Lula conseguiu levar a oposição às cordas! Mas também deixou a esquerda desnorteada, senão vejamos:
1 – Os principais argumentos udeno-tucanos¹, apresentados por parlamentares do naipe de um Arthur Virgilio ou Fernando Gabeira, caíram por terra, uma vez que todos se lambuzaram no patrimonialismo reinante.
2 – Esquerdistas juramentados, de longa data, veem-se compelidos a defender José Sarney, encarnação do que há de pior na política brasileira, símbolo do coronelismo mais atrasado, “dono” de um dos estados mais miseráveis, que ostenta alguns dos piores indicadores sociais do país.
Como governo e oposição conseguiram operar tais milagres?
Simples, de um lado o sistema político brasileiro, meio presidencialista e meio parlamentarista, obriga composição de forças no parlamento e a ausência de um projeto político claro para o país faz com que a costura seja fisiológica. Alguns dizem que isso se chama governabilidade.
Ao estabelecer a suposta coalizão, legítima se amparada por um projeto claro, mas enganosa quando amarrada ao fisiologismo puro e simples, o presidente torna-se refém das exigências dos agregados de última hora.
A “base governista” passa a ser um enorme saco de gatos que, ao mesmo tempo, estabelecem disputas renhidas por nacos de poder, também se obrigam a defesa mútua.
O estrago efetuado pelo governo FHC – um governo baseado num amplo leque de legendas fisiológicas, semelhante ao atual – foi tão grande que a oposição ficou sem bandeira, a não ser a da suposta moralidade.
Tal bandeira é agitada com amplo amparado da grande mídia, que para isso estabelece uma indignação altamente seletiva.
Uma tapioca consumida por um ministro do governo Lula e paga com cartão corporativo ocupa as manchetes e o noticiário por um longo período, já a destruição do Rio Grande do Sul por um governo tucano merece poucas linhas, aqui e acolá.
Voltemos aos políticos. Vejam o caso do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Sobe a tribuna com uma veemência e disposição fora do comum para denunciar as mazelas da corrupção política na esfera federal, mas cala-se sobre aquilo que acontece no estado que representa.
Do jeito que as coisas caminham serei obrigado a, mais uma vez, caminhar até as urnas para votas no menos pior, como fiz nas duas últimas eleições presidenciais, mesmo reconhecendo nele – o menos pior – vícios políticos abomináveis.
Como disse uma vez o saudoso professor Milton Santos, “os partidos políticos no Brasil tem projeto para ganhar eleição, não tem projetos de transformação, de poder...”.
1 – Os principais argumentos udeno-tucanos¹, apresentados por parlamentares do naipe de um Arthur Virgilio ou Fernando Gabeira, caíram por terra, uma vez que todos se lambuzaram no patrimonialismo reinante.
2 – Esquerdistas juramentados, de longa data, veem-se compelidos a defender José Sarney, encarnação do que há de pior na política brasileira, símbolo do coronelismo mais atrasado, “dono” de um dos estados mais miseráveis, que ostenta alguns dos piores indicadores sociais do país.
Como governo e oposição conseguiram operar tais milagres?
Simples, de um lado o sistema político brasileiro, meio presidencialista e meio parlamentarista, obriga composição de forças no parlamento e a ausência de um projeto político claro para o país faz com que a costura seja fisiológica. Alguns dizem que isso se chama governabilidade.
Ao estabelecer a suposta coalizão, legítima se amparada por um projeto claro, mas enganosa quando amarrada ao fisiologismo puro e simples, o presidente torna-se refém das exigências dos agregados de última hora.
A “base governista” passa a ser um enorme saco de gatos que, ao mesmo tempo, estabelecem disputas renhidas por nacos de poder, também se obrigam a defesa mútua.
O estrago efetuado pelo governo FHC – um governo baseado num amplo leque de legendas fisiológicas, semelhante ao atual – foi tão grande que a oposição ficou sem bandeira, a não ser a da suposta moralidade.
Tal bandeira é agitada com amplo amparado da grande mídia, que para isso estabelece uma indignação altamente seletiva.
Uma tapioca consumida por um ministro do governo Lula e paga com cartão corporativo ocupa as manchetes e o noticiário por um longo período, já a destruição do Rio Grande do Sul por um governo tucano merece poucas linhas, aqui e acolá.
Voltemos aos políticos. Vejam o caso do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Sobe a tribuna com uma veemência e disposição fora do comum para denunciar as mazelas da corrupção política na esfera federal, mas cala-se sobre aquilo que acontece no estado que representa.
Do jeito que as coisas caminham serei obrigado a, mais uma vez, caminhar até as urnas para votas no menos pior, como fiz nas duas últimas eleições presidenciais, mesmo reconhecendo nele – o menos pior – vícios políticos abomináveis.
Como disse uma vez o saudoso professor Milton Santos, “os partidos políticos no Brasil tem projeto para ganhar eleição, não tem projetos de transformação, de poder...”.
¹ Referência à UDN, partido golpista com forte atuação na queda do governo constitucional de João Goulart.
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