19.10.06

Debate no SBT

Passei por uma experiência nova e interessante, assisti o debate entre Lula e Alckmin na redação do jornal O Estado de S. Paulo, acompanhado por dois eleitores do Alckmin, uma eleitora indecisa e uma outra eleitora do Lula, assim como eu.
Durante o debate éramos perguntados pela jornalista Angélica Santa Cruz, sobre os pontos chaves do debate: postura, programas, signos, “marquetagem” etc.
Este debate foi melhor do que o anterior, mais debate de idéias e postura mais política, no bom sentido, de ambos os candidatos.
A meu juízo Lula levou vantagem, considerados aspectos como desenvoltura, respeito às regras, comunicação direta com o eleitor e perguntas pertinentes em razão da espontaneidade, qualidade que lhe parece natural.
Alckmin não fez a bobagem do primeiro debate. Voltou ao estilo frio, calculista, professoral no sentido autoritário e artificial, embora fugindo de algumas questões mais espinhosas respondendo sem responder, a questões como as do corte orçamentário e da política de segurança pública.
Claro que aqueles que já têm o voto definido farão de tudo para mostrar que o seu escolhido foi o vencedor. Duvido que alguém mude de candidato em razão deste debate, mas aqueles que estão no campo da indecisão, creio, penderam para Lula.
A impressão que tenho é que o PSBD/PFL deixará a corrupção num segundo plano e passará a bater pesado na questão da saúde.
Embora Lula tenha razão em dizer que ela melhorou, a situação é tão ruim que uma pequena melhora, como esta registrada no atual governo, é quase imperceptível para a população, com raras exceções.
Assim o candidato tucano tem como materializar parte de suas “teorias”, afinal é muito fácil mostrar a situação calamitosa da saúde pública no Brasil.
O problema é que ao fazer isso, abre o flanco para comparações diretas com o seu governo em São Paulo: saúde não fica nada melhor do que o plano federal e no quesito educação a situação do estado de São Paulo é lastimosa.
Isso para não falar na questão da segurança pública, ponto abordado por Lula, na medida certa. Se insistir muito nisso o Alckmin posará de vítima, dizendo que Lula explora a tragédia da segurança pública, ao mesmo tempo não pode deixar passar em branco a idéia de “federalizar” o PCC.
Senti muita saudade da estrela vermelha na lapela do candidato Lula, assim como sinto saudades dos comícios com o Zé Geraldo, Grupo União e Olho Vivo, Galo de Briga e de inúmeros artistas do povo que iam de graça encantar as reuniões políticas daquele PT dos anos 80.
Sinto falta da militância pulsando nas ruas, das bandeiras sendo agitadas com crença e não por dinheiro.
Ainda assim vou votar no Lula.

2 comentários:

Anônimo disse...

E ai professor fui seu aluno no cpv. Gostava bastante de conversa sobre a situação política do país com o senhor principalmente porque vc tem opinião bastante diversa da minha e sempre discutiu acrescentando muito pra mim. Bom entao agora vindo fala sobre o debate realmente não estou vendo o Alckmin muito bem nos debates estou achando ele meio perdido porém nao consigo aceitar essa quantidade de escandalos acontecidos no PT tudo bem que outras vezes não apareceram mas também ocorreram casos de corrupção. Mas para quem passou 8 anos criticando política de um partido que nao tem idéias tão diversas quanto alguns aliados, esperava pelo menos a honestidade e o compromisso de responder os fatos ocorridos, na minha opinião Lula no governo deixou muito a desejar principalmente em relação a economia e é nesse sentido que vim falando sempre se isentando dos escandalos e nao dando uma resposta energética ou pondo a cara para bater no PT ou para toda a população. Queria ouvir um pouco do que voce acha sobre tudo isso professor. abraço

Anônimo disse...

Ó o Vitor aí de novo...
Vitor, nos debates o Geraldo não é muito bom, mas nos seus programas de tv!...

Toni, é verdade. E o píor é que desta vez não se aplica a lógica do Mario Quintana de que a nossa idade é que era de ouro e não a época - éramos todos de ouro, nós e a época. E agora somos ouro velho. Mas há a bendita internet para compensar um pouco.