18.3.24

62

Meus pais e eu (estou sentado, minha mãe é só baixinha mesmo)

Aqui estou para falar um pouco sobre mim mesmo. Mas não é para contar histórias, é apenas para dizer que dia 16 último completei 62 anos de idade.

Não pensei que alcançaria essa idade, por razões várias, nem mesmo imaginava que seria possível viver tanto.

Por ocasião do aniversário fiquei de alma lavada e enxaguada, como diria o velho Odorico Paraguaçu (azar de quem não o conheceu).

Almocei com meus pais, esposa, irmãs e sobrinhos, muita risada como de costume. Faltou o filhão, mas ele veio um dia antes para dar um beijo e um abraço.

Depois, nas redes sociais e por telefonemas (moda antiga) os parabéns dos amigos mais próximos e, para completar, via redes sociais, os cumprimentos recebidos de ex-alunos, ex-alunas e de ex-colegas de trabalho.

Fiquei feliz por ter sido lembrado por alunos e alunas queridas da primeira escola na qual lecionei, ainda no século passado, particularmente por ser lembrado por pessoas da primeira turma de ensino fundamental e de ensino médio que pude acompanhar por toda aquela fase.

Muitos alunos de cursinho, o que é natural, dada a proximidade das relações estabelecidas.

Uma coisa me chamou a atenção. Não recebi nenhum tipo de cumprimentos dos alunos e alunas da última escola na qual lecionei, embora tenha desenvolvido uma boa relação com alunos e alunas dessa instituição.

Mas foi nela que tive os maiores enfrentamentos, desde 2016/2017, com a turminha do MBL e do Escola sem Partido. Para ser justo eles eram minoritários, mas eram barulhentos. E vejam que coincidência, deles não recebi nenhum abraço ou felicitações.

Nesses 62 anos tive muitas falhas e errei bastante, mas sempre de cabeça erguida por conta das escolhas políticas, das causas que abracei e do profissionalismo no trato com a docência.

Lembro-me dos amigos da adolescência, quando nos sentávamos na praça da igreja, lá em Varginha, e falávamos como seria o distante ano 2000, os carros voariam, as pessoas não se prenderiam aos lugares etc. e tal.

A gente sonhava e imaginava um mundo sem guerras, sem fome, sem doenças, uma vez que a ciência daria conta de tudo.

Às vezes sinto vontade de ter uma conversinha com aquele moleque de 15 anos, que achava que era fácil mudar o mundo. Até parece.

E aqui estamos, 62 anos depois e sinto que o mundo ao meu redor está pior, passamos poucas e boas, vivemos uma ditadura terrível, cercado por outras piores e temos que tolerar um bando de imbecis, com elevado déficit cognitivo, pedindo a volta da ditadura!

 Vimos as guerras do Vietnã e da África, dentre outras, com tantas atrocidades e a gente pensava que nunca mais veríamos nada igual e hoje temos a Faixa de Gaza.

Gasta-se uma fortuna em armas e destruição, enqanto milhões padecem de fome.

É, acho que teremos que deixar para as próximas gerações dar um jeito nesse trem aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mudar o mundo não será fácil um mundo sem fome e sem querra acho que é só em nossos sonhos.