20.5.14

Que escola é essa?

           Ontem um ex-aluno publicou no seu Facebook um texto, na verdade um desabafo sobre as angústias que a escola lhe apresenta.
O texto é provocativo e desafiador, apesar de singeleza de um desabafo. É muito verdadeiro, pois se trata de um estudante de verdade, muito curioso, que vai além dos manuais, que sabe fazer perguntas.
O pior é que não sei como respondê-lo. Quer dizer, acho que até sei, pois os professores respondem às exigências das empresas para as quais trabalham que, por sua vez, devem responder ao “mercado”, ou seja, garantir bons índices de aprovação nos melhores vestibulares e excelente pontuação no ENEM.
Mas é só isso? Infelizmente é. Alguns professores conseguem fazem desses limões limonadas digeríveis, outros nem isso, pois tem uma programação a cumprir e, além disse, devem correr de uma escola para outra visando garantir o “leitinho das crianças”.

Leiam o texto do Gui Cechet.
“A escola está matando minha vontade de aprender.
É o cansaço, acumulado da obrigação de acordar antes do sol nascer sem dormir o necessário para assistir a aulas de professores metódicos, sistemáticos, arrogantes e egocêntricos, que também estão de saco cheio de acordar cedo e repetir seis vezes por manhã os mesmos exercícios em que o "x" dá o mesmo resultado há 30 anos.
É a obrigação de ler livros descritivos demais que tomam o tempo em que poderia ler livros de minha preferência.
É a obrigação de fazer redações engessadas, acabando com minha vontade de escrever. É a obrigação decorar fórmulas, tabelas e nomes, ocupando tempo e memória que poderiam ser utilizadas em tantas outras tarefas.
É a imposição de que você tem de fazer seus 200 (número sem exagero) exercícios diários, ir a todas as aulas à tarde, à noite e aos sábados, fazer todos os simulados senão você não terá chances de passar numa prova que justamente o libertará a longo prazo desse sistema que mais se parece com uma prisão.
Talvez tudo isso só valha a pena para quando eu realizar meu sonho de ser educador, eu possa tentar fazer diferente, como vemos tantos professores e pedagogos tentando, incentivando o senso crítico, adequando-se aos alunos e não os tratando como números e/ou robôs feitos para passar no vestibular que propiciam lucros.
Enquanto isso, minha vontade de entrar naquele prédio quadrado, de janelas opacas, sem verde algum mingua cada vez mais. A escola está matando minha vontade de aprender.”

Nenhum comentário: