22.9.22

chegou a Primavera


Aí vem o Sol do Equinócio da Primavera - https://www.panoramio.com/photo/79262512 - Autor: Cláudio Oliveira Lima

 A primavera chegou e com ela uma possibilidade razoável de elegermos Lula no primeiro turno.

Junto com ele, teremos que eleger uma bancada progressista para que consigamos tirar o país desse lamaçal no qual estamos mergulhados.

Ler o noticiário é um permanente exercício de sofrimento. Mentiras oficiais, agressões, atentados e disparates proferidos pelo coisa ruim e seus seguidores é o que mais aparece.

Às vezes me bate um desalento, mas também uma esperança de dias melhores.

O movimento de artistas e intelectuais nas redes sociais é emocionante. O apoio a democracia só cresce, vindo dos mais diferentes endereços.

Ainda falta Ciro Gomes, mas esse parece ser muito difícil, está tomado de rancor e ódio ao PT e ao Lula.

 

  


19.9.22

Renasce a esperança!

Temos um hino pra eleição de 02/10!

É como se a esperança reacendesse um chamamento para a reconstrução da nossa frágil democracia.

É muito bom ouvir vozes tão lúcidas e ver parte do país irmanado na missão de eleger Lula e uma grande bancada progressista para a nova legislatura do Congresso.

É preciso desfazer tudo que esse governo fez e fazer uma grande faxina na sociedade.

Não se pode admitir preconceitos, de quaisquer tipos.



  

16.9.22

Solidariedade a Vera Magalhães, mas está faltando a autocrítica

O que aconteceu com a jornalista Vera Magalhães no debate entre os governadores é inadmissível, não podemos aceitar, seja qual for o ângulo de análise. 

Devemos prestar toda nossa solidariedade a ela.

Clique aqui para ver o vídeo do absurdo.

Mas, como mencionou Milly Lacombe precisamos tentar entender o cenário que tornou tal episódio possível. Basta clicar aqui para ler o que escreveu a jornalista.

A mídia brasileira precisa fazer sua autocrítica, algo que ela pede com sofreguidão ao PT, por exemplo.

Talvez precisem se espelhar no que afirma o youtuber Felipe Neto, que afirmou em vídeo recente que se enganou quando fazia críticas ácidas ao Lula e ao PT. Ou ao ReinaldoAzevedo, que cunhou o termo “petralha” e percebeu, em tempo, a armadilha da Lava Jato.

Vera Magalhães não fez nada disso, continua com sua postura arrogante e teima em não aprender com os fatos recentes.

Sua louvação a Lava Jato e sua devoção ao juiz parcial Sérgio Mouro é constrangedora.

A forma como sempre se referiu a presidenta Dilma, carregada de preconceito e desinformação é de causar vergonha alheia.

Seria ela uma pessoa ingênua? Como ocorre com jornalistas que saem da faculdade, sedentos por construir uma carreira nesse mundo competitivo?

Não é caso. Ela já tem muita experiência, afinal com quase 50 anos de vida e uma carreira desenvolvida em grandes veículos de comunicação essa alegação não cabe.

Faltou-lhe inteligência? Não é possível, uma pessoa que ocupa posições de entrevistadora ao vivo não teria a longevidade que ela tem como âncora/entrevistadora.

Então o que sobra como alternativa para justificar as ações dela no passado recente, tão bem delineadas no texto de Milly Lacombe?

Deixo tal julgamento para quem desejar fazê-lo.

14.9.22

Eles poderiam estar vivos


Documentário mostra por que Bolsonaro foi responsável por mais da metade das mortes na pandemia Campanha de financiamento coletivo: https://apoia.se/elespoderiamestarvivos

Em “Eles Poderiam Estar Vivos”, cineasta mostrará que a estratégia da imunidade de rebanho por contágio, defendida pelo governo federal, gerou centenas de milhares de mortes desnecessárias Como teria sido a pandemia no Brasil se o governo Bolsonaro não tivesse agido deliberadamente para aumentar a transmissão do novo coronavírus? O documentário “Eles Poderiam estar Vivos” mostrará que o país poderia ter sido referência no combate à Covid-19, mas a estratégia do governo federal de imunidade de rebanho por contágio nos levou a quase 700 mil mortes. Financiamento coletivo O filme é totalmente independente e está sendo financiado por meio de uma campanha de financiamento coletivo (https://apoia.se/elespoderiamestarvivos)
O dinheiro arrecadado será usado para finalizar o longa, que tem previsão de lançamento para antes das eleições. “Quanto antes melhor“, ressalta Gabriel. “Preciso contratar um produtor, editores, montadores e designers gráficos”, explica. Redes sociais do filme: https://twitter.com/ElesVivos
Campanha de financiamento coletivo: https://apoia.se/elespoderiamestarvivos


 

10.9.22

Imbrochável!

Durante a ditadura cívico-militar tivemos generais boçais ocuparantes da cadeira de presidente da república que preferiam o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo.

Veio a redemocratização e com ela o governo Sarney. Diga o que quiser sobre ele e suas jequices, mas ele sabia respeitar a liturgia do cargo. Não me ocorre lembrança dele desrespeitar uma autoridade estrangeira ou falar barbaridades em seus pronunciamentos.

Depois veio o Fernando Collor, que durante a campanha eleitoral afirmou que tinha “aquilo roxo”. Vergonha alheia, mas que caiu como uma luva para o eleitorado dele, machista e necessitado de permanente autoafirmação.

A propósito, presenciei uma discussão num ônibus e o machão briguento afirmou para o cobrador que tinha aquilo roxo. Um gaiato, no fundo do ônibus gritou: então corta, porque gangrenou!

Com o impeachment do caçador de marajás, vice-rei de Alagoas, assumiu a presidência da república o Itamar Franco, que ficou famoso por três coisas: ressuscitar o Fusca, criar o plano Real e ir ao camarote presidencial no carnaval acompanhado por uma modelo com a perereca exposta.

Com FHC, Lula e Dilma a sexualidade dos presidentes parou de ser manchete de jornais, mas voltou com o golpista Temer, que teve seu tratamento de uretra mostrado em horário nobre e sua virilidade elogiada por Roberto Jefferson, que afirmou que só num homem viril seria possível tal doença.

Mas eis que surge o boçal maior da República. O atual (des)presidente, que sempre cantou suas “virtudes sexuais” em entrevistas, fossem elas com as galinhas na tenra infância ou como comedor de gente com dinheiro público, usa o 7 de setembro para afirmar - sem que ninguém tivesse perguntado -, sua imbrochabilidade!

 O desqualificado que ocupa a cadeira da Presidência da República não se cansa de dar vexames, desde os mais graves, como a demora na aquisição de vacinas e a compra de107 imóveis, alguns deles em dinheiro vivo, até esse coro digno da 5ª Série A, dizendo-se imbrochável.

Fico imaginando a dificuldade da imprensa estrangeira em explicar para o seu público leitor o significado da expressão e a importância dela nas comemorações dos 200 anos de Independência do país.

Parece que não há limites para o fundo do poço!

8.9.22

Qual independência?

O Brasil nunca foi independente, sempre tivemos “donos”, fossem as metrópoles ou as elites locais, associada aos colonizadores.


E, para piorar, nossas elites nunca tiveram um projeto de nação, sempre preocupadas com a exploração do povo e contentes com as migalhas que caem da mesa dos colonizadores.

Basta olhar com atenção para nossa história, que é sempre marcada pelo entreguismo e pela espoliação do povo.

Foi assim na Independência, pela qual indenizamos os portugueses, comprando a independência de Portugal e nos enredando com a Inglaterra, para depois passarmos a esfera de dominação dos EUA.

Também a Proclamação da República foi um acerto feito pelas elites, tendo o povo apenas como massa de manobra

E assim sucessivamente, com golpes de estado aqui e acolá, com a violência das armas e o servilismo das Forças Armadas sempre que os avanços do campo popular chamavam a atenção.

Prevaleceu sempre o atraso da elite agrária sobre o projeto de nação.

Quando conquistamos alguns avanços eles são contidos por articulações escrotas, foi assim no governo João Goulart, quando o Brasil foi interrompido pela ditadura cívico militar de 1964, foi assim com os tímidos avanços dos governos petistas no início deste século.

Assim vai o Brasil, padecendo sob o jugo das elites, juntamente com a América Latina, onde hoje prevalecem os golpes patrocinados pela máquina judiciária, travestindo o que sempre fizeram com o poder das armas por uma pretenda legalidade.

É as desculpas se aprimoram. Em 1964 era a ameaça comunista, agora é a ameaça da conquista de direitos por parte da imensa maioria. Antes eram as igrejas, o rádio e os jornais contra o comunismo, agora são as fake news, ou melhor dizendo as mentiras propagadas pelas redes sociais

2.9.22

Sobre educação política

Não me entendam mal, mas, às vezes, sinto saudades das aulas de OSPB. Não a matéria criada pela ditadura, mas aquela que se lecionava nas escolas pública no final dos anos de 1980, especialmente do livro assinado pelo Frei Beto, conforme mencionado no texto abaixo.



Em 2016 publiquei nesse blog o texto abaixo, que trata da necessidade de educação política nas escolas, além dos outros espaços coletivos.

Claro que hoje teríamos outros espaços para essa educação, mas a ideia continua presente.

Enquanto não construirmos um sólido conhecimento na área estaremos suscetíveis aos governos como este que nos apavora e que tantas coisas ruins têm produzido na sociedade.

 

Educação política 

Vivemos uma crise na nossa sociedade. Penso que essa crise tenha começado aí por volta de 1500.

Agora ela está totalmente exposta, seja na política de alta rapinagem seja no cotidiano.

Do deputado safado ao flanelinha que pratica extorsão, passando pelo árbitro de futebol que arruma os resultados dos jogos em benefício de alguns apostadores.

Não é, portanto, uma crise política apenas. Às vezes tenho a impressão de que as pessoas que reclamam, a maioria pelo menos, o fazem por não se beneficiar das maracutaias.

Por outro lado, percebo uma dificuldade muito grande em imputar as responsabilidades pertinentes, mesmo por parte daquelas pessoas razoavelmente informadas e com bom nível de educação formal.

A educação política acontece, prioritariamente, dentro dos sindicatos, partidos políticos, ONGs, associações comunitárias, centros acadêmicos etc. e com o próprio amadurecimento do indivíduo.

É fácil perceber, no entanto que o individualismo presente no nosso modo de vida afasta as pessoas dessas instituições participativas.

Entendo que a ação política, o exercício da cidadania, independe da escolarização, mas, por outro lado, sinto que a escola poderia contribuir decisivamente com a formação política dos nossos jovens.

Não no aspecto partidário, mas no conhecimento da Constituição, por exemplo, assim como dos demais aspectos legais da defesa do cidadão, do conjunto de deveres e direitos pertinentes ao exercício da cidadania, além da história dos partidos políticos, do sindicalismo, do movimento estudantil, enfim das inúmeras oportunidades que, ao longo da história, fizeram do povo protagonista do seu próprio destino, sem depender dos heróis, fabricados ou verdadeiros.

Talvez uma disciplina escolar, calcada nas relações interdisciplinares, que retome o que havia de bom numa matéria imposta pela ditadura militar, OSPB (Organização Social e Política Brasileira), que foi brilhantemente reformulada numa coleção didática escrita por Frei Betto. Teríamos então um grande encontro da História e da Geografia, mediado pelo Português, com o apoio das outras disciplinas escolares para, num esforço conjunto, oferecer ao aluno possibilidades de leitura do mundo que o capacite ao pleno exercício de sua cidadania, entregando-lhe um arsenal adequado para a leitura da grande mídia sem cair na armadilha do sensacionalismo barato das notícias frugais.

Temas como crise política, reforma política, América Latina, ambiente, mídias, saúde (física, mental, sexual), enfim um amontoado de temas que, repito, em conjunto com as outras disciplinas escolares, poderia ser abordado de acordo com os anseios da comunidade escolar e do contexto que lhe diz respeito.

Claro que tal proposta não pode se distanciar de uma melhoria no sistema educacional, com melhores salários e capacitação para os profissionais envolvidos na sua execução.

Texto publicado em 2/09/2016