O
texto é provocativo e desafiador, apesar de singeleza de um desabafo. É muito
verdadeiro, pois se trata de um estudante de verdade, muito curioso, que vai
além dos manuais, que sabe fazer perguntas.
O
pior é que não sei como respondê-lo. Quer dizer, acho que até sei, pois os
professores respondem às exigências das empresas para as quais trabalham que,
por sua vez, devem responder ao “mercado”, ou seja, garantir bons índices de
aprovação nos melhores vestibulares e excelente pontuação no ENEM.
Mas
é só isso? Infelizmente é. Alguns professores conseguem fazem desses limões
limonadas digeríveis, outros nem isso, pois tem uma programação a cumprir e,
além disse, devem correr de uma escola para outra visando garantir o “leitinho
das crianças”.
Leiam
o texto do Gui Cechet.
“A escola está matando
minha vontade de aprender.
É o cansaço, acumulado
da obrigação de acordar antes do sol nascer sem dormir o necessário para
assistir a aulas de professores metódicos, sistemáticos, arrogantes e
egocêntricos, que também estão de saco cheio de acordar cedo e repetir seis
vezes por manhã os mesmos exercícios em que o "x" dá o mesmo
resultado há 30 anos.
É a obrigação de ler
livros descritivos demais que tomam o tempo em que poderia ler livros de minha
preferência.
É a obrigação de fazer
redações engessadas, acabando com minha vontade de escrever. É a obrigação
decorar fórmulas, tabelas e nomes, ocupando tempo e memória que poderiam ser
utilizadas em tantas outras tarefas.
É a imposição de que
você tem de fazer seus 200 (número sem exagero) exercícios diários, ir a todas
as aulas à tarde, à noite e aos sábados, fazer todos os simulados senão você
não terá chances de passar numa prova que justamente o libertará a longo prazo
desse sistema que mais se parece com uma prisão.
Talvez tudo isso só
valha a pena para quando eu realizar meu sonho de ser educador, eu possa tentar
fazer diferente, como vemos tantos professores e pedagogos tentando,
incentivando o senso crítico, adequando-se aos alunos e não os tratando como
números e/ou robôs feitos para passar no vestibular que propiciam lucros.
Enquanto isso, minha
vontade de entrar naquele prédio quadrado, de janelas opacas, sem verde algum
mingua cada vez mais. A escola está matando minha vontade de aprender.”
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