4.4.08

O (PÉSSIMO) show da notícia

Estou especialmente amargo com a grande imprensa hoje.
A Revista Placar expõe ao grande público o drama pessoal de Casagrande, ex-jogador de futebol.
Detalhes mesquinhos sobre sua vida privada, o fim do seu casamento e até mesmo o atual salário dele na Rede Globo estão lá nas páginas da revista e no site da mesma.
Ainda bem que não está na capa da edição, senão eles poderiam igualar-se a Veja, com aquela capa terrível sobre o Cazuza, quando este sofria as seqüelas do HIV.
A cobertura sobre a morte da menina Isabela já ultrapassou todos os limites da ética.
Jornais que considero acima da mediocridade nacional, como o Jornal da Gazeta, entrevistou um senhor encarregado de levar o almoço para o pai da menina na carceragem e arrancou dele a preciosa informação: “a quentinha era de arroz, feijão, lingüiça...”.
Existem equipes na porta da delegacia onde o pai está detido, outra na delegacia onde a madrasta está detida, outra acompanhando a mãe, isso sem contar os inúmeros especialistas ouvidos, principalmente pelo jornalismo asqueroso das grandes redes de TV, sem exceção!
Até quando eles tratarão notícias como show? Sofrimento como espetáculo?

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