Hoje
comemoramos mais um dia dos professores e, como presente, recebemos a
notícia da aprovação do projeto “Escola sem Partido” pelos
vereadores de Belo Horizonte (clique
aqui
e leia a matéria sobre a aprovação).
Também
soubemos que 66% dos professores e professoras já precisaram se
afastar da sala de aula por problemas de saúde (clique aqui
e saiba mais).
Ao
mesmo tempo as cruéis reformas trabalhista e da previdência social
impactam nossa carreira de modo assustador, embora atinja também
todos os trabalhadores, sobretudo os mais pobres.
A
ignorância é motivo de orgulho para muitos cidadãos e cidadãs,
que “aprendem” no grupo de WhatsApp da família e no Youtube.
O
preconceito, de todos os tipos, são expressos em praça pública por
autoridades e pessoas comuns como se fosse a coisa mais normal do
mundo.
Em
1993 assumi minhas primeiras turmas de ensino fundamental, médio e
de magistério. Já tinha passado por várias experiências
profissionais e abracei o magistério já com 30 anos.
As
aulas eram um sopro de renovação constante. Os problemas eram
imensos, os desafios também, mas a alegria de estar com os
adolescentes no dia a dia era muito renovador em inspirados. Também
divertido.
A
sociedade mudou rapidamente. A sala de aula também. Fui me adaptando
e, como nos ensinou o mestre Paulo Freire, fui aprendendo. Às vezes
com os os jovens, outras vezes com os colegas e outras ainda por mim
mesmo.
Aprendi
muito com meus alunos e minhas alunas. Nesse percurso me tornei uma
pessoa melhor graças a convivência com esses jovens. Tenho
recordações que guardarei para sempre.
Sinto
que nos últimos anos e principalmente com o crescimento das redes
sociais tudo ficou mais difícil.
De
2014 para cá a deterioração do ambiente escolar foi muito rápido,
assim como da sociedade.
Os
grupos de whatsapp viraram armas de propagação de fakenews. Na
escola pública, destruída paulatinamente pelos governos que se
sucedem aumentaram os casos de violência.
Nas
escolas privadas a pressão do mercado fez com que o trabalho fora da
sala de aula aumentasse bastante, principalmente por conta dos
recursos de EAD e das novidades pedagógicas. Nem bem aprendemos a
novidade de janeiro e já temos outra em fevereiro.
Enquanto
isso nos acusam de doutrinadores, manipuladores e agentes do mal.
Tenho
a sorte de, nesse final de carreira, estar numa escola na qual a
relação com a grande maioria dos alunos é carinhosa e afetuosa.
Mas
reconheço que está difícil...
Um comentário:
Amigo Toni,
Apesar dos pesares - que, afinal, têm sido muitos -, espero que você consiga reunir forças pra resistir diante dos meninos e meninas que têm a sorte de tê-lo como professor. [sin perder la ternura...]
Não sabia que você ainda atualizava o blog. Eu "dei um tempo" do Facebook, mas bom saber que eu posso ler seus textos por aqui.
Forte abraço!
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