26.3.11

A Educação em São Paulo continua mal

O modo tucano de governar prevalece em São Paulo faz tempo!
Parece que a implantação do sistema de “bônus por produtividade” para os professores da rede pública não deu certo.
A nota do IDESP (Índice de Desenvolvimento da Educação de São Paulo), uma espécie de "nota" da educação do Estado, continua ladeira abaixo em todos os segmentos de ensino.
O Ensino Médio, por exemplo, tirou 1,8 numa escala de 0 a dez, nota que não seria suficiente para deixá-lo em recuperação na grande maioria das escolas privadas, ou seja, reprovação direta como os alunos costumam dizer.
As receitas que as cabeças neoliberais criaram só fazem água e água ruim de beber, de péssima qualidade.
Se minha memória não me traí, esse descaminho foi seriamente impulsionado pela secretária de educação do Governo Covas conhecida por Rose Neubauer, mas de nome Terezinha Roserlei.
A tal aprovação automática, a responsabilização dos professores pelo desempenho ruim dos alunos, a precariedade dos recursos em sala de aula, enfim, ocorreu um grande sucateamento da escola e um enorme desprezo pelo conhecimento, prevalecendo apenas a ideia de produtividade, como se escolas fossem fábricas e a sala de aula apenas uma linha de montagem.
Foi nessa época que o governo curvou-se às políticas “deseducacionais” patrocinadas pelos financiamentos do Banco Mundial.
O liberalismo campeava solto, com uma pitadinha de discurso nacionalista aqui e outra acolá, mas nossa elite concordava com o papel que nos atribuía a divisão Norte-Sul: fornecedores de mão-de-obra, mas com qualificação suficiente para não quebrarmos a maquinaria moderna e capacitados a aprender com a leitura dos manuais!
Clique aqui e aqui para ler mais sobre a brilhante nota que o estado mais rico da federação tirou na prova que ele mesmo inventou.
Pior do que os resultados das avaliações – municipais, estaduais e federais – é a inércia diante deles. Parece até, segundo me disse um amigo, que os gênios pensadores da educação brasileira brincam com as probabilidades: quantas avaliações precisarão ser aplicadas para que, em pelo menos uma, a nota seja satisfatória?
Não observamos mudanças de fato que possam levar a mudanças significativas neste quadro. A formação dos professores continua sendo cada dia mais precária, a profissão desvalorizada com salários aviltantes, gestões ineficientes, quando não catastróficas, condições de trabalho inadequadas e um papel secundário, de figurantes, reservado às famílias.
A sociedade deve tomar para si a responsabilidade pela construção de um sistema educacional que vise eliminar as injustiças e desigualdades, além de preparar o jovem para o mundo, tanto o da cidadania quanto o do trabalho.
Não podemos confiar um setor tão sério para a construção do nosso país ao sabor dos ventos político-partidários. 
Educação é uma questão de Estado e não de governo, portanto a sociedade tem que tomar em suas mãos a construção de um projeto sério, duradouro e competente!

Um comentário:

Supervisora Mirtes disse...

Caro Professor
Labutando na seara ingrata da educação paulista há mais de 30 anos, faço minhas suas palavras.Chegamos ao fundo do poço, meu caro .Temos uma falta gritante de professores, os cursos de licenciatura estão às moscas nas faculdades.
E o PSDB paulista fez um bom trabalho: com suas Teresas Roserleis, jogou uma pá de cal no ensino.