11.1.07

Educação: política de Estado

A Folha de S.Paulo (clique aqui, só para assinantes) de hoje noticia a desativação de uma parcela do programa “Escola da Família”, grande vedete do ex-secretário de Educação do Estado de São Paulo, senhor Gabriel Chalita.
O orçamento sofrerá redução de 50%, logo os pontos de atendimento também. Não quero discutir a qualidade do programa, nem sua eficácia, mas sim a facilidade com que se criam programas para a “salvação da pátria” da escola pública e, com a mesma facilidade, se acaba com eles. Basta trocar de governo, no caso de São Paulo saiu um do PSDB e entrou outro... do PSDB e as mudanças já começam a ser feitas.
O argumento central é que verbas estavam sendo desperdiçadas. Ora, que tal responsabilizar os maus gastadores do dinheiro público por tal desperdício?
De acordo com os novos gênios que aportaram na Secretária da Educação e no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo) o remédio para os problemas vividos pela educação é simples: mais um professor por sala nas primeiras séries do ensino fundamental.
Não é uma maravilha? Ao invés de reduzir o número de alunos por sala, medida salutar para melhoria na qualidade da aula, vamos aumentar o número de professores por sala!
Penso que esta solução é inédita no Planeta, quem sabe até mesmo no Universo ainda desconhecido.
Em contrapartida, o professor Mário Sérgio Cortella afirma que a primeira medida para uma educação de qualidade e universalizada seria a elevação dos gastos, passando a um patamar de 10% do PIB. Vejam, ele não diz “10% da receitas do Estado”, diz do PIB!
O seu modo de pensar está expresso de forma brilhante e clara na revista Carta na Escola (Edição nº. 12, Dezembro de 2006), uma publicação apoiada nas matérias da Revista Carta Capital, dedicada aos alunos professores do Ensino Médio.
No site de relacionamentos Orkut, uma comunidade discute a limitação do número de alunos por sala, 25 alunos por sala, como sendo uma medida essencial para a qualidade do trabalho docente e discente.
A aprovação do FUNDEB pode trazer um respiro ao setor, mas precisamos de mais do que isso.
Precisamos de uma política de Estado para a educação, que não esteja sujeita aos humores dos políticos que assumem os governos de tempos em tempos, mas uma política que seja encampada por significativa parcela da sociedade!

Um comentário:

Anônimo disse...

10% do PIB é dinheiro pra burro! E tem que ser mesmo! O Chalita não teve as melhores idéias do mundo e, como professor do mestrado do Mackenzie, deixou muito a desejar. VMP