8.2.08

Os cartões corporativos

Novamente a mídia presta um desserviço à política ao trombetear a “farra dos cartões corporativos”.
Melhor seria se ela investigasse os desmandos, ilegalidades e ilegitimidades em todas as esferas do governo: executivo, legislativo e judiciário, bem como em todas as instâncias de governo: federal, estadual e municipal.
Acontece hoje algo semelhante ao “mensalão”. Poderia a imprensa ter, naquele momento, aprofundado a questão e realizado uma grande devasse nos caixas de campanha, escancarando as ilegalidades do sistema operado sabe-se lá desde quando.
Não fez isso. Embarcou numa ação partidária tentando legitimar o impeachment de Lula, deu com os burros n’água!
Novamente repete o erro.
Ao partidarizar a questão elimina a discussão política com “P” maiúsculo e novamente lança tudo o que pode contra o governo, talvez objetivando favorecer os seus candidatos – sim a grande mídia os tem as pencas – nas eleições municipais.
Ignora os problemas nos estados e municípios e quando os mostra, como faz a Folha de S.Paulo de ontem e hoje, só falta pedir desculpa para o seu candidato, no caso do Folhão é o José Serra.
Bem faz a OAB, que pede que todas as suas seccionais dediquem tempo e pesquisa aos cartões estaduais e gastos feitos de maneira semelhante. O pior: os estados não dispõem de um portal de transparência, como o governo federal, o que torna a missão muito mais difícil (clique aqui para acessar o Portal Transparência).
Graças ao Portal Transparência que a imprensa fez todo esse alvoroço, mas de modo classificatório.
Pegaram um ministro comprando tapioca, mas não pegaram o motorista do ex-presidente FHC abastecendo o automóvel 4 vezes no mesmo posto e no mesmo dia. Clique aqui para ver a “prova”, ou procure no Portal pelo nome do servidor.
Leia aqui o que o Blog Onipresente tem a dizer sobre o tema.
Já o Paulo Henrique Amorim, no site Conversa Afiada (clique no título para ter acesso à matéria), dedicou-se a noticiar os gastos, semelhantes aos do governo federal, do governador José Serra. A pressão de PHA deu certo e a Folha de S.Paulo teve que noticiar e tratar do tema também.
Então ficamos combinados: nada de errado com o uso de cartões corporativos e tudo de errado com as despesas ilegais, sejam elas realizadas com cartão corporativo, licitação fraudulenta ou outros meios ilícitos.

Nenhum comentário: