7.9.11

A corrupção não é nenhuma novidade


Consegui localiza esse texto - de minha autoria - na Internet. Ele foi publicado na revista Galileu Vestibular 2007. Ele está um pouco truncado, parece que falta uma parte, mas eu não tenho o original e nem mesmo uma edição impressa da revista.
Embora datado, em razão dos escândalos que rolavam então, ainda podemos aproveitar a ideia central do texto: corrupção é uma via de mão dupla, bandido é o corrupto e o corruptor. Não tenho notícias de um agente do poder municipal subornando um agente do poder federal. Sempre temos numa ponta a iniciativa privada e na outra o agente público.


PROBLEMA HISTÓRICO E GENERALIZADO

Prática da corrupção foi disseminada em praticamente todos os governos do país

A corrupção no País é sistêmica, atingindo todos os setores da sociedade, pautandose quase sempre pela oportunidade. 
Temos o jovem rico pagando ao segurança para furar a fila da balada, o moço pobre furando a fila na bilheteria do estádio, o bancário subornando o guarda para que ele ignore o desrespeito à lei, o deputado ou qualquer outra autoridade do poder público visando engordar seus lucros. 
Não podemos ignorar que a corrupção não é uma via de mão única: se tem um corrupto tem também um corruptor, ambos criminosos. 
Entra governo e sai governo, os escândalos se multiplicam e se renovam. 
Às vezes disfarçados de "megaobra", às vezes camuflados de caixa 2 — ou dinheiro não contabilizado. Definitivamente, a corrupção não foi inventada pelo governo Lula e muito menos é este o governo mais corrupto da história. 
Num rápido passeio por um desses sites de busca, como o Google, encontraremos referências à corrupção nos governos de Getúlio, JK, Jango, nos presidentes da ditadura militar, Sarney, Collor, FHC e Lula. Em todas as crises, a imprensa trombeteia tratar-se da maior da História. 
A sucessão de escândalos neste governo, no entanto, foi impressionante. Já a incapacidade do seu principal partido, o PT, em responder a eles de forma convincente, optando pela estratégia do silêncio e apostando no esquecimento do eleitor, parece ter sido bem sucedida.
A Polícia Federal está muito mais atuante do que em governos anteriores, é claro. 
Independentemente dessa atuação, podemos lembrar o mensalão, a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro de Brasília e agora a compra do dossiê contra o candidato ao governo de São Paulo José Serra. 
Divulgar documentos comprobatórios ou indicativos de atos de corrupção não é crime. O crime está no método usado e principalmente na origem do dinheiro para comprá-lo, quase R$ 2 milhões.
Quando pensamos que o governo e o PT encontraram fácil o caminho da reeleição do presidente Lula, eles mesmos atiram contra si.

Um comentário:

Renato Couto disse...

Muito bom professor. Temos aí à nossa porta, mais uma Copa do Mundo, que promete gastos públicos superiores as 3 últimas Copas "juntas"...