15.8.22

Voto obrigatório é um desserviço à democracia

Em abril de 2008 publiquei um texto contra o voto obrigatório. O tempo passou, mas continuo com a mesma opinião: voto obrigatório é uma anomalia!

Não é possível que, em pleno século XXI, as pessoas sejam obrigadas a exercer um direito. Isso causa, a meu ver, enorme distorção no sistema de representação política.




Fiz alguns recortes de contextualização no texto original:

A obrigatoriedade do voto é uma anomalia que precisa ser corrigida imediatamente, deveria ser item prioritário da Reforma Política, aquela prometida faz tempo e que nunca acontece.

Obrigar o indivíduo, sob coação, a fazer algo não pode ser encarado como exercício de um direito.

Tal obrigatoriedade fragiliza um dos principais elos do exercício político: o partido!

O partido político além de disputar o poder, o que é legítimo, deveria também preocupar-se em educar o cidadão para a política e a representação, esforçando-se por ser um canal de participação, ao mesmo tempo em que renovaria suas próprias lideranças.

Considero que dentre os vários problemas políticos existentes em nossa legislação o voto obrigatório é o mais escandaloso, seguido de perto do instituto da reeleição.

Como é no mundo:

Politize. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/coluna/atualidades-vestibular/por-que-o-voto-no-brasil-nao-e-facultativo/

A reeleição permite a criação de “donos de cargos representativos”. Isso à direita e à esquerda, afinal já tem ex-guerrilheiro com 24 anos como deputado federal “profissional”.

Isso inibe o surgimento de novas lideranças e a oxigenação da representação parlamentar.

O voto facultativo obrigaria os partidos políticos a fazerem-se presentes no cotidiano das pessoas, nas fábricas, escolas, nos bancos etc., pois seria mais importante convencê-la a participar para depois pedir-lhe o voto.

Com a obrigatoriedade vemos os partidos jogando suas fichas no “marquetingue” político em detrimento de ideias e propostas.

Programa de governo então é coisa que só é produzida depois que ocorre a eleição e olhe lá!

As legendas de aluguel, que pontificam no horário político obrigatório, tenderiam ao desaparecimento, pois o teatro político seria transferido para a vida real, longe das telinhas e das jogadas asquerosas.

Embora várias pesquisas de opinião indiquem a contrariedade da população com relação ao voto obrigatório, as iniciativas legislativas contra ele não têm prosperado.

A CNN fez uma radiografia das abstenções nas últimas eleições presidenciais:

Disponível em https://www.cnnbrasil.com.br/politica/eleicoes-2022-acirramento-e-economia-tendem-a-elevar-comparecimento-as-urnas/






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