Li na Folha on-line hoje que o MEC está discutindo o ensino religioso na escola pública. (Clique aqui para ler a matéria).
Declara Ricardo Henriques, secretário da Secad (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade): "Queremos aproveitar o ambiente rico da educação para tentar fazer com que as várias visões de mundo conversem. O ensino religioso, a partir de uma visão ecumênica, tem a potencialidade de discutir a tolerância e o pluralismo".
Ora, para discutir tolerância e pluralismo o Estado não precisa meter-se na vida religiosa do indivíduo, isso é papel da família e do seu grupo social, bastaria estimular tal debate nas disciplinas de história, geografia, filosofia, língua portuguesa, ou ainda retomar a idéia de transversalidade do tema, abordando-o ao longo dos anos de escolarização em projetos com tais finalidades.
O ensino religioso na escola pública subverte o princípio laico do Estado. O que fazer com os ateus? Como garantir representatividade para todos os credos? Esse papel é da escola?
Claro está que a escola vem assumindo vários papéis que, em outros momentos, pertenciam à família, por exemplo, mas tais funções não estabelecem conflitos nem com a família e muito menos com o aparato constitucional do Estado.
A meu ver tal não acontece com o ensino religioso na escola pública. Ele contraria a Constituição Federal (artigo VI, Dos Direitos e Garantias Fundamentais – CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS).
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2 comentários:
Bom, é lamentável que uma disciplina como essa volte a assombrar as escolas públicas, mas eu concordo que deva existir um espaço para a discussão dos credos e não credos, de maneira que os alunos pudessem aprender a conviver com as diferenças... não creio que haja espaço nas aulas já estabelecidas (história ou geografia), mas que uma outra disciplina (não partidária de qualquer religião) devesse ter a função de integrar todas as demais (de matemática à geografia) para discutir a questão da aceitação do outro... talvez a filosofia com toques de sociologia fosse bem mais interessante e produtiva, huh?
Concordo! Talvez algo como ética, tolerância... mas de forma alguma com conotação religiosa...
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