Fui ao sacolão no Butantã no último domingo. Ao sair, por volta das 11 horas da manhã, vi uma figura solitária ao lado do carro, fumando.
Era José Genoíno.
Nem sombra daquele deputado eloqüente, com um carisma formidável, candidato a governador extremamente popular.
Amuado em seu canto, com medo do contato com seus antigos eleitores, era uma verdadeira sombra política.
Participei da primeira campanha de José Genoíno para deputado federal em 1982.
Tinha uma enorme admiração pela sua capacidade de oratória e pela sua história política. Naquela mesma eleição ele me decepcionou profundamente, senti-me traído, pois ele e sua turma abandonaram o candidato a deputado estadual, o operário Fernando do Ó. Ambos compunham uma "chapa" por assim dizer.
Enquanto nós carregávamos a candidatura de Genoíno na zona sul da cidade, ele fazia conchavos com políticos do tipo de Sérgio Santos e Paulo Diniz, populistas, que algum tempo depois abandonaram o PT.
Depois da campanha evitei contato com ele e seu grupo.
Durante minha militância no PT, que durou efetivamente até a metade da década de 90, vi o seu direcionamento para a direita partidária até a composição do tal "Campo Majoritário".
Ao olhar aquele homem grisalho, triste e amedrontado, olhei também para o meu passado militante.
Vi minha incapacidade de fazer política, minhas derrotas com mais um punhado de companheiros, incapazes de fazer o PT cumprir seu papel histórico de educar o povo brasileiro para a política.
Senti pena. Dele. De mim mesmo. Também do povo brasileiro.
Texto publicado em 08/11/05.
http://proftoni.zip.net/arch2005-11-06_2005-11-12.html
Era José Genoíno.
Nem sombra daquele deputado eloqüente, com um carisma formidável, candidato a governador extremamente popular.
Amuado em seu canto, com medo do contato com seus antigos eleitores, era uma verdadeira sombra política.
Participei da primeira campanha de José Genoíno para deputado federal em 1982.
Tinha uma enorme admiração pela sua capacidade de oratória e pela sua história política. Naquela mesma eleição ele me decepcionou profundamente, senti-me traído, pois ele e sua turma abandonaram o candidato a deputado estadual, o operário Fernando do Ó. Ambos compunham uma "chapa" por assim dizer.
Enquanto nós carregávamos a candidatura de Genoíno na zona sul da cidade, ele fazia conchavos com políticos do tipo de Sérgio Santos e Paulo Diniz, populistas, que algum tempo depois abandonaram o PT.
Depois da campanha evitei contato com ele e seu grupo.
Durante minha militância no PT, que durou efetivamente até a metade da década de 90, vi o seu direcionamento para a direita partidária até a composição do tal "Campo Majoritário".
Ao olhar aquele homem grisalho, triste e amedrontado, olhei também para o meu passado militante.
Vi minha incapacidade de fazer política, minhas derrotas com mais um punhado de companheiros, incapazes de fazer o PT cumprir seu papel histórico de educar o povo brasileiro para a política.
Senti pena. Dele. De mim mesmo. Também do povo brasileiro.
Texto publicado em 08/11/05.
2 comentários:
Pôxa Massa! esse texto. O Genoíno é pai de uma colega nossa da Pedagogia USP e já o encontramos algumas vezes. Imáginá-lo nessa situação é entristecedor, mas o PT fez a escolha do poder e não do povo e isso justifica tal cena.
Será que todos vamos aprender com esse processo e militar em prol do mundo de outra maneira...
É isso, e aí, mande notícias!
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