5.10.10

Qual o problema com a candidatura do Tiririca?

Levei essa questão outro dia ao twitter. Muitas pessoas estavam revoltadas com a candidatura do palhaço.
Do ponto de vista legal e do jogo democrático ele tem todo o direito de se candidatar. Eu não votaria nele nunca, assim como não votaria em José Serra, Alckmin, Ana Paula Junqueira ou Maguila.
A razão é simples: não me sinto representado por nenhum deles!
O problema é que mais de 1.300.000 paulistas sentem-se representados pelo Tiririca, assim como 11.500.000 desejam que Alckmin governe São Paulo, dentre os quais eu não me incluo. Então vamos combinar: ou aceitamos e participamos do jogo ou ficamos fora dele. Não vale elogiar a democracia só quando o resultado nos agrada.
Ou será que alguns querem o retorno do voto censitário, quando só os “bons” opinavam?
O grande problema que vivemos neste processo é a despolitização do processo. A mídia não abriu espaço para discussão dos projetos, apenas lançou denuncias ao léu!
Por outro lado o PT e os seus aliados não responderam politicamente aos ataques, ancorados na vantagem que as pesquisas demonstravam. Erraram!
Também não se mobilizaram para responder adequadamente e politicamente aos ataques dos setores reacionários das igrejas, tanto a católica quanto a evangélica. Na minha modesta e inútil opinião nesse item ela perdeu mais do que 3% dos votos.
Aqui em São Paulo Mercadante seguiu o mesmo caminho. Agarrou-se a alguns slogans de gosto popular, como a tal “aprovação automática” e deixou o debate político de lado.
Espero que a campanha de Dilma não repita os mesmos erros no 2º turno. Poderá custar-lhe caro e também ao país, não escaparemos da bancarrota com mais 4 anos de tucanos na condução do Brasil.
Terá que ser ágil em responder às questões indigestas, como o aborto por exemplo. Mas fazê-lo do ponto de vista política e não dizer que o Serra também é. Não! É um direito da mulher, a sua criminalização é responsável por inúmeras mortes por ano além de enorme prejuízo aos cofres públicos.
As igrejas teem todo o direito de expressar sua opinião sobre este e outros fatos, mas o Estado e as políticas públicas não podem ser reféns desta ou daquela religião e muito menos o PT e sua candidata podem aceitar as ofensas e mentiras que padres, bispos, pastores e outros idiotas do mesmo porte tem publicado. Que paguem pelas suas mentiras de acordo com a lei!
Também não dá para assistir a truculência da mídia e não tomar nenhuma medida, dentro do jogo legal, contra os latifundiários da informação. Querem se apoderar das mentes das pessoas, vendendo a ideia de que a opinião publicada é a mesma que opinião pública. Não é!
Para isso a coordenação da campanha tem que atuar de maneira bem afinada com a blogosfera, lançando mão dos blogs sujos para difundir informações e também desmentir, com agilidade, as mentiras lançadas pela mídia ou pelos meliantes, que infestam a rede a soldo de determinados sujeitos políticos.
Sem essa prontidão a candidatura de Dilma corre o risco de ser derrotada e aí pobre do nosso país e pobres de nós!

4 comentários:

Fabrizio disse...

Muito bom texto!

carlos disse...

Otimo texto toni.
o problema que as pessoas estão vendo em um palhaço ser eleito é o simples fato de quem finjia ser palhaço ter perdido seu cargo. Se a democrâcia do Brasil não passa de uma palhaçada que mal há em possuir um palhaço veridico?
Na minha humilde opinião nenhuma, o problemas esta na alienação do povo em relação a escolha de seu representante, se o povo acredita ter escolhido seu representante por mim que seja.
abçs toni

Renato Couto disse...

É domingo. O dia em que a família esta toda reunida e sentada diante daquela que cataliza toda atenção. Mudam-se os canais, mais o conteúdo (ou falta) é o mesmo: Gugu, Faustão, Raul Gil...E estão todos lá, com sua frequência costumeira (isso é um pleonasmo?): Mulher-Pera, Tiririca, Simony (Balão Mágico), Netinho, Mulher-Melão, Verônica Costa(Furacão 2000), Reginaldo Rossi, Tati Quebra-Barraco, KLB, Ronaldo Ésper,etc...A lista continua, e pergunto: Para quem você tiraria o chapéu? Ah! Florentina, Florentina, não sei se tu me amas...Chega segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado. De casa para o trabalho, comer, dormir, talvez com um breve intervalo no bar. Então, como mágica, chega o domingo, o dia em que a família (...)Florentina, Florentina, não sei se tu me amas...

Prof Toni disse...

É isso gente... Alienação? Talvez, mas que o cara foi escolhido dentro das regras que nós topamos jogar, isso foi! Ou será que queremos trazer o voto censitário novamente à cena? Só os "bons" podem escolher os eleitos?