Não podemos aceitar que fato como esse da imagem se repita. Para além da imagem foi uma vida que se foi, vitimada por assassinos fardados em nome do Estado.
Por isso Lula
errou feio ao dizer, numa entrevista para a Rede TV, que não quer remoer o passado,
ao falar sobre os mortos e desaparecidos na ditadura cívico-militar.
Não se
trata de remoer nada, mas sim entender o passado e como foi possível permitir
tal violência por parte do Estado e, em seguida, com a redemocratização, por
quais razões esses crimes não foram devidamente punidos.
Quando
olhamos para nossos vizinhos, que tiveram experiências tão, ou mais dolorosas
como a nossa, conseguimos ver punições exemplares, como foi feito no Chile,
Argentina e Uruguai, por exemplo.
Por que não fizemos o mesmo? Os militares brasileiros “controlaram” o processo de redemocratização, chegando ao absurdo de anistiar a si próprios, até mesmo com relação a crimes praticados após a promulgação da Lei da Anistia.
Não
podemos anistiar crimes de sangue, sob pena de vê-los repetidos em outros
momentos. Os agentes do Estado, sejam soldados ou generais, devem ser severamente
punidos.
A coalizaomemoria.org.br publicou uma nota sobre
a declaração do Lula na Rede TV, citada a seguir, copiada da página do iclnoticiais.com.br:
“Entendemos que a fala do presidente é equivocada, e gostaríamos
de convidar o governo e a sociedade civil a refletir sobre a questão. Queremos
começar destacando que falar sobre os 60 anos do golpe de Estado não se trata
de remoer o passado. Pelo contrário, trata-se de colocar em debate o que
queremos para o futuro do Brasil”, informa a Coalizão que reúne mais de 100
coletivos e entidades de todo o país, entre elas o Instituto Vladimir Herzog.
“Localizar os desaparecidos deve ser parte de uma agenda mais
ampla, que passa inclusive por uma discussão sobre o quanto inúmeros setores da
sociedade foram atingidos pela ditadura e até hoje nem foram reconhecidos como
vítimas do regime. Indígenas, camponeses, moradores de favelas e periferias, a
população negra, os LGBTQIA+, os trabalhadores”, aponta a Coalizão.
Não
podemos compactuar ou aceitar pacificamente as declarações do presidente da República.
Dentre os muitos acertos de Lula devemos registrar esse episódio lamentável!
Muito
provavelmente se os envolvidos no golpe de 1964, militares ou não, tivessem sido
exemplarmente punidos, o 8/01/23 não teria acontecido.
2 comentários:
Justamente!!
Muito bom seu texto! O que aconteceu no passado não pode ser esquecido e nem jogar para debaixo do tapete.Bel
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