Falar em matar a fome e diminuir as desigualdades sociais causa enorme desconforto ao “mercado”.
Mas
quem é esse mercado afinal de contas? É a Bolsa de Valores? São os banqueiros? É o mercadinho da esquina?
Como
nos ensinou Maria da Conceição Tavares: existe uma grande diferença entre os
economistas e os tecnocratas. Esses analistas preocupados com o mercado, sejam economistas ou jornalistas, não passam de tecnocratas, que não conseguem ver a importância da justiça social na construção da nação.
Fui
perguntar ao Google quem era esse tal mercado e ele não me deu uma resposta convincente.
Só
sei dizer que o “mercado” ficou nervoso quando o Lula disse que o teto de
gastos não está acima do direito das pessoas a ter “café da manhã, almoço e
janta”. E aí foi mais ou menos o fim dos tempos: a bolsa de valores caiu e o
dólar subiu.
Pode-se
resumir em uma palavra: especulação! Mais riqueza para os muito ricos e mais
dureza para a classe média e os pobres.
E
o jornalismo econômico, com raras exceções, segue a onda, advogam sem parar o
respeito ao teto de gastos, só falta dizer que tem que “esperar o bolo crescer
para distribuir pedaços fartos mais tarde”, como fez um antigo mago dos economistas
da ditadura.
Mas
esse mesmo mercado não ficou nervoso, ou tenso, com as diatribes de Paulo
Guedes, o falecido posto Ipiranga. Não se abalou com os quase 700.000 mortos
pela pandemia de COVID-19 e nem se coçou com os seguidos anos de rompimentos do tal
teto no governo moribundo.
Aliás,
também não vi reação, virulenta ou branda, quanto a proposta de deputados
estaduais de São Paulo de reajustar o salário do governador (secretários e
demais cargos comissionados) em 50% para o governo que tomará posse em 2023.
Mas
bastou Lula falar em cumprir a sua principal promessa de campanha para o mundo
desabar.