Em face dos crimes cometidos
pelo governo anterior muitos se apegam as questões semânticas para justificar o
injustificável, assim não querem que chamemos de terroristas os vândalos que destruíram
os prédios públicos da praça dos 3 Poderes em Brasília no último dia 8 e nem de
genocídio o que aconteceu ao povo Ianomami nos últimos quatro anos.
Não vou perder nosso tempo com
essas sutilezas do idioma, mas gostaria de recorrer à definição de uma das expressões
citadas: genocídio.
“Genocídio é a eliminação
sistemática e intencional de um grupo por meios ativos (aplicação de
forças que resultem na morte) ou passivos (negligência e negativa de prestação
de assistência). Em geral, os grupos vítimas de genocídios apresentam
indivíduos com ligações étnico-raciais, de nacionalidade e religiosas.
O extermínio desses grupos
acontece por conta de fatores discriminatórios que consideram a
existência dos indivíduos daquele grupo algo tão insignificante a ponto de ter
sua extinção “permitida” na visão dos genocidas”
Fonte: Mundo Educação. Disponível
em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/genocidio.htm>. Acesso
em 23/01/23.
Ante tal definição não resta
dúvida sobre como chamar o que aconteceu nas terras do Povo Ianomami.
Foram inúmeros pedidos de
socorro por parte dos nativos, endereçados a ministros e outras autoridades,
ignorados, seguidos por medidas que agravaram a situação daquele povo.
Essa política foi anunciada
pelo ex-presidente durante sua campanha, ou seja, quem votou nele concordou com
a ação criminosa.
Há toda uma cadeia de responsáveis
diretos pelo ocorrido: presidente da república, vice-presidente – que
acompanhava de perto a agonia da floresta e seus povos – a ministra Damares, os
ministros Ricardo Salles, Moro, a Funai e os agentes econômicos interessados em
eliminar os povos originários (garimpeiros ilegais, pecuaristas, madeireiros etc.).
A morte de 570 crianças e o sofrimento
causado pela malária, além de outras doenças, foi resultado da omissão
deliberada do governo, da negação da FUNAI (militarizada e evangélica) em atendê-los,
da supressão de verbas destinadas à saúde indígena, ou seja, um autêntico
GENOCÍDIO.