Por estes dias, lembrava ao meu filho, do tempo em que a convivência com pessoas que pensavam a política de maneira diferente eram amigas e tinham relações de carinho e afeto. E nem faz tanto tempo assim.
Mas, com o surgimento do “bolsonarismo” e todas as mensagens
preconceituosas que ele trouxe, juntamente com MBL, Vem Pra Rua e outros assemelhados,
o país mergulhou no ódio.
Desde então é uma sequência de episódios violentos e alguns
ainda impunes.
Assassinatos no varejo por conta de discordâncias políticas,
o ex-presidente (inelegível) ameaçando fuzilar opositores, bravatas dizendo que
não mais obedeceria a lei, incentivo para os seus seguidores darem a própria
vida para defender uma “liberdade” supostamente ameaçada, pregação de ódio
contra gays, negros e povos originários, enfim, um grande clamor pelo ódio.
Coroando esses episódios podemos citar as ocorrências em Brasília,
com a depredação de veículos e tentativa de invasão do prédio da PF, atentado à
bomba (não se efetivou) no Aeroporto da capital da República às vésperas do
Natal e os atentados contra os prédios do STF, Congresso Nacional e Palácio do
Planalto.
O que eles têm em comum? Foram cometidos pelos radicalizados
de direita, bolsonaristas e permanecem impunes, principalmente no que diz
respeito aos financiadores e ideólogos.
Tal impunidade, somada a linguagem do ódio praticado por
lideranças políticas levaram ontem ao atentado cometido por um homem em
Brasília, que resultou na sua própria morte.
Puxando pela memória, me ocorre o atentado do Rio Centro,
que por pouco não acabou em grande tragédia, vitimando apenas os “supostos”
executores do plano macabro, que consistia em colocar bombas no Rio Centro, por
ocasião das comemorações do 1º de Maio de 1981.
Na ocasião morreram um dos autores, um sargento e um capitão
ficou ferido. O plano não deu certo, mas o potencial de destruição e morte eram
enormes. Mais de 20.000 estavam no pavilhão para as comemorações do 1º de Maio
e os militares planejaram atribuir aos grupos de esquerda e assim justificar um
maior fechamento da ditadura.
Resta-nos esperar as investigações para sabermos quem está
por trás do atentado de ontem ou se o episódio não passou de um gesto
tresloucado de um fanático do bolsonarismo.