30.6.22

1983 - Santo Amaro saqueada

 Lançamento desse excelente documentário lembrando os saques de abril de 1983 que começaram em Santo Amaro.

O debate terá a pariticipação dos envolvidos no movimento, inclusive deste que vos escreve.


Sobre corrupção

 Gostaria de lembrar hoje de um texto de minha autoria publicado na Revista Galileu Vestibular 2007 e aqui no blog em 13/10/06.

Tema de grande destaque na época e de amplo debate midiático, visando a destruição do Partido dos Trabalhadores e do Lula.

Espero que gostem.

 

Problema histórico e generalizado

A corrupção no país é sistêmica, atingindo todos os setores da sociedade, dos mais pobres aos mais abastados, pautando-se quase sempre pela oportunidade. Então temos o jovem rico pagando ao segurança para furar a fila da “balada”, o moço pobre furando a fila na bilheteria do estádio, o bancário subornando o guarda para que ele ignore o desrespeito à lei, o empresário pagando propinas ao funcionário público, deputado, juiz ou qualquer outra autoridade do poder público visando engordar seus lucros.
Não podemos ignorar que a corrupção não é uma via de mão única: se tem um corrupto tem também um corruptor, ambos criminosos.
Além disso, ela é sistemática, ou seja, deve ter começado aí por volta de 1500 e não parou mais. Entra governo e saí governo os escândalos se multiplicam e se renovam. As vezes disfarçados de megaobra, as vezes disfarçados de caixa 2 – ou dinheiro não contabilizado – ou ainda de privatização.
Definitivamente a corrupção não foi inventada pelo governo Lula e muito menos é este o governo mais corrupto da história, a grande decepção fica por conta do seu partido, o PT, ter nascido e crescido empunhando a bandeira da ética e da honestidade na política.
Num rápido passeio por um desses sites de busca na internet, do tipo google, encontraremos referências à corrupção nos governos de Getúlio, JK, Jango, nos presidentes da ditadura militar – claro que, neste caso, bem menos, pois o denunciante poderia pagar com a própria vida – Sarney, Collor, FHC e Lula. Em todas as crises a imprensa trombeteia tratar-se da maior da história.
A sucessão de escândalos neste governo, no entanto foi impressionante e a incapacidade do governo e seu principal partido, o PT, responder a eles de forma convincente, optando pela estratégia do silêncio apostando no esquecimento do eleitor, no que parece ter sido bem sucedido.
Temos que considerar o papel da Polícia Federal, muito mais atuante do que no governo anterior é claro.
Independente dessa atuação podemos lembrar o mensalão (ou caixa 2), a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro lá de Brasília e agora a tal compra do dossiê contra o candidato ao governo do estado de São Paulo, José Serra.
Claro que divulgar documentos comprobatórios ou indicativos de atos de corrupção não é crime, o crime está no método usado para tal e principalmente na origem do dinheiro, uma pequena fortuna de quase R$ 2 milhões em dinheiro vivo.
Assim, quando pensamos que o governo e o PT encontraram fácil o caminho da reeleição do presidente Lula ele mesmo cuida de atirar contra si.
Impressionante!

Artigo publicado na Galileu - Vestibular 2007 - p.42

28.6.22

Votar não é passar um cheque em branco

Seguindo a recuperação dos texto antigos, vai um, publicado em 27/09/2008. Mantive os erros originais, só está atualizado quanto à reforma ortográfica. Infelizmente os links se quebraram e não consegui recuperá-los. 

Vou enviar para alguns ex-alunos, que, embora tenham lido uma coisa ou outra aqui no blog, insistem em me chamar de lulista. 

Não sou e nem nunca fui lulista, apenas votei nele em todas as eleiççoes das quais participei (desde 1982) por considerá-lo o representante das melhores propostas para o conjunto da sociedade, mas nunca deixei de criticar os erros do PT e do próprio Lula.

O voto não é uma carta branca, nem uma procuraçao individual, é uma postura coletiva.

O país melhora, mas a passos lentos

Por estes dias o IBGE divulgou a nova edição do PNDA – Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar. Clique aqui para ter acesso a ela na íntegra ou aqui, para vê-la num caderno especial do jornal O Estado de S. Paulo.

Os indicadores apresentam, sem exceção, melhorias. O problema é o ritmo destas melhorias.

Para não receber pauladas dos meus amigos petistas/lulistas, é importante ressaltar que estes mandatos do Lula foram significativos para os mais pobres.

Muitos foram incluídos na situação de consumidores, tiveram acesso a uma maior quantidade de bens de consumo, bem como saneamento básico, saúde e educação.

Até mesmo o combate à corrupção teve relativo sucesso no primeiro mandato, embora o ímpeto tenha refreado neste segundo mandato.

Os acertos continuam sendo feitos pelos “de cima”, como tudo desde Caminha até nossos dias, por isso a sociedade se vê excluída do processo.

Se é verdade que mais crianças estão na escola e que muitos jovens pobres tiveram acesso ao ensino universitário por meio do ProUni, é verdade também que a qualidade da educação é sofrível, com avanços tímidos, sem envolvimento da sociedade.

Algumas instituições que fazem parte do ProUni parecem escolas de suplência, isso graças a proliferação de cursos universitários nos dois desgovernos do FHC, enquanto o ensino básico continua patinando, tanto nos indicadores nacionais quanto internacionais.

A questão da educação passa por uma forte política de Estado, com algo bem próximo de 10% do PIB reservado a ela, como investimentos e não gastos, além de uma forte mobilização popular, com uso de rádio, TV e agressivo “marquetingue”.

Escolarização obrigatória e ensino de período integral! Professores com dedicação exclusiva às suas escolas! Salários e condições de trabalho dignos! Participação intensa de todas as instâncias da sociedade, da família, essencial, ao STF.

Lula e os partidos da base aliada (partidos? Quaquaqua!) não tocaram neste trauma nacional como deveriam, embora reconheça no ministro Fernando Haddad um ótimo técnico/político da área, pena que sempre subordinado aos ditames da política econômica.

A distribuição de renda melhora a olhos vistos.

Desde 1993 experimentamos sucessivas reduções no Índice de Gini (clique aqui se você não sabe o que é isso), indicador da desigualdade de renda.

Esbarramos, contudo, num impedimento que a diminuição da desigualdade se acelere: a Reforma Agrária. Sem profundas mudanças no sistema de acesso à terra e produção agrícola continuaremos patinando eternamente na distribuição da renda.

No primeiro mandato os sinais de que ela – a Reforma Agrária – ocorreria eram inequívocos, a começar pela equipe que coordenava o processo, comandada por Plínio de Arruda Sampaio.

O apoio do MST e capacidade de interlocução do governo com as organizações que lutam pela reforma agrária era sinal de que desta vez seria diferente. Bastou o tempo para desmentir nossas esperanças.

É claro que melhorou o tratamento da Agricultura Familiar, por outro lado não se construiu uma política agrícola para o país, por isso o presidente da República tornou-se refém da “bancada ruralista” em diversas negociações no Congresso Nacional.

Já na reeleição o MST sinalizava que a coisa não andava lá essas coisas nas relações com Lula e a tal base aliada, mas ainda assim manifestou seu apoio.

No presente instante o desencanto é geral. O latifúndio conseguiu tirar do governo pessoas da índole de Marina Silva, derrotada pelo estrategista de Daniel Dantas, o senhor Mangabeira Unger – conhecido como Ministro do “Futuro” –, gestor dos projetos de intervenção na Amazônia

Esses dois pilares são fundamentais para a construção de um país de verdade, sem eles, erguidos e bem fundamentados, não iremos a lugar algum, estaremos condenados aos soluços de crescimento econômico com espasmos de desenvolvimento.

Finalmente tinha a esperança de que a eleição do Lula, faria com que o capitalismo brasileiro se voltasse para o sistema produtivo em detrimento do capital financeiro. Não é o que vemos.

O país é um paraíso para os especuladores, que aqui desembarcam para navegar nos mares tranquilos do ganho fácil e garantido.

Texto de 27/9/08.

A difícil tarefa de ser mulher

 


26.6.22

Aborto: questão importante de saúde pública

 Lula está coberto de razão: discussão sobre aborto diz respeito à saúde pública, não cabe ao Estado legislar sobre as vontades das pessoas, mas precisa de políticas públicas para evitar a morte de mulheres, principalmente as pobres.

Tal política não pode ser guiada por princípios religiosos, mas deve se respeitar as condições biológicas e psicológicas das mulheres e a vontade delas.

Claro que os instrumentos de planejamento familiar devem ser garantidos pelo poder público bem como a educação sexual, que deveria ser abordada nas escolas de todo o país, sem essa idiotice de “ideologia de gênero”.

Às vezes tenho a nítida impressão de que retornamos para o século XIX em razão da truculência do atual governo que abriu mão de questões civilizatórias, como o poder que a mulher deve ter sobre o seu próprio corpo, a aceitação da diversidade quanto à orientação sexual e o combate ao racismo.

O episódio do final da semana com a atriz/celebridade denunciando uma outra atriz, muito jovem, que descobriu a gravidez fruto de um estupro muito tarde e resolveu dar a criança para adoção, foi a cereja do bolo.

Antes tivemos a denúncia por parte do Portal Catarinas e The Intercept mostrando a ação abjeta de uma juíza e uma promotora, tentando convencer uma criança de 11 anos a não abortar e esperar o desfecho da gravidez para doar o bebê. Ainda ousaram sugerir que se ouvisse o “pai”. Desde quanto estuprador é pai?

Parte da nossa população está se especializando em dar palpites na vida dos outros, mas sem assumir os encargos e, na maioria das vezes, num verdadeiro show de hipocrisia.

Precisamos de governos que pensem no povo, na saúde, na educação, na alimentação, na moradia e que lembre sempre que o estado deve ser laico!

 

 

24.6.22

Por que a ideia de regular a mídia não é censura

Hoje retomo o texto de 03/2/15, nele apresentei inúmeros argumentos favoráveis a regulação da mídia, com links explicando, de forma didática que o projeto não era de censura.

Convém lembrar que existem várias regulações da mídia no Brasil, a primeira delas datada de 1823.

A Constituição Federal de 1988 tratou do tema, mas não houve uma regulamentação clara até hoje.

Novamente a grande mídia faz um estardalhaço com a proposta do candidato Lula sobre tal regulação.

O Estadão já soltou a corneta contra a ideia, veja aqui, mostrando todo o seu conservadorismo e mesquinhez.

No texto abaixo você poderá ler vários argumentos favoráveis a esta regulação, mostrando ser esta uma medida civilizatória e desejável.

Embora de 2015 os argumentos são muito atuais.

 

Regulação da mídia, isso é um problema para a democracia?

 

Várias pessoas têm postado nas redes sociais coisas incríveis sobre a ideia de regulação da mídia.

É uma mistura de desinformação, ignorância e petismo fobia que dá medo!

Por outro lado, a comunicação de massa por parte do governo, e seus partidos aliados, é medonha, nada informa e quando o faz, faz de forma capenga.

Por isso indico alguns textos que explicam, de maneira bastante clara, o que vem a ser a tal regulação da mídia, penso que seja muito importante a difusão dessas informações, combatendo assim a visão de que o “PT deseja censurar a imprensa” ou atentar contra a liberdade de expressão.

Vamos começar por um material bastante completo, que está no portal da ANDI - Agência de Notícias dos Direitos da Infância. De forma bastante detalhada e didática, a ANDI conseguiu reunir muitas informações sobre o tema.

É só clicar aqui para obter o material. Além dessa introdução existem mais oito páginas discutindo o assunto (os links encontram-se no final da apresentação do tema).

A BBC Brasil explica, de maneira breve, como funciona tal regulação nos EUA, Reino Unido, Venezuela e Argentina. Basta clicar aqui para acessar a matéria.

Clicando aqui você lê um texto bacana, publicado na Carta Capital, do coletivo Intervozes, tratando do mesmo tema. Note que esse último texto foi publicado em junho do ano passado, antes das eleições, portanto.

Claro que as vozes que discordam dessa regulação têm amplo espaço para manifestarem-se nos órgãos de imprensa, mas, ardilosamente, não mencionam países como EUA e Reino Unido, atendo-se somente, de forma superficial, à Argentina e Venezuela.

23.6.22

Não ter raízes

 Seguindo com as republicações vai um texto publicado em 14/7/06.

 

Às vezes isso é um problema, outras vezes solução!

Fazendo uma viagem no tempo percebi como sou desconectado de um lugar.

Vejam, nasci em Lucélia, uma pequena cidade do interior de São Paulo, muito cedo fui para o mundo, com meus pais. Vivemos aqui em São Paulo entre a metade dos anos 60 e dos anos 70.

Morei na zona norte e depois nos bairros operários do fundão da zona sul.

Pelo meio dos anos 70 mudamo-nos para Varginha, sul das Minas Gerais. Lá vivi minha adolescência e início da idade adulta, cronologicamente falando.

Em 1981 saí de Varginha, retornei para São Paulo.

Nos primeiros anos um grupo de amigos e um amor desvairado me mantiveram amarrado naquela bela cidade do sul das Geraes.

O amor se foi, graças ao grande idiota que sou, os amigos foram tomando rumos diferentes e a própria distância cuidou de nos separar, hoje mantenho contato apenas com um desses amigos lá das montanhas do sul de Minas.

Quando voltei para São Paulo, a ditadura militar já caminhava para o seu ocaso e me dediquei de corpo e alma a militância política.

Partido clandestino, alimentando o sonho da revolução que nunca veio, movimento popular, construção do Partido dos Trabalhadores, movimento sindical...

Respirava política. Até que “os meus amigos” (ao contrário do que disse Cazuza) chegaram ao poder. Cada fatia de poder que eu via os “caras” abocanharem crescia minha decepção e desencanto.

Paralelamente a uma carreira profissional num banco alimentava essa intensidade política.

Veio a crise dos 30. Crise profissional, pessoal, financeira, política... Resolvi virar professor e abandonar todo o resto. Mais um rompimento. Os grandes amigos do tempo do Banco, do Sindicalismo, do Partido, enfim daquele mundo no qual vivia, foram raleando e desaparecendo.

Desde 1993 na sala de aula. Passei por várias escolas e fiz poucos amigos, parece que estou vacinado contra as perdas, por isso não me importo muito em fazer aquisições.

Vínculos mesmo só com uma turma de faculdade. Longas jornadas de truco e cerveja noite à dentro (e a fora), criaram uma amizade que parece ser inquebrantável, embora cada um no seu canto, com seus afazeres, ainda nos reunimos esporadicamente.

Aliás, amanhã tem churrasco, talvez eu até apareça, embora depois da minha internação no INCOR esteja evitando “áreas de risco” (entendam: picanha, cerveja, truco... só!).

Talvez esteja me sentindo velho. Ou a perda de algumas pessoas próximas nos últimos anos tenha me trazido o medo da morte, mas estou com uma vontade irresistível de restabelecer alguns laços, menos com “os amigos” que estão no poder, sentados nas mesas luxuosas do Planalto Central.

22.6.22

Quando a Justiça não é justa

 Nosso país não cansa de surpreender, ou, como falamos no interior, é um eita atrás de eita!

Dessa vez uma criança de 11 anos foi induzida a não abortar por uma juíza de nome Joana Ribeiro Zimmer. Essa senhora deveria cumprir a lei, que autoriza o aborto em casos de estupro e sexo com menor de 14 anos é estupro, ponto final.

Aqui você vai ler excelente matéria do Brasil de Fato sobre o episódio.

Não há prazos para a realização do aborto, não se prevê que o estuprador participe da decisão sobre a interrupção da gravidez!

A criança foi submetida pela juíza e promotora e um interrogatório criminoso! O The Intercept e o Portal Catarinas publicaram o áudio, clique aqui para ouvir.

Na prática juíza e promotora propõem colocar em risco a vida da criança, além dos enormes impactos psicológicos.

Não é o primeiro caso, há uma cruzada fundamentalista contra o aborto, mesmo para os casos autorizados pela lei. Recentemente a ex-ministra Damares, aquela que fala com Jesus na goiabeira, foi suspeita de atitude semelhante, é só clicar aqui para relembrar.

No momento resta-nos engrossar o coro daqueles que querem o afastamento dessa juíza e não sua promoção.

Se concordas com isso é só clicar em https://coletivojuntas.com.br/pelo-afastamento-da-juiza-joana-ribeiro-zimmer/ .

21.6.22

Sobre estupro de crianças

 




Cheguei aos 60, quem diria!

Em 17/03/2012 fiz a postagem que segue abaixo.

Revisitei as metas dos 50 e percebi que fracassei em quase todas elas. Agora o compadre Sérgio dirá: 60 com corpinho de 79!

Dentre as metas estabelecidas falhei feio na saúde, principalmente no controle da diabete, embora tenha perdido alguns quilos, foram insuficientes para controlar a danada.

Mudei de cidade, de emprego e depois me aposentei. Meu filho, que era adolescente na época do texto abaixo está quase terminando a faculdade, morando em Assis. A esposa continua a mesma, para minha alegria!

Tive momentos mais próximos aos amigos queridos, quase todos herdados da Geografia ou da Pedagogia, mas essa merda de pandemia, que nos atormenta desde 2020 fez com que eu me distanciasse novamente.

Fiquei muito desgostoso com a sala de aula, com a chegada do MBL e da Escolasempartido (que nojo!) vivemos um período de inquisição, sem a permissão para a vida inteligente e pensante.

Aos 60 anos estou extremamente triste com o meu país, nem mesmo gosto de chamá-lo de meu em público.

Resta a esperança de dias melhores depois de outubro.

 

Meio século! Jamais pensei em chegar a essa marca e cá estou, mas com corpinho de 49 e meio, como diz compadre Sérgio.

Neste ano estabeleci metas severas para navegar no pós-50.

As primeiras foram atingidas, faltam agora aquelas que tratam da saúde, portanto as mais difíceis.

Perder peso é essencial. Reconheço que perdi uns 500 kg ao longo da vida, mas eles teimam em voltar.

Para isso preciso parar de comer pudim. Uma alternativa seria exterminar a cozinheira de uma das unidades da escola. A mulher tem mãos divinas para os doces! É só lembrar e começo a salivar. Tentarei fazê-lo sem adentrar o mundo do crime.

Outro sacrilégio: afastar-me do pão e da batata, duas iguarias sensacionais, só comparáveis a um pouco de feijão misturado com macarrão, gelados é claro.

A nutricionista que me aguarde, serei um freguês contumaz!

Depois preciso controlar a maldita da diabete, isso sim é um 13º trabalho. Pena que o Hércules não o fez, senão pegaria a receita.

Também preciso ser mais assíduo com os amigos, eles me fazem uma falta danada. Farei um grande esforço para tomar uma cerveja sem álcool, só pelo prazer da companhia deles.

Organizar o escritório é coisa para julho, mas não entro o segundo semestre sem ele organizado e pronto para produzir. Escrever, mesmo essas bobagens com as quais torturo meus dois ou três leitores, higieniza minha alma e renova minhas energias para o cotidiano.

Então o blog receberá minha atenção com disciplina e constância, mas preciso contar uma história muito bonita, da minha família, que vale um livro, nem que seja para o deleite de alguns poucos parentes e amigos.

 

É assim que a gente se renova aos 50: pensando nos próximos 50.

 

Não aos despejos!

 


19.6.22

Viva Colômbia!


 

Beijo

 

Um dos objetivos da minha volta é recuperar textos que me emocionaram.

Vou começar por um, publicado em 18/01/2005, que me marcou muito.

Beijo 

Não o beijo apaixonado, anúncio e preâmbulo da paixão. 

Trata-se do beijo entre homens.

A partir da minha adolescência comecei a frequentar a casa dos meus avós maternos em Bauru, interior de São Paulo, e a tomar contato com uma quantidade de primos, primas, tios e tias.

Tornou-se comum reunirmos boa parte de nossa enorme família nos aniversários do meu avô, em junho. Assim fizemos até ele completar 90. Alguns meses depois ele faleceu.

Também era comum fazermos uma festa na passagem do ano, na casa do tio Juvenal (já citado por aqui em outro texto). Era o momento de reunirmos os primos, amigos e demais parentes.

A festa atravessava a madrugada e, por vezes, tinha sequência num alentado almoço no primeiro dia do ano, sempre com muita cerveja e alegria. Seu "Juva" sentia um imenso prazer em ver aquela reunião, por mais trabalho que aquilo proporcionasse.

Várias vezes, quando me despedia dele, sentia vontade de aplicar-lhe um sonoro beijo nas bochechas, mas a distância respeitosa, as reticências que possuímos com relação a determinadas manifestações (isso não é coisa pra macho!), sempre tolheram essa vontade.

Faz alguns anos ele caiu doente. Cada vez que nos encontrávamos ele estava mais debilitado, mas muito alegre por estar vivo. O carinho que sentia por ele só aumentava. A maneira altiva como enfrentou a doença foi admirável.

Ano passado, por esta época, recebemos a notícia que ele piorara bastante. Eu e minha irmã caçula, Sonia, resolvemos fazer uma rápida viagem até Bauru. Nos preparamos para não demonstrar fraqueza perante os primos e fomos esperando pelo pior.

Quando chegamos ao hospital ele estava surpreendentemente melhor. Consciente, embora com muitas dores. A doença já lhe colocava uma série de limitações.

Conversamos um pouco para não cansá-lo e prometemos vê-lo no outro dia, um sábado, na casa de uma de suas filhas, para onde ele iria ao sair do hospital. Assim fizemos.

Ao nos despedirmos, ele me fez um pedido: - Antonio Carlos, posso lhe dar um beijo? Como foi difícil não chorar. Ele me beijou com muito carinho, eu retribuí com outro beijo e um abraço caloroso.

Alguns dias depois, em 23/1, ele nos deixou, descansou para sempre. Hoje penso por que não o abracei mais, o beijei mais, para que ele pudesse perceber todo o carinho que eu tinha por ele.

Estive em Bauru neste final de semana. Fui recebido pela minha tia e pelos meus primos com muito carinho, com muita alegria e tristeza. Ao despedir-me beijei cada um dos meus primos. Assim farei de agora em diante com as pessoas que amo: não vou mais economizar beijos e abraços.

Texto publicado em 18/01/2005.


18.6.22

Vou votar no Lula

O quadro eleitoral que se avizinha é muito preocupante. Necessitamos derrotar as hostes bolsonaristas e, para isso, necessitamos de carregar nos votos em candidatos progressistas.

A minha primeira escolha é óbvia: Lula para presidente! Ao mesmo tempo muito preocupado com os cargos proporcionais, que, a meu ver, sempre é negligenciado pelas forças políticas, uma vez que temos a cultura do “salvador da pátria”.

A tendência é escolher candidatos do PT, PC do B e PSOL, mas, ao contrário de todas as eleições anteriores, não tenho muitas ideias para as candidaturas proporcionais. Tenho algumas simpatias.

Para candidatos a Câmara dos Deputados penso com carinho no Carlos Zarattini do PT, para Assembleia Legislativa vejo com simpatia o Djalma Nery do PSOL, sem esquecer do Guilherme Boulos do PSOL para Deputado Federal, também tem a Leci Brandão do PC do B e a professora Juliana, vereadora em Americana, uma promissora liderança do PT.

O afastamento da militância partidária cobra o seu preço, no meu caso é a falta de um projeto bacana.

Quem quiser apresentar candidaturas do campo progressista sinta-se à vontade para usar esse espaço!

Tentando voltar

 Olá amigos e amigas!

Faz tempo que não apareço por aqui. 

Voltei, mais uma vez, por recomendação médica. É como se fosse uma atividade terapêutica, pequenos desabafos e angústias que têm me consumido nestes últimos anos.

Além de ser um momento eleitoral, propício para levar cacetadas dos reacionários e dos fascistas de plantão.

Nessa volta não tenho preocupação com audiência, preocupa-me apenas a retomada das reflexões que publiquei ao longo dos anos.