18.9.24

Desencanto com a política

Vivemos no dia de ontem – 16/9/2024 – as repercussões do debate entre os candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo, no qual o candidato José Luis Datena – apresentador de TV – desferiu uma cadeirada no também candidato Pablo Marçal, ex-coach e picareta assumido.

Isso aconteceu ao vivo num debate entre os candidatos realizado pela TV Cultura.

Pablo Marçal é um arruaceiro, que provoca os adversários, via redes sociais e nos debates, desrespeita-os e faz as mais diversas acusações – sem apresentar provas.

Uma hora iria dar ruim. E deu.


Esse episódio foi péssimo, em razão do descrédito que a política recebe da maioria da população, contando com a contribuição decisiva dos maus políticos que, infelizmente, compõem a maior parte do Congresso.

Nos meus grupos de amigos demos muitas risadas com o festival de memes que brotaram a partir do episódio.

Num desses grupos, recebi uma reflexão que me chamou muita atenção, leiam:

Se eu já andava com ranço de políticos e de discussões políticas... agora só tenho mesmo vontade que o voto deixe de ser obrigatório pra mim nem ter que me dar ao trabalho de prestar atenção nas eleições.

Essa afirmação me preocupa, sobretudo quando parte de uma pessoa por quem nutro carinho especial e muita admiração, afinal ela é uma excelente educadora e a considero uma boa amiga, com quem aprendi a conviver na Faculdade de Educação, além do saudoso bar dos Cornos.

Existem vária maneiras de fazer política, não é só a partidária, tenho certeza de que ela sabe disso. Fico aqui pensando, se uma pessoa sabida como ela tem esse desencanto,  imagine o cidadão e a cidadã com dificuldades de compreender toda essa zona que fizeram no nosso país...

Ainda temos os movimentos ambientalistas, por educação, por moradia, transportes etc.

Também sou contra a obrigatoriedade do voto, mas por outras razões que talvez difiram do simples desencanto. Penso sempre que os partidos deveriam cumprir o papel de educação política, assim como os sindicatos, associações de bairro etc. Deveriam se fazer presente no nosso cotidiano.

Se não houvesse obrigatoriedade do voto os partidos deveriam trabalhar por 4 anos para, em primeiro lugar, convencer as pessoas a votar explicando o porquê do voto, para depois tentar conquistar esses votos.

Essa amiga  você é muito jovem para esse desencanto e ainda tem a responsabilidade de educar duas moças.

Não desista.

Pense em Darcy Ribeiro, Antônio Cândido, Florestan Fernandes...Quantas derrotas tiveram? E nunca desistiram, mesmo perdendo quase sempre.

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