Estava pensando como comentar o episódio do espancamento da empregada doméstica no RJ por aqueles belos exemplares de bem-nascidos.
Lendo o blog Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha encontrei o texto que segue abaixo. É emblemático!
Lendo o blog Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha encontrei o texto que segue abaixo. É emblemático!
Show de horrores no You Tube: "serviçais" tratados como bichos de zoológico
Depois que cinco adolescentes espancam uma mulher, empregada doméstica "confundida" com prostituta, o Brasil fica chocado.
Não deveria.
[If you're here by mistake, let me introduce you to a different view of Brazil: skip the words and go directly to the links below. The videos show how some brazilians treat "their" domestic help. Looks like slavery to you?]
Basta acessar o You Tube para descobrir o desprezo pelo outro - em geral negro ou pobre -, o "andar de baixo", o "chulé", o "paraíba", a "baiana".
Presume-se que os internautas que usam o You Tube têm acesso à internet rápida, sejam razoavelmente sofisticados para filmar ou carregar um vídeo.
Podem ser estúpidos, não ignorantes.
É piada, é brincadeira, dirão alguns.
Mas eu fiz uma busca e não encontrei nenhuma brincadeira desse tipo tendo como protagonista o pai ou a mãe do internauta.
Os "serviçais" são "não-pessoas", ou seja, podem ser submetidos a "brincadeiras" como se fossem bichos.
Podem ter os direitos violados.
São de outro planeta.
É a expressão "benevolente" do ódio de classe, que pode explodir em outras "brincadeiras", como a do espancamento no Rio de Janeiro.
No caso do vídeo abaixo, o título poderia ser "Mulher doida" ou qualquer outro.
Mas é "empregada" doida.
Será que ela sabe que foi parar no You Tube para que os internautas possam se "divertir"?
http://br.youtube.com/watch?v=G0VzL4l07_g&NR=1
Aqui está um caso em que a empregada é acusada de ser "ladra".
O caso foi denunciado?
Ela foi condenada para ser exposta assim, em público?
http://br.youtube.com/watch?v=mjF7DsKh41k
Aqui, o internauta fez uma "produção" especial.
Leiam os comentários.
http://br.youtube.com/watch?v=AZaJghadsmw
Como elas não são consideradas gente, você pode ensinar sua empregada a falar feito um papagaio.
Este é o retrato mais acabado da relação do "andar de cima" com o "andar de baixo" no Brasil:
http://br.youtube.com/watch?v=z-JMDbUQYlc
Aqui a empregada é objeto de consumo sexual.
Feito no tempo da senzala.
http://br.youtube.com/watch?search=&mode=related&v=dFXl9vnVj98
E aqui a Maria é exibida feito um bicho.
Confesso que não vi graça.
É o Brasil do quartinho de empregada sem janela:
http://br.youtube.com/watch?v=dSqX0-li1K0
Depois fica todo mundo escandalizado com o espancamento de uma empregada doméstica.
Ué, mas se elas nem são tratadas como gente, o que esperar?
Não deveria.
[If you're here by mistake, let me introduce you to a different view of Brazil: skip the words and go directly to the links below. The videos show how some brazilians treat "their" domestic help. Looks like slavery to you?]
Basta acessar o You Tube para descobrir o desprezo pelo outro - em geral negro ou pobre -, o "andar de baixo", o "chulé", o "paraíba", a "baiana".
Presume-se que os internautas que usam o You Tube têm acesso à internet rápida, sejam razoavelmente sofisticados para filmar ou carregar um vídeo.
Podem ser estúpidos, não ignorantes.
É piada, é brincadeira, dirão alguns.
Mas eu fiz uma busca e não encontrei nenhuma brincadeira desse tipo tendo como protagonista o pai ou a mãe do internauta.
Os "serviçais" são "não-pessoas", ou seja, podem ser submetidos a "brincadeiras" como se fossem bichos.
Podem ter os direitos violados.
São de outro planeta.
É a expressão "benevolente" do ódio de classe, que pode explodir em outras "brincadeiras", como a do espancamento no Rio de Janeiro.
No caso do vídeo abaixo, o título poderia ser "Mulher doida" ou qualquer outro.
Mas é "empregada" doida.
Será que ela sabe que foi parar no You Tube para que os internautas possam se "divertir"?
http://br.youtube.com/watch?v=G0VzL4l07_g&NR=1
Aqui está um caso em que a empregada é acusada de ser "ladra".
O caso foi denunciado?
Ela foi condenada para ser exposta assim, em público?
http://br.youtube.com/watch?v=mjF7DsKh41k
Aqui, o internauta fez uma "produção" especial.
Leiam os comentários.
http://br.youtube.com/watch?v=AZaJghadsmw
Como elas não são consideradas gente, você pode ensinar sua empregada a falar feito um papagaio.
Este é o retrato mais acabado da relação do "andar de cima" com o "andar de baixo" no Brasil:
http://br.youtube.com/watch?v=z-JMDbUQYlc
Aqui a empregada é objeto de consumo sexual.
Feito no tempo da senzala.
http://br.youtube.com/watch?search=&mode=related&v=dFXl9vnVj98
E aqui a Maria é exibida feito um bicho.
Confesso que não vi graça.
É o Brasil do quartinho de empregada sem janela:
http://br.youtube.com/watch?v=dSqX0-li1K0
Depois fica todo mundo escandalizado com o espancamento de uma empregada doméstica.
Ué, mas se elas nem são tratadas como gente, o que esperar?
3 comentários:
Triste demais, e excelente sacada do Azenha...
abraxao Professor,
Roy
A mídia deveria divulgar mais a barbárie entre o "andar de cima". Ontem vi mais uma reportagem (desta vez no Fantástico) sobre a barbárie de alunos nas escolas contra professores e funcionários. Mas essas reportagens sempre se referem a escolas públicas...
Pôxa! Por que ninguém fala de barbáries semelhantes (e até piores) que ocorrem na rede privada de ensino? Eu sou professor, conheço e testemunhei coisas horríveis, particularmente em colégios da classe média alta!... Mas ninguém, absolutamente ninguém fala nisso...
Mas camarada, aí na dá Ibope! Relembre a justificativa do pai de um dos garotos que espancaram a doméstica no RJ: são crianças, fazem faculdade, são de boa família, NÃO PODEM FICAR NA CADEIA JUNTO COM OS MARGINAIS. E tem muita gente na grande mídia que concorda...
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