21.4.10

Algumas escolhas nós fazemos, outras são feitas para nós...

Ainda não é o fim do ano, mas aquela nostalgia do que não fizemos e a sensação de que precisamos arrumar um montão de coisas já bate à porta.
Fui golpeado no final do ano passado com a demissão da escola onde lecionava havia quase cinco anos. Pior, o novo dono, na apresentação geral que aconteceu no meio do ano, sugeriu que os colegas buscassem informações comigo, sobre a idoneidade e correção da empresa no trato com os “colaboradores”, uma vez que eu já trabalhara para o grupo em tempos idos.
Nesta apresentação ele – o novo dono – prometeu uma escola “Premium”, com profissionalização e projeto pedagógico de excelência. E eu acreditei! Infelizmente a escola que tinha até “experimental” no nome está sendo transformada numa escola tradicional, aos poucos e sem os requisitos necessários às boas escolas tradicionais.
Uma página virada.
Comecei numa nova escola neste ano, distante de casa. Voltei a enfrentar o trânsito de São Paulo e uma realidade que ainda não tinha vivenciado: condomínio fechado.
Estou tateando ainda, o projeto é interessante, mas como tudo que é novo essa experiência também amedronta.
Os novos colegas – alguns conhecidos de outras frentes de labuta – são ótimos e estou adorando retomar as aulas no Fundamental II. Fazia já 12 anos que não trabalhava com 6º ano (antiga 5ª série).
Mas sinto falta de algo mais no campo profissional. Alimento um sonho, já faz um tempo, de enveredar pela área de tecnologias educacionais e educação à distância. Talvez seja o momento de começar a me preparar para essas possibilidades.
Quando esse sentimento me ataca eu ataco as coisas acumuladas.
Limpo a caixa de e-mail, falo e escrevo sobre as coisas que me deixam tristes...
Resolvi arrumar os contatos do MSN. Lá criei grupos para facilitar minha vida.
Tenho “alunos e ex-alunos”, “colegas de trabalho”, “Família” e “Amigos”.
Quando meus alunos terminam o ensino médio, ou mudam de escola, eu desloco o sujeito ou a sujeita do grupo de “alunos e ex-alunos” para o de “Amigos”. Às vezes simplesmente apago o contato.
O mesmo faço no grupo de “colegas de trabalho”. O duro foi perceber que alguns colegas de trabalho, que eu pensava em transferir para o “Amigos” tiveram que ser apagados.

6 comentários:

graciete ram disse...

C'est la vie, Toni. É a coisificação do ser humano que permeia as relações produtivas e, portanto, as relações sociais (ou de "amizade"): quanto você vale?
.
besos!

Dona Zuka disse...

Acho que todas as escolhas, bem lá no fundo, são feitas por nós, mesmo que a aparência seja de que não nos tenham dado opções. De qualquer forma, sentir-se triste, perdido ou completamente desamparado é só uma pequena parte de um processo chamado amadurecimento.

Rosa Sousa disse...

Olá Professor! Li seu post e lembrei de algumas palavras do
Carlos Castaneda, que diz que nada neste mundo é dado de presente e que as lições mais importantes são sempre aprendidas com muito esforço e dificuldades e mesmo assim o guerreiro jamais se desespera, ou perde seu tempo, porque sabe que em cada gesto seu está a responsabilidade de suas escolhas. O guerreiro nunca reclama ou arrepender-se pois sua vida é uma luta constante, e os desafios não são bons ou ruins, são apenas desafios...

Curso à distancia:

http://www.lante.uff.br/uploads/Editais/Edital%20PIGEAD%202010.pdf

Anônimo disse...

Você saiu da querida escola, Toni?

Perderam e tanto.

Um abraço!
Henrique Sater

Prof Toni disse...

Perdão pela demora em respondê-los, mas o tempo anda arisco. Agradeço bastante as observações e, por tabela, os elogios recebidos. Abraços.

Anônimo disse...

Toni,

Apagamos o que queremos esquecer e o que precisa também. Sorte em suas novas mestrias.
Somos gratos pelo seu empenho. Os restos são restos e para nós você deixou bons frutos.

Beijos,

Claudia