29.8.22

Debate na Band

Ontem foi dia do primeiro debate entre os candidatos à presidência da república na Rede Bandeirantes, que organizou o evento junto com a TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo.

Não me agrada o formato desses debates, parecem-me muito engessados, com limite de tempo muito severo, mas, sinceramente, não sei qual modelo seria mais interessante.

Lembrei-me de outros debates, como aquele que reuniu políticos brilhantes as vésperas das eleições de 1989: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT), Paulo Maluf (PDS), Roberto Freire (PCB), Affonso Camargo (PTB), Aureliano Chaves (PFL), Ronaldo Caiado (PSD), Mário Covas (PSDB) e Guilherme Afif Domingos (PL). Fernando Collor (PRN) e Ulysses Guimarães (PMDB).

Grandes frasistas, alguns com as marcas das oligarquias que lhe deram origem, com Brizola e Lula afiadíssimos e Maluf como o herdeiro da ditadura militar que estava acabando, era mais interessante do que os de hoje.

Ontem estiveram presentes os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe d’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil). Nenhum deles com o brilho dos políticos que estavam presentes em 1989, inclusive Lula.

Na minha visão Lula jogou pelo empate, o que pra ele já serve. Como líder nas pesquisas eleitorais qualquer bate-boca seria desgastante,

A desvantagem nas pesquisas obrigou o Bolsonaro a partir para o ataque, mas tentando se resguardar de ataques adversários.

Simone Tebet saiu ganhadora, mas o que isso significa? Acho que nada. Em razão do adiantado da hora e do formato engessado do debate o máximo que ela vai conseguir é firmar-se como "terceira via".

O "professor" Felipe D'Ávila é um zero à esquerda e continuou com esse papel, já a Soraya Thronicke fez um treino razoável, preparando-se para futuras empreitadas.

O Ciro Gomes, sobre o qual se depositava enorme expectativa, se controlou, o que é ruim para o espetáculo e, assim como o Lula, parecia travado, não brilhou como de costume nos debates e entrevistas.

Os entrevistadores foram bem, estranhei o nervosismo do Leão Serva, diretor de jornalismo da Cultura, parecia que ia ter um trem.

O ponto alto foi Vera Magalhães. A jornalista que se esmerou em atacar o PT e Lula nos últimos anos, sendo sempre uma ardorosa defensora de Moro e cia., sofreu um ataque gratuito do atual presidente. Ela vem sendo chamada de esquerdista nas redes bolsonaristas e Bolsonaro, irritado com a pergunta sobre vacinas, partiu para o ataque.

Jornalistas de vários veículos foram às redes sociais para prestar solidariedade a jornalista.

No mesmo esquema Bolsonaro também atacou Simone Tebet. Esta lhe respondeu como ele merecia ser respondido.

Não sou analista político, mas arriscaria dizer que Bolsonaro foi o que mais perdeu e Simone Tebet a que se saiu melhor da refrega.

Aguardemos os próximos capítulos!

Ontem foi dia do primeiro debate entre os candidatos à presidência da república na Rede Bandeirantes, que organizou o evento junto com a TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo.

Não me agrada o formato desses debates, parecem-me muito engessados, com limite de tempo muito severo, mas, sinceramente, não sei qual modelo seria mais interessante.

Lembrei-me de outros debates, como aquele que reuniu políticos brilhantes as vésperas das eleições de 1989: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT), Paulo Maluf (PDS), Roberto Freire (PCB), Affonso Camargo (PTB), Aureliano Chaves (PFL), Ronaldo Caiado (PSD), Mário Covas (PSDB) e Guilherme Afif Domingos (PL). Fernando Collor (PRN) e Ulysses Guimarães (PMDB).

Grandes frasistas, alguns com as marcas das oligarquias que lhe deram origem, com Brizola e Lula afiadíssimos e Maluf como o herdeiro da ditadura militar que estava acabando, era mais interessante do que os de hoje.

Ontem estiveram presentes os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe d’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil). Nenhum deles com o brilho dos políticos que estavam presentes em 1989, inclusive Lula.

Na minha visão Lula jogou pelo empate, o que pra ele já serve. Como líder nas pesquisas eleitorais qualquer bate-boca seria desgastante,

A desvantagem nas pesquisas obrigou o Bolsonaro a partir para o ataque, mas tentando se resguardar de ataques adversários.

Simone Tebet saiu ganhadora, mas o que isso significa? Acho que nada. Em razão do adiantado da hora e do formato engessado do debate o máximo que ela vai conseguir é firmar-se como "terceira via".

O "professor" Felipe D'Ávila é um zero à esquerda e continuou com esse papel, já a Soraya Thronicke fez um treino razoável, preparando-se para futuras empreitadas.

O Ciro Gomes, sobre o qual se depositava enorme expectativa, se controlou, o que é ruim para o espetáculo e, assim como o Lula, parecia travado, não brilhou como de costume nos debates e entrevistas.

Os entrevistadores foram bem, estranhei o nervosismo do Leão Serva, diretor de jornalismo da Cultura, parecia que ia ter um trem.

O ponto alto foi Vera Magalhães. A jornalista que se esmerou em atacar o PT e Lula nos últimos anos, sendo sempre uma ardorosa defensora de Moro e cia., sofreu um ataque gratuito do atual presidente. Ela vem sendo chamada de esquerdista nas redes bolsonaristas e Bolsonaro, irritado com a pergunta sobre vacinas, partiu para o ataque.

Jornalistas de vários veículos foram às redes sociais para prestar solidariedade a jornalista.

No mesmo esquema Bolsonaro também atacou Simone Tebet. Esta lhe respondeu como ele merecia ser respondido.

Não sou analista político, mas arriscaria dizer que Bolsonaro foi o que mais perdeu e Simone Tebet a que se saiu melhor da refrega.

Aguardemos os próximos capítulos!

Ontem foi dia do primeiro debate entre os candidatos à presidência da república na Rede Bandeirantes, que organizou o evento junto com a TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo.

Não me agrada o formato desses debates, parecem-me muito engessados, com limite de tempo muito severo, mas, sinceramente, não sei qual modelo seria mais interessante.

Lembrei-me de outros debates, como aquele que reuniu políticos brilhantes as vésperas das eleições de 1989: Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Leonel Brizola (PDT), Paulo Maluf (PDS), Roberto Freire (PCB), Affonso Camargo (PTB), Aureliano Chaves (PFL), Ronaldo Caiado (PSD), Mário Covas (PSDB) e Guilherme Afif Domingos (PL). Fernando Collor (PRN) e Ulysses Guimarães (PMDB).

Grandes frasistas, alguns com as marcas das oligarquias que lhe deram origem, com Brizola e Lula afiadíssimos e Maluf como o herdeiro da ditadura militar que estava acabando, era mais interessante do que os de hoje.

Ontem estiveram presentes os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Felipe d’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (União Brasil). Nenhum deles com o brilho dos políticos que estavam presentes em 1989, inclusive Lula.

Na minha visão Lula jogou pelo empate, o que pra ele já serve. Como líder nas pesquisas eleitorais qualquer bate-boca seria desgastante,

A desvantagem nas pesquisas obrigou o Bolsonaro a partir para o ataque, mas tentando se resguardar de ataques adversários.

Simone Tebet saiu ganhadora, mas o que isso significa? Acho que nada. Em razão do adiantado da hora e do formato engessado do debate o máximo que ela vai conseguir é firmar-se como "terceira via".

O "professor" Felipe D'Ávila é um zero à esquerda e continuou com esse papel, já a Soraya Thronicke fez um treino razoável, preparando-se para futuras empreitadas.

O Ciro Gomes, sobre o qual se depositava enorme expectativa, se controlou, o que é ruim para o espetáculo e, assim como o Lula, parecia travado, não brilhou como de costume nos debates e entrevistas.

Os entrevistadores foram bem, estranhei o nervosismo do Leão Serva, diretor de jornalismo da Cultura, parecia que ia ter um trem.

O ponto alto foi Vera Magalhães. A jornalista que se esmerou em atacar o PT e Lula nos últimos anos, sendo sempre uma ardorosa defensora de Moro e cia., sofreu um ataque gratuito do atual presidente. Ela vem sendo chamada de esquerdista nas redes bolsonaristas e Bolsonaro, irritado com a pergunta sobre vacinas, partiu para o ataque.

Jornalistas de vários veículos foram às redes sociais para prestar solidariedade a jornalista.

No mesmo esquema Bolsonaro também atacou Simone Tebet. Esta lhe respondeu como ele merecia ser respondido.

Não sou analista político, mas arriscaria dizer que Bolsonaro foi o que mais perdeu e Simone Tebet a que se saiu melhor da refrega.

Aguardemos os próximos capítulos!

24.8.22

Prof.ª Juliana

Está na hora de fazer escolhas!

Gostaria de apresentar a candidatura a deputada estadual da Prof.ª Juliana, vereadora da cidade de Americana, uma jovem liderança do Partido dos Trabalhadores.

Voz progressista solitária na Câmara dos Vereadores da cidade tem demonstrado que com trabalho, persistência e apoio da população é possível melhorar a vida das pessoas.

Ter uma pessoa como a Prof.ª Juliana na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo significará uma enorme esperança de  melhoria no estado de SP, com práticas políticas verdadeiras, aquela política que visa apenas o bem estar da população.

Veja um pouco da sua trajetória:



19.8.22

O que significa ser político?


Fonte: https://medium.com/virada-pol%C3%ADtica/14-iniciativas-que-est%C3%A3o-virando-a-pol%C3%ADtica-e-voc%C3%AA-precisa-conhecer-942287dd9f98

Ser político é algo inerente ao próprio ser humano.

Conviver é um ato político, assim como relacionar-se com outros seres humanos, seja no trabalho ou na vida pessoal.

Vivemos fazendo escolhas, nem sempre as melhores, mas sempre as possíveis. Às vezes damos com os burros n’água, outras acertamos. Isso é fruto de decisão política.

Há uma tendência de demonizar a política e os políticos. Mas isso é um equívoco.

Dentro do nosso sistema de governo, a tal democracia representativa, todos os políticos são escolhidos por voto direto do povo, então o erro está, em primeiro lugar, em quem escolhe.

Claro que precisamos aperfeiçoar os critérios de escolha, mas não há outro caminho no momento que não esse, o da democracia representativa.

Precisamos primeiro cumprir o que está escrito na Constituição Federal. A busca incessante da justiça social e da diminuição das desigualdades devem orientar as ações políticas, mas como explicar isso ao eleitor?

Em 02 de outubro próximo vamos votar para Presidente da República, que chefiará o poder Executivo Federal nos próximos quatro anos, os governadores das 27 unidades da federação, também com mandato de 4 anos, um Senador por unidade da federação com mandato de 8 anos, além de deputados federais e estaduais, com mandatos de quatro anos.

Você sabe qual a função de cada um desses cargos? Como são escolhidos? Quanto custa cada um deles para a população?

Vamos tentar responder essas questões nas próximas postagens,

 

15.8.22

Voto obrigatório é um desserviço à democracia

Em abril de 2008 publiquei um texto contra o voto obrigatório. O tempo passou, mas continuo com a mesma opinião: voto obrigatório é uma anomalia!

Não é possível que, em pleno século XXI, as pessoas sejam obrigadas a exercer um direito. Isso causa, a meu ver, enorme distorção no sistema de representação política.




Fiz alguns recortes de contextualização no texto original:

A obrigatoriedade do voto é uma anomalia que precisa ser corrigida imediatamente, deveria ser item prioritário da Reforma Política, aquela prometida faz tempo e que nunca acontece.

Obrigar o indivíduo, sob coação, a fazer algo não pode ser encarado como exercício de um direito.

Tal obrigatoriedade fragiliza um dos principais elos do exercício político: o partido!

O partido político além de disputar o poder, o que é legítimo, deveria também preocupar-se em educar o cidadão para a política e a representação, esforçando-se por ser um canal de participação, ao mesmo tempo em que renovaria suas próprias lideranças.

Considero que dentre os vários problemas políticos existentes em nossa legislação o voto obrigatório é o mais escandaloso, seguido de perto do instituto da reeleição.

Como é no mundo:

Politize. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/coluna/atualidades-vestibular/por-que-o-voto-no-brasil-nao-e-facultativo/

A reeleição permite a criação de “donos de cargos representativos”. Isso à direita e à esquerda, afinal já tem ex-guerrilheiro com 24 anos como deputado federal “profissional”.

Isso inibe o surgimento de novas lideranças e a oxigenação da representação parlamentar.

O voto facultativo obrigaria os partidos políticos a fazerem-se presentes no cotidiano das pessoas, nas fábricas, escolas, nos bancos etc., pois seria mais importante convencê-la a participar para depois pedir-lhe o voto.

Com a obrigatoriedade vemos os partidos jogando suas fichas no “marquetingue” político em detrimento de ideias e propostas.

Programa de governo então é coisa que só é produzida depois que ocorre a eleição e olhe lá!

As legendas de aluguel, que pontificam no horário político obrigatório, tenderiam ao desaparecimento, pois o teatro político seria transferido para a vida real, longe das telinhas e das jogadas asquerosas.

Embora várias pesquisas de opinião indiquem a contrariedade da população com relação ao voto obrigatório, as iniciativas legislativas contra ele não têm prosperado.

A CNN fez uma radiografia das abstenções nas últimas eleições presidenciais:

Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/politica/eleicoes-2022-acirramento-e-economia-tendem-a-elevar-comparecimento-as-urnas/






14.8.22

Votou contra os direitos trabalhistas das empregadas domésticas.

 

Maldade e perversidade, só assim pra justificar esse tipo de voto.

Pelo raciocínio desse ser desprezível que ocupa a cadeira de presidente da república a escravidão era bem legal, afinal as despesas dos "empregadores" eram bem menores, uma vez que não precisavam pagar 13º, Férias, Licença Maternidade...

Nessas eleições que se aproximam a escolha não é nenhum pouco difícil!





11.8.22

Quem paga a campanha eleitoral do seu candidato?

Imagem: Politize. Disponível em https://www.politize.com.br/financiamento-de-campanha-eleitoral-como-funciona/.

Você já se fez essa pergunta?

É comum esbravejarmos contra o “dinheiro público” para as campanhas eleitorais, mas você preferiria que as empresas pagassem por elas?

Não podemos esquecer que quem paga a conta escolhe a refeição, então no modelo antigo, com o financiamento das empresas privadas, os donos do dinheiro eram também os donos dos políticos. Assim funcionava até 2014.

Você já imaginou um grande empresário bancando a eleição de um representante dos trabalhadores? Não, é claro.

A turma do dinheiro escolhe os seus iguais ou seus advogados e administradores para compor o Congresso, Assembleias, Câmara de Vereadores, os ocupantes dos cargos executivos, raramente essa regra é furada.

Fonte: DIAP – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar

Esse fator é responsável pela anomalia na nossa democracia representativa. Por isso, a escolha do financiamento público dos partidos por meio do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral.

É necessário compreender o que são esses fundos e porque o sistema precisa deles e no que se diferenciam.

Antes das explicações temos que reconhecer que o valor destinado aos partidos é descabido para custear as eleições e descolado da nossa realidade. Também é claro que muitos espertalhões vivem desse dinheiro, em razão de brechas e falhas do sistema.

Posto isso vamos tentar entender o Fundo Partidário.

Ele foi instituído pela  Lei nº 9.096 (Lei dos Partidos Políticos), e é distribuído anualmente aos partidos políticos, servindo para pagar as despesas correntes como água, luz, aluguel, passagens aéreas, Internet, advogados, contadores etc.

O dinheiro vem direto do Orçamento da União (governo federal), multas e penalidades de natureza eleitoral, além das doações de pessoas físicas depositadas diretamente nas contas dos partidos (aquelas específicas para o Fundo).

Os partidos recebem valores de acordo com a representação parlamentar proporcional, como está na Lei dos Partidos Políticos e da Emenda Constitucional de 2017, que diz:

§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente:

I - Obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou

II - Tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.

Fonte: TSE. Disponível em https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2021/Marco/veja-como-e-distribuido-o-fundo-partidario. Acesso em 10/08/2022.

Esses valores se somam ao Fundo Eleitoral que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve assim ser distribuído:

2% igualmente entre todos os partidos; 35% divididos entre aqueles que tenham pelo menos um representante na Câmara dos Deputados, na proporção do percentual de votos obtidos na última eleição geral para a Câmara; 48% divididos entre as siglas na proporção do número de representantes na Câmara, consideradas as legendas dos titulares; e 15% divididos entre os partidos, na proporção do número de representantes no Senado Federal, consideradas as siglas dos titulares.

Os valores são previstos no Orçamento da União e, além dos critérios acima descritos, obedecem a outros, como destinação de percentual para as candidaturas femininas, por exemplo.

Fonte: TSE. Disponível em https://www.tse.jus.br/comunicacao/noticias/2020/Outubro/conheca-as-diferencas-entre-fundo-partidario-e-fundo-eleitoral. Acesso em 10/08/2022.

As contas dos partidos políticos precisam ser aprovadas, primeiro pelos integrantes do próprio partido e depois fiscalizadas pelos tribunais eleitorais estaduais e nacional.

Claro que a lei não conseguiu contornar alguns problemas sérios:

  • ü Legendas de aluguel, que servem de apoio a outros partidos e usufruem do dinheiro dos fundos públicos, basta ver que algumas legendas possuem sempre os mesmos candidatos, para todo e qualquer cargo e só aparecem nas campanhas eleitorais.
  • ü  Candidaturas fantasmas, como um caso rumoroso nas últimas eleições de candidaturas femininas que não obtiveram votação, ou, como aconteceu, a própria candidata não sabia da sua candidatura.
  • ü  Deputados que negociam a troca de legenda para obter mais dinheiro para a sua campanha.

E mais alguns outros. Mas, penso eu, o financiamento público precisa ser aprimorado e melhorado, mas não podemos renunciar a ele.

Os partidos e candidatos precisam adequar os valores gastos nas eleições à realidade brasileira. Claro está que o valor liberado para as eleições desse ano, considerando o período de crise que vivemos,  R$ 4,9 bilhões é absurdo.

Esses valores foram assim distribuídos:

Com 15,77% para o União Brasil, maior partido do Brasil, criado em 2021 a partir da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL), terá R$ 782,5 milhões para a campanha eleitoral; com 10,15% o PT, terá o equivalente a R$ 503,3 milhões; o MDB, com 7,2%, R$ 363,2 milhões; PSD tem 7,05%, totalizando R$ 349,9 milhões e o PP, com 6,95%, receberá R$ 344,7 milhões, seguido pelo PL, com 5,82%, e pelo PSB, com 5,42%.

Fonte: TSE. Disponível em https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/06/20/tse-divulga-divisao-do-fundo-eleitoral-para-2022. Acesso em 10/08/2022.

O financiamento público melhorou a qualidade dos nossos eleitos? Ainda não, basta olharmos os nossos atuais “representantes”, mas esse quadro pode ser melhorado.

É preciso votar com mais atenção, deixar de ser guiado pelos rostos bonitinhos, artistas e doidivanas em geral, e escolher alguém que nos represente de verdade, que olhe para os interesses das pessoas e trabalhe com afinco para resolver nossos inúmeros problemas.

Para finalizar, existe um partido político que apregoa com orgulho que não recebe dinheiro público para financiar suas campanhas. De onde será que vem o dinheiro desse partido? Será que nasce em árvores? Brota do chão?

 

10.8.22

Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!

Mensagem da Faculdade de Direito da USP:

Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos Cursos Jurídicos no País, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.

A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais.

Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal.

Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para o País sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.

A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral.

Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em um País de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.

Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando a convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.

Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.

Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.

Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito. Aqui, também não terão.

Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar de lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática.

Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições.

No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.

Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:

Estado Democrático de Direito Sempre!!!!

Clique aqui para assinar!

  

7.8.22

 

Fonte:Instagram Jô Soares

Demorei um tempinho para escrever sobre o falecimento de Jô Soares.

Um dos meus ídolos da juventude, quando ainda me permitia ter ídolos.

Durante minha adolescência ele fez muito bem para a minha autoestima. Sempre fui gordo e, óbvio, motivo de chacota por isso. Até o momento que começaram a ver alguma semelhança com ele.

Lógico que isso não fazia o mínimo sentido. Gordo, bonachão e metido a engraçadinho. Eram essas as semelhanças.

Acompanhei toda a trajetória dele na TV, desde a saudosa Família Trapo, passando por Satiricom e os outros espetáculos da Globo.

Quando retornei para São Paulo, em 1981, a primeira coisa que fiz foi ir a um espetáculo do Jô Soares. Fiquei encantado pelo carisma, presença de palco e vocação para o improviso.

No teatro fui em três espetáculos dele, o último acompanhado de minha namorada, hoje esposa, e saímos com as mandíbulas tronchas de tanto rir.

Gostava muito das crônicas que publicou em jornais. Li seus livros e, para ser bem sincero, não gostei de alguns.

Os programas de entrevistas foram imbatíveis. Algumas inesquecíveis, como uma com o Zeca Pagodinho, outra com Hebe Camargo, Lolita Rodrigues e Nair Belo, além daquela que fez com a presidenta Dilma quando a mídia a massacrava.

Pensando bem acho que sempre invejei o Jô, na verdade eu queria ter sido um subJô. Mas talento não é para quem quer, é para quem tem.

Durante minha vida “herdei” apelidos dos seus personagens: Capitão Gay, Bô Francineide, Rochinha... Curti todos e me envaideciam.

Foi uma pessoa brilhante, com um ego maior do que ele, que já era “grande”.

Nunca teve medo de se posicionar.

Nesses tempos bicudos, com o crescimento do fascismo, deu voz ao libertário que existia nele, opondo-se ao fascismo em voga e apoiando, como sempre o fez, artistas, famosos e o nem tanto.

Mais uma pessoa dessa geração brilhante que se vai.


5.8.22

Precisamos superar a ameaça golpista

 A imprensa brasileira nos brinda com jornalistas e analistas muito bons.

Sou fã do Jamil Chade, Bob Fernandes, Jânio de Freitas, Cynara Menezes e de mais tantos outros que praticam um JORNALISMO que dignificam a profissão,

Ontem, 04/08, Jamil Chade escreveu um texto sensacional, que deveria fazer parte das discussões cotidianas do Brasil nesse período pré-eleitoral. Leiam um trecho:

"No maior teste da história de nossa jovem democracia, o que está em jogo é também nossa posição no mundo. Quem somos e de que forma queremos ser considerados."

E encerra assim:

“A aventura democrática estará garantida? Certamente não. Mas, aos olhos do mundo, uma Primavera Brasileira credenciaria o país como um importante foco de resistência diante de uma das maiores ameaças às liberdades fundamentais e aos direitos humanos em décadas.”

Textos como estes funcionam como bálsamo de esperança para nosso país, nos faz erguer a cabeça e ter vontade de resistir.

Tomara que ele esteja certo nessa análise.

Clique aqui para ler o texto na íntegra.

4.8.22

O período Lula


Acervo FPA

Algumas coisas cansam muito nas redes sociais.

Uma delas é tentar mostrar os acertos dos governos Lula. A quantidade de bobagens e mentiras é muito grande.

Resolvi postar uma matéria do UOL, com base em estudos da FGV sobre o “período Lula”.

Agora se você acha que a FGV e o UOL são comunistas, bom, aí não temos nada para conversar, considero um caso perdido.

O período de junho de 2003 a julho de 2008 foi a fase de maior expansão para a economia brasileira das últimas três décadas, indica estudo divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV). Nesses cinco anos, a indústria se expandiu, as vendas do comércio registraram alta e a geração de emprego e renda cresceu.... –

Para ler a matéria clique aqui.

Mas, se quiser algo mais robusto veja:

A Era Lula e sua questão econômica principal crescimento, mercado interno e distribuição de renda

André M. Biancarelli1

Resumo

O presente texto procura jogar luz sobre o que se julga ser a característica distintiva da Era Lula em termos econômicos: uma maior sintonia entre objetivos econômicos e sociais. A hipótese com a qual se trabalha é a de que o conteúdo social do desenvolvimento brasileiro, ensaiado na Era Lula, é não apenas defensável do ponto de vista moral, como também se mostra a melhor alternativa econômica diante das dificuldades e limitações enfrentadas pelo Brasil atualmente.

As seções do texto tratam, na sequencia, do contexto histórico a envolver essas questões; dos bons resultados do governo Lula (2003-2010); das dificuldades e reações no mandato de Dilma (pós-2011) e, por fim, de algumas ideias e prioridades para renovar e aprofundar este “social-desenvolvimentismo”.

Biancarelli, André M. A Era Lula e sua questão econômica principal: crescimento, mercado interno e distribuição de renda. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 58, p. 263-288, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i58p263-288

Clique aqui, depois baixa o PDF.

 

2.8.22

Desmentindo uma anta (com todo respeito à anta)

Todo dia quando acordo me pergunto: como ele chegou lá?

Temos um presidente desumano, sem caráter, burro, racista, misógino...

Triste lembrar que 57 milhões de brasileiros e brasileiras escolheram essa besta; mais triste porque a outra opção era um professor, humanista e extremamente preparado para o cargo.

Agora é arregaçar as mangas para mudar a situação e depois reconstruir o país!



1.8.22

Não basta não ser racista

 

Encontro com o Movimento Negro na praça Carlos Chagas. Hélio Costa15 do Brasil

Vivemos uma onda racista impressionante, no Brasil e no mundo.

Aqui, em terras nativas, toda semana nos deparamos com sinais explícitos de racismo nos estados de futebol com espetáculos televisionados em rede nacional.

Nas abordagens das polícias militares o racismo transborda.

Ainda assim as pessoas não se envergonham e mesmo diante de vídeos, negam as ações de forma covarde, como é comum aos racistas e preconceituosos.

No final de semana fomos “brindados” com um episódio racista do outro lado do Atlântico. Os filhos de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, um casal de artistas famosos, foram vítimas de uma senhora portuguesa de nome Maria Adélia Coutinho Freire de Andrade de Barros.

Como são famosos conseguiram fazer com que as denúncias ganhassem a mídia, mostrando que o racismo não se inibe com poder aquisitivo.

Não bastasse o episódio em si, vimos ainda o programa de Ana Maria Braga repercutir o caso, mas, quando a apresentadora chamou o videoteipe mostrando a indignação dos pais, a pessoa encarregada de colocar o VT no ar, mostrou, pasmem, uma matéria com macacos.

A apresentadora garantiu em sua conta do Twitter que a pessoa responsável foi demitida da equipe.

O casal, cujos filhos foram vitimados pelas atitudes racistas, denunciaram a madame para a polícia portuguesa.

Giovanna Ewbank reagiu aos ataques racistas e assim devemos fazê-lo sempre.

O racismo não pode ser tolerado, deve ser combatido sempre!