18.9.11

O analfabeto político

Bertolt Brecht

"O pior analfabeto é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão,
do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo."

2 comentários:

Cristina disse...

Acho que é permitido a algumas pessoas odiar a política, assim como se permite a algumas, odiar a medicina, odiar a engenharia, afinal, muitas vezes precisamos de remédios e sequer sabemos o princípio ativo dele; assim como moramos em casas e vemos líndos e complicados prédios sem nunca saber a engenharia por detrás dele. É uma questão de divisão democrática dos interesses, quem entende, participa, quem não entende, se anula e assim vai. E digo isso sem nenhum julgamento, nem atribuição de valor, não digo que é certo, bom, nem errado e condenável, é apenas uma constatação do que se pode e deve permitir dentro de uma democracia.

Renato Couto disse...

Discordo da Cristina, fazendo voz do Mestre João Ubaldo, quando diz que aqueles que se dizem apolíticos, são na verdade (ou deveriam ser) satisfeitos com o “o sistema” que eles proprios sustentam, ou seja, não ligar para a política já é ser politizado, não se importando com quem assume o poder. Reproduzo parte de seu texto, do livro: "Política - Quem manda, por que manda, como manda":
"Enfim, a presença da Política em nossa existência desafia qualquer tentativa de enumeração. Porque tudo pode - e deve, a depender do caso - ser visto sob um ponto de vista político. É impossível que fujamos da Política. É possível, obviamente, que desliguemos a televisão, se nos aparecer algum político dizendo algo que não estamos interessados em ouvir. Isto, porém, não nos torna "apolíticos", como tanta gente gosta de falar. Torna-nos, sim, indiferentes e, em última análise, ajuda a que o homem que está na televisão consiga o que quer, já que não nos opomos a ele. O problema é que, por ignorância ou apatia, às vezes pensamos que estamos sendo indiferentes, mas, na verdade, estamos fazendo o que nos convém. "
Abraços!