Se me perguntarem digo de pronto: eu sou contra o aborto.
Colocado dessa maneira, cabe a ressalva: o corpo é da mulher e as maiores conseqüências sociais sobrarão para ela, portanto a decisão que ela tomar deve ser respeitada.
Temos um problema grave de saúde pública no país: os abortos clandestinos.
Eles são realidade e matam muitas mulheres, ou deixam sequelas físicas, além das mentais. A conta sempre acaba no sistema público de saúde.
Claro que estou falando das mulheres pobres, pois as mulheres ricas, que também abortam, o fazem em segurança com toda a proteção que o dinheiro pode pagar.
Phydia de Athayde fez uma matéria exemplar para a CartaCapital sobre o tema. Abaixo um pequeno trecho:
Cuidado ou cadeia?
Ninguém gosta, ninguém planeja. Ainda assim, todos os anos, cerca de 240 mil brasileiras são internadas nos hospitais do SUS em decorrência de abortos inseguros. Elas chegam com hemorragia, infecções e não raro são destratadas por médicos e enfermeiras. O aborto é crime no Brasil e, se isso não diminui as ocorrências, como mostram pesquisas no mundo todo, enche de medo, vergonha e fragilidade as mulheres que o praticam.
Enquanto o Ministério da Saúde trabalha para que o assunto seja tratado como questão de saúde pública, a Câmara dos Deputados caminha para o lado oposto. Na terça-feira 9 de dezembro, aprovou a criação da CPI do Aborto para “investigar profundamente as denúncias e fazer valer a aplicação da lei, atinja a quem atingir”, conforme o pedido de abertura.
Entre os atingidos estaria gente como a baiana Olívia (nome fictício), chefe de família, negra, de 39 anos e um filho de 5. Doméstica, estudou até o segundo grau. “Fiz o aborto quando tinha 29 anos. Decidi porque não tinha condições de assumir. Foi desesperador, eu tinha terminado um namoro de oito anos antes de saber da gravidez. Tomei inúmeros chás, achava que ia sangrar imediatamente, de raízes, de malmequer, gengibre, boldo, espinho-cheiroso. Passou uma semana, resolvi procurar o ex-namorado e ele providenciou os comprimidos, né? O Cytotec. Tive hemorragia, muita cólica e a dor não passava, minha patroa desconfiou, me colocou contra a parede e confessei. Ela me levou ao hospital e ajudou a me internar. Foi horrível, porque era véspera do Dia das Mães.”
Leia a matéria na íntegra clicando aqui.
Colocado dessa maneira, cabe a ressalva: o corpo é da mulher e as maiores conseqüências sociais sobrarão para ela, portanto a decisão que ela tomar deve ser respeitada.
Temos um problema grave de saúde pública no país: os abortos clandestinos.
Eles são realidade e matam muitas mulheres, ou deixam sequelas físicas, além das mentais. A conta sempre acaba no sistema público de saúde.
Claro que estou falando das mulheres pobres, pois as mulheres ricas, que também abortam, o fazem em segurança com toda a proteção que o dinheiro pode pagar.
Phydia de Athayde fez uma matéria exemplar para a CartaCapital sobre o tema. Abaixo um pequeno trecho:
Cuidado ou cadeia?
Ninguém gosta, ninguém planeja. Ainda assim, todos os anos, cerca de 240 mil brasileiras são internadas nos hospitais do SUS em decorrência de abortos inseguros. Elas chegam com hemorragia, infecções e não raro são destratadas por médicos e enfermeiras. O aborto é crime no Brasil e, se isso não diminui as ocorrências, como mostram pesquisas no mundo todo, enche de medo, vergonha e fragilidade as mulheres que o praticam.
Enquanto o Ministério da Saúde trabalha para que o assunto seja tratado como questão de saúde pública, a Câmara dos Deputados caminha para o lado oposto. Na terça-feira 9 de dezembro, aprovou a criação da CPI do Aborto para “investigar profundamente as denúncias e fazer valer a aplicação da lei, atinja a quem atingir”, conforme o pedido de abertura.
Entre os atingidos estaria gente como a baiana Olívia (nome fictício), chefe de família, negra, de 39 anos e um filho de 5. Doméstica, estudou até o segundo grau. “Fiz o aborto quando tinha 29 anos. Decidi porque não tinha condições de assumir. Foi desesperador, eu tinha terminado um namoro de oito anos antes de saber da gravidez. Tomei inúmeros chás, achava que ia sangrar imediatamente, de raízes, de malmequer, gengibre, boldo, espinho-cheiroso. Passou uma semana, resolvi procurar o ex-namorado e ele providenciou os comprimidos, né? O Cytotec. Tive hemorragia, muita cólica e a dor não passava, minha patroa desconfiou, me colocou contra a parede e confessei. Ela me levou ao hospital e ajudou a me internar. Foi horrível, porque era véspera do Dia das Mães.”
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