31.8.07

Direito à memória e à verdade

Finalmente o governo Lula faz um gesto no sentido de pôr fim ao silêncio oficial sobre as torturas praticadas pelos militares durante a ditadura.
Foi lançado nesta quarta-feira (29/7) o livro Direito à memória e à verdade. Nele o Estado reconhece as barbaridades cometidas pelos de farda, como tortura, morte, desaparecimentos, suicídios etc.
Este livro não será vendido nas livrarias, mas será distribuído para as bibliotecas e instituições de pesquisa país afora. Caso queira lê-lo, o jornal O Estado de S.Paulo oferece a versão completa, em formato pdf, basta clicar no link abaixo:
http://www.estadao.com.br/ext/especiais/2007/08/direitoamemoriaeaverdade.pdf

Guia Época Vestibular 2008

O blog de suporte ao Guia Época Vestibular Atualidades 2008 já está funcionando.
Serve para apoio à publicação que está nas bancas e circulará pelas próximas 10 semanas, além de possibilitar ao leitor a escolha do tema do 11º fascículo, que será inteiramente on-line.
Clique aqui para acessar o blog.

"Aquecimento Global é terrorismo climático"

Esta é a manchete que a Revista Istoé reservou para a entrevista com o professor Luiz Carlos Molion, Pós-doutor em meteorologia formado na Inglaterra e nos Estados Unidos, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial.
Já faz algum tempo tomei contato com as teorias do prof. Molion, figura muito respeitada por aqueles que o conhecem e, por vezes, desrespeitado entre aqueles que teimam em olhar a ciência como se fosse religião: infalível, dogmática e irrefutável.
Vejam uma das repostas do professor:
“É difícil dizer que o aquecimento é global. O Hemisfério Sul é diferente do Hemisfério Norte, e a partir disso é complicado pegar uma temperatura e falar em temperatura média global. Os dados dos 44 Estados contíguos dos EUA, que têm uma rede de medição bem mantida, mostram que nas décadas de 30 e 40 as temperaturas foram mais elevadas que agora. A maior divergência está no fato de quererem imputar esse aquecimento às atividades humanas, particularmente à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, e à agricultura, atrás da agropecuária, que libera metano. Quando a gente olha a série temporal de 150 anos usada pelos defensores da tese do aquecimento, vê claramente que houve um período, entre 1925 e 1946, em que a temperatura média global sofreu um aumento de cerca de 0,4 grau centígrado. Aí a pergunta é: esse aquecimento foi devido ao CO2?”

Clique aqui e leia-o na íntegra.

28.8.07

Politicagem e oportunismo no Largo São Francisco

Entristeceram-me e muito os acontecimentos ocorridos dentre os dias 21 e 22 desse mês na minha faculdade. Basicamente, houve uma ocupação do espaço por um grupo de manifestantes dos mais diversos movimentos sociais (UNE, MST, Educafro dentre outros). Os alunos, desavisados e retirados de suas salas de aula, entraram em pânico ao ver um bando de pessoas pobres e mal vestidas – coisa que não se vê todos os dias dentro da faculdade – e saíram correndo, encontrando barreiras que os impediram, por aproximadamente vinte minutos, de voltar para suas casas.
Passado o pânico inicial, os motivos da invasão começaram a ficar mais claros: eram 18 reivindicações, que além de pedirem o fim do analfabetismo e aumento do número de vagas nas faculdades públicas, queriam o fim do vestibular e as tão controversas cotas para ingresso nas universidades públicas. Todas válidas, porém nenhuma imediata, que justificasse uma ocupação com direito a barricadas e interrupção de aulas.
Após conversas com os poucos alunos que restaram na faculdade, negociações com a diretoria e entrada de policiais para verificar algum dano em patrimônio público que poderia ter sido causado (o que não ocorreu), o diretor Rodas autorizou a entrada da tropa de choque para expulsar os invasores. Sessenta policiais armados tiraram à força alunos e manifestantes, os levaram à delegacia e nisso ficou. Atitude no mínimo, exagerada.
Não só exagerada, mas com enorme simbologia: a faculdade teve presença de militares apenas uma vez antes da ocasião, foi centro de combate à ditadura e sempre representou território livre para debates. Classes mais pobres em território público sendo expulsas por forças policiais em favor de pessoas privilegiadas também não é uma idéia que me agrada.
Um movimento ocupacional liderado por políticos profissionais oportunistas, uma massa da “elite intelectual” pouco se importando com o que ocorria, uma diretoria indisposta a negociar e utilizando-se de métodos completamente desproporcionais. Quando todo o podre parecia estar revelado, surge mais um elemento: O Centro Acadêmico XI de Agosto, cuja atual gestão é do partido Fórum da Esquerda, não só já sabia do movimento e não avisou os alunos, como parecia apoiar os manifestantes sem o consentimento de seus representados.
Essa é a perspectiva do modo de fazer política para nosso país nos próximos anos.
O objetivo do movimento, chamar atenção para os problemas na educação pública no país (objetivo muito nobre e necessário, por sinal), foi o último a ser alcançado. A mídia de uma forma geral tratou do evento como algo parecido com a ocupação da reitoria da USP há alguns meses, e parece ter agradado o fato que dessa vez, os policiais entraram para expulsar os “vagabundos”. As conseqüências dentro da faculdade foram debates mesquinhos visando às eleições desse ano para o Centro Acadêmico.
As Arcadas do Largo São Francisco estão de luto.

Riccardo Silva – Estudante de Direito – USP

Devolução da Vale do Rio Doce!

Essa dica é do blog Vi o Mundo:
Vídeo da campanha promovida por diversos movimentos sociais que pede a devolução da Companhia Vale do Rio Doce ao seu verdadeiro dono - o povo brasileiro -, e reivindica a declaração de nulidade do leilão de privatização da Companhia Vale do Rio Doce. O Plebiscito Popular sobre o tema será realizado de 1 a 7 de setembro.

27.8.07

A prova do ENEM

Uma prova coerente e bem pensada, assim podemos definir a prova aplicada ontem no Exame Nacional do Ensino Médio.
Os meus alunos do Pueri Domus e do CPV Vestibulares acharam a prova muito fácil e a maioria deles pontuou acima de 50, com máximo de 59 acertos.
A prova, como já afirmado por todos aqueles professores que se preocuparam em entender o ENEM, retomou o padrão de cobrar do aluno a aplicação, na verdade o uso, do saber escolar.
O tema da redação foi muito interessante, permitindo ao aluno explorar grandes possibilidades para chegar a um bom texto.
O que mais me preocupa com relação ao ENEM é o resultado.
Ano após ano constatamos que o ensino público vai de mal a pior. O diagnóstico é reforçado permanentemente, mas as mudanças... Bom, aí já é outra história!

26.8.07

Guia Época Vestibular 2008 Atualidades

Começou a circular ontem encartado na revista Época, o Guia Época Vestibular 2008 Atualidades.
O Guia é resultado de uma parceria do Sistema Uno - coleção de material didático - e da Revista Época.
Eu e o Prof. Venê, do Cursinho da Poli e do Objetivo, fazemos parte da equipe de coordenação de textos.
É um material preparado com muita seriedade e carinho, pensado para ajudar o vestibulando nesta reta final de preparação.

25.8.07

ENEM

O ENEM faz parte de um sistema de avaliações criado pelo governo federal dentro do contexto de modificações na educação básica brasileira a partir da nova LDB de 1996.
Ele prioriza o raciocínio crítico ao invés da “decoreba” tradicional. Por isso ele não está dividido por disciplinas, embora você consiga identificar conteúdos específicos nas questões propostas.
Portanto ele não mede acúmulo de conteúdos e informações, mas sim habilidades e competências do aluno em lidar criticamente com o conhecimento, exercer plenamente a cidadania, prosseguir seus estudos e preparar-se para o mundo do trabalho.
A nota do ENEM é aproveitada em importantes faculdades e universidades como componente da nota do vestibular. A FGV, por exemplo, reservou 5 vagas do seu curso de Economia e 20 do curso de Administração para ingresso exclusivo pelo ENEM; a IBMEC reservou 20% da vagas.
Universidades públicas como USP, UNESP e UNICAMP também usam o ENEM para compor a nota do vestibulando.
A UNICAMP só considerará a nota do ENEM para aqueles alunos que também fizerem a redação – desde que não zerem – ao contrário do que acontecia até 2006, quando eram consideradas somente as questões de teste.
Prestar o exame com seriedade é fundamental! Faça a redação com esmero, mostre todas as suas competências e habilidades!
Boa prova para todos!

Amanhã é dia de ENEM

Muitos dos meus alunos e alunas prestarão o ENEM amanhã. Vejam algumas dicas:


Dia da Prova – NÃO BRINQUE COM O HORÁRIO, CHEGUE ANTES PARA EVITAR CONTRATEMPOS (SE POSSÍVEL VERIFIQUE O LOCAL DA PROVA NO DIA ANTERIOR)
As provas do Enem 2007 serão no dia 26 de agosto, com início às 13 horas e término às 18 horas. Não se atrase! Os portões de acesso aos locais de prova em todo o Brasil serão abertos ao meio-dia e fechados às 12h55 (horário de Brasília). Depois disso NÃO será permitida a entrada no local.
O que levar:
- Original do documento de identificação que você citou na ficha de inscrição (sem ele você não poderá fazer a prova);
- Cartão de Confirmação de Inscrição;
- Folha de respostas do questionário socioeconômico;
- Caneta esferográfica de tinta preta (pelo menos 2);
- Lápis preto nº 2 (pelo menos 2);
- Borracha.
OBS: Se você não tiver recebido o Cartão de Confirmação de Inscrição, pode apresentar o comprovante de inscrição no lugar.
Previna-se, leve água e lanches leves e fáceis (bolachas, frutas etc.).

Sobre Marte e a Lua

Depois de receber o 23º e-mail sobre o tamanho de Marte em agosto resolvi pedir socorro a quem sempre me esclarece: www.quatrocantos.com!
Ao abrir a página citada, encontrei um bom artigo do astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, que reproduzo abaixo:

Vamos observar Marte
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão(*)
Durante as noites de agosto, o planeta Marte será o mais interessante dos objetos celestes visíveis a olho nu, em virtude do seu brilho e de sua coloração acentuadamente vermelha, razão pela qual foi associado a Marte, deus da guerra entre os romanos.
Sua máxima aproximação à Terra vai ocorrer no dia 27 de agosto, quando o planeta estará a uma distância de 55,8 milhões de quilômetros da Terra. A última vez que tal aproximação ocorreu foi há 73.000 anos. É importante observar, especialmente, sabendo que nenhum ser humano jamais o viu tão brilhante. Naquela época não havia registro histórico. Por este motivo, esta aproximação constitui, para o observador interessado no céu, uma ocasião única para apreciar o planeta a olho nu.
Na realidade, Marte é visível a cada dois anos, sendo que as máximas aproximações ocorrem a cada 15 ou 17 anos. Assim, a próxima aproximação equivalente a atual vai ocorrer em 2018, quando o planeta estará a 57,7 milhões de quilômetros.
Atualmente, ele está surgindo do lado do nascente, por volta das 20:00 horas e está alcançando o zênite – o ponto mais alto no céu – por volta de uma hora da manhã. Já é um belo espetáculo. No final do mês de agosto, Marte surgirá ao anoitecer, logo após o pôr-do-Sol, e alcançará o zênite por volta da meia-noite.

(*) Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, astrônomo e pesquisador titular do Museu de Astronomia e Ciências Afins, e autor de mais de 70 livros, entre outros livros, do "O Livro de Ouro do Universo".
Consulte a homepage:
http://www.ronaldomourao.com.

23.8.07

Mais uma do Latuff


Retrato do Brasil

Começou a circular juntamente com a edição 458 da revista CartaCapital a publicação Retrato do Brasil (clique aqui e leia a apresentação oficial da revista).
Lembro-me com saudades da primeira publicação que levou este nome. Liderada por Raimundo Rodrigues Pereira, acompanhado por um grupo de jornalistas de excelente qualidade, tomei contato com ela no início dos anos 80, se a memória não me trai.
Desta feita a CartaCapital publicará 6 números, os primeiros três, que tratarão de energia, quinzenalmente e outros mensalmente.
Para quem deseja ler o Brasil com outros olhos que não o da grande mídia nativa, Retrato do Brasil é imprescindível!

21.8.07

Caos na Catraca: Gilmara passa mais de um mês por ano DENTRO DE UM ÔNIBUS

Enfrentar um ônibus lotado todos os dias nem é o maior problema para quem mora em Campo Limpo.
O rio Pirajussara corta o bairro e, quando enche, inunda várias ruas.
Gilmara diz que a água é contaminada e conhece o caso de uma criança que pegou leptospirose, a doença transmitida pelos ratos.
Assassinatos na região são comuns.
Na semana passada, por exemplo, um bando local matou dois rapazes que faziam assaltos no bairro.
A polícia é mais temida que os bandidos.
Como não confia nos médicos do posto de Saúde, Gilmara dá duro levando os filhos para atendimento no ambulatório do Hospital das Clínicas.
Ou seja, o ônibus é apenas MAIS UM problema.
Gostou do pedaço de texto? Ele está no blog do Luiz Carlos Azenha - Vi o mundo, o que você nunca pôde ver na TV - basta clicar aqui para ter acesso ao texto na íntegra.

Direto da Venezuela

A guerra das tevês

Num país sul-americano, numa emissora de tevê cujo nome leva o substantivo masculino “globo”, começa mais um telejornal de fim de noite. Os “âncoras” são um casal bem apessoado, uma mulher e um homem bonitos e elegantes. Eles anunciam mais um escândalo que envolveria o governo federal. “Por enquanto”, já haveria indícios disto ou daquilo. Depois da chamada inicial, vem uma reportagem que tenta convencer o telespectador da tese da emissora sobre corrupção no governo. Não há provas, mas há “indícios”, que se bastam. Em seguida, aparece um senhor de meia idade verbalizando um editorial no qual faz violentos ataques ao governo e pede ao telespectador que se revolte.
Se você pensou que eu estava me referindo à Rede Globo, do Brasil, e ao governo Lula, enganou-se. Trata-se da emissora venezuelana “Globovisión” e do governo Hugo Chávez.
Este texto está no blog Cidadania.com, do Eduardo Guimarães, clique aqui para lê-lo na íntegra!

Cada um na sua!

Do Blog do Kayser

19.8.07

Querem saber sobre a Venezuela?

Venho fazer-lhes uma sugestão insistente de leitura: blog Cidadania.com (clique no nome do blog para acessá-lo), do Eduardo Guimarães.
Este moço, um vendedor que viaja pela América Latina trabalhando, aproveita o seu tempo útil para ouvir o povo nas ruas e passar impressões dos lugares que visita.
Neste momento ele se encontra na Venezuela.
Transcreve diariamente as impressões, diálogos e investigações que está realizando naquele país, tentando entendê-lo, a seu modo é claro, mas para nós com uma grande vantagem: não é o modo da grande mídia! É o modo do cidadão decente, pronto a ouvir a todos, a pensar e a compartilhar as informações obtidas.
Para quem deseja saber mais sobre a Venezuela, mas diferentemente do que noticia a Veja, O Globo, O Estadão e o resto, ler o que escreve Eduardo Guimarães é dever inescapável.

18.8.07

Deu no portal Terra

TAM: irmão de vítima diz que protesto foi politizado

Daniel Cassol, irmão de Lina Barbosa Cassol, 28 anos, uma das vítimas do acidente com o Airbus A320 da TAM, ocorrido no dia 17 de julho, em São Paulo, disse neste sábado que houve discordância entre os manifestantes que participaram de uma passeata hoje em Porto Alegre. Segundo ele, membros dos grupos autodenominados Cansei e Luto, Brasil, "politizaram os protestos contra o governo, inclusive com faixas de 'Fora, Lula', atitude que não foi aceita pela maioria dos familiares de vítimas do acidente".
Um mês e um dia depois do acidente, em que morreram 199 pessoas no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, familiares de vítimas realizaram uma manifestação em Porto Alegre, neste sábado. Eles fizeram uma passeata entre o Monumento do Laçador e o Aeroporto Internacional Salgado Filho, na zona norte da capital.
Daniel Cassol disse que "é evidente que o governo federal tem culpa, esse e o anterior, como têm culpa a agência reguladora (Anac), a TAM, a Infraero, a fábrica do Airbus. Mas nosso interesse não é transformar esses protestos em discurso político-eleitoral, queremos a punição dos culpados, a transparência das investigações, a reparação indenizatória devida", disse.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/acidentecongonhas/interna/0,,OI1838169-EI10210,00.html

17.8.07

Descobriram as intenções do "Cansei"! Ufa!

É por isso que não merecem crédito, na verdade são golpistas, alinhados à direita que baba. Mal intencionados, mas o que esperar de uma galera que pede "fora Guevara"?
Famílias de vítimas se sentem usadas pelo "Cansei"
Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

Alguns parentes de vítimas do acidente com o Airbus 320 da TAM afirmaram que se sentiram usados pelo movimento "Cansei", que realizou ato no início da tarde desta sexta-feira na Praça da Sé, no centro de São Paulo. "Fomos usados. Estávamos aqui para prestar uma homenagem às vítimas e nem isso conseguimos fazer", disse Ana Maria Queiroz, mãe de Arthur Queiroz, morto no acidente.
Durante a manifestação, alguns parentes foram impedidos por seguranças de subirem no palco de cerca de 80 m² montado em frente à Catedral da Sé. O espaço era ocupado por famosos como a apresentadora Hebe Camargo, o cantor Agnaldo Rayol, o ator Paulo Vilhena, o ex-nadador Fernando Scherer e as cantoras Wanderléia e Ivete Sangalo.
Arthur Gomes, irmão de uma das vítimas, também criticou o movimento. "Nós somos as pessoas que éramos para estar aqui. A Ivete Sangalo perdeu alguém? A Hebe Camargo perdeu alguém? Não perderam. Tem um monte de segurança aqui não sei para que", desabafou.
Luiz Flávio Borges D'Urso, presidente da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e participante do "Cansei", afirmou que "infelizmente não dava para subir todo mundo e acabamos tendo alguns problemas".
http://noticias.terra.com.br/brasil/acidentecongonhas/interna/0,,OI1836408-EI10210,00.html

16.8.07

A mídia grande está com medo dos blogs

Acabei de ler excelente texto, como sempre, do Luiz Carlos Azenha, apontando sintomas do medo que toma conta da grande imprensa diante do volume e qualidade dos blogs publicados. Clique aqui para deliciar-se com o tal texto.
O Estadão acusou o golpe, como mostra sua nova peça publicitária, na qual ridiculariza os blogueiros.
A Globo também acusou o golpe, conforme artigo do seu todo-poderoso Ali Kamel. Lá pelas tantas afirma:

Portanto, livre mesmo, só a grande imprensa. Só ela tem os meios para investir em recursos humanos e tecnológicos capazes de torná-la apta a noticiar os fatos com rapidez, correção, isenção e pluralismo, sem jamais se preocupar se o que é noticiado vai ser bom ou ruim para este ou aquele cliente, para este ou aquele governo. A grande imprensa sabe que o seu compromisso é com o público, que lhe dá a audiência que lhe traz publicidade. A grande imprensa sabe que o público exige informação de qualidade e que não pode ser enganado. O grande público é o que faz as suas escolhas cotidianas de acordo com o que é melhor para si, é o mesmo que tem discernimento para votar, para eleger seus governantes.

Clique aqui para ter acesso ao brilhante pensamento de Ali Kamel.
Sendo assim penso que estamos num bom caminho, já que tantos tremem, eles devem ter razão em fazê-lo.
Por isso continuo recomendando uma visita periódica ao SIVUCA.
Ou ainda a leitura cotidiana do Marconi Leal, fina flor do humor na rede.
Agora imperdível mesmo está o Eduardo Guimarães, do Cidadania.com. Este moço, vendedor de autopeças viaja a América Latina e por estes dias está ancorado na Venezuela e de lá nos escreve sobre este país amazônico-andino-caribenho.
Clique aqui e veja as preciosidades que ele anda postando.

13.8.07

Nocaute!

Não, não se trata dos boxeadores cubanos! É uma gripe danada que me derrubou! Só volto lá pela quarta-feira!

12.8.07

Com política e com afeto

A capoeira é tema de Mestre Bimba – A Capoeira Iluminada, dirigido por Luiz Fernando Goulart. As profissões à beira da extinção são tratadas por Lucas Bambozzi, Cao Guimarães e Beto Magalhães em Fim do Sem Fim, que chega ao circuito sete anos depois de pronto. O sociólogo Betinho, o cartunista Henfil e o violonista Chico Mário ressurgem em Três Irmãos de Sangue, assinado por Ângela Patrícia Reiniger.
Entre as estréias, as duas que mais fôlego parecem ter para enfrentar a sala escura são o sensível Person e o ultrapolitizado Milton Santos ou: O mundo global visto do lado de cá, de Silvio Tendler, vencedor do júri popular no Festival de Brasília, em 2006.
Este trecho é de um artigo da sessão BRAVO da Revista CartaCapital, para lê-lo na íntegra clique aqui.

11.8.07

Sobre coisas que digo, faço, penso e escrevo...

Às vezes determinados momentos da vida de uma nação, ou às vezes de nossa vida, causam tamanha turbulência que nosso pensamento tende à confusão.
Vivemos um momento assim.
Eu, entre meus amigos ainda petistas, sou visto como oposição ao governo pelas críticas que sempre fiz, já entre alguns alunos sou visto como um ardoroso defensor do Lula.
Só mesmo aqueles que não me conhecem, que estão completamente cegos pelo ódio de classe e o preconceito pequeno-burguês ou ainda informados apenas pelas páginas da revista Veja para enxergar com tal grau de miopia política.
Claro que têm também aqueles com dificuldades de interpretação de texto, mas estamos aqui para ajudá-los!
Nesta semana que passou recebi algumas cobranças neste sentido e creio que as respondi de forma leal e clara.
Neste blog mesmo há uma boa quantidade de críticas feitas ao governo Lula, neste e no outro mandato, mas também ao Serra, ao Alckmin e ao FHC.
Só não assino as denúncias da mídia golpista. Aquela que achou dólares nas caixas de uísque que vinham de Cuba, contas de Lula e um de seus ministros no exterior ou que o chama de assassino ao manipular o noticiário sobre trágico acidente que vitimou mais de 200 pessoas.
Trabalho com ensino médio lecionando Geografia e cursinho preparatório para o vestibular, lecionando Atualidades.
No colégio o trabalho dura mais tempo, normalmente três anos, então o aluno pode conhecer melhor a estrutura das aulas e do meu pensamento, além de experimentar um significativo amadurecimento neste intervalo de tempo.
No cursinho trabalho com alunos que querem prestar exames na FGV. Um vestibular muito concorrido e exigente. Minhas aulas têm o objetivo de auxiliar esses alunos na obtenção de um ferramental crítico de leitura, como pede a prova da FGV.
O que o aluno vai fazer com isso depois não me diz respeito.
Então, quando sugerimos que o aluno leia o Manifesto Comunista, não é minha intenção torná-lo um bolchevique de última hora, mas sim mostrar que um trecho do Manifesto foi tema de redação da FGV recentemente.
Quando indicamos leituras do Sérgio Buarque de Hollanda ou de Caio Prado Júnior, em detrimento do Diogo Mainardi, não se trata de manipular ou formar jovens agentes a serviço do comunismo internacional, mas sim de dizer a eles que os dois primeiros autores estão presentes na prova da FGV enquanto que o último não.
Alguns alunos querem que eu seja imparcial. Infelizmente, não posso atender a esse pedido, simplesmente porque a imparcialidade não existe!
A mídia sim tem a obrigação de narrar os fatos, mas ainda assim cabem leituras dos mais variados calibres, basta escolher uma imagem para dizer uma coisa e não outra, colocar uma exclamação ali, uma interrogação acolá e pronto.
Minha aula no cursinho é de "interpretação", aberta a todas as opiniões. Provoco os alunos o tempo todo, como fiz com o texto que estamos analisando. É fundamental que eles consigam pensar e expor o que pensam.
A esse processo chamo de reflexão, hábito que pode não agradar a todos, principalmente àqueles que detêm o poder, sejam de esquerda, centro ou direita, pois pensar costuma incomodar.
Minha obrigação como professor e orientá-los para a prova do Vestibular, e isso tenho feito ao longo dos últimos 12 anos.
No colégio sou comprometido com uma formação humanista, de acordo com a proposta da própria escola.
Combato o racismo e todos os preconceitos, busco orientá-los para que possam ler o mundo de maneira generosa e solidária.
As ferramentas do cursinho e do colégio são diferentes, assim como os objetivos.
Para que fique claro: fui filiado ao PT até 1995, ano em que me desfiliei por não concordar com os métodos daqueles que assumiram a direção naquele momento.
Embora o voto seja secreto, o meu é sempre aberto: votei no Lula em todas as eleições presidenciais – antes disso para governador –, mas nas duas últimas não votei nos candidatos proporcionais por não concordar com a obrigatoriedade do voto.
Neste espaço publico todas as mensagens que recebo, com exceção daquelas ofensivas e inúteis ao debate e também as anônimas, chegam pelo menos umas três por dia assim.
Quem não assina o que escreve é covarde e estúpido, portanto não merece credibilidade e só me dá o trabalho de ler e apertar um link: recusar publicação.

10.8.07

15.000!

Amigos e amigas, mas também aqueles nem tanto, dia 16/8 o blog completa um ano neste endereço e foi há um ano que "ganhei" o contador de visitas, além do desenho do blog, presente do ex-aluno Henrique Sater.
Agradeço a gentileza das visitas, dos comentários, bem como aos amigos da rede virtual que indicam este blog aos seus leitores.
Com a contribuição de todos o blog ultrapassou a barreira dos 15.000 visitantes!

Cansei da Philips



Esta imagem eu encontri no blog Dialógico, ótima leitura, recomendo!

O povo não é bobo...

9.8.07

Sobre a deserção dos atletas cubanos

Em todas as competições internacionais de renome alguns atletas cubanos pedem asilo político, deixando o seu país e o seu povo.
Os motivos são muitos, alguns compreensíveis, outros menos, mas é sempre a possibilidade de ganhar dinheiro e melhorar de vida que os move.
Quanto a este aspecto só mesmo conhecendo um pouco de Cuba para emitir juízo de valor.
Lembro-me sempre de uma frase de um amigo cubano sobre a Ilha: – “Aqui não passamos necessidades, mas não conseguimos suprir nossos desejos. Tê-los é legítimo, mas temos que fazer opções, eu optei pela revolução.”
Por isso não me causa estranheza alguma a “fuga” dos 4 cubanos nestes Jogos Pan-Americanos.
Um está instalado confortavelmente em São Caetano, com contrato assinado com o time de Handebol local. Não foi preso pela polícia, não foi deportado, enfim, parece que tudo está saindo como ele planejou.
Já os dois boxeadores não tiveram a mesma sorte. Parece que o plano azedou no meio do caminho.
Tudo indica que Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux foram aliciados por alemães que atuam no mercado das lutas profissionais e, não sabe a razão, de repente a coisa azedou.
Claro que a oposição já está de pedras nas mãos contra a Polícia Federal e o Governo Lula, acusando-os de facilitar a deportação dos cubanos e mais, de terem agido em acordo com o governo cubano.
Abaixo transcrevo parte de uma matéria da Folha de S. Paulo de ontem, de autoria do repórter Sérgio Rangel:

Dono da Estalagem Pirata, Reinaldo Sá Forte disse ontem não acreditar que os boxeadores cubanos foram presos pelos policiais militares na tarde do dia 2 em Araruama (115 km do Rio). O proprietário da pousada afirmou acreditar que os atletas pediram ajuda aos policiais para voltarem ao país.
... "Eles eram bem discretos. Na quinta, os dois saíram para almoçar e voltaram com a polícia. Em nenhum momento os policiais disseram que os cubanos tinham sido presos. Eles chegaram sem algemas, foram aos seus quartos, pagaram a conta daqui e foram embora com os policiais. A impressão que tive era que os dois queriam voltar para casa. Até as malas deles já estavam prontas. Na verdade, eles se entregaram", disse Forte...
... Na quinta, o delegado-chefe da Polícia Federal de Niterói, Felício Laterça, disse que a dupla de cubanos havia sido detida por policias militares por não terem nenhum documento. Dois dias depois, os dois seguiram para Cuba num avião fretado pelo governo local. Neste período, os boxeadores não deram entrevista.
De acordo com Laterça, os cubanos se recusaram receber o status de refugiado do governo brasileiro.
Clique aqui para ler a reportagem, mas só para assinantes da Folha ou do UOL.
Já em editorial do mesmo dia, 9/8/07, a mesma Folha desanca o governo (clique aqui, também só para assinantes). Segue um trecho:

Direitos nocauteados
Deportação de dois boxeadores cubanos pela administração Lula é um desrespeito ao princípio de asilo político
... Existe a possibilidade teórica de que tudo não tenha passado de uma operação rotineira de repatriamento. Esse seria o caso se os atletas cubanos de fato desejavam voltar para seu país, como alegam as autoridades brasileiras. As circunstâncias da deportação, entretanto, fazem dessa hipótese uma espécie de conto da carochinha.
Impressiona, em primeiro lugar, o açodamento da operação. Depois de desertar da delegação cubana no meio dos Jogos Pan-Americanos, os pugilistas foram detidos na sexta-feira no litoral do Rio de Janeiro por estar sem documentos. ... Foram mantidos incomunicáveis e, no domingo, já se encontravam em Havana, aonde chegaram num vôo especialmente fretado. Logo foram enfiados numa "casa de visita", eufemismo da ditadura cubana para prisão.
O mínimo que se esperava do Ministério da Justiça e do Itamaraty é que honrassem a tradição brasileira de concessão de abrigo a perseguidos políticos e dessem aos pugilistas o tempo e a oportunidade para decidir livremente se queriam retornar à ilha ou requerer o asilo. Isso exigiria colocá-los em contato com representantes de instituições independentes, como a Comissão de Justiça e Paz da CNBB, a OAB, o Ministério Público ou a própria ONU, que poderiam apresentar-lhes alternativas e prestar esclarecimentos. Se tais entrevistas tivessem ocorrido, ao menos não haveria dúvidas quanto à real disposição dos atletas de voltar... Sejam quais forem os desígnios e as maquinações por trás desse caso, é fato inconteste que o governo Lula errou. Na hipótese benigna, falhou ao imprimir à deportação velocidade olímpica, permitindo que se levantassem dúvidas quanto às reais intenções dos atletas. A outra possibilidade, mais verossímil, é escandalosa: a administração petista colocou o aparato policial do Estado brasileiro a serviço de uma ditadura estrangeira. ...

Classe Média - Max Gonzaga

CLASSE MÉDIA
Max Gonzaga e Banda Marginalautor - Max Gonzaga
Sou classe média.
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média,compro roupa e gasolina no cartão
Odeio "coletivos"
e vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos,
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um
Pacote CVC tri-anual
Mas eu "tô nem aí"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "tô nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com o Estado
Quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado
Que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelô, biju com bala
E as peripécias do artista
Malabarista do farol
Mas se o assalto é em "Moema"
O assassinato é no "Jardins"
E a filha do executivo
É estuprada até o fim
Aí a mídia manifesta
A sua opinião regressa
De implantar pena de morte
Ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado
Concordo e faço passeata
Enquanto aumento a audiência
E a tiragem do jornal
Porque eu não "tô nem aí"
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não "tô nem aqui"
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa
Quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar
Quem já cumpre pena de vida

Quer ouvir essa canção no Youtube? Clique aqui.

8.8.07

A notícia órfã - do blog do Luis Nassif

O texto abaixo segue por sugestão do “comandante” do Sivuca:

A notícia órfã

Ontem o Ali Kamel publicou uma coluna na página de Opinião do “Globo”, “A grande imprensa”.
Sobre a cobertura do acidente da TAM, Kamel se defende: “A grande imprensa se portou como devia Como não é pitonisa, como não é adivinha, desde o primeiro instante foi, honestamente, testando hipóteses, montando um quebra-cabeça que está longe do fim”.
“Testando hipóteses” é outro nome para falta de discernimento. Em qualquer cobertura competente, enquanto o quadro não está claro montam-se cenários de investigação, análise de probabilidade, linhas de investigação. Evitam-se afirmações peremptórias, e apela-se para a criatividade para produzir manchetes de impacto sem recorrer conclusões taxativas.
De cara, se poderiam alinhavar várias possibilidades para o acidente da TAM, que seriam o ponto de partida. Toda a cobertura seguiria esse roteiro, procurando checar a probabilidade de ocorrência de cada possibilidade ou delas combinadas. A partir daí, o Sr Fato se incumbiria de descartar algumas hipóteses e reforçar outras.
O “testando hipóteses” do Kamel consistia em bancar aposta total na Hipótese A. Dias depois, esquecer a Hipótese A e bancar toda a aposta na Hipótese B. Depois, na Hipótese C, até acertar. Mas não houve acerto. A resposta final – a degravação dos diálogos na cabine – eliminou todas as hipóteses anteriores.
E aí se entra no modelo de gestão da notícia adotado pelas Organizações Globo. De alguns anos para cá resolveu-se homogeneizar o entendimentos dos jornalistas em relação aos temas de cobertura. Esse papel doutrinário coube a Kamel.
Não sei qual é a experiência de Kamel no front da reportagem. Mas foram dois os resultados. Primeiro, acabou-se com a diversidade de enfoques, marca de jornalismo plural. Segundo, perdeu-se o sentimento da rua, o sentido da reportagem. Os repórteres passaram a subordinar a cobertura aos desígnios do “aquário”. Houve um divórcio dos pais – o “pai” “aquário” e a mãe reportagem – e o resultado deixou a notícia órfã.
Nem vale a pena comentar as acusações generalizantes e conspiratórias de Kamel, na seqüencia do artigo, contra os críticos da cobertura. Ele não está escrevendo para os leitores. Apenas se justificando para os donos da empresa.

enviada por Luis Nassif
Fonte: http://z001.ig.com.br/ig/04/39/946471/blig/luisnassif/2007_08.html#post_18921077

Cansei da Philips

Pois é, cansei da Philips.
Sabemos que as transnacionais metem o bedelho onde houver interesse comercial/industrial a defender, isso tem lá sua legitimidade no jogo do capitalismo.
Agora qual o interesse de uma empresa como a Philips em atacar o governo por meio desse movimento “Cansei”?
Por acaso ela se sente prejudicada pela concorrência?
Será que a Gradiente ou a Samsung recebem benefícios do governo Lula enquanto ela fica jogada à própria sorte?
Como explicar que a Philips registre os maus resultados que vêm amargando, enquanto a indústria se expande e o comércio bate recordes sucessivos.
Cansei da Philips!
Enquanto ela (ou o seu presidente, o que dá no mesmo) continuarem “CANSADOS” não entra uma lâmpada Philips aqui em casa!

7.8.07

Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá

Vejam abaixo material de divulgação do documentário:
Estamos lançando o novíssimo filme de Silvio Tendler: Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá. A estréia nacional será dia 17 de agosto, nas seguintes cidades: Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Salvador e Brasília.
O filme aborda a globalização sob a perspectiva do mundo subdesenvolvido. Tem como base entrevista com o geógrafo Mílton Santos, feita em janeiro de 2001. Mílton Santos é um dos principais expoentes do pensamento crítico brasileiro do século XX. Suas análises são, sobretudo, aulas de cidadania.
Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global Visto do Lado de Cá venceu, em 2006, Festival de Brasília na categoria Prêmio de Melhor Filme do Júri Popular. O que revela a popularidade do filme de Sílvio, sempre direto e objetivo, mas sem perder de vista a profundidade e importância dos temas.
Daí estarmos neste momento nos dirigindo a entidades e formadores de opinião. O objetivo é debater, no contexto globalizado da contemporaneidade, outras possibilidades de realização de sociedades com especificidades como a brasileira.
Acreditamos que, por meio de encontros, correio eletrônico, Pontos de Cultura, universidades e associações, seja possível romper a barreira cultural imposta pelo cinema americano.
Nosso desejo é que este filme e o pensamento do professor Milton Santos sejam vistos, lidos e discutidos pelo maior número de pessoas possível. Queremos estimular ampla discussão em torno de outro projeto para a sociedade brasileira: mais autônomo dos interesses hegemônicos, mais próximo de nossos interesses particulares. Afinal, era isso que Milton Santos nos convidava a fazer.
Contamos com seu apoio.
Martha Twice
Produtora

CALIBAN PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS
55-21-2508-6871 / 55-21-9478-6674
producao@caliban.com.br
http://www.caliban.com.br/

6.8.07

O sul é meu país?

Não sei se canastrice ou canalhice, mas esta coisa do Cansei e do retorno dos gritos “o sul é o meu país” é o fim da picada.
Na porta dos quartéis os manifestantes combinaram “Pra não dizer que não falei das flores” como o grito de guerra “Acorda Milico”, chamando-os ao golpe!
Que desfaçatez!
No blog do Azenha tem um texto ótimo sobre os episódios da última semana. Tem até entrevista como uma CANSADA que pedia num cartaz: “fora Che Guevara”! Só se for fora do caixão! Para este supra-sumo da ignorância paulistana Fidel, Che e Lula são todos comunistas!
Veja aqui, no blog Vi o Mundo, do jornalista Luis Carlos Azenha. Aproveita que você está lá e dê uma boa olhada nesse blog, vale a pena.
Por falar em Veja, compensa relembrar. Clique aqui e leia um excelente trabalho da revista Nova-e sobre os inúmeros recursos que a revista Veja usa para manipular os leitores, não podemos nos esquecer.

A mídia perdeu; o país também - texto de Luis Nassif

Não gosto de reproduzir textos integralmente, mas este do Luis Nassif está ótimo, não dá para tirar uma vírgula ou fragmentá-lo. Será que ele lê pensamentos? Deliciem-se:

A mídia perdeu; o país também
Observações a partir de uma conversa com jornalista de pesoHistoricamente, sempre houve uma relação tensa nas redações, entre o chamado aquário (direção de redação) e a reportagem. Um pensa o produto, aquilo que impacta o leitor; a reportagem traz os fatos. Há uma lição que nenhum veículo pode ignorar: não se pode brigar com os fatos.Nos anos 90, esse conflito muitas vezes foi resolvido de maneira pouco técnica: manchetes que não acompanhavam a notícia; ênfase exclusiva nas informações que se adequavam às teses do “aquário”. Mas, de qualquer forma, procurava-se preservar a notícia e não brigar com os fatos.E havia razões de sobra para esses cuidados. Nos anos 80, a falta de sensibilidade em relação aos novos ventos estigmatizou alguns órgãos de imprensa. O mais afetado foi a Globo, acusada de não apoiar as diretas e, depois, de parcialidade na campanha de Fernando Collor (embora confesso não ter visto manipulação na edição do último debate entre Lula e Collor).Nos anos 90, a recuperação da credibilidade se deu através de um trabalho hercúleo de Evandro Carlos de Andrade, tanto no jornal quanto na TV, passando por isenção na cobertura, pluralidade nas opiniões. Mesmo com os exageros de cobertura em episódios traumáticos, mesmo com diversas ondas de denúncia contra o governo FHC, os jornais chegaram a 2002 com a imagem relativamente preservada. Havia mau jornalismo, os críticos reconheciam, mas não havia alinhamento ideológico ou político com ninguém. Agora, essa imagem está comprometida por dois episódios em que a soma de erros coletivos por parte da mídia atingiu proporções inéditas. O primeiro, as últimas eleições. Perdeu-se o senso de reportagem e se passou a apelar incondicionalmente para dossiês, alguns sem pé nem cabeça – como foi o caso da “Veja” com os já clássicos “dólares de Cuba” e as “contas do governo no exterior”. Denúncias relevantes não foram apuradas; e os jornais apostaram em um estado de espírito do leitor para abdicar completamente do rigor e da técnica jornalística. O resultado das eleições mostrou que as denúncias não chegaram à maioria dos eleitores.O segundo episódio foi agora, na cobertura do acidente com o avião da TAM. Não há registro na história recente da imprensa brasileira de sucessão tão grande de “barrigas”. É como se as diversas redações estivessem nas mãos de “focas”, tal a relação de impropriedades cometidas, de erros de julgamento, de retificações sem pedidos de desculpa. O que explica essa falta coletiva de limites? O carnaval em torno do “top top” de Marco Aurélio Garcia visou apenas criar uma ameaça, um alerta: não comemorem nossos erros. O último Datafolha mostrou que o clima de caos não chegou aos leitores.Em outubro ou novembro do ano passado, quando falei em “suicídio da mídia”, me referia a esse fenômeno inédito, em que praticamente todos os grandes veículos embarcaram, puxados pelo inacreditável jornalismo de “Veja”.O pior subproduto dessa imprudência não é nem a radicalização que começa a tomar conta do país e preocupa: é o enfraquecimento da mídia. Se fosse apenas uma questão financeira, problema dos administradores de cada órgão. Acontece que – embora o controlador da Editora Abril, Roberto Civita, pareça não saber – o jornalismo de opinião é elemento fundamental em uma democracia. Dos poderes, é o que tem mais agilidade para pressionar por reformas, por acertos, para impedir abusos, para colocar limites aos demais poderes.Mas como se faz em um país em que – pela palavra do dono de alguns dos principais veículos – a mídia é apenas um grande supermercado, em que convivem “príncipes dos cronistas” e o mundo cão?Se quisesse, a mídia poderia produzir diariamente críticas fundamentadas contra o governo Lula. Com a banalização das denúncias, com o enfraquecimento da reportagem, em favor do “aquário”, perdeu-se esse referencial.A mídia perdeu muito. Mas o país também.

4.8.07

Sobre a mídia, o governo Lula e leituras míopes

A insanidade toma conta de nossos pensamentos e argumentos.
As pessoas lêem de forma simplista tudo o que está escrito.
Recebi um longo e-mail de um aluno do cursinho que criticava, de forma honesta e transparente, duas posições minhas que, segundo ele, estão presentes nos meus textos e nas minhas aulas, a saber: críticas descabidas ao Arnaldo Jabor e defesa do Lula.
Quanto ao primeiro afirmei não suportar os clichês e sua deselegância no trato com aqueles de quem diverge.
Chamar o presidente Hugo Chávez de “leão de chácara de sauna gay” ou o presidente Evo Morales de “indiozinho cocaleiro” é o cúmulo do preconceito e nada acrescenta à suposta crítica política. Eu já ouvi essas referências várias vezes nos comentários que Arnaldo Jabor comete na CBN.
Também a violência contra o Estado e a conseqüente defesa do neoliberalismo causa estranheza nesse “cineasta” que só produziu enquanto existia a EMBRAFILME, aquela estatal de cinema da época da ditadura militar.
Como nossa memória é curta ninguém lembra das odes à FHC, nas palavras do próprio Jabor um grande estadista. Veja trecho de uma de suas crônicas:

“FHC foi uma exceção na história da república; foi um acaso político que um homem de sua estatura chegasse ao poder. O Lula também é um caso excepcional. Ambos são filhos do mesmo momento histórico, de 20 anos atrás, quando a redemocratização propiciou o surgimento de um partido de origem trabalhista como o PT e um partido ético, liderado por homens sérios e patriotas como Montoro, Serra, Covas e FHC, entre outros. Duas visões irmãs da social-democracia. Uma das grandes decepções de minha vida foi ver o PT atacando o velho companheiro FHC que distribuía panfletos com Lula em São Bernardo; foi ver a estúpida academia atacar seu colega FHC por rancor e inveja, foi ver que os intelectuais não percebiam que esse acaso histórico tinha de ser preservado contra os falsos cânones tradicionais, contra categorias formais de analise política.”
Leia a íntegra clicando aqui.
Para provar que o Arnaldo Jabor era criativo, crítico e sensacional o aluno me mandou um texto do Jabor que circula por estes dias com muita insistência pela rede. Detalhe: o texto não é do Jabor! A propósito, ouçam o que disse o próprio Arnaldo Jabor sobre tal texto clicando aqui.
Embora com todas essas críticas, não coloco toda a sua produção na lata do lixo, leio-o quando possível.
Vamos ao segundo ponto: defesa do governo Lula.
Só quem não me lê ou ouve para dizer isso, assim tão simples.
Tive o cuidado de reproduzir na resposta ao aluno, trechos dos textos do blog da semana toda. As inúmeras críticas que faço ao governo Lula e seus equívocos estão lá.
Só que não perco meu tempo criticando-o por ter colocado o boné do MST, critico-o sim por ter imobilizado a Reforma Agrária proposta pelo próprio PT, naquele programa coordenado pelo Plínio de Arruda Sampaio.
Não faço coro com as vaias da abertura do PAN, mas não dou nenhum desconto para a gastança inútil que foi esse PAN, lembrando que a prefeitura e o estado do RJ também arrombaram a festa, mas a santa iniciativa privada se lambuzou toda com dinheiro público.
Não entro nessa onda de culpar o governo Lula pela morte das mais de 200 pessoas no aeroporto de Congonhas, no desastre do avião da TAM, mas não o inocento da inoperância do sistema aéreo, das concessões ao “mercado” – principalmente GOL e TAM – sem esquecer que a produção de todo esse drama em Congonhas tem o DNA da maneira equivocada se fazer política no Brasil, passando pelas administrações municipais das décadas anteriores, com exceção de Luisa Erundina, além dos governos do estado e o "reinado do Príncipe".
É claro que os donos das vozes, os principais grupos de mídia do país, não toleram Lula. Mino Carta diz que é por puro preconceito.
Pode ser verdade. Lula não os desagradou e quando esteve perto de fazê-lo recuou sempre; vejam o caso do Conselho Federal de Jornalismo, da Classificação Indicativa dos Programas de TV, da TV Digital...
Não compactuo com o preconceito, com essa mídia de péssima qualidade jornalística e não vou andar de braços dados com a fina rapinagem tucana para derrubar um governo eleito de forma legítima.
Isso não quer dizer apoio incondicional ao governo Lula, claro que não, basta ler o que escrevo com atenção e sem preconceitos!

3.8.07

"Gente de berço"

Vejam que degradante o exemplo de parcela da elite “intelectual” do Rio de Janeiro:
Nos vídeos linkados acima aparecem diversas personalidades famosas da elite carioca jogando ovos nas ruas - tentando atingir pessoas e carros.
Também mostram algumas dessas pessoas confessando, alegremente, outras estrepolias infanto-juvenis. Detalhe importante: algumas das pessoas já passaram, faz tempo, a faixa dos 30 anos!
Deprimente!

2.8.07

Quilombolas se articulam nacionalmente contra Globo

Texto publicado hoje no Fazendo Média:

QUILOMBOLAS SE ARTICULAM NACIONALMENTE CONTRA GLOBO

Por Henrique Costa - Observatório do Direito à Comunicação

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) se prepara para realizar no próximo dia 5 de outubro um ato para questionar o papel das concessões públicas de televisão e o oligopólio das comunicações no país. O principal alvo da manifestação é a Rede Globo de Televisão, acusada de criminalizar e deslegitimar o movimento dos quilombolas.
O ato pretende agregar outras entidades e movimentos sociais, e a idéia é que nesse dia haja um boicote à programação da Globo e que se realizem atividades nos quilombos sobre análise de mídia. Outras organizações que defendem a democratização da comunicação planejam manifestações para o mesmo dia para reivindicar transparência na outorga e renovação das concessões de rádio e televisão. A data foi escolhida pelas entidades pois nesse dia vencem as concessões da Rede Globo, TV Bandeirantes e TV Record.
A manifestação dos quilombolas é motivada por matérias recentes veiculadas na imprensa com conteúdo discriminatório e que contestam tanto a legitimidade das comunidades quanto o reconhecimento, pelo Incra, de territórios que foram ocupados por quilombos durante a vigência do regime escravocrata no Brasil. O estopim da indignação foi uma reportagem veiculada no Jornal Nacional do dia 14 de maio deste ano, onde a emissora acusa a comunidade remanescente de São Francisco do Paraguaçu, em Cachoeira (BA), de falsificar documentos e, portanto, fraudar seu processo de legalização enquanto comunidade descendente, já aprovado pela Fundação Cultural Palmares, ligada ao Ministério da Cultura. Em nota divulgada na época (leia aqui), a CONAQ acusava a Rede Globo de manipular os fatos em benefício dos fazendeiros locais.
A primeira iniciativa da CONAQ foi entrar com um pedido de direito de resposta contra a Rede Globo, que ainda não teve retorno. Agora, do ponto de vista jurídico, a entidade pretende procurar o Ministério Público para tomar as medidas cabíveis. "A reportagem veiculada pela Globo foi forjada. As entrevistas com o nosso povo foram simplesmente ignoradas. Até a Rede Record chegou a fazer uma reportagem negando o que havia passado na Globo, mas por pressão dos fazendeiros, ela nem chegou a ir ao ar", descreve Clédis Souza, uma das coordenadoras da CONAQ.
Segundo os organizadores, a manifestação do dia 5 de outubro é mais uma oportunidade para demonstrar a insatisfação dos movimentos sociais com a mídia conservadora e suas investidas contra os setores populares. Clédis Souza diz que vários movimentos já foram contatados, como o MST e o movimento negro no sentido de se agregarem ao ato. "É importante, no dia 5 de outubro, que mostremos que também temos força para questionar esta emissora, fazendo um boicote que crie repercussão", conta.

Confira o manifesto elaborado pela Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas:

CARTA CONVOCATÓRIA

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), entidade representativa das comunidades quilombolas de todos os estados da Federação, convoca todas as entidades e movimentos sociais para construir o Dia Nacional de Repúdio à Emissora Rede Globo de Televisão.
A nossa proposta é que o próximo dia 05 de outubro de 2007 fique marcado pela manifestação "GLOBO, A GENTE NÃO SE VER POR AQUI!", que irá expressar a indignação dos movimentos sociais criminalizados, direta ou indiretamente, por essa emissora.
Nós, quilombolas, estamos vivenciando, como outros movimentos, uma investida da REDE GLOBO com matérias que negam a nossa identidade étnica e é contra o decreto 4887/03, que regulamenta o processo de titulação dos territórios de quilombos.

Questionamos:
. O jornalismo da Rede Globo, pois possui uma postura tendenciosa a serviço das oligarquias, cujos interesses sempre entram em conflito com os interesses das classes populares;
. A formação da opinião pública dessa mídia, já que essas matérias acabam contribuindo para um maior desconhecimento da luta dos quilombolas e de outras lutas, desarticulando os diversos movimentos;
. O ineficiente controle que todos os poderes públicos e sociedade possuem em relação a esta emissora, já que não se sabe quando se renova as suas concessões, não há fiscalização se os Direitos de Respostas são cumpridos, não há punições em relação às distorções cometidas, entre outras.
Sugerimos que neste dia (05 de outubro) sejam realizadas atividades, nas quais se discutam sobre o papel da Rede Globo na sociedade brasileira, analisando como essa emissora desrespeita a diversidade dos movimentos sociais e de entidades.
A nossa postura política representa um ato de repúdio ao abuso de um grupo de mídia privado que se utiliza da concessão pública para descredibilizar aqueles e aquelas que, há mais de 500 anos, constroem a história desse país.
Contamos com a sua adesão.

1.8.07

Ainda sobre a tragédia com o avião da TAM

Hoje a Folha de S.Paulo publicou interessante matéria sobre a tragédia que vitimou mais de aproximadamente 250 pessoas no aeroporto de Congonhas. Clique aqui para lê-la, mas só se for assinante da Folha ou do UOL.
A manchete: Caixa-preta do Airbus indica falha de piloto.
Parece ser este o caminho mais fácil e mais tranqüilo: culpar quem já não pode se defender.
Qual a razão desse enorme silêncio sobre os problemas nas empresas aéreas?
Por que a indicação, a partir das notícias e dos pronunciamentos dos integrantes da CPI do “Apagão Aéreo”, no dia de hoje, não pode apontar para falha na manutenção das aeronaves ou nos equipamentos computadorizados do avião?
Aqueles que se interessam por informação/reflexão sobre o acidente, recomendo a leitura dos blogs do Luis Nassif (clique aqui) e do Paulo Henrique Amorim (clique aqui). Outro que está dando show de bola em análise crítica é o Cidadania.com (clique aqui), do Eduardo Guimarães.
Das últimas leituras que fiz, uma me impressionou bastante: a entrevista de Marilena Chauí ao Conversa Afiada – blog do Paulo Henrique Amorim.
Noves fora o tom apaixonado de sempre, ela vai no “x” da questão com relação a forma como parcela da elite tenta orquestrar o golpe contra o governo Lula.
Confesso não entender a razão, pois o atual governo não alterou um centímetro dos privilégios que os de sempre gozaram e gozam neste país, sem querer citar aquela sexóloga que ocupa o Ministério do Turismo.
Leia um trecho:
Mas de todo o aparato espetacular de exploração da tragédia e de absoluto silêncio sobre a empresa aérea, que conta em seu passivo com mais de 10 acidentes entre 1996 e 2007 (incluindo o que matou o próprio dono da empresa!), o que me deixou paralisada foi o instante inicial do “noticiário”, quando vi a primeira imagem e ouvi a primeira fala, isto é, a presença da guerra civil e do golpe de Estado. A desaparição da imagem do incêndio e a mudança das falas nos dias seguintes não alteraram minha primeira impressão: a grande mídia foi montando, primeiro, um cenário de guerra e, depois, de golpe de Estado. E, em certos casos, a atitude chega ao ridículo, estabelecendo relações entre o acidente da TAM, o governo Lula, Marx, Lênin e Stálin, mais o Muro de Berlim!

Para ler a entrevista clique aqui.