30.9.14

Declaração de voto



Faz muitos anos deixei a militância partidária, um pouco por desencanto, outro pouco por necessidade de trabalhar mais e um “poucão” por questões de saúde.

Não abandonei as posturas de esquerda nem o sonho do socialismo, apenas me convenci da minha incapacidade – e da minha geração – em produzir transformações profundas e necessárias na sociedade.

Optei então por exercer minha profissão com profunda dedicação e estimular a criticidade dos alunos e alunas fazendo com que buscassem, de maneira incessante, uma leitura atenta do mundo que os cerca, função inerente aos saberes geográficos.

Por outro lado não abandonei meus princípios: defesa intransigente dos mais frágeis e dos despossuídos, luta por justiça (naquela em que acredito), prática permanente da solidariedade e sempre pensando nas questões sociais em detrimento do lucro e do capital.

Por isso sempre participo do processo eleitoral, mesmo que virtualmente, defendendo candidaturas mais à esquerda, embora com críticas, tanto ao processo eleitoral – não suporto a ideia de ser obrigado a votar e urnas eletrônicas –, quanto ao partido ou candidatos escolhidos.

Nestas eleições votarei em Dilma(13) – mais uma vez – para presidenta. Claro que vou arrastar o Michel Temer de vice, são ossos do processo. Considero esta opção como a mais viável para que se produzam mais avanços no campo social. Aposto ainda que num eventual próximo mandato haja mais atenção para com as minorias, mesmo por que precisamos estancar esse clima de ódio que toma conta do país, e ainda uma regulamentação na área de comunicação, pondo fim assim ao poder das poucas famílias que produzem e manipulam informações. Ainda vale ressaltar a destinação uma fatia bem maior do orçamento para a educação.

Para senador meu escolhido é o Suplicy(131). Mesmo torcendo o nariz para essa campanha que ele faz, com base no manual do escoteiro mirim, na maioria das vezes omitindo as candidaturas de Dilma e Padilha. É uma voz importante na defesa das minorias e dos Direitos Humanos.

Para governador vou de Padilha(13). Parece-me óbvio que São Paulo elegerá Alckmin, mas isso é um caso para a psiquiatria.

Fui convencido por pessoas próximas a votar numa jovem professora, Ana Lídia(1303), para deputada federal. Com uma defesa clara do socialismo e com uma forte presença da questão de gênero, seu discurso é fundamental para oxigenar o PT, sem contar que a sua tenra idade aponta para uma renovação mais do que necessária. Conta muito o fato de ser professora, ou seja, coleguinha de profissão.

Depois de muito pensar, pesquisar e ouvir os amigos e amigas, resolvi cravar o voto para deputado estadual no Renato Simões(13813). A sua atuação na área de Direitos Humanos foi fundamental para a minha escolha. Nesse tempo em que se alimenta o ódio contra minorias e grupos mais frágeis da sociedade, tempo no qual a Polícia Militar de SP mata a torto e a direito, é fundamental a presença de parlamentares como ele na Assembleia Legislativa.

29.9.14

PORQUE APOIAMOS DILMA ROUSSEFF


Professores com Dilma

Os professores que subscrevemos esta carta viemos a público com o propósito de declarar nosso apoio à campanha pela reeleição de Dilma Rousseff à Presidência da República. Para além desse motivo mais imediato, subscrevemos esta carta também em defesa da liberdade de informação, da liberdade de opinião e, por consequência, em defesa do acesso a uma educação crítica, madura e, evidentemente, politizada.

Se é verdade que o governo Dilma, dando continuidade ao governo Lula, não enfrentou o grande capital com a voracidade sonhada por outros grupos de esquerda, também não é honesto negar que, de modo inédito na História do Brasil, as gestões do PT conseguiram implementar avanços sociais inquestionáveis.

Nesse sentido, a própria resposta raivosa dos setores mais tacanhos de nosso pensamento conservador já é por si um indicador irrefutável do abalo nas estruturas de privilégio, tão arraigadas em nossa sociedade.

A visão mesquinha e repugnante daqueles que defendem vivermos hoje uma “Ditadura das Minorias”, avessos ao contato com “gente diferenciada”, demonstra de modo incontestável que o ódio irracional dos setores mais à vontade com a tradicional exclusão e o atraso resulta do aumento da igualdade e das conquistas sociais promovidas pelo governo. Num país desigual como o nosso, os que se consideram parte da elite, em sua maioria, não foram suficientemente educados para viver em um Brasil onde o outro também deve ter direitos.

Para quem quer o Brasil da desigualdade, é inadmissível que o aumento do poder de compra do salário mínimo tenha amenizado as distâncias no acesso a bens, serviços e espaços sociais – e os tão falados aeroportos tenham se transformado em ambientes muito mais democráticos e representativos de nossa população.

Para quem quer o Brasil do atraso, é inaceitável que o Poder Executivo esteja nas mãos de um grupo que busca reverter os efeitos do racismo institucional. Os abastados deste país, que muitas vezes fingem reconhecer a igualdade genética entre os povos, não se sentem representados por um grupo político que assume os séculos de omissão do Estado como única explicação para que pretos e pardos sejam maioria entre as vítimas da violência, mas minoria nas festas de formatura – compreensão que foi fundamental para o implemento da política de cotas em concursos públicos.

Para quem quer o Brasil da intolerância, é inconcebível que a Presidenta da República defenda abertamente a criminalização da homofobia. Em seu egoísmo, esse grupo não aceita que o poder público insista na retomada de projetos educacionais voltados para a formação de cidadãos e cidadãs com mais preparo para conviver com as diferenças, caso do projeto “Escola sem homofobia”. Os chamados “defensores da família”, que tratam os sentimentos de amor e fraternidade como inferiores aos dogmas cegamente defendidos por grupos fundamentalistas, chegam a levantar-se contra a candidatura de Dilma Rousseff justamente porque seu governo apresentou manifestações de respeito a outras crenças, a outros modos de viver, a outros modos de amar.

Nesta conjuntura de enfrentamento, devemos lembrar ainda que a frequente postura de recusa ao diálogo por parte dos grupos mais reacionários, bem como as manifestações de ódio a tudo que lembre a cor vermelha e seu significado político, não nasceu naturalmente em cada eleitor. Não bastasse nossa longa ditadura militar ter construído meticulosamente o estigma de “subversivo” e “desordeiro” a qualquer pensamento alinhado à democracia, temos hoje um forte aparato midiático voltado para reforçar o estereótipo negativo que se pretende atribuir aos que clamam por mais igualdade de condições e de direitos.

Em favor de seus interesses, a chamada “grande mídia” mostra-se assustadoramente distante do desempenho de seu papel republicano, que seria esclarecer a população sobre a importância do avanço no acesso a direitos. Além disso, escondidos sob uma aparente neutralidade, esses grandes grupos midiáticos não hesitam em divulgar apressadamente toda e qualquer notícia ou boato que possa ter impacto negativo sobre o atual governo federal e, ao mesmo tempo, mantêm-se estranhamente evasivos ou nulos na apuração de episódios que envolvem o Governo do Estado de São Paulo, ocupado há mais de 20 anos por um grupo que defende os interesses neoliberais da classe dominante.

Para a educação do povo brasileiro, o efeito dessa parcialidade é, obviamente, desastroso. Ou alguém duvida de que o resultado das eleições em São Paulo seria outro se houvesse um efetivo esforço para o esclarecimento sobre quem são os responsáveis pelo esquema de corrupção no metrô, pela crise de abastecimento de água ou pelo sucateamento da educação pública paulista?

Fica evidente que, submetidos aos apelos da grande mídia, mesmo entre aqueles que se beneficiam de políticas implementadas pelos governos Lula e Dilma, há os que vêm optando, muitas vezes sem perceber, por candidaturas que representam um retrocesso político e social no Brasil. Como explicar que vários beneficiários de programas como o PROUNI ou o PRONATEC prefiram os arautos da política que conduziu o país, na década de 90, ao desemprego? Como explicar que muitos dos pequenos e médios empresários, beneficiados pela política de fortalecimento do mercado interno, levantem-se com unhas e dentes contra o atual governo? Via de regra, esses eleitores ecoam o discurso das seis famílias que, no Brasil, comandam as grandes mídias jornalísticas e defendem os interesses do dito “mercado”, para quem o bem-estar social jamais será mais importante que o lucro das grandes corporações.

Por fim, não podemos nos esquecer de que, neste cenário de luta e transformação, um dos contragolpes desferidos pelo conservadorismo tem justamente os professores progressistas como alvo. Sob o lema “escola sem partido”, toma-se partido em favor da velha política, para a qual as veleidades do mercado financeiro estão acima do respeito à vida, do combate à miséria e de qualquer valor humanitário. Como se não bastasse a hegemonia que esse discurso encontra nos grandes meios de comunicação, tenta-se calar os pequenos focos que possam levantar a dúvida e a reflexão, condições necessárias para, independentemente da direção adotada, tomar-se uma posição madura e consciente. Dessa maneira, declarar nosso voto em

Dilma é ainda um modo de combater a despolitização da docência, o cerceamento da reflexão, a censura ao questionamento. Mas não só isso: declarar nosso voto e os motivos que nos levam a ele é ainda nossa pequena contribuição na luta por um Brasil mais justo, mais igualitário, mais democrático e com mais acesso à educação. A caminhada é longa, mas estamos trilhando os primeiros passos.

É por isso que votamos Dilma.

Fonte: Professores com Dilma 2014

25.9.14

A internacionalização da Amazônia novamente em destaque


       Alguns órgãos de imprensa criticaram hoje o fato do Brasil não assinar compromisso de “desflorestamento zero”, proposta encampada por 32 países durante a Cúpula do Clima em Nova Iorque.
    É necessário atentar para armadilhas desenhadas por determinados segmentos ambientalistas, que visam impedir o desenvolvimento dos países do Sul, atrelando questões ambientais locais às discussões globais.
      Interessante observar o nível de comprometimento dos países ricos com as medidas propostas pelos ambientalistas e, perceber que não são eles – os países desenvolvidos – os alvos dos protestos e pressões políticas para fazer avançar os cuidados ambientais planetários.
     Fez bem o governo brasileiro em não assinar tal compromisso, leiam abaixo as justificativas apresentadas na matéria do site Opera Mundi.


Brasil não foi consultado sobre declaração de metas de desmatamento da ONU, diz governo

Assinada por 32 Estados durante Cúpula de Clima, 'Declaração de Nova York' não deixa claro o que pode ser desmatado, afirma ministra


O Brasil não assinou na terça-feira (23/09) um tratado de combate ao desmatamento apresentado durante a Cúpula do Clima, em Nova York, que reuniu mais de 120 chefes de Estado. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o país não foi consultado sobre a declaração.

Chamado de “Declaração de Nova York”, o documento tem o intuito de reduzir pela metade o corte de florestas até 2020 e zerá-lo na década seguinte. Entre outras metas, está também a redução das emissões de gás carbônico de 400 milhões a 450 milhões de toneladas por ano, nos próximos seis anos, ou 2 bilhões de toneladas no total, também até 2020.

"Infelizmente, não fomos consultados. Acredito que seja impossível pensar uma iniciativa em prol das florestas a nível mundial sem incluir o Brasil. Não faz sentido", disse Izabella à agência Associated Press.

De acordo com a ministra, não está claro no texto o que poderia (ou não ser desmatado), o que pode levar a resolução de encontro ao Código Florestal brasileiro. "Desmatamento legal é diferente de desmatamento ilegal. Nossa política nacional é interromper o ilegal", afirmou.

O governo argumenta também que o acordo não é um documento oficial da ONU e que, portanto, só deve ser seguido pelos 32 signatários.

Na Cúpula do Clima, a presidente Dilma Rousseff citou ontem medidas tomadas pelo governo brasileiro nos últimos anos para redução de emissões de gases de efeito estufa, principalmente as relacionadas à queda do desmatamento na Amazônia.

“Ao longo dos últimos dez anos, o desmatamento no Brasil foi reduzido em 79%. Entre 2010 e 2013, deixamos de lançar na atmosfera, a cada ano, em média, 650 milhões de toneladas [de gases de efeito estufa]”, apontou. “As reduções voluntárias do Brasil contribuem de forma significativa para a diminuição das emissões globais no horizonte de 2020. O Brasil, portanto, não anuncia promessas, mostras resultados”, acrescentou, de acordo com a Agência Brasil.

Os 32 governos que assinaram a "Declaração de Nova York" também se comprometeram a recuperar mais de 350 milhões de hectares de terras degradadas, superfície similar em tamanho à Índia, como parte da luta contra o aquecimento global.

Os mais de 120 chefes de Estado e de governo de todo o mundo também reafirmaram o compromisso de reduzir as emissões de gás carbônico e criar alternativas financeiras para ajudar países a tomarem medidas ambientalmente menos prejudiciais. No total, os compromissos mobilizarão mais de US$ 200 bilhões antes do final de 2015, segundo informações da ONU.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reconheceu o protagonismo do país que governa na degradação ambiental. "Reconhecemos o nosso papel na hora de criar este problema [as mudanças climáticas] e aceitamos nossa responsabilidade para combatê-lo. Mas só podemos ter sucesso se todos os países se envolverem neste esforço. Não pode haver exceções".

Fonte: Opera Mundi

23.9.14

Nosso futebol vai de mal a pior



Está complicado torcer no campeonato brasileiro. Os times, com exceção do Cruzeiro, alternam boas e péssimas atuações.
Os árbitros cometem falhas infantis, prejudicando demais a qualidade do espetáculo.
As transmissões da TV transbordam chavões e clichês, diferenciando-se a ESPN nesse mar de tolices.
Os estádios construídos para a Copa fazem a gente ter vontade de ver os jogos, mas os preços estão proibitivos e as torcidas não foram reformadas, continuam com a mesma selvageria de sempre.
Trapalhadas se sucedem no órgão que deveria zelar pela qualidade do jogo, garantindo o conforto do torcedor e a lisura da disputa.
Ainda temos o racismo presente em algumas torcidas, exemplo maior vitimou o goleiro Aranha do Santos Futebol Clube (ver matéria aqui) e a homofobia. As brigas também são intermináveis. O pior é ouvir de algumas pessoas que isso é coisa do campo de jogo e deve ficar por lá.
Parece que o futebol tudo permite. É bom deixar claro que não permite não. A lei e a dignidade das pessoas devem ser observadas e preservadas.
Bem fez o Aranha em queixar-se na polícia e não dar ouvidos aos apelos hipócritas para “perdoar” a principal acusada de racismo. Como ele disse, ela está perdoa, mas deve pagar pelo crime que cometeu.
Acabo de ler no UOL (clique aqui) uma matéria sobre o Malcom, menino craque que está despontando no Corinthians.
A história é a mesma de inúmeros dos nossos craques de bola: menino que veio da favela e carrega a esperança de redenção social, sua e da família!
O que me deixou surpreso foi a afirmação de que ele abandonou os estudos no 2º ano do Ensino Médio. Como assim Corinthians? Essa joia rara precisa ser lapidada e, junto com as habilidades de futebolista e a parte física, ele precisa de escolarização formal, aprender Inglês e Espanhol (pelo menos). Isso é obrigação do clube proporcionar. Como um garoto pode abandonar a escola para trabalhar?
Os clubes deveriam ser obrigados a oferecer escola para os garotos da base, ainda mais um clube que ganhou inúmeras vantagens do poder público para construir seu estádio.