4.8.10

Sobre as eleições que se aproximam (IV), ou: Partidos, que partidos?

Sempre me orgulhei de votar num partido. Quando não tinha candidatos aos cargos proporcionais votava na legenda. Isso desde o primeiro voto, em 1982, até 2002.
Nos anos de 2004 e 2008 não votei e em 2006 votei apenas no Lula, conforme mencionei nos textos anteriores sobre o tema.
Pois bem e agora, qual Partido escolher?
Nenhum.
Isso mesmo, eles não existem, como diria o padre caça-fantasmas da TV.
Se entendermos que os partidos políticos representam partes da sociedade e, como tal, apresentam um programa coerente e capaz de mobilizar os setores representados, somos obrigados a constatar que eles não existem mais.
O PT tornou-se um partido com métodos idênticos aos demais partidos tradicionais. Toda a beleza das propostas iniciais foi incluída na categoria de utopias. Existem caciques, às vezes mais até do que índios, clãs familiares etc. e tal.
Embora mais arejado e moderno nas suas propostas, soma-se, em nome da governabilidade, a “coisos” que mais se parecem ETs políticos do que companheiros de caminhada.
O PV atua nitidamente como linha auxiliar da direita moderninha. Tem uma candidata a presidente que nega todo o histórico e razão de ser do partido, com exceção do discurso ambientalista.
PSOL? Pequeno amontoado disforme de esquerda radical. Tenho grande admiração pelo Plínio e pelo Ivan Valente em São Paulo, assim como pelo Chico Alencar no RJ, mas e aquela “freira” das Alagoas, que vivia abraçadinha com Heráclito Fortes?
Do PSTU tenho saudade do grande companheiro de militância no Sindicato dos Bancários de São Paulo, conhecido como Didi Pedalada, ou Dirceu Travesso. Mas o discurso do quanto pior melhor me irrita!
Houve um momento, no início do governo Lula, que cogitei a hipótese de pedir filiação ao PC do B, mas o que dizer de um partido que lança Ademir da Guia para vereador e Netinho de Paula para Senador?
Claro que meu voto tenderá à esquerda, mas como será composto?
Mistério!

6 comentários:

Roy Frenkiel disse...

Eu ja vinha falando isso sobre o Brasil desde a segunda eleicao de Lula. A maioria me dizia que "ideologia, eu quero uma pra viver". Pois, ai esta a pizza formada.

abraxao

RF

Prof Toni disse...

E baita pizza!

Sérgio de Moraes Paulo disse...

Cabra,


dei um palpite sobre a TV Cultura e a crise que ela vive com o João Sayad, o exterminador do futuro...

Fiquei tentado a levantar uma bandeira suprapartidária em nome de Cultura. Acho que rola algum barulho.

Vamos ver o que acontece?


Topa azucrinar?

Abraço

Renato Couto disse...

Professor, cada vez mais difícil, mais difícil, ser politicamente responsável. Dá vontade de assumir o escrito sobre o "analfabeto" do Brecht. Ainda bem que a "vontade" ainda passa...

Carlos Renato disse...

Olha Toni, é difícil hoje "abraçar" um partido. O PT lembra de longe o partido dos anos 80, mesmo assim consegue bons resultados administrativos. Existem problemas é fato, Lula não avançou em questões importantes, porem igualar seu governo ao de FHC é infantilidade.
O PSOL, bem, começou de maneira oposta ao PT, tem quadros, mas não possui base. E quanto HH, melhor nem comentar. Para a candidatura Plinio é um alivio ela não estar presente. No mais, tenho receio do que pode ser esse partido quando esses "quadros" não estiverem mais com mandatos ou mesmo estarem saindo da vida pública. O PSOL seria o que nas mãos de HH e cia? Um novo PPS? É realmente , tá difícil

Prof Toni disse...

Sérgio, tô nessa, só tá faltando um pouco de tempo.
Carlos: é isso, algumas pessoas do PSOL tem muita dignidade e fazem política com P grandão, mas será que o partido se submete?
Renato, a minha vontade vai e vem, com uma frequencia assustadora, tem prevalecido o "vai"...