Crise! Esse é o termo mais utilizado na imprensa, nas mesas de bares, nas esquinas, enfim todos nós sabemos das crises. Podemos enumerá-las aos montes. Algum espertalhão da memória, desses que adoram programas de esporte e são capazes de recitar a escalação do São Bento de Sorocaba de 1959, mesmo que ainda não estivessem vivos, fará um game com o tema, ou um "Guia dos Curiosos" sobre as crises que nos atormentaram e atormentam desde o Império.
A da vez é a dos Correios. A revista Veja pegou um moço do terceiro escalão, dizendo que agia em nome de Roberto Jefferson (o comandante da tropa de choque do Collor) e fez o estardalhaço, remetendo a bomba para o colo do presidente Lula.
Não vou aqui defender o governo e menos ainda o PTB, conhecido pela defesa intransigente de Fernando Collor de Mello à época do impeachment.
Vamos aos fatos: a direita efeagaceana, com Veja e Folha de S.Paulo à frente, está louca para fabricar a "mãe de todas as crises", que levaria o príncipe dos sociólogos de novo ao poder.
Na verdade podemos procurar o endereço do nascedouro desta, assim como de outras crises no nosso sistema político.
Por isso a reforma política é tão urgente e necessária. Temos que dar um basta aos coronéis, antigos e novos. Não é possível assistirmos a tamanha transformação do PT, que abandonou os movimentos sociais em detrimento do jogo parlamentar. Vejam, até mesmo o PC do B, com seus ministérios e seus jogos legislativos tem se distanciado dos movimentos vivos.
A reforma política, para mudar nossa cultura, tem que enfrentar alguns problemas centrais:
- voto livre: exerce o direito quem quer, assim os partidos teriam que se preocupar com seus eleitores 24 horas por dia, 365 dias por ano! Essa medida poria a educação política à frente dos marqueteiros;
- financiamento de campanhas: não podemos mais ter financiadores privados, esse financiamento tem que ser público;
- listas partidárias: os votos deverão ser carreados para os partidos, ou seja, para um conjunto de idéias e propostas e não para o fulano ou sicrano;
- fidelidade partidária: se o eleito não comunga mais das idéias do partido que o elegeu tem todo o direito de ir embora, mas o mandato tem que ficar com o partido.
Esses mecanismos, a meu ver, poderiam transformar a cultura política do nosso país positivamente.
Resta saber se os políticos atuais toparão cometer haraquiri!
Texto publicado em 29/5/05.
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