26.12.06

Rodrigo Vianna: ainda existem JORNALISTAS no Brasil

Foi essa a idéia que me passou a carta do jornalista Rodrigo Vianna, recentemente demitido da Rede Globo. JORNALISTA com letra grande!
Vejam trechos:
“Quando cheguei à TV Globo, em 1995, eu tinha mais cabelo, mais esperança, e também mais ilusões. Perdi boa parte do primeiro e das últimas. A esperança diminuiu, mas sobrevive. Esperança de fazer jornalismo que sirva pra transformar - ainda que de forma modesta e pontual. Infelizmente, está difícil continuar cumprindo esse compromisso aqui na Globo. Por isso, estou indo embora.
(...)
Também não vi (antes do primeiro turno) reportagens mostrando quem era Abel Pereira, quem era Barjas Negri, e quais eram as conexões deles com PSDB. Mas vi várias matérias ressaltando os personagens petistas do escândalo. E, vejam: ninguém na Redação queria poupar os petistas (eu cobri durante meses o caso Santo André; eram matérias desfavoráveis a Lula e ao PT, nunca achei que não devêssemos fazer; seria o fim da picada...).
(...)
O que pedíamos era isonomia. Durante duas semanas, às vésperas do primeiro turno, a Globo de São Paulo designou dois repórteres para acompanhar o caso dossiê: um em São Paulo, outro em Cuiabá. Mas, nada de Piracicaba, nada de Barjas!
Quando, no JN, chamavam Gedimar e Valdebran de "petistas" e, ao mesmo tempo, falavam de Abel Pereira como empresário ligado a um ex-ministro do "governo anterior", acharam que ninguém ia achar estranho?”
Para lê-la na íntegra clique aqui.
Quantos terão a coragem que esse moço teve, de cair atirando?

Um comentário:

Anônimo disse...

Conheci o Rodrigo na Faculdade de História. À época, ele cursava história e também jornalismo. Estávamos na mesma turma em alguns cursos mas não éramos particularmente amigos,apenas conhecidos de sala, com um ou outro amigo em comum. Quando saiu aquela carta dos jornalistas da Globo em apoio à direção, procurei seu nome na lista de assinaturas de apoio, não estava lá. Lembrava-me dele como uma pessoa muito séria e com pricípios, do tipo que não participaria ou engoliria em seco tudo aquilo que denuncia na carta que veio a público. Ainda bem que existem profissionais que não tergiversam com a ética profissional.