14.1.09

Sobre a invasão do exército israelense

Em vários outros textos deixei claro minha solidariedade para com o povo palestino pela busca do seu Estado nacional.
Não discuto quem atirou a primeira pedra, nem estou envolvido por paixões nacionais ou pretextos religiosos.
Como humanista penso ser inaceitável o massacre ao qual são submetidos os palestinos, da mesma forma que foi inaceitável o Holocausto.
Compreendo o que escreve o amigo-virtual Roy em seu comentário na minha postagem de regresso. Para facilitar nossa leitura e compreensão reproduzo abaixo o comentário na íntegra:
“Roy Frenkiel disse...
Como pessoas inteligentes como você e outros dessa net vasta conseguem dormir à noite vestindo o pijaminha confortável do unilateralismo, como se os palestinos tolerassem a versão esquerdista de justiça aos direitos humanos. Repito aqui minha maior verdade: Estou cansado de defender palestinos de israelenses unilaterais, mas cansado na mesma medida de defender Israel do mundo unilateral.
abrax,
RF”
Na verdade caro Roy o atual episódio desencadeado pelo exército israelense não pode ter outro nome senão MASSACRE!
A opinião não é somente minha, mas de respeitados analistas internacionais, inclusive israelenses, que percebem a truculência e a desproporção do que o exército israelense faz em Gaza.
Não dá para esconder, para aqueles que são bons leitores, que a ação é meramente eleitoreira e que se trava uma disputa feroz entre a extrema direita e a direita israelense, entre o Likud e o Kadima.
Em nome de uma disputa eleitoral admite-se então o sacrifício de crianças? A destruição completa da infra-estrutura de Gaza? O que querem os sionistas? Um novo holocausto?
Na minha humilde concepção de professor de Geografia da educação básica, creio que a ação do exército israelense apenas reforça o fundamentalismo do Hamas. É uma ação fundamentalista (a israelense) reforçando outra (a do Hamas).
Roy e as resoluções da ONU? Tornam-se letra morta para o exército de Israel e dos EUA?
Se o sistema internacional permite o surgimento de uma força bélica como a de Israel no Oriente Médio somente outra força, com a mesma intensidade, poderá equilibrar o poder na região.
Voltamos então a idiotice do MAD (destruição mútua assegurada, da sigla em inglês) dos tempos da Guerra Fria.
A produção de artefatos nucleares pelo Irã é condição para estabelecer o equilíbrio na região, caso contrário Israel continuará com a sua ação de extermínio contra o povo palestino.
A retirada de Israel dos territórios ocupados, como determinou a Resolução 242 da ONU (para ler sobre essa resolução clique aqui e aqui), seria um bom caminho para a solução dos problemas.
Veja que tal resolução data de 1967 e Israel nunca a cumpriu!
Por isso, amigo Roy, defendo a causa palestina no tocante a construção do seu Estado Nacional, livre e soberano. Isso não quer dizer concordar com as ações do Hamas.

4 comentários:

Anônimo disse...

A única coisa que resolveria mesmo os conflitos na região seria o fim do Estado de Israel. Desde 1948 milhares de palestinos foram expulsos da terra que ocupavam há centenas de anos, sem direito de retorno, porque os sionistas reivindicavam na ONU a "Terra Prometida"!

Não é uma questão religiosa, é a questão do direito de auto-determinação dos povos. Antes de 1948, muçulmanos, judeus e cristãos viveram em relativa paz na região pelas centenas de anos do Império Turco-Otomano.

Se hoje grupos fundamentalistas como o Hamas e o Hizbollah dirigem a resistência, é porque a OLP abandonou as históricas bandeiras de "destruição do Estado de Israel" e "por um Estado Palestino laico e democrático", traiu o povo palestino, capitulou a Israel e hoje defende a rebaixada bandeira de Estado palestino na Faixa de Gaza e Cisjordânia. Não esqueçamos que são dois territórios descontinuados e literalmente cercados pelo território israelense.

Não esqueçamos também a importância do Estado de Israel para os EUA e o Imperialismo no mundo todo. A região é geograficamente estratégica (liga Ásia, África e Europa,o Mar Mediterrâneo, o Canal de Suez e a península arábica - onde estão as maiores reservas de petróleo do mundo) e extremamente importante para garantir o controle sobre o Oriente Médio.

Defender os palestinos é defender os direitos dos povos. Nessa guerra, ou você está do lado do povo oprimido ou do lado do povo opressor. A "pax" em abstrato só favorece o opressor. Somente a vitória militar dos palestinos e a destruição do Estado de Israel pode trazer paz à região.

Viva a heróica resistência palestina!
Abaixo o Estado de Israel!
Por uma Palestina laica, democrática e não-racista!

Roy Frenkiel disse...

Meu amigo, ao exemplo do comentário acima sõ tenho uma coisa a dizer. Sua opinião é baseada em uma pseudo compreensão da situação, baseado em pseudo analistas, pseudo competentes. Se você visse o que eu vejo, se vivesse o que vivi, poderia mesmo discursar a respeito. Pior, não discordo de todos os seus detalhes. Você simplesmente não tem a idéia vasta, clara e complexa do que a situação em Israel diz ou quer dizer nem para os judeus, nem para os árabes. Mas, eu não expando a discussão aqui. Não acho apropriado. Não acho que haja como lhe explicar algo que ultrapasse por sua ideologia. No entanto, sei que você não é completamente obtuso ao mundo, a Israel ou à Palestina. Algum dia, em muito breve, tecerei minhas idéias com a clareza que elas merecem. Então sim, discutiremos. Até aqui, eu, como os especialistas que eu conheço, em uma mídia que eu conheço (não a totalmente cega e ignorante brasileira), simplesmente escolho ignorar-te quando falas de Israel. No mais, continuo seguindo teu blogue, amigo.

abraxão,

RF

Roy Frenkiel disse...

Como posso classificar o que segue como algo não completamente, e simplesmente, estúpido?

"Antes de 1948, muçulmanos, judeus e cristãos viveram em relativa paz na região pelas centenas de anos do Império Turco-Otomano."

Será que esse senhor já ouviu falar no partido Judaico Comunista, precursor do Partido Árabe Comunista, e as revoluções árabes dos anos 20? Será que ele conhece os relatos dos massacres de judeus por árabes em Safed, Jaffa (O Protesto de Jaffa), Jerusalém e Hebron? Claro, obviamente que não.

Vês como suas meias idéias geram meias idéias? Vês como a estupidez humana é ilimitada?

Pois bem, se não vês hoje, não verás.

"Se hoje grupos fundamentalistas como o Hamas e o Hizbollah dirigem a resistência, é porque a OLP abandonou as históricas bandeiras de "destruição do Estado de Israel" e "por um Estado Palestino laico e democrático", traiu o povo palestino,"

Veja só, a diplomacia que deveria funcionar e não funcionou é considerada a selvagem. Vês, novamente, como o absurdo torna-se o certo? Como o sensato torna-se o insano na boca e no cérebro de pessoas que vivem com a meia verdade nos lábios, e a completa estupidez na ponta dos dedos? Devo me omitir? Não. Darei a vocês uma bela aula, que justifica ambos estados, que condena todas as violências, e nesse dia vocês terão duas opções, seguir na cabecinha que o brasileiro tem em sua mídia, ou observar a verdade como um todo em um jornalismo que não terá vergonha de ser.

Obrigado por promover, como todos, o anti-semitismo e o ódio tanto ao judeu quando ao muçulmano.

"Não esqueçamos que são dois territórios descontinuados e literalmente cercados pelo território israelense."

Olhe só, Israel que é do tamanho de um cuzinho e é massivamente cercado por 85,25 árabes para cada judeu existente em Israel, sem contar nos árabes que residem em Israel legalmente, sem contar nos tantos e tantos outros que defendem Israel em seu próprio exército, CERCA a Cisjordânia. Não é nem mais só medonho, é risível.

"Defender os palestinos é defender os direitos dos povos. Nessa guerra, ou você está do lado do povo oprimido ou do lado do povo opressor."

Professor, professor, veja como só posso estar certo. Quando você escreve e opina dicotomicamente, certo de que está do lado certo, gera dicotomias. Sabe quem mais gera dicotomias? O Hamas e o exército israelense. Parabéns, novamente.

Enfim, nada mais a dizer. Meus comentários podem e devem ser publicados aqui, mas proibi-o expressadamente de publicar meus comentários no corpo de seu blog.

Novamente, obrigado

abraxão

RF

Prof Toni disse...

Roy, você confundiu o texto de um leitor, o Elder, com o meu. Se criticar minha ideologia, o que podemos dizer da sua? Só para você saber, quando trato do tema em minhas aulas forneço sempre um "para saber mais". Indico uma página libanesa e outra israelense. Da mesma forma que publico seus comentários na íntegra, também publico os outros, desde que observem as regras na apresentação do blog. Ainda insisto para que você mande um texto para publicação.