Morava em Varginha, antes da chegada do ET, e uma de nossas diversões prediletas eram as pescarias no Rio Verde.
Sempre havia um rancho (normalmente uma casa bem simples e com muitos improvisos) disponível, e íamos em grupo, normalmente para o fim de semana.
Além da linha, anzol, iscas, o sortimento era completado com cachaça, cerveja e baralho.
Numa destas pescarias, já tarde da noite e com o estoque de cachaça amplamente prejudicado, começamos a ouvir um barulho mais ou menos assim: toc-toc-toc...tsssiiiiii.
Apuramos os ouvidos, um por um da turma, e o barulho persistiu. Tomados pela coragem que só os bêbados possuem saímos em busca do som.
Reviramos a casa, o forno que ficava ao lado, os arbustos, o local onde estavam estacionados os carros e nada.
E lá estava o barulho, em algum lugar: toc-toc-toc...tsssiiiiii...um breve intervalo e de novo: toc-toc-toc...tsssiiiiii...
Aí veio o pânico, até que um dos integrantes, pouca coisa mais lúcido do que o os outros, sugeriu: - pode vir do rio, vamos todos juntos olhar! Tomou um lampião e saiu a frente do grupo, diga-se de passagem, o grupo todo, com exceção deste corajoso, já estava bastante reticente na busca.
Ao chegarmos à margem do rio, vimos um tronco caído, parte dentro e outra fora d'água. Em cima dele um pica-pau, mas a madeira era tão dura que quando o pica-pau fazia a sua arte, toc-toc-toc, o bico esquentava muito, então ele o colocava dentro d'água fazendo aquele barulho: tsssiiiiii...
Não era assombração e também não é mentira!
Texto publicado em 4/2/05.
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3 comentários:
hahahhaa....é a primeira mentira de pescador que conheço que não envolve um peixe gigante ou uma tragédia de igual tamanho que justificasse a não presença do peixe gigante na volta ao lar. Muito boa, Toni!
muito legal ahhahahahahh
muito legal ahhahahahahh
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