A falta de educação pública de boa qualidade prejudica o país em diversos setores.
Perdemos o capital humano potencial aos caminhões, para pensarmos dentro dos marcos econômicos vigentes. Isso no atacado.
No varejo nossa estrutura educacional deixa milhares de jovens expostos ao risco da criminalidade e dos caminhos desajustados.
Por vezes a hipocrisia reinante deixa “buracos” espantosos.
Convivemos com uma verdadeira epidemia de gravidez na adolescência.
Crianças já emancipadas sexualmente, mas sem a maturidade suficiente para cuidar de outra criança.
A gravidez nestas jovens acarreta uma série de prejuízos, o maior deles é afastá-las da escolarização, embora de qualidade duvidosa, ainda representa saída e esperança dos muito pobres para alcançar coisa melhor na vida.
Não sei dizer com certeza de quem é a culpa. Podemos arriscar palpites: erotização precoce, ausência da família e falta de educação sexual.
A educação sexual e reprodutiva deveria ser uma disciplina à parte, com privilégios na grade curricular.
Não se trata de importar aqueles programas odiosos do Bush, o júnior, do tipo “mantenha-se virgem até o casamento”. Não estou falando de idiotices e nem da ilha da fantasia.
Devemos encarar esse problema e buscar soluções.
Se o problema é social ele deve pertencer a toda sociedade.
Só distribuir camisinha e contraceptivos é pouco, não resolveu o problema.
Precisamos de intervenção urgente, afinal é problema educacional e de saúde pública!
Vejam a matéria abaixo, do portal da Agência Brasil:
Gravidez na adolescência afasta jovens das salas de aula
Amanda Cieglinski - Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nem a metade dos adolescentes de 15 a 17 anos está matriculada no ensino médio, etapa escolar indicada para essa faixa etária, e 18% estão fora da escola. O quadro pode ser ainda mais pessimista para as jovens. Quando cadernos e livros dão lugar às fraldas e mamadeira, boa parte das mães adolescentes acaba desistindo da escola.
Segundo informações do Ministério da Educação, um terço das jovens nessa faixa etária que estão fora da escola já é mãe.
Aos 19 anos, Juliana Rocha da Silva, é mãe de duas crianças. Ela parou de estudar aos 15 anos, quando ficou grávida pela primeira vez. Casou-se, mas acabou perdendo o bebê. Aos 16 anos, engravidou novamente, e nasceu Hugo. Logo depois, veio Danielle, hoje com um ano. De lá para cá, Juliana tentou voltar a estudar quatro vezes, mas acabou desistindo.
“Quando engravidei, eu enjoava. Depois, a barriga começou a aumentar e a ficar pesada e, para mim, era muito difícil ir à escola. Hoje quando eu penso em voltar, vêm outras dificuldades, porque não tem quem fique com as crianças”, conta Juliana.
Desde 1999, um projeto do Hospital Universitário de Brasília (HUB) oferece acompanhamento especial às adolescentes que já são mães. A coordenadora do programa, professora Marilúcia Picanço, que já atendeu mais de 800 meninas, destaca a vergonha e o cansaço como principais motivos apontados pelas jovens para abandonar a escola. Segundo a professora, 30% das adolescentes já estavam fora da escola antes de engravidar.
“Das que ainda estudavam, um percentual de 30% a 50% abandona os estudos. Elas dizem que sentem vergonha e cansaço. Algumas continuam a estudar, mas, quando chega mais perto do nascimento do bebê, param de ir à escola”, afirma a pesquisadora. E, quando já são mães, os cuidados com o bebê dificultam seu retorno à sala de aula.
De acordo com Marilúcia, as mães que conseguem retomar os estudos são aquelas que recebem apoio da família. Mas um colégio que seja adequado às necessidades da aluna também é importante para garantir o sucesso escolar.
“Eu já sinto que as escolas estão mudando, apoiando mais e discriminando menos, mas a família é essencial. Se a menina mora perto da escola, a mãe ou a sogra leva o bebê para ela amamentar. Mas, se estuda longe de casa, não tem como ficar com a criança dentro da sala de aula por quatro ou seis horas”, compara.
Juliana espera um dia conseguir terminar o ensino médio. Ela pretende voltar este ano para a escola. Como ela, 40% das jovens atendidas pelo projeto do HUB engravidam pela segunda vez nos dois anos seguinte após o parto.
“Sem estudo não dá para fazer nada na vida. Eu penso em chegar à faculdade, mas, se conseguir concluir pelo menos o ensino médio, para mim já é uma vitória”, afirma.
Fonte: Agência Brasil – disponível em http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/03/06/materia.2009-03-06.1966497764/view
Perdemos o capital humano potencial aos caminhões, para pensarmos dentro dos marcos econômicos vigentes. Isso no atacado.
No varejo nossa estrutura educacional deixa milhares de jovens expostos ao risco da criminalidade e dos caminhos desajustados.
Por vezes a hipocrisia reinante deixa “buracos” espantosos.
Convivemos com uma verdadeira epidemia de gravidez na adolescência.
Crianças já emancipadas sexualmente, mas sem a maturidade suficiente para cuidar de outra criança.
A gravidez nestas jovens acarreta uma série de prejuízos, o maior deles é afastá-las da escolarização, embora de qualidade duvidosa, ainda representa saída e esperança dos muito pobres para alcançar coisa melhor na vida.
Não sei dizer com certeza de quem é a culpa. Podemos arriscar palpites: erotização precoce, ausência da família e falta de educação sexual.
A educação sexual e reprodutiva deveria ser uma disciplina à parte, com privilégios na grade curricular.
Não se trata de importar aqueles programas odiosos do Bush, o júnior, do tipo “mantenha-se virgem até o casamento”. Não estou falando de idiotices e nem da ilha da fantasia.
Devemos encarar esse problema e buscar soluções.
Se o problema é social ele deve pertencer a toda sociedade.
Só distribuir camisinha e contraceptivos é pouco, não resolveu o problema.
Precisamos de intervenção urgente, afinal é problema educacional e de saúde pública!
Vejam a matéria abaixo, do portal da Agência Brasil:
Gravidez na adolescência afasta jovens das salas de aula
Amanda Cieglinski - Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nem a metade dos adolescentes de 15 a 17 anos está matriculada no ensino médio, etapa escolar indicada para essa faixa etária, e 18% estão fora da escola. O quadro pode ser ainda mais pessimista para as jovens. Quando cadernos e livros dão lugar às fraldas e mamadeira, boa parte das mães adolescentes acaba desistindo da escola.
Segundo informações do Ministério da Educação, um terço das jovens nessa faixa etária que estão fora da escola já é mãe.
Aos 19 anos, Juliana Rocha da Silva, é mãe de duas crianças. Ela parou de estudar aos 15 anos, quando ficou grávida pela primeira vez. Casou-se, mas acabou perdendo o bebê. Aos 16 anos, engravidou novamente, e nasceu Hugo. Logo depois, veio Danielle, hoje com um ano. De lá para cá, Juliana tentou voltar a estudar quatro vezes, mas acabou desistindo.
“Quando engravidei, eu enjoava. Depois, a barriga começou a aumentar e a ficar pesada e, para mim, era muito difícil ir à escola. Hoje quando eu penso em voltar, vêm outras dificuldades, porque não tem quem fique com as crianças”, conta Juliana.
Desde 1999, um projeto do Hospital Universitário de Brasília (HUB) oferece acompanhamento especial às adolescentes que já são mães. A coordenadora do programa, professora Marilúcia Picanço, que já atendeu mais de 800 meninas, destaca a vergonha e o cansaço como principais motivos apontados pelas jovens para abandonar a escola. Segundo a professora, 30% das adolescentes já estavam fora da escola antes de engravidar.
“Das que ainda estudavam, um percentual de 30% a 50% abandona os estudos. Elas dizem que sentem vergonha e cansaço. Algumas continuam a estudar, mas, quando chega mais perto do nascimento do bebê, param de ir à escola”, afirma a pesquisadora. E, quando já são mães, os cuidados com o bebê dificultam seu retorno à sala de aula.
De acordo com Marilúcia, as mães que conseguem retomar os estudos são aquelas que recebem apoio da família. Mas um colégio que seja adequado às necessidades da aluna também é importante para garantir o sucesso escolar.
“Eu já sinto que as escolas estão mudando, apoiando mais e discriminando menos, mas a família é essencial. Se a menina mora perto da escola, a mãe ou a sogra leva o bebê para ela amamentar. Mas, se estuda longe de casa, não tem como ficar com a criança dentro da sala de aula por quatro ou seis horas”, compara.
Juliana espera um dia conseguir terminar o ensino médio. Ela pretende voltar este ano para a escola. Como ela, 40% das jovens atendidas pelo projeto do HUB engravidam pela segunda vez nos dois anos seguinte após o parto.
“Sem estudo não dá para fazer nada na vida. Eu penso em chegar à faculdade, mas, se conseguir concluir pelo menos o ensino médio, para mim já é uma vitória”, afirma.
Fonte: Agência Brasil – disponível em http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/03/06/materia.2009-03-06.1966497764/view
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