6.5.24

A mídia e a 3ª via

Faz tempo que a mídia nativa vem buscando uma “3ª Via” na tentativa de derrubar Lula e um projeto de centro-esquerda para o país.

Esse esforço da mídia e o equívoco da pouca atenção estratégica às eleições legislativas vem forçando uma composição cada vez mais a direita por parte do PT e do seu candidato.

Para refrescar a memória, tivemos Collor de Mello – o caçador de marajás –, depois Lula derrotou José Serra, dando início a um período de polarização entre PT e PSDB, marcando uma derrota ímpar da mídia hegemônica que se dividiu.


Na reeleição de 2006 houve maior equilíbrio por parte da mídia, pois o Lula não se mostrou tão feio assim no primeiro mandato, embora cercado pelo escândalo do chamado mensalão, ainda assim a eleição foi decidida no segundo turno, com Lula obtendo pouco mais de 60% dos votos no segundo turno derrotando o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Quando Lula indicou Dilma para sua sucessão a mídia resolveu se mexer e escolheu José Serra como a melhor opção para o Brasil. Foi ungido como a melhor alternativa para o Brasil pós Lula. Não deu certo. Dilma venceu com 55% dos votos válidos.



Para a sucessão de Dilma a mídia resolveu mudar de assunto, mas não muito e buscou uma alternativa dentro do PSDB mesmo, o herdeiro de Trancredo Neves foi o escolhido e o nomde de Aécio Neves passa a fazer parte do cenário nacional.

Também não deu certo. Dilma venceu com 51,5% dos votos e Aécio deu voz a necessidade de impossibilitar um novo governo do PT. Acabou aí a convivência civilizada da polarização até então existente.


Apoiado por um Congresso horrível, que só perde para o atual, Eduardo Cunha começou com as pautas bombas, inviabilizando de fato o governo, levando ao impeachment da presidenta.

Veio o Temer, seguido por Bolsonaro e, depois de 2022, Lula voltou. Novamente num governo de frente ampla, tendo que recorrer ao fisiologismo do Congresso, com o agravamento da conquista de parte importante do Orçamento da União por parte dos senhores deputados e senadores.

Todos esses momentos apresentaram um dado em comum: o pavor das elites conservadoras ao Lula e a busca, às vezes desesperadas, por uma alternativa democrática de direita!

Embora ainda faltem mais de 2 anos para a próxima eleição presidencial a cena se repete: a direita busca um representante “confiável”, perfumado e que saiba usar talheres à mesa.

O nome da vez é o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas. O governador que não sabe andar pela capital de São Paulo, que nunca morou em São Paulo e que foi escolhido pelo povo paulista como seu governador.

Bolsonarista moderado, como a mídia quer vende-lo, não existe! Se é bolsonarista, por definição, não pode ser moderado.

Será que a imprensa corporativa vai cometer esse equívoco novamente?

Nenhum comentário: