autêntico
GENOCÍDIO.
16.1.23
Ladrões, mentirosos, burros e malvados
Ontem fez uma semana que uma horda de gente tosca tentou um golpe no Brasil.
Imagino que, por debaixo dos
panos, havia uma quantidade enorme de fascistas, alguns com fardas outros não,
elaborando o roteiro que, felizmente, não obteve sucesso.
São ladrões em razão dos
roubos praticados, muitos deles usando dinheiro público. Além disso tentaram destruir
a incipiente democracia na qual vivemos.
Criaram narrativas embasadas
apenas em mentiras, atualmente chamadas de fake News, e nelas acreditam com uma
devoção cega.
Burros por terem produzido
provas contra si mesmos, em rede nacional.
Atacaram patrimônio público
valioso pelo prazer da destruição, apenas por maldade, ignorando o valor
histórico e material dos bens destruídos ou surrupiados.
Vemos agora um grande grupo de
pessoas presas e esperamos que caia sobre eles o rigor da Lei e que paguem por
todas as barbaridades cometidas.
6.1.23
Um país destruído
Os últimos 4 anos foram marcados pela destruição do país e,
consequentemente, da sociedade brasileira.
Laços de amizade e familiares foram rompidos pela pregação de ódio, a
ignorância e o delírio coletivo destacaram-se de forma inacreditável.
A violência, física e verbal, atingiu níveis insuportáveis no chamado
período democrático, parecia não haver saída.
Mas parte da sociedade brasileira, a maioria, resolveu mudar e, com
muita luta, conseguimos uma importante vitória sobre o fascismo que se
destacava.
No entanto o estrago foi imenso.
Reconstruir a nação dará um imenso trabalho e não poderá ser obra de um período
de governo.
A jornalista Natuza Nery fez excelente matéria mostrando a destruição de
um patrimônio público, símbolo do poder central, detonado por um bando de
imbecis.
1.1.23
Feliz 2023, 2024, 2025, 2026...
Só agora, com Lula e o ministério empossado, me animei a desejar um bom ano novo para todos vocês.
Foram quatro anos de
apreensão, muito choro e desânimo. A cada dia a sensação de que estávamos no
fundo do poço e, no dia seguinte, a gente descobria que era mais fundo, parecia
um buraco sem fundo.
Um período duro, mesmo para
pessoas que, como eu, viveram o período da ditadura.
Em 2023 a esperança vai nos
acompanhar, tenho certeza. Esperança de humanidade, de inclusão, de combate sem
tréguas à desigualdade social.
Claro que todos os problemas, produzidos
ao longo dos mais de 500 anos de invasão, não serão resolvidos por um homem ou
um período de governo.
Precisamos de mudanças
profundas, de vigilância constante, creio que teremos que nos dedicar à
militância, nos limites das possibilidades de cada um de nós, para que a
desigualdade seja reduzida.
Penso que as tarefas serão maiores
do que aquelas realizadas nos dois primeiros mandatos. O estrago desses quatro
anos do governo do coisa ruim foi muito grande, os retrocessos foram enormes.
Para 2023 tenho um foco pessoal:
acertar, no limite do possível, minha saúde física e mental. Já no campo político
quero me juntar aos coletivos de militância virtual.
Por isso, nesse momento,
gostaria de desejar a todas as amigas e todos os amigos, inclusive aqueles do
campo virtual, um feliz 2023 e agradecer a companhia de cada um de vocês, só com
essa solidariedade foi possível ultrapassar esses quatro anos.
Muito obrigado, mas é importante
lembrar que ainda não podemos soltar a mão de ninguém!