13.3.24

01 de abril de 1964

 No mês de março algumas pessoas e instituições comemorarão o golpe de 1964, que instituiu uma ditadura militar, com forte apoio do empresariado nacional, com raras exceções.

Leonardo Silva de Recife, Pernambuco, Brasil , CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Prefiro lembrar a data, com muita raiva, de 01 de abril, quando, de fato, os tanques foram às ruas e deram início a um longo período de terror, que matou e “desapareceu” muitos brasileiros e brasileiras valorosos.

Infelizmente o governo Lula opta por ignorar a data, assim como está ignorando os mortos e desaparecidos políticos em nome de uma pacificação, que mais se assemelha e uma rendição aos milicos.

Ao contrário de países vizinhos, que passaram por ditaduras semelhantes, não punimos os militares e os civis que mataram e desapareceram com pessoas, deixando muitas famílias com a dor da perda e de não poder plantear seus mortos

Lançar luzes sobre esse passado recente é fundamental para que ele não se repita e seria muito pedagógico para construção do nosso futuro.

Penso que a tentativa de golpe de 8/1/23 e toda a movimentação da extrema direita, com protagonismo de alguns oficiais das Forças Armadas, tem uma relação óbvia com a impunidade do que aconteceu a partir de 1964.

Esse acerto de contas é muito necessário, tanto o acerto com o 8/1//23, quanto o acerto de contas com a ditadura cívico-militar de 1964. Sem isso nunca teremos um país de verdade.

Não entendo que as Forças Armadas sejam pacificadas deixando esses indivíduos, que cometeram crimes, livres, leves e soltos.

Precisam ser punidos de acordo com os regulamentos das Forças Armadas e de acordo com a justiça criminal também. Na sua maioria esses oficiais são pessoas perversas, que tem um senso muito próprio de democracia e verdade.

A partir de 1964 deram início a uma guerra interna, contra comunistas que, segundo eles, estariam prontos para tomar o país. Em nome dessa guerra torturaram, mataram, despareceram com operários, estudantes, políticos e pessoas anônimas.

Forjaram fugas, atropelamentos e suicídios. A impunidade faz parecer que os agentes do Estado que possuem armas possuem também o poder sobre a vida e a morte das pessoas não armadas.

Enquanto não houver julgamentos e reparações históricas, principalmente a localização dos corpos daqueles que foram assassinados, não haverá paz.

Precisamos seguir o exemplo da Argentina, Chile e Uruguai, nossos vizinhos que viveram ditaduras semelhantes e mostrar para os jovens do que eles foram capazes.

Assim terminaremos de vez com a escola sem partido e deixaremos os adeptos das ditaduras sem coragem de colocar a cara a mostra.

Um comentário:

Anônimo disse...

Crueldade