Já escrevi aqui sobre fazer 60 anos e isso me fez lembrar do texto que segue abaixo, relembrando dos meus almejados 18 anos.
Como faz tempo, convém
lembrar um pouco. É uma das memórias mais deliciosas que tenho.
Um dia inesquecível
Sempre
guardamos alguns acontecimentos de maneira especial.
A minha maior
emoção foi o nascimento do meu filho. Indescritível!
Agora tem uma
outra data que ficará na memória para sempre: 22/03/1980. Neste dia alguns
amigos organizaram uma festa surpresa para comemorar os meus 18 anos, daquelas
de não se esquecer para o resto da vida.
Morava em
Varginha (pré-ET) e tinha um enorme grupo de amigos de escola, trabalho, teatro
e tantas andanças por aquela cidade.
Passei o meu
aniversário em São Paulo, com meus pais e meus avós e logo depois retornei a
Varginha.
Estranhei,
pois ninguém me cumprimentou ou fez festa ao me ver. Parecia que todos tinham
esquecido da data.
Isso era
imperdoável para alguém como eu, sempre tão zeloso em distribuir alegria e tão
presente na vida dos amigos.
Fiquei muito
triste, decepcionado mesmo! Era uma carência só. Paulo, meu grande amigo,
convidou-me então para o aniversário de sua irmã, como se o meu não tivesse
existido! Que afronta.
Tive vontade
de dizer não, mas a possibilidade de “encher a cara” e posar de coitado me
convenceu a ir.
Ele armou
toda uma encenação, dizendo que algumas amigas de colégio também foram
convidadas, e que nós iríamos buscá-las, etc. e tal.
Muito a
contragosto fui com ele à casa de Delba, uma amiga muito querida. Quando
chegamos a casa, ela já estava à porta, pronta para sair.
Veio com uma
desculpa esfarrapada, que não poderia ir conosco, pois tinha o aniversário de
um amigo muito importante e querido.
Vejam minha
situação: relegado às traças, indo até a casa dela para encontrá-la e aí me vem
com essa justificativa tola! Tive um chilique!
Ela então nos
convidou para entrar, tomar uma água ou uma cerveja.
Quando entrei
na casa da Delba e ela acendeu a luz, lá estavam todos, um montão de amigos,
festejando-me. Fui às lágrimas como de hábito.
O melhor
ainda estava por vir. Como só acontece em festas de colegiais, alguns amigos
armaram toda uma situação para que eu vencesse a timidez e conseguisse me
aproximar do meu primeiro amor.
Já havia me
apaixonado antes, mas nunca como daquela vez. Era uma mulher altiva, forte, de
muita coragem, que sempre admirei, uma amiga de todas as horas.
Não era a
menina mais bonita, mas quando ela sorria eu perdia completamente os sentidos.
Terminamos
aquela noite um nos braços do outro, contando estrelas e roubando beijos,
marcando o início de uma das melhores fases de minha vida, que mais tarde, como
acontece com quase todos os seres do sexo masculino, atirei pela janela, mas aí
já é outra história. Abraços
Esse texto
foi publicado em 10/08/06.
2 comentários:
Muito bom! As boas surpresas são muito boas de reviver.
eu estava com meu 3 em um da Sony chique foi alegria o tempo todo
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