10.6.07

Ser de Esquerda

Algumas indagações estavam me inquietando agora pela manhã.
Sou de esquerda? Afinal o que é isso? Como anda minha “responsabilidade social”? Qual a razão do aumento exagerado do meu ceticismo?
Lembrei-me então da edição da Caros Amigos de abril, que ainda repousa sobre a escrivaninha, de leitura ainda incompleta. Na capa a sugestiva pergunta: O que é ser de esquerda?
A matéria apresenta 36 depoimentos de bispos, padres, políticos, sindicalistas, professores universitários, publicitários, empresários, jornalistas, juízes, artistas e líderes dos movimentos sociais.
Em primeiro lugar uma aula de bom jornalismo: todos se manifestam, à esquerda e à direita!
Por conta destes pensamentos lembrei-me de algumas postagens na comunidade orkutiana “Geografia-USP”.
Alguns jovens estudantes questionavam a ausência, nas assembléias, dos contrários a greve e ocupação da reitoria da USP. Outros vociferavam contra a impotência dos conservadores em manifestarem-se. Outros ainda discutiam a tal “maioria silenciosa”, dizendo que aqueles que estavam contra a greve permaneciam em silêncio, mas atentos.
Reclamavam ainda do fracasso de uma passeata contra a greve e contra a ocupação da reitoria, sem compreender a razão do seu fracasso.
Juntando esse episódio com algumas definições encontradas na matéria da Caros Amigos, fica fácil concluir a razão do fracasso destes alunos e professores: na mente dos conservadores triunfou o individualismo! Essa é a cara do neoliberalismo! Cada um por si e salve-se quem puder!
Já outras pessoas valorizam, ainda que pareça utópico, o coletivismo, por isso guiam suas ações pelas decisões coletivas e por isso pensam nas questões que dizem respeito à Universidade Pública, autônoma, livre e que deve atender à sociedade e não apenas as premissas do mercado, do lucro e do triunfo individual.
Ora se os conservadores acreditam na vitória do indivíduo sobre o coletivo qual a razão para participar de decisões coletivas? No máximo irão respaldar um ou outro indivíduo mais atirado, corajoso, que se proponha a enfrentar o “coletivo”, não importando a dimensão desse coletivo, um grande líder, que faça "por eles".
Infelizmente a edição de abril ainda não está no site, mas creio que ainda esteja nas bancas! Boa leitura!

Um comentário:

Anônimo disse...

Individualismo? Ás vezes ser de esquerda pode ser levantar bandeiras de partidos em movimentações puramente estudantis, pode ser ter carregamentos de cerveja chegando todos dias na reitoria da USP. Uma greve onde 80% dos manifestantes não leram os decretos que deram início à greve, com algumas reinvidicações grotescas e egoístas que olham apenas para o ensino superior, quando podia englobar o muito mais sucateado ensino básico e fundamental.
Nem sempre uma visão contrária à da greve significa individualismo, e ser de esquerda não é benéfico para observar os dois lados!