19.8.06

Um dia inesquecível

Sempre guardamos alguns acontecimentos de maneira especial. A minha maior emoção foi o nascimento do meu filho. Indescritível!
Agora tem uma outra data que ficará na memória para sempre: 22/03/1980. Neste dia alguns amigos organizaram uma festa surpresa para comemorar os meus 18 anos, daquelas de não se esquecer para o resto da vida.
Morava em Varginha (pré-ET) e tinha um enorme grupo de amigos de escola, trabalho, teatro e tantas andanças por aquela cidade. Passei o meu aniversário em São Paulo, com meus pais e meus avós e logo depois retornei a Varginha.
Estranhei, pois ninguém me cumprimentou ou fez festa ao me ver.
Parecia que todos tinham esquecido da data. Isso era imperdoável para alguém como eu, sempre tão zeloso em distribuir alegria e tão presente na vida dos amigos. Fiquei muito triste, decepcionado mesmo! Era uma carência só.
Paulo, meu grande amigo, convidou-me então para o aniversário de sua irmã, como se o meu não tivesse existido! Que afronta. Tive vontade de dizer não, mas a possibilidade de encher a cara e posar de coitado me convenceu a ir.
Ele armou toda uma encenação, dizendo que algumas amigas de colégio também foram convidadas, e que nós iríamos buscá-las, etc. e tal.
Muito a contragosto fui com ele à casa de Delba, uma amiga muito querida.
Quando chegamos a casa, ela já estava à porta, pronta para sair. Veio com uma desculpa esfarrapada, que não poderia ir conosco, pois tinha o aniversário de um amigo muito importante e querido.
Vejam minha situação: relegado às traças, indo até a casa dela para encontrá-la e aí me vem com essa justificativa tola! Tive um chilique!
Ela então nos convidou para entrar, tomar uma água ou uma cerveja.
Quando entrei na casa da Delba e ela acendeu a luz, lá estavam todos, um montão de amigos, festejando-me.
Fui às lágrimas como de hábito.
O melhor ainda estava por vir.
Como só acontece em festas de colegiais, alguns amigos armaram toda uma situação para que eu vencesse a timidez e conseguisse me aproximar do meu primeiro amor.
Já havia me apaixonado antes, mas nunca como daquela vez.
Era uma mulher altiva, forte, de muita coragem, que sempre admirei, uma amiga de todas as horas.
Não era a menina mais bonita, mas quando ela sorria eu perdia completamente os sentidos.
Terminamos aquela noite um nos braços do outro, contando estrelas e roubando beijos, marcando o início de uma das melhores fases de minha vida, que mais tarde, como acontece com quase todos os seres do sexo masculino, atirei pela janela, mas aí já é outra história.
Abraços

2 comentários:

Anônimo disse...

Que bonitinho, Toni! "Ah, que saudade dos meus dezoito anos!" Ria do meu pai quando ele dizia isto, aos suspiros, vez por outra. Agora vejo eu e meus amigos fazendo o mesmo. Eita tempos bons aqueles. Vivi muitas emoções na adolescência mas não tive a popularidade suficiente para ganhar uma festa surpresa, inclusive no meu aniversário pouquíssimos amigos compareciam. Por mais que minha mãe justificasse que a ausência se dava porque eu tinha tido a honra de nascer em um 25 de dezembro, sei lá, era complicado compreender a concorrência desleal com o maior revolucionário da História. =)

Anônimo disse...

Muito bom, Toni. Bonito. Abração!