17.2.11

Uma revolução na educação brasileira

É disso que precisamos para que o país seja colocado nos trilhos da justiça social e da igualdade de oportunidades para todos.
Para que tal aconteça, o governo – em todos os níveis – deve tomar a iniciativa de chamar para si a responsabilidade de torná-la realidade, mas, ao mesmo tempo, a sociedade tem que desenvolver uma participação ativa e dizer, sem rodeios ou meias palavras, o que ela espera do processo educacional.
Insisto que algumas críticas feitas ao ministro Haddad, desde o ano passado, são oportunistas e apressadas – à esquerda e à direita – guiadas por interesses nem sempre claros, de grupos empresariais ligados à educação ou então ligados as disputas internas do PT e dos partidos da base aliada pelo controle do Ministério da Educação.
Também devemos atentar para o discurso de alguns pensadores da educação, segundo o qual o sistema educacional não deve se preocupar com a empregabilidade, por exemplo, cabendo a ele formar “cidadãos”. Segundo estes pensadores o sistema educacional não deve tratar de conteúdos, mas sim de ensinar.
Ensinar o quê?
Como um jovem poderá julgar a proposta de um determinado candidato, que prega canalizar rios e córregos de uma grande cidade, se não teve, em algum momento de sua vida escolar, conteúdos de Geografia, Biologia e Física pertinentes ao tema?
Como entender as tragédias da região serrana do RJ sem a compreensão da dinâmica climática da região, do relevo e do uso e ocupação do solo, conteúdos de Geografia?
É possível desenvolver programas de saúde sem conteúdos de Biologia?
Dá para explicar poluição das águas sem compreender princípios elementares de Química?
Poderia citar exemplos e mais exemplos de como os conteúdos são pertinentes ao ensino e à formação de um cidadão capaz de decidir o seu destino e de participar dos destinos da coletividade.
Tal termo – cidadão – tomado isoladamente ou nos discursos demagógicos, não oferece nenhum significado real aqueles jovens que necessitam trabalhar para completar a renda ou para se manter nos estudos.
Por outro lado algumas pessoas não gostam de estudar e não querem cursar universidade, então é legítimo que formação técnica lhe possibilite empregos que garante sua sobrevivência e a da sua família com dignidade.
Nem todo mundo quer ser advogado, médico, engenheiro ou professor!
Por isso considero correto o investimento do governo federal na formação técnica de nível média, preferia que isso ocorresse por meio dos Institutos Federais e não da iniciativa privada, mas convém esperar a formatação da proposta para emitir melhor juízo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Professor, mto legal seu blog!! Parabens