17.4.09

Eldorado dos Carajás: ainda a impunidade

O assassinato dos trabalhadores do campo e de suas lideranças continua ato de rotina Brasil adentro.
Claro que o Presidente Supremo, Gilmar Mendes, assim como outras autoridades da República, e a grande mídia não demonstram o mesmo assombro e a mesma pressa de justiça como quando se trata de um rico, ou a vítima é do lado dos latifundiários.
O Brasil segue sendo destaque no noticiário internacional por conta desses episódios e eles se repetem indefinidamente.
Ainda vivemos numa terra de pistolagem e, se a serviço dos poderosos, eles, os pistoleiros, podem dormir todos os dias com a certeza da impunidade. Sejam pistoleiros que fazem uso do "38" e das automáticas, seja pistoleiros sediados em confortaveis escritórios de lavagem de dinheiro, a turma do "colarinho branco".
A seguir transcrevo parte da matéria da Agência Brasil sobre o "aniversário" do massacre de Eldorado dos Carajás. Compensa uma visita ao artigo, com especial atenção ao menu lateral, com uma série de bons links sobre o tema.

Movimentos ainda cobram punição de agentes públicos pelo Massacre de Carajás
Marco Antonio Soalheiro Repórter da Agência Brasil


Brasília - Passados 13 anos, uma das ações policiais mais violentas registradas no meio rural ainda deixa seqüelas e sentimentos contrastantes para quem a vivenciou. Em 17 de abril de 1996, a Polícia Militar do Pará entrou em confronto com um grupo de 1.500 trabalhadores sem terra acampados no sul do estado. O objetivo era tirá-los do local e desobstruir a Rodovia PA-150, ocupada em um protesto do movimento contra a demora na desapropriação de terras para reforma agrária . Até hoje, ninguém foi efetivamente responsabilizado pela ação que resultou na morte de 19 militantes, centenas de feridos e que ficou conhecida como Massacre de Eldorado dos Carajás.
Dos 144 policiais que responderam a processos, 142 foram absolvidos e apenas dois condenados. Estes ainda estão em liberdade. São eles o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, condenados a mais de 100 anos de prisão. Um recurso está há alguns anos sob avaliação da ministra Laurita Vaz , do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cerca de 90 policiais que participaram da ação foram, em setembro do ano passado, promovidos a cabo. O governador do estado à época, Almir Gabriel, o secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, e o comandante-geral da Polícia Militar, Fabiano Lopes, não responderam judicialmente pela atuação policial. A ausência de responsabilização mais ampla gera o inconformismo dos movimentos sociais.
“Infelizmente, a impunidade tem sido a marca principal da atuação da Justiça em relação aos crimes no campo no estado do Pará. O Massacre de Carajás é um exemplo típico. Desde que foi instaurado o processo criminal, houve dificuldades impostas pelo Estado no sentido de fazer uma investigação como deveria, para individualizar responsabilidades e levar aos autos as provas necessárias para a condenação de todos aqueles que participaram do massacre”, criticou, em entrevista à Agência Brasil, o advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Pará, José Batista Afonso, que acompanhou a tramitação do caso na Justiça.

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