29.3.09

Não há mal que sempre dure...

Com a morte de Fiel Filho a Ditadura vê-se numa encruzilhada.
De um lado um bando de bandidos fardados que quer a que a noite caia sobre nossas cabeças, de outro um bando um pouco mais racional, que vê no novo cenário internacional (crise da dívida externa, luta pelos direitos humanos, pressões internacionais por liberdades civis, luta pela anistia, pela constituinte...) e no cenário interno a impossibilidade de uma grande prorrogoção dos desmandos, sem que perdessem importantes aliados.
Assim começam com a história de uma "abertura lenta, gradual e segura".
Os meliantes do aparelho repressivo, inconformados, alimentam o esquadrão da morte no aparelho policial e paramilitares passam a aterrorizar entidades da sociedade civil.
Neste quadro, vejam a dignidade de D.Paulo:
"Recordando a morte do jornalista Wladimir Herzog, eu me menciono sobre três pontos que parecem fundamentais. O primeiro foi a busca. Saber se ele estava preso e, se estava, onde se encontrava. Foram telefonemas a todas as autoridades, desde o governador até o general Golbery (do Couto e Silva, chefe do gabinete civil no governo Geisel) e nada conseguimos fazer Ele estava morto. O segundo momento foi a preparação para o ato ecumênico. Foi um ato judaico dirigido pelos cristãos, todos unidos para dizer: "a revolução estava matando". Depois chegou o terceiro momento, quando um operário da zona leste de São Paulo foi preso e desapareceu. De repente nos chegou a notícia de que ele havia morrido. Era Manoel Fiel Filho. Ele se tornou o símbolo da resistência operária contra a violência. Em todos os lugares de São Paulo houve manifestações religiosas e manifestações patrióticas. Daí para a frente a Igreja e os operários lutavam por uma só causa, assim como o povo, que começou a lutar pela liberdade do Brasil."
D. Paulo Evaristo Arns cardeal-arcebispo de São Paulo
Este depoimento está no Alô Escola da TV Cultura, leia mais um pouco:

Dentro desse contexto, o governo do general Ernesto Geisel deu início a o que chamava de "abertura lenta, gradual e segura". Em 79, já durante o governo do general João Figueiredo, foi aprovada no Congresso a lei de anistia aos presos políticos e aos exilados, e também aos torturadores do regime militar.
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