12.11.22

O mercado que se dane!

Falar em matar a fome e diminuir as desigualdades sociais causa enorme desconforto ao “mercado”.

Mas quem é esse mercado afinal de contas? É a Bolsa de Valores? São os banqueiros? É o mercadinho da esquina?

 

Como nos ensinou Maria da Conceição Tavares: existe uma grande diferença entre os economistas e os tecnocratas. Esses analistas preocupados com o mercado, sejam economistas ou jornalistas, não passam de tecnocratas, que não conseguem ver a importância da justiça social na construção da nação.

Fui perguntar ao Google quem era esse tal mercado e ele não me deu uma resposta convincente.

Só sei dizer que o “mercado” ficou nervoso quando o Lula disse que o teto de gastos não está acima do direito das pessoas a ter “café da manhã, almoço e janta”. E aí foi mais ou menos o fim dos tempos: a bolsa de valores caiu e o dólar subiu.

Pode-se resumir em uma palavra: especulação! Mais riqueza para os muito ricos e mais dureza para a classe média e os pobres.

E o jornalismo econômico, com raras exceções, segue a onda, advogam sem parar o respeito ao teto de gastos, só falta dizer que tem que “esperar o bolo crescer para distribuir pedaços fartos mais tarde”, como fez um antigo mago dos economistas da ditadura.

Mas esse mesmo mercado não ficou nervoso, ou tenso, com as diatribes de Paulo Guedes, o falecido posto Ipiranga. Não se abalou com os quase 700.000 mortos pela pandemia de COVID-19 e nem se coçou com os seguidos anos de rompimentos do tal teto no governo moribundo.

Aliás, também não vi reação, virulenta ou branda, quanto a proposta de deputados estaduais de São Paulo de reajustar o salário do governador (secretários e demais cargos comissionados) em 50% para o governo que tomará posse em 2023.

Mas bastou Lula falar em cumprir a sua principal promessa de campanha para o mundo desabar.

 

3.11.22

Na luta contra o fascismo a democracia marcou seu primeiro gol

Estamos nos aproximando do fim de um triste período da nossa história republicana, com pouco republicanismo.

Em alguns setores a mentira, agora apelidada de fake news, tem prevalecidos e assistimos cenas patéticas, ou assustadoras, a depender da percepção do espectador.

Adultos usam crianças como escudo em protestos, ilegais, contra o resultado das urnas. Inventam supostas prisões, às vezes do Lula, presidente eleito, às vezes de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo que conduziu com maestria o processo eleitoral.


Rodovia Castelo Branco – 1/11/22. - TV Globo

As narrativas se acumulam e o ridículo e a cafonice da nossa classe média salta aos olhos, tanto de quem tem, pelo menos, dois neurônios em funcionamento como para o público do exterior.

Enquanto isso Lula, o presidente escolhido pela maioria, trabalha sem descanso, mesmo sendo sua posse apenas primeiro de janeiro de 2023.

O trabalho de reconstrução será gigantesco.

Este não será um governo petista, assim como não foram os de Lula e Dilma, pois contaram com forças políticas diversas, caminhando sempre para o centro político, mas com a inserção do povo mais pobre.

Desta vez a diferença é a própria campanha eleitoral, que de início incorporou amplos setores da sociedade que perceberam o risco da escalada fascista na nossa sociedade.

A habilidade do presidente Lula será a fiadora da participação desses setores no governo, mas será preciso que se coloque claramente para a sociedade sob quais condições isso acontecerá.

Precisamos recuperar a política e a credibilidade dos políticos e isso demandará tempo, paciência e sabedoria.

As instituições precisarão ser recuperadas, deixando claro que elas pertencem ao estado brasileiro e não ao governo a ou b.

Aqui a torcida organizada do Corinthians fazendo o serviço que caberia  à Polícia Rodoviária Federal: desmanchar um bloqueio criminoso!


O novo governo também deverá clarear para a sociedade que não cabe às religiões interferirem nas questões de Estado.

São tantas coisas a serem feitas que o trabalho será hercúleo e precisaremos da união do campo progressista, sob a liderança do presidente Lula, para fazê-las.